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Goiânia, 09 de março de 2017

Publicado: Quinta, 09 de Março de 2017, 11h58 | Última atualização em Quarta, 12 de Abril de 2017, 11h59

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Ministro da Educação reforça apoio a ações educacionais em 37 municípios

Maioria das instituições de educação superior do país recebe nota acima do satisfatório

MEC libera R$ 3 milhões para alfabetização e escolarização

UOL EDUCAÇÃO

MEC deve punir mais de 900 cursos de ensino superior com mau desempenho

Um em cada 4 cursos de universidades públicas tem desempenho insatisfatório

CORREIO BRAZILIENSE

Novo ensino médio deve ser implementado a partir de 2019, diz ministro

Formação técnica na escola

GLOBO.COM

A menina pobre que viveu em caverna no Brasil e virou escritora de sucesso na Suécia

Brasil e Portugal têm maior percentual de mulheres autoras de artigos científicos, diz estudo

FOLHA.COM

Mulheres marcham em SP contra o machismo e a reforma da Previdência,

USP fica entre as 50 melhores do mundo em oito cursos

 

 

 

N O T Í C I A S D A E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Quinta-feira, 09/03/2017

 

 

ENCONTRO

Ministro da Educação reforça apoio a ações educacionais em 37 municípios

O ministro da Educação, Mendonça Filho, recebeu na tarde desta quarta-feira, 8, prefeitos de 37 municípios na sede do MEC, em Brasília. Ao ouvir as demandas dos gestores sobre a educação local, o ministro garantiu que a pasta está aberta para apoiar as ações municipais e ressaltou que o trabalho desenvolvido pelo MEC busca justamente valorizar o papel dos municípios no que diz respeito à educação básica.

“Isso está claro nos programas consagrados do ministério no âmbito da educação básica”, disse o ministro. Como exemplo, citou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate). Mendonça Filho destacou o recente reajuste no Pnae, que chegou a 20% para os alunos dos ensinos fundamental e médio regular, que representam 71% dos atendidos pelo programa. “E o mesmo vai ocorrer também com relação a outros programas, como o Pnate”, garantiu. “Nós estamos estudando mecanismos e medidas que apoiem os municípios do ponto de vista dos reajustes e de recomposição também naquilo que é devido pelo governo com relação ao transporte escolar”.

O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Silvio Pinheiro, autarquia responsável pelos repasses do MEC para os dois programas, reafirmou o compromisso em apoiar os municípios brasileiros. “A gente tem um trabalho de capacitação e assistência técnica aos municípios”, disse. Pinheiro também afirmou que é dever legal do órgão apoiar o MEC na execução dos programas. “E isso nós vamos fazer com o maior prazer. Então, fiquem absolutamente à vontade para nos demandar”, falou aos prefeitos.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO SUPERIOR

Maioria das instituições de educação superior do país recebe nota acima do satisfatório

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, divulgou nesta quarta-feira, 8, os resultados dos indicadores de qualidade da educação superior de 2015. De um total de 2.109 instituições, a maior parte (67%) obteve a pontuação 3, numa escala de 1 a 5, no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Um dos componentes deste indicador é o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

A média é considerada satisfatória, segundo a presidente do Inep, Maria Inês Fini. “São poucos os cursos que precisam de uma ação de supervisão direta pelo MEC. Para as instituições com pontuação 1 e 2 não há punição e, sim, medidas de apoio, a fim de que possam melhorar”, explicou.

A instituição com pontuação abaixo de 3 será informada por portaria a ser publicada nas próximas semanas no Diário Oficial da União (DOU). Uma instrução normativa vai estabelecer as ações para cada caso. Se em dois ciclos consecutivos de avaliação for repetida a pontuação 2, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do MEC adotará medidas cautelares para a superação das eventuais fragilidades.

Dentro dessas medidas, está a assinatura de um termo de compromisso da instituição com o MEC, para posterior avaliação in loco. “Nessa visita, conseguimos ter com precisão um diagnóstico dos problemas de implementação e de operação do curso”, destacou o secretário de Educação Superior, Paulo Barone.

O não cumprimento do termo firmado pode acarretar na suspensão da autonomia da instituição para criar novos cursos, até que tudo seja regularizado. Se o problema permanecer, é aberto um processo administrativo, que pode resultar em uma série de sanções previstas em lei, como a redução de vagas, o cancelamento do curso e até o descredenciamento da instituição. Nos últimos dois casos, os alunos já matriculados são assistidos pelo MEC para a conclusão da graduação, incluindo a transferência para outras faculdades.

A instituição que consiga diagnosticar suas dificuldades, que estabeleça metas e cumpra a melhoria dos cursos permanecerá inscrita nos programas do MEC, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).

Avaliação – São três os indicadores de qualidade da educação superior: Conceito Enade, Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Eles mantêm relação direta com o ciclo avaliativo do Enade.

Em 2015, foram avaliados os bacharelados nas áreas de ciências sociais aplicadas, ciências humanas e áreas afins e os eixos tecnológicos em gestão e negócios, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design. Esse universo representou um total de 8.121 cursos e 447.056 participantes.

O número de concluintes regulares inscritos no Enade de 2015 foi de 549.847, mas apenas são considerados nos indicadores aqueles participantes que fazem as provas e respondem o questionário do estudante. O número de instituições que tiveram o IGC calculado foi de 2.109.

Os indicadores, por curso e instituição, estão disponíveis para consulta no portal do Inep e no sistema e-MEC.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO

MEC libera R$ 3 milhões para alfabetização e escolarização

O Ministério da Educação liberou R$ 3 milhões para garantir o pagamento de bolsas de programas da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). Os recursos, disponíveis desde segunda-feira, 6, serão enviados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao MEC que realiza o repasse aos beneficiários.

