III Africanidades traz debates, (in)formação e cultura no mês da Consciência Negra
Programação realizada ao longo dessa quarta-feira, 13, é uma forma de se levantar iniciativas que tratem sobre a temática racial
Evento organizado pela Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (CPPIR), a terceira edição do Africanidades do Instituto Federal de Goiás (IFG) Câmpus Águas Lindas trouxe uma ampla programação ao longo dessa quarta-feira, 13, como uma forma de se refletir acerca da cultura africana, promoção de direitos e combate ao preconceito. A atividade é uma homenagem ao mês da Consciência Negra e contou com palestras, formação de servidores, roda de conversa, mostra cultural e música.
A gerente substituta de pesquisa e extensão e atual representante da CPPIR no campus, Carla Oliveira, ressalta que a discussão acerca do tema é instituída pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas brasileiras. “O evento é uma forma de se levantar iniciativas que tratem sobre a temática racial de forma que isso não fique sendo uma temática restrita ao mês de novembro”, declara.
A III Africanidades teve abertura no período matutino, com apresentação do Núcleo de Dança Inclassificáveis. A programação prosseguiu com a palestra África nas Escolas – Desconstruindo Preconceitos (Yann Amoussou / discente de Relações Internacionais na Universidade de Brasília - UnB), dando continuidade com roda de conversa sobre Projetos de Pesquisa Raciais. A manhã finalizou com a palestra Saúde e Pan-africanismo: alguns passos necessários para o povo preto reeguer (Jaqueline Durães / doutoranda em Sociologia pela UnB).
O período vespertino contou com a palestra África Pré-Colonial, Colonial e Pós-Colonial (Imelson Ntchala Cá / mestrando em Linguística pela UnB) e a formação para servidores de Educação Livre de Racismo: saberes, práticas e projetos institucionais, com Janira Sodré (docente do IFG/Câmpus Goiânia) e Ana Elizabete Machado (docente do IFG/ Câmpus Valparaíso). Na ocasião, foram apresentadas as políticas de diretrizes institucionais para a promoção da igualdade étnico-racial e defesa dos direitos humanos da CPPIR, que terá eleições neste ano.
Formação para servidores: "Educação Livre de Racismo: saberes, práticas e projetos institucionais"
Em seguida, Keilla Vila Flor, formada em História pela UnB, palestrou sobre A multiplicidade de ser negro no Brasil, onde fez um contraponto à representatividade dos negros presentes nos livros de História, que de acordo com a professora, apresenta o negro de modo escravizado e narra o movimento abolicionista de forma eurocêntrica. “Falar de escravização é fundamental na luta pelos direitos, mas ser negro não é só isso, a prova são figuras como Machado de Assis, André Rebouças, José do Patrocínio, entre outros tantos, que driblaram a sociedade racista e lutaram contra a repressão… A consciência humana está consolidada como forma de excluir o negro, por isso a consciência negra e indígena são fundamentais”, declara. A tarde findou com samba com a cantora Kika Ribeiro, reunindo toda comunidade acadêmica em um momento de cultura e alegria.
Já a noite da III Africanidades contou com uma roda de conversa com o tema Negritude (Leandro Nery / Movimento Negro). O evento finalizou com muito sabor e arte na mostra sobre cultura e culinária africana, realizada pelos estudantes do curso superior de licenciatura em Ciências Biológicas, como resultado de uma ação da disciplina de Educação das Relações Étnico-Raciais, Cultura Afro-Brasileira e Indígena, ministrada pelo professor Tiago Araújo.
Confira mais fotos da III Africanidades.
Comunicação Social / Câmpus Águas Lindas
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