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CPPIR promove atividades sobre os 10 anos da Lei de Cotas no Brasil

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Publicado: Quarta, 29 de Março de 2023, 16h35 | Última atualização em Sexta, 19 de Maio de 2023, 09h58

 

Sentados à mesa, sra. Angela, prof. Neville e o presidente da CPPIR Local, prof. Fernando
Sentados à mesa, sra. Angela, prof. Neville e o presidente da CPPIR Local, prof. Fernando

 

A Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (CPPIR), do Câmpus Itumbiara, promoveu no dia de ontem, 28 de março, atividades relacionadas aos 10 anos de vigência da Lei de Cotas no Brasil (Lei nº 12.711/2012*). Assim, a Comissão organizou palestras e apresentações teatrais e musicais para a comunidade acadêmica do IFG.

O momento musical ficou por conta do grupo de hip hop Batalha da Pista que é famoso em Itumbiara e região por promover apresentações e competições de rimas e slam, que é “uma modalidade do hip-hop que consiste em um duelo de MCs onde acontecem rimas improvisadas” de temas variados. O grupo Batalha da Pista ainda animou o público declamando poesia e tocou canções que retratam a vida das pessoas negras no Brasil.

Além da parte musical, à noite houve a apresentação teatral do projeto Historiarte - "Um soluçar de dor no canto do Brasil: uma História da nossa Independência”, encenado por alunos dos cursos técnicos integrados sob a supervisão dos docentes Fernando Viana e Maria Nataly Brum. Exibido pela primeira vez em outubro de 2022, essa apresentação teatral traz intervenções artísticas e reflexões históricas sobre a independência do Brasil com falas extraídas de documentos históricos e de personalidades negras brasileiras.

Palestras

Quanto aos convidados externos, estiveram presentes no IFG a senhora Angela de Jesus Araújo que é quilombola e participante ativa de ações relacionadas à cultura e história da população negra. Angela relatou que para ela é sempre muito emocionante falar de sua ancestralidade que muito lutou e derramou suor e sangue ao longo da história dos povos escravizados no Brasil. A palestrante reforçou o fato de que o preconceito não é só de cor da pela, mas é também regional, religioso, cultural e se manifesta de muitas formas. E por isso, ela faz questão de sempre falar sobre o tema para que assim consiga abrir espaço para o reconhecimento e o respeito, uma vez que para boa parte da população negra não foi dado o direito de escolha ou condições dignas de se viver. 

Angela agradeceu imensamente a oportunidade de conversar sobre o tema, pela primeira vez, numa instituição de ensino e fez o seguinte questionamento: “Não é mimimi, o racismo dói, dói na alma. (…) Dilacera o coração como se fosse algo ruim ser negro. (...) Por que o nosso povo não pode ter um dia de memória e resgate da história do nosso povo?”

O segundo palestrante do dia foi o doutor em Sociologia, Neville Julio de Vilasboas e Santos, que é membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do IFG Câmpus Anápolis, membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros/as (ABPN) e ex-coordenador geral da CPPIR do IFG.

O prof. Neville fez um resgate histórico da formação do povo negro brasileiro, acompanhado pela apresentação das leis brasileiras voltadas à essa população. na opinião do sociólogo, ações afirmativas como a Lei do Cotas é um  princípio de justiça maior e ocorre sempre que algum grupo ou alguém está em situação de desprivilegiada. “Cota não é esmola”, afirmou o palestrante. O professor apontou ainda alguns dos muitos argumentos infundados contra a Lei de Cotas, entre eles o de que as cotas abaixam o nível acadêmico das universidades ou o de que as cotas discriminam a população branca e pobre. 

Entre os argumentos favoráveis, ele apontou que a Lei de Cotas efetivam o princípio da igualdade previsto na Constituição; contornam as distorções e elitismo gerado pela noção de mérito como critério para ingresso no nível superior; as cotas tornas as instituições de ensino superior mais democráticas e diversas, entre outros. 



Saiba mais

*“A Lei nº 12.711/2012, sancionada em agosto deste ano, garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência.”

 

Conheça a CPPIR

A Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (CPPIR) é instância permanente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, e tem por finalidade formular, coordenar, articular e acompanhar a efetivação das políticas e diretrizes institucionais para a promoção da igualdade étnico-racial e defesa dos direitos humanos.

 

Visite a página da CPPIR: https://www.ifg.edu.br/comissoes/cppir 

Parte dos integrantes do grupo Batalha das Pistas
Parte dos integrantes do grupo Batalha das Pistas

 




Setor de Comunicação Social e Eventos - Câmpus Itumbiara.