80 anos do Campus Goiânia

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Publicado: Sexta, 08 de Julho de 2022, 15h10 | Última atualização em Segunda, 03 de Julho de 2023, 15h02
 
80 anos do Câmpus Goiânia: História, Memória, Cultura e Educação Profissional e Tecnológica

 

O Projeto "Projeto 80 anos do Câmpus Goiânia: História, Memória, Cultura e Educação Profissional e Tecnológica" é uma ação proposta pela Diretoria-Geral do Câmpus Goiânia, com vistas à comemoração dos 80 anos da transferência da Escola de Aprendizes Artífices de Goiás para a recém-fundada cidade de Goiânia, ocorrida no ano de 1942. Essa comemoração se dará ao longo de um ano. Teve início em 3 de julho de 2022 e se estende até 5 de julho de 2023.

Além de uma comemoração tradicional festiva no sentido de uma rememoração, o projeto também visa constituir uma comemoração crítica, capaz de refletir sobre a Instituição e seu papel na sociedade, reforçando e aprofundando a importância e a centralidade do IFG e do Câmpus para a cidade e para a região metropolitana de Goiânia. Destaca-se que as comemorações não se restringem ao Câmpus, mas buscam refletir o IFG como um todo, ressaltando a indissociável conexão com a Reitoria e os demais câmpus do IFG.

O contato com a Comissão organizadora das comemorações de 80 anos do Câmpus Goiânia pode ser feito pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Foto da fachada do Câmpus, onde fica o pórtico, em 1942
Exposição de Goiânia sediada no IFG, durante o Batismo Cultural da capital em 1942 | Foto: Goiânia art déco: acervo arquitetônico e urbanístico – dossiê de tombamento

 

 

O Instituto conta com longa trajetória na educação goiana. Passou por várias reconfigurações e cada uma delas correspondeu a diferentes concepções de instituição, de modelos educacionais e projetos de ensino. Criado na Cidade de Goiás em 1909, como Escola de Aprendizes Artífices, transferiu-se em 1942 para Goiânia, como Escola Técnica de Goiânia,  no contexto da criação da nova capital do Estado. Em 1965, foi renomeado de Escola Técnica Federal de Goiás e, em 1999, passou a ser reconhecido com Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (Cefet-GO).

Desde 2008, com a Lei nº 11.892/2008, com a instituição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, passou a ser  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Nesta atual configuração, caracteriza-se por ofertar  educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades e por conduzir suas práticas pedagógicas de forma indissociada às atividades de pesquisa e extensão.

O espaço físico do Câmpus Goiânia é, portanto, o mais antigo em funcionamento da Instituição e foi palco histórico do Batismo Cultural de Goiânia em 1942. Sua estrutura arquitetônica foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como um edifício público que compõe o acervo arquitetônico e urbanístico Art Déco da cidade de Goiânia.

O Câmpus Goiânia se encontra em uma posição estratégica na região metropolitana de Goiânia e oferta  cursos técnicos integrados ao ensino, inclusive na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) e cursos técnicos subsequentes. No ensino superior, oferece cursos de bacharelado e licenciatura e também cursos de pós-graduação lato e stricto sensu. Também são ofertados cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC).

Ao todo são 36 cursos regulares, com mais de cinco mil estudantes matriculados. Além das ações de ensino, atua com a pesquisa de modo a transformá-las em ações, produtos e serviços, como meio de difusão de conhecimentos e de solução dos problemas da sociedade, por meio de convênios com os setores públicos e arranjos produtivos, sociais e culturais locais. Na extensão, atua com vários projetos de integração e de formação da classe trabalhadora, das mulheres em situação de vulnerabilidade e do acolhimento e formação daqueles em condição de refugiados.

 

 

 


 


 80 anos IFG Câmpus Goiânia: possibilidades para a pesquisa e a escrita da História

Por isso é assustadora a posição do agente quando assume a atitude de distanciamento relativo, sendo sua isenção garantida pela melhor interpretação possível. Não a atitude em si mesma. Como deixar de aceitá-la? Idem quanto ao lembrar e refletir conjuntamente. Situar o problema, revê-lo na perspectiva do tempo, criticá-lo ou recuperá-lo fazem parte da retomada da função do agente. (Carlos Alberto Vesentini)


Um rápido olhar para o Câmpus Goiânia do IFG permite, em termos de instalação, identificar um espaço amplo com salas de aula, pátio, ginásios e laboratórios, o desenho de sua arquitetura mescla elementos “novos” e “antigos”. Em relação aos níveis de ensino - médio técnico integrado regular e EJA, licenciaturas, bacharelados, pós-graduação lato sensu e stricto sensu - e talvez o mais importante, o seu público, salta aos olhos a heterogeneidade de faixas etárias, de gênero e de identidades. Apesar deste olhar do tempo presente ser permeado pelo “imediato”, não é possível desconsiderar que se está diante de uma instituição centenária.

Se fosse possível traçar uma “linha do tempo”, em termos cronológicos seria necessário preenchê-la entre os anos de 1909 e 2023. No que se refere a uma identificação inicial, teríamos desde Escola de Aprendizes Artífices (1909) até Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – IFG (2008). Assim, entre uma data e outra ou entre uma nomenclatura e outra, se constituem uma pluralidade de sujeitos, de projetos pedagógicos e políticos e, fundamentalmente, perspectivas de intervenção, as quais só podem ser lidas/interpretadas mediante o colorido do tempo em que foram gestadas.