Do total de recursos liberados, R$ 1,82 milhão será destinado ao Programa Brasil Alfabetizado, beneficiando cerca de 3 mil pessoas do ciclo de 2015. Nesse ciclo, foram 168 mil estudantes atendidos em 17.445 turmas. O programa envolveu 17.088 alfabetizadores, 2.902 coordenadores e 105 tradutores intérpretes de libras, todos eles com direito ao recebimento de bolsas.

O objetivo do Brasil Alfabetizado é promover a superação do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalização do ensino fundamental no Brasil. A concepção do programa reconhece a oferta pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e a escolarização das pessoas ao longo de toda a vida. Para isso, o MEC apoia técnica e financeiramente os projetos de alfabetização de jovens, adultos e idosos apresentados pelos estados, municípios e Distrito Federal.

Projovem - O restante do valor - R$ 1,21 milhão - será destinado a, aproximadamente, 7 mil bolsistas do Projovem, referente à edição de 2014 do programa. No total, foram 109.600 matrículas no Projovem Urbano e 37.385 no Projovem Campo, totalizando 146.985 beneficiários nessa edição.

O Projovem Urbano e Campo são voltados para a qualificação e escolarização de jovens entre 18 e 29 anos alfabetizados, mas que não completaram o ensino fundamental. São oferecidos cursos de até dois anos de duração para que terminem a formação.

Assessoria de Comunicação Social

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Combate à violência de gênero marca ações de universidades

Combater a violência contra a mulher também é questão de educação. Por isso, algumas universidades têm trabalhado para conscientizar homens e acolher mulheres vítimas de violência motivadas por questão de gênero, especialmente, no Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira, 8. A data marca a luta por direitos iguais.

Dentro dessa perspectiva, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) inaugura o Núcleo de Acolhimento Humanizado às Mulheres Vítimas de Violência (NAH). O centro vai atuar como um ponto de apoio jurídico e psicológico para mulheres que tenham sofrido algum tipo de violência dentro da instituição. Lá, elas receberão atendimento e serão orientadas sobre quais providências devem tomar e quais locais devem procurar.

O vice-reitor da Uece, professor Hidelbrando dos Santos Soares, explicou que o núcleo é resultado da identificação de diversas denúncias de violência praticadas contra mulheres nos espaços da universidade, que vão de furto e roubo a assédio sexual, moral e psicológico. Segundo o vice-reitor, a intenção é colocar em debate a questão da violência contra a mulher dentro dos campi.

“É uma busca em colocar a questão da violência contra a mulher como uma coluna vertebral da ação da universidade em relação às relações interpessoais. Esse é o grande trabalho do núcleo. É a semente de um projeto de uma universidade menos machista e mais antenada com o mundo de amanhã”, destaca o vice-reitor. A Universidade Estadual do Ceará tem atualmente cerca de 23 mil estudantes, 1.100 professores e 800 servidores, e está presente em pelo menos cinco cidades cearenses.

Outra instituição que atua no combate à violência de gênero é a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Durante a recepção dos calouros para o primeiro semestre letivo, na segunda-feira, 6, teve início uma campanha de conscientização dos estudantes. São cartazes e peças publicitárias para veiculação na internet, rádio e TV universitária com o tema “A diversidade nos fortalece. A tolerância nos une”. A campanha segue os preceitos do protocolo de atendimento a mulheres vítimas de violência na universidade, que tem como objetivo garantir a segurança e a qualidade no atendimento das estudantes da instituição.

Assessoria de Comunicação Social

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UOL EDUCAÇÃO

Quinta-feira, 09/03/2017

 

 

 

ENADE

MEC deve punir mais de 900 cursos de ensino superior com mau desempenho

Ao menos 917 cursos de ensino superior deverão sofrer medidas cautelares do Ministério da Educação (MEC) para melhorar a qualidade de ensino, em virtude do baixa colocação no Conceito Preliminar de Curso (CPC), uma avaliação conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O indicador leva em consideração parâmetros como o desempenho de estudantes, a estrutura do curso e a formação de professores. As ações serão adotadas em cursos das áreas de Ciências Sociais e Humanas (como Administração, Direito e Jornalismo) e em Cursos Tecnológicos das áreas de Negócios, Apoio Escolar, Lazer e Produção Cultural (como Marketing e Design de Moda), o foco nesta edição da avaliação.

São considerados desempenhos insatisfatórios conceitos 1 e 2 no CPC, de uma escala que vai até 5, a nota mais alta. Aqueles que tiverem apresentado o baixo conceito em avaliações anteriores deverão sofrer punições mais graves, que vão desde suspensão de provas de seleção até fechamento do curso. A lista de cursos reincidentes e, portanto, submetidos a penalidades mais graves, deverá ser divulgada em um mês, pelo MEC.

O mesmo procedimento deverá ser adotado para instituições de ensino superior que alcançaram também um conceito considerado baixo (níveis 1 e 2) no Índice Geral de Curso (IGC) - uma avaliação do Inep que analisa tanto a formação da graduação quanto de pós-graduação.

Dados divulgados nesta quarta-feira, 8, indicam que pelo menos 312 instituições tiveram avaliação 1 e 2 pelo Inep, desempenhos insatisfatórios. Essas instituições deverão, a exemplo dos cursos, ser alvo de medidas cautelares. Entre as providências adotadas estão o pedido de informação, visitas para identificar eventuais falhas e causas do desempenho abaixo do desejado.

"É aberto um processo administrativo, onde é ofertada a possibilidade de defesa para a instituição e para o curso", afirmou Paulo Barone, da secretário de Educação Superior do MEC.

O decreto do MEC que define as medidas cautelares é publicado todos os anos. "Os critérios podem ser alterados", diz.

