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ARTE-EDUCAÇÃO

Licenciatura em Dança do IFG Aparecida integra programação de Congresso Nacional de Arte/Educadores

Publicado: Terça, 20 de Novembro de 2018, 20h29 | Última atualização em Terça, 20 de Novembro de 2018, 23h10

Os debates do evento passaram principalmente pelo contexto político da educação de artes no Brasil.

imagem sem descrição.

Entre os dias 06 e 09 de novembro, na Capital Federal, centenas de arte/educadores de todo o Brasil estiveram reunidos para o 28º Congresso Nacional da Federação de Arte/Educadores do Brasil – Confaeb 2018. Entre os participantes, três professores e seis alunos do Câmpus Aparecida de Goiânia do Instituto Federal de Goiás, que levaram os relatos e estudos desenvolvidos a partir do curso de Licenciatura em Dança, que há pouco recebeu nota máxima na avaliação feita pelo Ministério da Educação. A pauta do evento, que celebrou os 30 anos da Federação, levantou, como tema central, as ações políticas de/para enfrentamentos, resistências e recriações no contexto do ensino e da vivência das artes em nosso país.

 

Como representante docente, a professora Dra. Luciana Ribeiro participou, no dia 08, no Teatro Plínio Marcos/Funarte, da mesa redonda chamada “Formação docente: quem somos? Onde estamos? Para onde queremos ir?”, dividindo a exposição com professores doutores da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), sob a mediação da professora Vitória Amaral da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), durante sua exposição, Luciana falou sobre o curso de dança do IFG Aparecida de Goiânia, sua relação e importância com os saberes locais da cidade de Aparecida de Goiânia e do estado de Goiás. Em sua fala completa (disponível abaixo), a professora, que foi uma das responsáveis pela implantação do curso no câmpus do IFG da Região Metropolitana de Goiânia, exprime a importância desse debate no contexto da implantação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Os professores Alexandre Guimarães e Roberto Rodrigues, este último atual coordenador da Licenciatura em Dança do IFG, acompanharam e fizeram coro nos debates ocorridos com seus pares, educadores em artes.

 

Entre os representantes discentes do IFG Aparecida de Goiânia, dois tiveram artigos aprovados para apresentação durante os Grupos de Trabalho. A aluna Aparecida Otaviano da Silva, do 6º período da dança, apresentou sua pesquisa chamada “Balé em crise: derivações para pensar um balé na contemporaneidade”. Já o aluno João Carlos Freitas da Silva, do 2º período da dança, participou de uma pesquisa conjunta e multidisciplinar. Seu artigo, chamado “Semeando cinema no sertão”, foi apresentado em conjunto com outro pesquisador, Rhaul de Oliveira, no GT de número 4. Além dos alunos-pesquisadores, outros quatro estudantes do câmpus participaram do evento na condição de monitores. Daniel Severo, Lígia Gonçalves, Rafael Rosário e Rafaela Alves foram elogiados pelos organizadores do evento, pelo empenho, dedicação e interesse pelos temas do Congresso.

 

 

CARDUME

 

Com o slogan “Em águas de peixes grandes é necessário ser cardume” a Federação de Arte/Educadores do Brasil deixou claro o caráter inclusivo e democrático do evento e a urgente demanda por uma rede forte de defesa de conteúdos que estão sendo retirados do currículo escolar, sem o devido debate, incorrendo em risco de uma incorrigível defasagem na formação cultural, humana e cidadã de nossos estudantes, afetando gerações. Segundo a presidente da FAEB, Leda Guimarães, a área tem enfrentado imenso retrocesso com a formulação de políticas excludentes, que simplesmente desconsideram as conquistas dos últimos 30 anos.

 

A proposta, então, foi reunir professores de Artes Visuais, Teatro, Música e Dança da educação básica e ensino superior, assim como pedagogos da educação infantil, estudantes, professores e pesquisadores, artistas e gestores culturais que atuam nos diferentes espaços e linguagens artísticas, para que todos pudessem debater os impasses e a potência do ensino de artes no Brasil. Temas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), a Escola Sem Partido e os projetos de formação inicial e continuada de professores, foram intensamente discutidos nos quatro dias de Congresso.