Se as datas comemorativas trazem desafios para os exercícios de rememoração, fica o desafio para aqueles/as que se propõem a usá-las como ponto de partida para uma reflexão mais ampla. E não é tarefa fácil demarcar os recortes políticos e sociais, especialmente para uma instituição de educação que configura perspectivas formativas aglutinadoras de instâncias caríssimas para toda e qualquer leitura do social, a saber, formação de sujeitos e mundo do trabalho.
Assim, não é aleatoriamente que, mediante os termos adquiridos ao longo do tempo os esforços para definir o que seriam os conceitos que abarcariam os seus modos de “ver e ser vista”, trazem categorias caras, tais como “Politecnia”, “formação integrada”, omnilateralidade, dentre outros. Para aquele/a que procura conhecer a instituição fica o desafio de sua escrita.

Em 2023 o Instituto Federal de Goiás completará oitenta e um anos de funcionamento na cidade de Goiânia. Embora tenha sido criada na cidade de Goiás em 1909, a antiga Escola de Aprendizes Artífices, mudou-se para Goiânia após a construção da nova capital. Renomeada como Escola Técnica de Goiânia, a instituição foi parte importante da constituição da cidade e do estado desde então. Passando por diversas nomenclaturas que denotavam diferentes perspectivas da educação técnica, o hoje Instituto Federal de Goiás se multiplicou em diversos campis e regiões do estado. Apesar dessa abrangência, entendemos que a efeméride dos oitenta anos serve como um momento de reflexão sobre a importância da instituição para a cidade de Goiânia e sua região metropolitana. Criadas por decreto do presidente Nilo Peçanha em 1909, as escolas técnicas organizavam o ensino técnico de artífices que se difundiu durante o século XIX mais ou menos influenciado pelas propostas europeias de ensino politécnico.

A partir do decreto de 1909, cristalizou-se a ideia de educação dualista: estudo propedêutico para as camadas médias e abastadas, formação técnica para as camadas populares. Ainda na antiga capital do estado, a escola teve um papel central na formação dos jovens, considerando-se as dificuldades da cobertura educacional das regiões distantes do litoral. Na recém criada Goiânia, a agora Escola Técnica de Goiânia passou a ter ainda maior protagonismo na organização social da sua comunidade. Na nova configuração, a escola fez parte do esqueleto funcional da cidade, compondo o circuito art déco que formou os primeiros zoneamentos e que determinou, ao menos inicialmente, as expectativas que o poder político e econômico tinha sobre a nova capital. Nesse momento, pervertendo seu intuito inicial, a escola reuniu as novas elites e camadas médias de Goiânia, distanciando-se por algum tempo das classes populares que caracterizaram o público da instituição. Ao longo das décadas, o  Escola Técnica de Goiânia - a partir de 1965, Escola Técnica Federal de Goiás - constituiu parte importante da cidade, formando gerações de goianienses e estimulando o crescimento industrial da região. Em 1999 passou a chamar-se Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (Cefet-GO). Essa mudança incorporou uma nova perspectiva: separação entre o ensino técnico e propedêutico, estudos concomitantes e criação de bacharelados da área tecnológica. Em 2008, o governo federal transformou os Cefets e as escolas técnicas em Institutos Federais, restabeleceu-se o ensino integrado, criaram-se os cursos de formação de professores e reforçou-se a importância da Educação de Jovens e Adultos e a relação entre ensino, pesquisa e extensão.

Hoje, quinze anos após a criação dos Institutos Federais, a antiga Escola de Aprendizes Artífices atende quatorze campis espalhados pelo estado de Goiás. Considerando-se esse histórico, entendemos que pesquisar e escrever a história dessa instituição colabora com a construção da história do ensino, da ciência, do desenvolvimento técnico e industrial de Goiás, além de aprofundar as reflexões sobre o ensino técnico integrado.

Em interface com a necessidade de pensar o “lugar” da instituição em nosso tempo presente, a retrospectiva em tela traz importantes marcadores, permitindo o surgimento de possibilidades de reflexão no que tange aos temas, objetos, sujeitos e práticas. Assim, alguns questionamentos surgem: qual o formato de uma escrita da história da instituição? Quais tipologias de fontes serão empregadas neste exercício? De que forma dinamizar a relação entre o passado e o presente, elemento inerente aos exercícios de rememoração?

Todas estas questões remetem ao ofício do/a historiador/a e serão o norte para o desenvolvimento do projeto de ensino “80 anos IFG Câmpus Goiânia: possibilidades de pesquisa e escrita da História”.

O projeto de ensino coordenado pelos professores Maria Abadia Cardoso e Paulo Miguel Fonseca reúne discentes do curso de Licenciatura em História e enquadra-se no Programa de Recuperação de Aprendizagens desenvolvido pela Instituição. Dividido em três módulos, os estudantes discutiram temas ligados à teoria e metodologia da História aplicados ao objeto da história do IFG nas suas diversas configurações desde 1909. Como atividades práticas, produzirão materiais de pesquisa a serem disponibilizados à Instituição para futuras pesquisas que abordem não só a história da escola, mas também os temas da educação em geral; o ensino técnico; a politecnia; e o ensino nas múltiplas áreas de atuação que a instituição se faz ou fez presente. Como produtos finais, essas atividades práticas se dividirão em três partes: 1) materiais de referência sobre as produções acadêmicas acerca da escola, 2) levantamento biográfico de personagens ligados à escola; 3) levantamento em acervos de periódicos de fontes históricas sobre a instituição.

Além dos professores citados, o projeto é desenvolvido pelos estudantes Bernardo Becerra, Daniela Silva, Elizângela Teodoro, Ester Gomes, Gabriela Gonçalves, Gabrielle Santos, Gabrielly Leão, Gicélia Silva, Jady Araújo, Kaliagna Carvalho, Lara Fábia dos Anjos, Lohayne França, Lowhyenne Santos, Maria Niracy Oliveira, Reuven Rezende, Sara Leão, Thiago Godim, Tiago Silva.

 


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