Ao apresentar dados, MEC e Inep afirmaram que Indicadores de Qualidade de Educação Superior deverão ter sua metodologia alterada até 2018. Além do CPC e do IGC, a avaliação de ensino superior leva em consideração o Conceito Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), baseado no desempenho dos estudantes. A ideia é fazer com que as avaliações possam ser comparáveis de um ano para outro - algo que atualmente não é possível.

Além disso, a intenção é adotar padrões de notas e não de desempenhos comparáveis, como o padrão atual, que se baseia em identificar um comportamento mediano e suas respectivas gradações.

"Alguns estudos têm demonstrado um aumento da concentração do padrão 3, que é o mediano, ano a ano", afirma o secretário. Esse comportamento, avalia, pode ser indicador de que o monitoramento começa a apresentar falhas. "Precisamos fazer uma reflexão.”

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ENADE

Um em cada 4 cursos de universidades públicas tem desempenho insatisfatório

Um em cada quatro cursos oferecidos em instituições públicas de ensino superior obteve uma classificação insatisfatória no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2015. Os cursos receberam pontuações nos níveis 1 e 2, de uma escala que vai até 5. Tiveram indicador 5, o maior, o equivalente a 8,9% dos cursos públicos avaliados.

Os dados compõem os Indicadores de Qualidade de Educação Superior que nesta edição analisou 8.121 cursos nas áreas de Ciências Sociais, Ciências Humanas e afins (como Administração, Ciências Contábeis, Direito e Psicologia) e cursos tecnológicos em Gestão de Negócios, Apoio Escolar, Lazer, Produção Cultural e Design (Como Comércio Exterior, Gestão Pública e Design Gráfico). Os dados foram divulgados pelo nesta quarta-feira, 8.

Dos cursos de ensino superior de instituições privadas, 31,2% obtiveram classificação 1 e 2, em virtude do desempenho insatisfatório dos alunos; e 4,5%, o conceito 5, o mais alto. O Enade é feito a partir da análise de dois componentes: uma prova geral, com 10 questões, aplicada para alunos de cursos das áreas que estão sob avaliação. Há ainda uma prova de habilidades específicas, que varia de acordo com o curso. A média obtida pelos alunos na prova de formação geral em nenhum curso ultrapassou 60 pontos, de uma escala de 0 a 100.

Feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o estudo de Indicadores de Qualidade de Ensino Superior analisa o desempenho do aluno, o desempenho do curso e da instituição.

O CPC, sigla para Conceito Preliminar de Curso, envolve, além do desempenho do aluno no Enade, a formação e carga horária de professores e a percepção do estudante sobre a infraestrutura do curso. Integrantes do Inep consideram esse indicador mais completo.

O desempenho obtido pelos cursos no CPC também foi considerado preocupante: 11,3% receberam classificações insatisfatórias (notas 1 e 2 de uma escala que chega a 5, a nota mais alta). Dos cursos de instituições públicas, 10,5% receberam CPC insatisfatório. Nas instituições particulares, 11,5% receberam conceitos 1 e 2. O CPC 5 foi alcançado por 0,4% dos cursos de escolas públicas, um desempenho ainda pior do que o das escolas privadas. Do universo das as particulares, 1,5% alcançou a avaliação máxima.

O Inep divulgou ainda um terceiro indicador, o Índice Geral de Cursos (IGC), que leva em consideração o desempenho do aluno, a formação do professor, a infraestrutura do curso e a classificação na pós-graduação. Em 2015, apenas 1,1% das instituições teve a nota máxima. Das instituições públicas, 4,9% alcançaram conceito 5, enquanto entre particulares apenas 0,6% chegaram à marca.

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CORREIO BRAZILIENSE

Quinta-feira, 09/03/2017

 

EDUCAÇÃO

Novo ensino médio deve ser implementado a partir de 2019, diz ministro

O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse hoje (16) que o novo ensino médio estará implementado em todo o país a partir de 2019. “Há prazos para os estados se adequarem a essa realidade. A base [Base Nacional Comum Curricular] só estará concluída até o final de 2017. Não poderíamos exigir a implementação plena pelos estados em 2018. Então, isso será feito com mais profundidade só em 2019.”

A reforma do ensino médio foi sancionada na manhã de hoje pelo presidente Michel Temer. Entre as principais mudanças estão a flexibilização curricular, a ampliação da carga horária e a formação técnica dentro da grade do ensino médio. O próximo passo é implantar a Base Nacional Comum Curricular que, atualmente, está sendo elaborada por um comitê presidido pelo Ministério da Educação (MEC).

Segundo o ministro, o ensino médio é diferenciado em cada unidade da Federação e, por isso, a implementação da reforma será discutida com os conselhos e secretarias estaduais, para que cada um faça as adequações necessárias. “A lógica é preservar as peculiaridades e valorizar o protagonismo dos sistemas estaduais”, disse Mendonça, ao falar sobre a distribuição dos conteúdos da base durante os três anos do ensino médio.

Segundo a secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães, a tendência é que o primeiro ano seja concentrado na base e que, a partir do segundo ano, as escolas comecem a flexibilizar e diversificar o currículo com os chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher entre cinco áreas de estudo: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. O projeto prevê que os alunos escolham a área na qual vão se aprofundar já no início do ensino médio.

Mendonça Filho esclareceu ainda que os estados terão suporte técnico e financeiro para implementação do novo currículo e do tempo integral. Segundo o ministro, R$ 1,5 bilhão já foram disponibilizados para este ano e o próximo para aumentar as matrículas no ensino integral. Hoje, 6% das matrículas do ensino médio são para o ensino integral, e a meta é dobrar esse número em três anos.

Protagonismo

Mendonça Filho entende que os jovens podem decidir sobre a área de conhecimento que querem aprofundar durante o ensino médio. “Eles estarão acentuando seu protagonismo e a área de conhecimento que já é da sua vocação, para que possam decidir sua trajetória. Ninguém vai fazer uma escolha definitiva sobre o curso, como faz no vestibular.”

