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PESQUISA

Projeto do IFG vai implantar ferramenta em hospitais do SUS, buscando eficiência no uso dos leitos

Publicado: Quarta, 13 de Maio de 2020, 20h41 | Última atualização em Quinta, 18 de Junho de 2020, 12h10

Dez hospitais em São Paulo e dez em Goiás participam do projeto-piloto, que poderá ser estendido a todos integrantes do SUS

Professor Geraldo em reunião com equipe do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo
Professor Geraldo em reunião com equipe do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo

Redução dos custos hospitalares, diminuição do índice de mortalidade e eficiência no uso do leito hospitalar. Estes são alguns dos objetivos da equipe do Instituto Federal de Goiás (IFG) que integra o projeto: “Estudo multicêntrico de avaliação epidemiológica das infecções bacterianas relacionadas à assistência em saúde, em usuários da saúde diagnosticados ou não com Covid-19, pelo monitoramento digital no âmbito das comissões de controle de infecções hospitalares”.

A pesquisa é coordenada pelo professor do Câmpus Valparaíso, Geraldo Andrade, da área de Engenharia. Além do Câmpus Valparaíso, profissionais dos câmpus Águas Lindas e Goiânia Oeste, do IFG, da Universidade Federal de Goiás (UFG), do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) integram o grupo. A equipe do projeto é multidisciplinar, contando com profissionais da área de saúde, engenharia e tecnologia da informação.

Sobre a ferramenta a ser disponibilizada nos hospitais participantes da pesquisa, Geraldo destaca: “É um apoio à decisão médica, mitigando as margens de erro”, pela possibilidade de cruzamento de dados em tempo real entre exames de laboratório, prontuário, medicação a ser aplicada e protocolos de atuação médica.

O foco do trabalho está no melhor uso de antibióticos, evitando o surgimento de superbactéria. Por isso, a equipe vai trabalhar junto as Comissões de Controle de Infecção em Ambiente Hospitalar (CCIH). É nelas que se aprova e monitora o uso de antibióticos nos pacientes. O projeto visa implantar uma ferramenta de cruzamento de dados nas CCIHs.

A ferramenta é um software que será integrado com informações do laboratório e com os aplicativos já existentes de gestão hospitalar, fazendo com que as equipes das CCIHs possam receber informações dos resultados dos pacientes em tempo real, possibilitando o uso correto de antibióticos, de acordo com a bactéria detectada. O tratamento ganha celeridade e mais eficiência.

Além disso, a ferramenta analisa se a medicação prescrita pelo médico está de acordo com os protocolos para a situação enfrentada. Com isto, pode emitir alertas para as Comissões e para os médicos sobre as decisões tomadas na prática e as recomendadas. O professor Geraldo ressalta ainda que o equipamento “aponta que há uma oportunidade de decisão melhor”, o que acentua a eficiência do atendimento e da gestão hospitalar como um todo.

Tecnologia

O software a ser utilizado pelas CCIHs serão implantados, inicialmente, em cerca de 20 hospitais, que serão o piloto do projeto. Até a segunda semana de maio, o aparato já estará disponível nos dez primeiros hospitais. Até 20 de junho, todos os hospitais participantes da pesquisa (cerca de dez em São Paulo e dez em Goiás) estarão com o sistema instalado.
Mas o coordenador do projeto afirma que “a ideia é que esta metodologia possa ser expandida por todo o SUS”.

O software, que será fornecido por uma empresa terceirizada, é uma ferramenta que já é utilizada em uma unidade de referência do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, São Paulo. Os profissionais do IFG vão customizar esta ferramenta a depender da necessidade de cada hospital avaliado e, também, vão treinar as equipes das CCIHs para a utilização.

Ainda dentro das metas do projeto, os pesquisadores vão analisar os dados e verificar a eficiência da ferramenta implantada. A empresa detentora da tecnologia vai implementá-la localmente (nos hospitais), e a equipe do projeto vai acompanhar os dados gerados, para verificar se está havendo correções em tempo real (medicação x protocolo) e os resultados de eficiência devido o uso da ferramenta.

Covid-19

O coordenador do projeto explica ainda que como o uso da ferramenta torna o uso dos antibióticos mais eficientes, diminui o tempo de uso de leito hospitalar por paciente. E como o Coronavírus (COVID-19) em sua evolução pode causar infecção por bactéria, o sistema implantado ajudaria na melhor tomada de decisões quanto ao uso de antibióticos e, também, possibilitaria maior eficiência no uso dos leitos hospitalares com a diminuição do tempo de internação do paciente.

Na última semana, a equipe do IFG realizou uma visita ao Hospital Santa Marcelina. Os pesquisadores se reuniram com a gestão do hospital para entender métodos utilizados no local que hoje é referência em eficiência e em baixos índices de mortalidade no Brasil. Eles vão customizar o software (que já é utilizado neste hospital de referência) para as unidades hospitalares participativas da ação e estas terão acesso a este produto de maneira permanente. 

O projeto é financiado pelo Ministério da Saúde e conta com a Fundação de Apoio a Pesquisa (Funape) na gestão dos recursos.

 

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Valparaíso.

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