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IX Secitec

Relação entre maternidade e trabalho é tema da abertura

Publicado: Terça, 23 de Outubro de 2018, 20h18 | Última atualização em Segunda, 19 de Novembro de 2018, 16h40

“Ainda se tem a concepção de que a maternidade é um mau negócio”, afirmou a pedagoga Marilene Antonia

Mesa-redonda com mulheres do Câmpus Formosa
Sete servidoras relatam histórias de vida em mesa-redonda

O tema da IX Semana de Educação, Ciência e Tecnologia (Secitec) deste ano – Ciência para redução das desigualdades – foi contemplado na noite de ontem, na abertura da Secitec do Câmpus Formosa, no Teatro Guaiá. Relatos de experiência de sete servidoras trataram de preconceito, dificuldades e empoderamento feminino, na mesa-redonda Maternidade e Ciência: desafios e perspectivas.

O coordenador-geral do evento, professor Thiago Gonçalves Dias, juntamente com o coordenador acadêmico, Oberdan Quintino de Ataídes; a coordenadora do Conhecendo o IFG 2018, Karen Cristina do Nascimento; e o membro da comissão organizadora do evento, professor Agno Alves Vieira abriram a noite, relatando brevemente as atividades da Semana.

Na sequência, um momento cultural mostrou à plateia que no IFG também se ouve boa música. O grupo de clarineta da professora Rosa Barros surgiu da plateia e percorreu o teatro, entoando sons produzidos por flautas e clarinetas. O grupo era formado por membros de todas as idades, oriundos do Curso de Clarineta – um projeto de Extensão do Câmpus que ensina o instrumento a pessoas da comunidade. Os instrumentistas mirins, crianças de 3 a 5 anos, assopravam seus instrumentos mágicos e transformavam sons em música, divertindo o público. O grupo tocou músicas do repertório popular e do clássico.

                                            Grupo de Clarinetas
                                                 Grupo de Clarinetas é formado por alunos do curso de Extensão

 

Logo após, tomou seu lugar no palco o trio de sopros Nós nas Madeiras, que contou com a participação da soprano Ilma Bittencourt. Criado em 1988, na Escola de Música de Brasília, o grupo dedica-se atualmente à interpretação da música erudita de câmara, mas a música popular brasileira – de Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth – também é incluída na apresentação.

Na noite de ontem, o repertório do trio e da soprano contou com peças musicais de Francisco Mignone, Quando uma flor desabrocha; e de Waldemar Henrique, Valsinha do Marajó. Do compositor manaura radicado em Brasília e fundador da orquestra do Teatro Nacional, Claudio Santoro, e de Vinícius de Morais foram executadas três canções:  Em algum lugar, Acalanto da Rosa e Luar do Meu Bem. O concerto foi encerrado com uma obra do consagrado compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, com a peça Melodia Sentimental.

                                           Trio de sopro
                                         Trio de sopro Nós na Madeira se apresenta com soprano Ilma Bittencourt

 

Mesa-redonda

Sete mulheres com histórias diferentes, mas com algo em comum, apresentaram no palco suas experiências de ser mãe e, ao mesmo tempo, profissional da ciência. As professoras Haissa Melo de Lima Gunther, Karen do Nascimento, Milene Galvão Bueno, Thaís Amaral e Sousa, Regiane de Jesus Costa, Daniele Gonçalves Dias e a pedagoga Marilene Antônia dos Santos Muniz ilustraram as dificuldades por que passam as mulheres que querem ser mães e também profissionais.

Os relatos apresentados mostraram que as mulheres são discriminadas no mercado de trabalho, vivendo experiências amargas de preconceito, que vão da falta de aceitação à ausência de políticas públicas que resguardem o direito da mulher de exercer a maternidade. “A maternidade me levou à docência, eu agradeço, mas infelizmente a maternidade ainda é vista por alguns como uma forma de dificuldade para aquele profissional não só se capacitar, mas se doar ao trabalho por completo”, declarou Karen.

“Comecei a sentir duas necessidades, de continuar estudando e de investir na minha família”, declarou Marilene.

Elas também relataram que as mulheres enfrentam diariamente o dilema de viver a maternidade plena ou se dedicar à sua formação acadêmica. Segundo o relato apresentado pela pedagoga mãe de dois meninos, Marilene Antonia, ao voltar ao trabalho, encontrou dificuldades. “Me chamou a atenção a forma como eu fui apresentada em algumas reuniões: ‘Essa aqui é a Marilene, a servidora que tirou duas licenças’”, contou. “Embora eu tivesse a consciência tranquila de que a licença-maternidade é um direito da mãe e de que a licença para qualificação foi dada legalmente, comecei a me sentir culpada, por ter tido os filhos, por ter tirado a licença, por ter solicitado a licença qualificação”, complementou Marilene.

Após a mesa-redonda, o final da noite foi com a apresentação de Webert Rodrigo e banda, no palco no saguão de entrada do Câmpus. A Secitec segue até sexta-feira, 26.

 

Setor de Comunicação Social/Câmpus Formosa

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