“Não vamos fazer uma legislação sobre a exceção, ela tem que contemplar a maioria”, disse o ministro, referindo-se às pessoas que acabam desistindo e mudando a formação profissional ao longo da vida.

Enem e indicadores

Segundo o ministro da Educação, nos próximos anos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também vai se adequar à realidade do novo ensino médio. “Mas quero tranquilizar os estudantes que farão o Enem em 2017 e 2018, de que nenhuma mudança ocorrerá de forma repentina e, sim, obedecerá a esse ritmo de ampliação do ensino médio. O Enem é um reflexo do aprendizado do aluno. Uma mudança mais substancial se dará a partir de 2019.”

Para Mendonça, a reforma do ensino médio não será responsável por uma mudança repentina e a percepção nos indicadores educacionais do país também será gradual. Entretanto, segundo ele, as mudanças já promoverão a equidade entre os alunos de escola pública e de escolas privadas.

Segurança pública

Ao sair do evento, o presidente Michel Temer negou as especulações de que a Secretaria de Segurança Pública sairia do Ministério da Justiça e Segurança Pública para ser integrada à Presidência da República.

 

Agência Brasil

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REFORMA

Formação técnica na escola

É consenso o diagnóstico de que o ensino médio precisa melhorar e se tornar mais atraente aos jovens paraser capaz de formar cidadãos tanto para a vida quanto para o mercado de trabalho. A reforma das três séries finais da educação básica, instituída por meio da Medida Provisória nº 746, de 22 de setembro de 2016, agora transformada em lei, promete mudanças impactantes, como flexibilização curricular e maior aproximação com o mercado, ao oferecer cinco escolhas de itinerários formativos. Quatro deles são ligados a áreas acadêmicas — linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas e sociais aplicadas — e o quinto consiste na opção de sair da escola com uma habilitação técnica. As alterações devem começar a ser implementadas para valer em 2019 e dependem da finalização da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Após essa etapa, as secretarias do DF e dos estados precisarão readequar os currículos do ensino médio.

Muitas incertezas cercam o modelo que começará a ser aplicado para valer aos anos finais da educação básica a partir de 2019. Entre elas estão questões orçamentárias, de viabilidade e de efetividade do novo formato. Uma das maiores inovações é a proposta de trazer a chance de o aluno sair da escola com uma capacitação técnica

Paira um ar de incerteza sobre como o plano será colocado em prática, tendo em vista a realidade, principalmente, de escolas públicas. Se essas instituições têm dificuldades para formar alunos com qualidade no modelo tradicional, o que dizer de um formato integral, com maior gama de disciplinas, que exigirá mais infraestrutura, como a de laboratórios. Se por um lado o Brasil demanda técnicos (veja o quadro Visão de Mercado), por outro, a implantação de formações profissionais no ensino médio esbarra na limitação pecuniária imposta pelas gestões de Dilma Rousseff e Michel Temer. Em 2015, ainda no governo petista, o orçamento do Ministério da Educação (MEC) sofreu corte de R$ 10,5 bilhões nos R$ 101,3 bilhões previstos. A previsão do ano seguinte, de R$ 129,9 bilhões, foi diminuída em R$ 6,4 bilhões. Mas, segundo o MEC, nenhuma área da educação foi afetada por corte de verba na gestão Temer. E assegura que foi restabelecido R$ 4,7 bilhões (dos 6,4 cortados pela gestão Dilma/Mercadante) e que, em 2017, o orçamento do MEC terá R$ 10 bilhões a mais.

Questionado sobre como conciliar a necessidade de investimento para viabilizar o novo ensino médio, o MEC, por meio da Assessoria de Comunicação Social, disse que, em hipótese alguma, haverá comprometimento de investimento das outras áreas da educação básica por conta do novo ensino médio.

Ainda segundo a Assessoria, haverá tempo hábil para o planejamento das ações e investimentos até porque a Lei do Novo Ensino Médio estabelece um prazo para sua implantação. “Os sistemas de ensino deverão estabelecer cronogramas de implantação das principais alterações no primeiro ano letivo subsequente à data de publicação da Lei, conforme o referido cronograma, a partir do segundo ano letivo.

Além disso, segundo o MEC, a reforma prevê uma política de fomento de escolas em tempo integral, que deverá ocorrer de forma gradual. Para isso, está previsto investimento do governo federal de R$ 1,5 bilhão até 2018. A expectativa do governo é atender, pelo menos, 25% das matrículas de alunos da educação básica em tempo integral.

Prevista no artigo 210 da Constituição de 1988 e no artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, a BNCC deve estabelecer competências, objetivos de aprendizagem e conhecimentos necessários para a formação geral do aluno, sendo obrigatória e comum a todas as escolas, da educação infantil ao ensino médio. O documento tem sido elaborado por representantes do MEC e especialistas da área e deve ser finalizado ainda em 2017 e encaminhado para a aprovação do Conselho Nacional de Educação (CNE) e posterior homologação do ministro da Educação. No primeiro ano letivo subsequente à publicação da base, os sistemas de ensino deverão estabelecer um cronograma e, a partir do segundo, começar a implantar as alterações previstas na proposta. A previsão é que o novo modelo seja implantado até 2020.

Como fechar a conta?

Para João Batista Araújo Oliveira, fundador e presidente do Instituto Alfa e Beto, a equação é impossível de ser fechada. “Infelizmente, o Brasil não consegue fazer conta ao elaborar políticas públicas”, analisa ele, que foi secretário-executivo do MEC (1995). Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, duvida, inclusive, que a reforma do ensino médio saia do papel. Mesmo que a medida seja implementada, ele acredita que será contrariada na realidade. “Vai faltar financiamento, estrutura e logística para ofertar as matrículas”, aponta o cientista social, mestre em ciência política e doutorando em educação pela Universidade de São Paulo (USP). “Essa ideia de profissionalização às pressas, sem planejamento pedagógico e sem verba, será de baixíssima qualidade”, prevê. O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e secretário da área no Ceará, Idilvan Alencar, elogia a autonomia dada aos estados pela legislação para definir as diretrizes da etapa final do ensino básico, mas cita pontos problemáticos.