 

Realizado em conjunto com o VI Congresso Internacional da Federação de Arte Educadores (Coniae), o Confaeb 2018 promoveu a interação de arte-educadores da educação básica ao ensino superior, grupos profissionais, professores das redes de educação profissional, educadores de museus e outros espaços. O evento contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação (MEC) e com a parceria da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes.

 

Mais informações:

Site oficial: https://www.faeb.com.br

Redes:

https://twitter.com/DiretoriaFaeb

https://www.facebook.com/federacaoarteeducadoresdobrasil/

 

 

ENTREVISTA LUCIANA RIBEIRO:

1. Sua participação em mesa-redonda, durante o Confaeb 2018, com mais quatro arte-educadores de outras regiões do país, ocorreu de que maneira?

Eu participei da mesa que tratava sobre questões ligadas à formação e a experiência docente no campo da Arte-Educação e minha fala partiu do espaço e do meio do qual eu faço parte hoje, que é a Licenciatura em Dança do IFG, mas também da minha experiência como produtora de cultura. Minha intervenção nesta mesa foi, sobretudo, na perspectiva multicultural desta formação que ofertamos. Essa mesa redonda trazia experiências de formação docente com novas abordagens, amplitude e relação social. Eu falei sobre nossa licenciatura, nossa matriz curricular, que compreende a dança reconhecendo os saberes locais e em constante troca com os fazedores de dança do município de Aparecida de Goiânia e região metropolitana, e seus modos de existência. Falei sobre nosso esforço em demonstrar, para toda a comunidade interna e externa do ambiente acadêmico, o sentido real e a demanda pela formação de professores de dança, que passam tanto pela questão de envolver e seduzir as pessoas para essa profissionalização, quanto pela apresentação de um leque de potências próprias da existência e do desenvolvimento da dança e das artes na cidade de Aparecida de Goiânia e no Estado de Goiás.

 

2. Os debates mais acalorados ocorreram em torno de quais temas, durante o evento?

Todas as mesas foram muito interessantes, pertinentes e com pautas muito necessárias para o contexto em que estamos vivendo. Este é um momento extremamente sério e difícil para o mundo das artes, particularmente na educação. A forma pulverizada e frágil como a arte é pautada na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) do Ensino Fundamental e ainda mais agravada no Ensino Médio, alicerçada por uma reforma do Ensino Médio extremamente problemática enquanto garantia de uma formação de qualidade, plural e igualitária, e que praticamente anula a presença da arte na formação humana, além de todas as perspectivas de precarização ainda maior para o ensino público, nos conduziu para debates pautados no exercício da resistência e do enfrentamento. Todas as mesas se direcionaram para o reconhecimento e afirmação da nossa trajetória, identificando forças e formas de (re)existir.

 

3. Qual é a importância deste tipo de evento, de encontro de professores de arte de todo o Brasil?

Esta forma de encontro, de Congresso, faz com que estas pessoas, estes profissionais da arte e da arte-educação, que estão atuando em seus meios, em suas praças, de forma individual ou em pequenos coletivos, consigam se enxergar, se conectar enquanto categoria de trabalhadores. Esta é uma dinâmica indispensável para que identifiquemos o que nós próprios estamos fazendo por todo o Brasil, fortalecendo, com isto, essa frente de trabalho, de pesquisa, de embate político estrutural.

 

4. Os alunos do IFG Aparecida de Goiânia que estiveram no Congresso se destacaram em que tipo de atuação durante o evento?

Nossos alunos, além de apresentarem suas pesquisas em arte, também participaram como monitores na produção do evento. Como resultado, mais uma vez foram muito elogiados pela organização e pelos participantes de um Congresso. O envolvimento, o comprometimento, a responsabilidade, o afeto e bom humor foram qualidades exaltadas em nossa equipe. Nossos jovens não negam trabalho e estão sempre muito interessados e curiosos com tudo. No Congresso Nacional de Pesquisadores em Dança que ocorreu na UFG, em 2016, tivemos o mesmo retorno. Motivo de muito orgulho e admiração para toda a comunidade do IFG Aparecida!

 

 

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia

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