“O primeiro deles é o financiamento federal para a formação de professores e o investimento em estrutura física”, observa. “Em segundo, aparecem questões específicas: como ampliar a carga horária para alunos do turno da noite, de zonas rurais, de estados com ensino a distância, como o Amazonas, e como garantir as opções de itinerário formativo em municípios com uma única escola?”, indaga. Questionado sobre o assunto, o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva, afirmou que o ensino mediado por tecnologia pode ser a solução para todas essas questões. “Caberá aos sistemas (federal, distrital, estaduais e municipais) definir quais cursos técnicos oferecer a partir dos interesses dos alunos e da capacidade de oferta”, afirmou, sugerindo que a formação profissional poderá ocorrer na própria escola do estudante ou em instituições conveniadas.

Efetividade

A reforma do ensino médio é alvo de polêmica: mesmo que a proposta da gestão de Michel Temer seja bem aplicada, será a solução dos problemas dos anos finais da educação básica no país? A inclusão da capacitação profissional divide especialistas quanto à capacidade de oferecer formação qualificada aos jovens que faça diferença no futuro. Para o diretor-geral do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Rafael Lucchesi, o novo modelo e a inclusão de curso técnico no currículo são tão necessários que chegam em momento tardio. “A MP vai na direção de outros países desenvolvidos, onde mais de a metade dos estudantes têm formação profissional no ensino médio”, afirma Lucchesi, também diretor-superintendente do Sesi (Serviço Social da Indústria) e diretor de Educação e Tecnologia da CNI (Confederação Nacional da Indústria). “Em nações como Áustria e Japão, a taxa de jovens que conciliam educação profissional com a regular ultrapassa 70%, enquanto, no Brasil, o índice é de apenas 8%”, destaca.

João Batista Araújo Oliveira, fundador e presidente do Instituto Alfa e Beto, também defende a inclusão da educação profissional no currículo básico e a considera um avanço necessário. “Nos países europeus e nos Estados Unidos, de 30% a 40% dos jovens fazem ensino técnico, enquanto aqui essa taxa é menor que 10%”, compara. Mesmo assim, ele não tem certeza de que elevar a permanência no colégio gerará uma transformação efetiva. “Estudo do IDados (plataforma de estatísticas do Instituto Alfa e Beto), a partir do Censo Escolar e da Prova Brasil, mostra que o aumento da carga horária das escolas públicas, de tempo parcial para integral, não teve impacto significativo no desempenho de estudantes nem do ensino fundamental nem do médio. Alunos do 9º ano, por exemplo, tiveram média de 250 pontos, independentemente da carga horária”, analisa.

Encaminhada pelo governo federal ao Congresso Nacional em setembro de 2016, a medida provisória que reforma o ensino médio (MP 746/2016) foi sancionada após cinco meses, em 16 de fevereiro deste ano. Estudantes, professores e entidades ligadas à educação protagonizaram diversos protestos em todo o país, criticando a rapidez com que o plano foi oficializado e a falta de discussão em torno da proposta. Veja a seguir os principais pontos de mudança:

Permanência

A proposta amplia a carga horária de 800 horas/ano para 1,4 mil horas anuais. A MP não determina, porém, que todas as escolas adotem o ensino médio integral. O investimento federal previsto é de R$ 1,5 bilhão até 2018, o que corresponde a R$ 2.000 por aluno/ano e à criação de 500 mil novas matrículas integrais.

Currículo

Hoje o ensino médio abarca 13 disciplinas obrigatórias. Com a reforma, as matérias serão exigidas apenas no primeiro ano e na metade do segundo. No restante do período, os estudantes poderão escolher as matérias pelas quais mais se interessam, mas português, matemática e inglês seguirão como temas obrigatórios.

Áreas do conhecimento

Os jovens terão cinco opções de itinerários formativos — com foco em uma capacitação técnica, linguagens, matemática, ciências da natureza ou ciências humanas e sociais aplicadas. No entanto, as escolas não serão obrigadas a ofertar todas de uma vez.

Vestibular

O texto determina que os conteúdos cobrados nos vestibulares respeitem as competências a serem definidas pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC). O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado pelo governo e crescente mecanismo de acesso ao ensino superior, também terá de se adaptar ao novo currículo.

Visão de mercado

O Mapa do trabalho industrial, elaborado pelo Senai, revela que o Brasil precisará qualificar 13 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2020. Será necessário formar 625,4 mil profissionais no ensino superior, 5,1 milhões no técnico, e 7,1 milhões de trabalhadores com qualificação profissional. Estima-se que 28% são empregos novos e 72% são demandas por aperfeiçoamento e requalificação. O estudo aponta que os setores que mais vão demandar formação profissional serão: construção (3,8 milhões de trabalhadores); meio ambiente e produção (2,4 milhões). Os cursos técnicos têm carga horária entre 800 e 1.200 horas (um ano e meio), e os de qualificação têm duração média de três meses e carga horária entre 160 e 400 horas.

Como fica a rede particular?

As instituições educacionais privadas serão afetadas pelo novo ensino médio. Amábile Pácios, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), acredita que o modelo deve ser implementado antes de 2020 em colégios dessa rede. Ele acredita que é provável que as unidades se especializem e façam parcerias para o intercâmbio de alunos. “Não necessariamente o ensino integral acarretará aumento das mensalidades, talvez isso ocorra nas cidades menores, sem a facilidade dessa integração entre colégios”, afirma, acrescentando que a carga horária maior também poderá ser completada com ensino a distância ou acréscimo de dias letivos.

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GLOBO.COM

Quinta-feira, 09/03/2017

 

EDUCAÇÃO

A menina pobre que viveu em caverna no Brasil e virou escritora de sucesso na Suécia

Christiana, me prometa uma coisa. Aconteça o que acontecer na sua vida, nunca pare de caminhar", disse certa vez sua mãe, naqueles tempos miseráveis em que ela se chamava Christiana Mara Coelho.

Sua primeira casa foi uma caverna no Parque Estadual do Biribiri, reserva natural próxima à cidade mineira de Diamantina. A segunda, uma favela de São Paulo. Mas quando ela tinha oito anos de idade, tudo iria mudar: um dos "pássaros de metal" que ela via voar no céu de São Paulo a levou para a Suécia, ao lado dos pais adotivos. E ela passou a se chamar Christina Rickardsson.

A história das duas vidas de Christina se tornou um best-seller na cena literária da Suécia, com título dedicado às palavras da mãe, Sluta Aldrig Gå (Nunca Pare de Caminhar), livro de estreia da autora brasileira que já não fala o português e que será lançado no Brasil ainda neste semestre pela editora Novo Conceito, com tradução de Fernanda Sarmatz Åkesson.

Junto com o livro, aos 33 anos, Christina Rickardsson também realizou outro sonho: criar uma fundação de assistência a crianças carentes no Brasil, a Coelho Growth Foundation.

Caverna

Era uma manhã chuvosa quando sua mãe, Petronilia, a levou para viver em uma das cavernas do parque do Biribiri. Christina tinha 15 dias de vida, e ali seria a sua casa até os cinco anos de idade. Se chegou a conhecer o pai, ela não se lembra. Dizem que foi assassinado.

"Lembro que eu tinha muita fome", conta Christina em entrevista à BBC Brasil.

"Quando não encontrávamos o que comer na floresta, caminhávamos até a cidade e nos sentávamos na estação de ônibus para pedir esmolas e comida. Às vezes tínhamos sorte, e as pessoas eram gentis. Outros nos chamavam de ratos de rua, e cuspiam em nós."

À noite, ela tinha medo: dos escorpiões, das aranhas e das cobras que rondavam a caverna.

"Lembro de acordar várias vezes no meio da noite", diz Christina.

Mas ela também se lembra de uma infância amorosa.

"Na caverna, minha mãe me contava histórias sobre Deus, anjos e muitas outras coisas. Existiam muitas cavernas na região, mas não havia outras pessoas vivendo ali, como nós vivíamos. Era apenas eu e ela, e eu sentia que tinha toda o amor e atenção de minha mãe. Eu me sentia amada, e isso foi extremamente importante para a minha vida", diz.

Um dia, chegaram uns homens com seus cães, e elas foram expulsas da caverna. Foi quando Petronilia levou Christina para uma favela de São Paulo, onde ela passou a viver nas ruas enquanto a mãe buscava trabalho. Seu irmão, Patriqui, nasceu cerca de um ano depois.

Pouco antes de ser levada pela mãe para um orfanato, que Christina achava que era uma escola, ela viveu um trauma. Conta que viu a melhor amiga, Camille, ser assassinada por policiais na sua frente, quando as duas dormiam na rua.

Seu segundo choque aconteceu no dia em que os pais adotivos a levaram do orfanato, junto com o irmão Patriqui - que também ganhou um nome sueco, Patrik.

"Eles me disseram no orfanato que eu seria adotada, mas ninguém me explicou o que aquilo realmente significava", conta Christina. "Quando saímos do orfanato de mãos dadas com meus pais adotivos, vi que aquilo era real - aquelas pessoas estavam me levando embora."

O medo foi suavizado pela excitação de voar pela primeira vez num daqueles pássaros de metal. E só quando o avião pousou na Suécia, Christina percebeu que tinha deixado o Brasil.

"Minha mãe adotiva me mostrou um daqueles globos antigos, e apontou: aqui é a Suécia, ali é o Brasil. Eu vi aquele imenso oceano no meio, e foi então que percebi que eu não estava mais no meu país."

'Não sabia que a neve era fria'

O novo lar de Christina era Vindeln, um pequeno vilarejo de 2,5 mil habitantes situado no norte da Suécia, próximo à cidade de Umeå. E quando o inverno chegou, ela viu a neve pela primeira vez.

"Havia nevado muito durante a noite, e quando acordei achei que nossa casa estava cercada por uma imensa nuvem branca. Eu não sabia o que era neve. Saí então de casa, quase sem nenhuma roupa, e me joguei naquele tapete branco que cobria o chão", conta Christina.

"Não sabia que a neve era fria, e comecei a gritar", ela lembra. A mãe adotiva apressou-se em levá-la para um banho quente.

Tudo era estranho - o clima, a cultura, a língua.

"O mais difícil era que eu não podia me comunicar com ninguém. Meu irmão tinha menos de dois anos de idade. Minha mãe adotiva andava com um pequeno dicionário de português, mas não conseguia pronunciar direito as palavras", diz.

Christina viveria mais uma perda aos 16 anos, quando um câncer levou embora Lili-Ann, sua mãe adotiva.

Depois de 24 anos na Suécia, em 2015 ela decidiu voltar ao Brasil para procurar a família, a caverna e o orfanato da infância.

Sobre a busca da mãe biológica, prefere deixar que as respostas sejam encontradas em seu livro. Mas ela conta que está em contato com a família brasileira, e que aos poucos vai tentando reaprender o português.

"Falo só um pouquinho", ela diz, com um forte sotaque sueco.

Sucesso

Na Suécia, seu livro teve a tiragem inicial esgotada em apenas uma semana, alcançou o segundo lugar na lista dos mais vendidos e levou Christina Rickardsson aos principais veículos de comunicação do país.

"Quando cheguei à Suécia, percebi que meus amigos suecos tinham condições de vida muito diferentes daquelas que crianças como eu tinham no Brasil. Sempre quis estão escrever um livro para contar como é crescer em um país onde a nem todas as crianças é dada a oportunidade de ter um futuro. E uma das coisas que a Suécia me ensinou é que, quando você dá a uma criança a chance de ter uma vida digna, ela vai agarrá-la."

A última página do livro é dedicada ao trabalho desenvolvido pela sua fundação, a Coelho Growth.

"Indico ali também o site onde as pessoas interessadas podem fazer doações, para que outras crianças brasileiras também possam ter um futuro", diz Christina.

A fundação já desenvolve projetos de assistência a crianças em uma creche e dois orfanatos de São Paulo - incluindo aquele onde Christina viveu. A autora conta que também iniciou um projeto de colaboração com as favelas de Heliópolis, em São Paulo, e do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

Para o lançamento do livro no Brasil, Christina tem um plano: distribuir gratuitamente cerca de 1 mil exemplares para crianças carentes em favelas, além de doar cópias para bibliotecas locais.

"Uma das razões que me levaram a essa ideia foi a notícia de que o novo governo do Brasil vai congelar os gastos com educação, assim como no setor de saúde. É muito triste ver o que está acontecendo hoje no Brasil", diz Christina.

"Quero então levar força e esperança às crianças carentes brasileiras, e dizer a elas que, mesmo em tempos difíceis, nunca desistam. Nunca deixem de caminhar."

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MUNDO

Brasil e Portugal têm maior percentual de mulheres autoras de artigos científicos, diz estudo

Brasil e Portugal estão no topo da lista de um estudo que avalia a participação de mulheres na produção de artigos científicos. O relatório Gender in the Global Research Landscape (Gênero no Cenário Global de Pesquisa, em tradução livre), mostra que, nos dois países, as mulheres representavam 49% dos autores de artigos catalogados na pesquisa. O percentual é o maior na lista de 12 países ou regiões considerados no relatório.

Os dados foram levantados pela editora Elsevier, referência em produção científica no mundo. Eles consideraram em seu estudo a analise de artigos científicos publicados que foram posteriormente catalogados por sua base de dados chamada Scopus. O estudo avalia a produção científica em um intervalo de 20 anos, compara 12 países e regiões, além de considerar 27 áreas de concentração.

Em nove dos 12 países e regiões comparados, as mulheres representam mais de 40% dos pesquisadores (EUA, União Europeia, Reino Unido, Candá, Austrália, França, Brasil, Dinamarca e Portugal).

Segundo o estudo, a proporção da presença feminina varia substancialmente entre áreas do conhecimento, sendo maior nas áreas de "vida e saúde"; e inferior nas áreas de engenharia e ciências da computação.

Total de pesquisadoras

Com base no perfil dos autores dos artigos, o levantamento apontou que houve crescimento no total de mulheres pesquisadoras no Brasil. No período 1996-200, o total de mulheres que assinavam artigos (independentemente de área) alcançava 38%. No recorte 2011-2015, esse número subiu para 49%.

Dos 106.167 artigos publicados entre 1996 a 2015, 40% foram escritos por mulheres. O índice é maior do que o registrado em países com o Canadá e Japão, por exemplo, que tiveram 31% e 16%, respectivamente, dos artigos com autoria feminina.

No Brasil, a maioria dos artigos publicados entre os anos de 2011 e 2015 foi sobre medicina, sendo que 24% foi escrito por mulheres, e 17% por homens. A pesquisa mostra também que o segundo tema mais recorrente foi agricultura e ciências biológicas, que corresponde a 10% da produção feminina e 8% masculina.

Sub-representação

O estudo cita ainda levantamento da Unesco que aponta que, em 2015, somente 28% dos pesquisadores pelo mundo eram mulheres. Ainda para contextualizar os dados, a Elsevier lembra que outro estudo mostra que apenas 13% dos autores citados em estudos científicos em 2014 eram do gênero feminino.

Na área de ciências duras, batizada pela editora como "Physical Sciencies", as mulheres continuam subrepresentadas com menos de 25% de presença na maioria das comparações.

De acordo com o levantamento da Elsevier, o percentual global de mulheres entre os inventores com patentes de suas aplicações subiu quatro pontos percentuais na comparação entre 1996-200, quando o índice era de 10%, e passou para 14% entre 2011 e 2015.

Parcerias internacionais

Artigos científicos podem ser escritos por acadêmicos de diferentes países, em parceria. Esse tipo de produção facilita a troca de ideias, a circulação de conhecimento e a inovação. Segundo o levantamento da Elsevier, nos doze países avaliados, as mulheres estão menos presentes nas colaborações internacionais do que os homens.

No Brasil, entre 2011 e 2015, 20% da produção científica das mulheres envolveram parcerias com autores de outros países. Entre os homens, o índice é mais alto: 25% dos estudos conduzidos por eles incluem colaboração internacional.

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FOLHA.COM

Quinta-feira, 09/03/2017

 

EDUCAÇÃO

Mulheres marcham em SP contra o machismo e a reforma da Previdência

A Marcha das Mulheres faz uma passeata pelas ruas da região central de São Paulo, nesta quarta-feira (8), Dia da Mulher, com bandeiras pela legalização do aborto e pela oposição à reforma da Previdência, ao machismo e à violência contra mulher. O ato ganhou ainda mais volume com os protestos de professores municipais e estaduais.

A psicóloga Juliana Sanches, 27, veio de Mongaguá, litoral, para o ato em São Paulo. "A gente vive num sistema patriarcal violento, de opressão todos os dias, e enfrentamos agora uma onda opressora em nível nacional e mundial", diz ela. "Nunca foi tão importante marchar".

Na mão dela, um cartaz dizia "sexo quando desejo, gravidez quando decido". E "Fora, Temer", lema repetido em gritos e cartazes ao longo do ato. Varias baterias e apitos compunham o cenário.

Ao lado de Juliana, o amigo Denner Siller, 37, empunhava a placa com a frase "o feminismo liberta porque o machismo mata".

O ato começou por volta das 15h, na praça da Sé. A maioria dos manifestantes era de mulher, algumas com bebês, mas muitos homens marchavam também. "É bem difícil encontrar amigos que compartilham com a mensagem do cartaz, mas de cabeça em cabeça a gente vai convencendo", diz Denner.

A baiana Bianca Silva, 23, aproveitou as férias em São Paulo para participar do ato. Com mega fone na mão, puxava "pela vidas mulheres". "A gente vive assédio no trabalho, assédio na sala de aula, é uma violência cotidiana também na mídia, nas músicas, na cultura", diz ela. "Hoje é um dia histórico".

Na multidão, a vereadora Samia Bomfim (PSOL) que o momento é de "ofensiva", citando dados sobre a quantidade de mulheres que sofrem violência diariamente. "E temos que avançar com a legalização do aborto, que é um tabu".

O movimento não informou estimativa de manifestantes. Por volta das 20h, o grupo, que estava no viaduto do Chá e na Xavier de Toledo, em frente do Theatro Municipal, começou a dispersar. O plano inicial era ir até a praça da República, mas algumas mulheres começavam a ir embora antes.

Caminhões dos sindicatos dos professores e do sindicato dos Metalúrgicos acompanharam a passeata. "É momento de nos unirmos", disse a professora Eliana Penha, 49, há 15 na rede estadual.

PROFESSORES

Os professores municipais e estaduais de São Paulo também protestaram nesse Dia da Mulher. Os dois atos começaram na avenida Paulista e caminharam juntos até a Marcha das Mulheres, juntando os movimentos no início da tarde, no viaduto Maria Paula.

Os professores municipais fecharam a pista da Paulista no sentido Consolação às 15h, na altura da praça Oswaldo Cruz. Segundo o Sinpeem e a Aprofem (sindicatos da rede municipal), 4.000 profissionais participaram da concentração do ato, antes de seguir em passeata.

"Quase 90% da categoria são mulheres, e elas serão a principal vítima da reforma da Previdência", diz Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem. De acordo com ele, a maior preocupação com a reforma é o possível fim da aposentadoria especial do magistério, além do aumento na idade.

Fonseca lembra que o ato reforça também pautas da categoria no município. Entre as reivindicações, estão a confirmação por parte da gestão João Doria (PSDB) de reajustes garantidos pela gestão passada e melhorias na condições de trabalho –como a diminuição no número de alunos por série.

O grupo se encontrou por volta das 16h30 com o ato dos professores ligados à Apeoesp (sindicato da rede estadual), que já se reuniam no vão livre do Masp, bloqueando os dois sentidos da Paulista. Segundo a Apeoesp, o número de manifestantes com os dois atos chegava a 20 mil.

"Não queremos só rosas, mas queremos também melhores condições de trabalho", disse a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, se referindo a reivindicação de reajuste salarial. Em vários momentos, a os manifestantes gritaram "Fora, Alckmin". O governo Geraldo Alckmin (PSDB) não concede reajuste para professores desde 2014.

Os professores municipais e estaduais seguiram em passeata pela av. Brigadeiro Luís Antônio, em direção à praça da Sé, onde se encontraram com a Marcha das Mulheres, que já estava no local. Juntos, os grupos devem seguir agora até a praça da República, também no centro.

PARALISAÇÃO

Os professores da rede municipal já decidiram entrar em greve a partir do do 15 de março, acompanhando a convocação da greve nacional da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). A greve é por tempo indeterminado, mas os rumos do movimento serão definidos em assembleia no dia 21.

A Apeoesp também aprovou greve para o dia 15. Neste dia vão discutir se haverá uma paralisação mais longa.

Sem reajuste, o sindicato tentou puxar uma greve no passado mas não houve adesão. "A manifestação desta quarta é o sinal de que teremos força para pressionar o governo pelos nossos direitos", diz a presidente da entidade, Maria Izabel Noronha.

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EDUCAÇÃO

USP fica entre as 50 melhores do mundo em oito cursos

A USP (Universidade de São Paulo) foi apontada como uma das 50 melhores instituições de ensino do mundo em oito cursos.

O estudo, da consultoria britânica de ensino superior QS (Quacquarelli Symonds) leva em conta 46 cursos e abrange 1.127 universidades em 74 países.

Figuram na lista os cursos da USP de odontologia, engenharia (minerais e mineração), cursos ligados a esportes, arquitetura (ambiente construído), agricultura e ciências florestais, veterinária, antropologia, arte e design, e direito.

Outras quatro universidades brasileiras, todas públicas, aparecem no top 50. São elas a Unesp (com odontologia e veterinária), a Unicamp (odontologia e agricultura e ciências florestais), a UFMG (cursos ligados a esportes) e a UFRJ (antropologia).

Entre os critérios avaliados para elaborar a classificação estão o número de citações em artigos acadêmicos, o número de publicações científicas e respostas a pesquisas com empregadores e comunidade acadêmica por todo o mundo.

O topo da lista é da Universidade de Harvard (EUA), com 15 cursos em primeiro lugar, seguida pelo MIT, também dos EUA, com 12 cursos na liderança mundial.

Desde que a avaliação teve início, em 2004, o Brasil apareceu 246 vezes nas 46 tabelas de cursos, com 27 universidades, o que torna o país o mais frequente entre os latino-americanos.

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as quintas.


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