Protótipo de luva de tradução automática de Língua de Sinais é apresentado entre pares do projeto Virtual Sign
A primeira versão da luva mostrou que a ferramenta pode estar pronta para implementação muito brevemente
Nesta segunda-feira, 01 de outubro, a comunidade do IFG Aparecida de Goiânia recepcionou uma equipe especial de pesquisadores. Uma turma que vem desenvolvendo, há pelo menos dois anos, uma ferramenta inovadora, que promete mudar as relações comunicacionais entre surdos e ouvintes, principalmente dentro da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Trata-se da Luva Transceptora, confeccionada por um grupo de professores e alunos do IFG, em parceria com profissionais do Instituto Politécnico de Porto (IPP - Portugal). A apresentação do protótipo do produto ficou à cargo do professor Wesley Pacheco, do Centro de Inovação Tecnológica do Instituto (CITE), que é um dos coordenadores do projeto.
A Luva Transceptora é uma ferramenta de tradução automática de língua de sinais, cujo protótipo foi desenvolvido pelo IFG, com referência no projeto Virtual Sign, que já vinha sendo realizado em Portugal. Em outubro de 2017, a presidente do IPP, Maria do Rosário Gambôa Lopes Carvalho, recebeu na cidade do Porto o Reitor do IFG, professor Jerônimo Rodrigues, para que fosse assinado um acordo de cooperação Técnica entre as duas instituições. Pelo acordo, o IFG, por meio dos pesquisadores e bolsistas, desenvolveria o protótipo da luva, que acaba de ganhar sua primeira versão, que pôde ser experimentada pelos participantes da reunião.
Segundo o professor Wesley Pacheco, a Luva Transceptora contém sensores que possibilitam a identificação do posicionamento dos dedos das mãos e dos movimentos musculares, de forma a reconhecer as configurações de mãos de sinais utilizados na Língua de Sinais. O uso da ferramenta possibilita autonomia na comunicação entre surdos e ouvintes, quando não é possível contar com a presença de um intérprete. No caso do surdo, ele pode calçar a luva, que estaria conectada a um software via USB, que poderá fazer a tradução, aredação e/ou a oralização do que a pessoa precisa dizer. Questionado sobre a produção desse equipamento em larga escala, o professor explica que há sim essa intenção, e que a propriedade intelectual desse conteúdo será transferida para a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, que tem o plano de distribuir essa criação em pelo menos 50 escolas da Rede Federal de Ensino.
O IFG Aparecida de Goiânia é parte essencial do projeto, já que é por meio de professores do câmpus, que está sendo construído o vocabulário em LIBRAS desse software. A coordenação desse trabalho linguístico é da professora Waléria Vaz, com a coorientação dos professores do curso de Pedagogia Bilíngue Libras/Português, Diego Leonardo Pereira Vaz, professor surdo, e Thiago Cardoso Aguiar. Além deles, o projeto também conta com a parceria da professora Yane Ondina de Almeida, coordenadora do curso de Modelagem do Vestuário, que orienta uma de suas alunas na confecção das luvas. Vários pesquisadores fazem parte deste projeto. Entre aqueles que estão atuando nesta fase, também citamos a equipe do Câmpus Senador Canedo do IFG, nas pessoas de Márcio Rodrigues da Cunha Reis, Brunna Carolinne Rocha Silva, Felippe dos Santos e Silva e Luiz Eduardo Bento Ribeiro. O colaborador Geovanne Pereira Furriel também integra o grupo. Geovanne é servidor do IFGoiano.
Pesquisadores do EJA à Pós-Graduação
Sobre esta rede de colaboração, a professora Ana Lucia Siqueira de Oliveira, Diretora-Geral do Câmpus Aparecida de Goiânia, comenta: “O mais enriquecedor de um projeto como esse, que é um trabalho de pesquisa que está sendo desenvolvido pelo Instituo Federal de Goiás, é que ele favorecerá toda a Rede Federal. Isso demonstra o quanto a nossa instituição é bacana e tem potencial para a inovação, principalmente uma inovação comprometida com a emancipação cidadã, com o ganho social prático. Nesse caso específico, é importantíssimo lembrarmos que, ao mesmo tempo que temos vários engenheiros envolvidos, trazendo a tecnologia de ponta para o funcionamento do equipamento, nós também temos uma aluna, do curso de Modelagem do Vestuário da Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) que está fazendo o molde e costurando as peças em tecido. Então, pra além da inclusão, que esse equipamento vai trazer pra toda Rede Federal, é muito gratificante ver o envolvimento de alunos e professores desde a pós-graduação até alunos da Educação de Jovens e Adultos. Isso nos enche de orgulho.”
Autonomia e comunicação com qualidade
A professora Waléria Vaz também comentou sobre o que esse projeto representa para os alunos surdos da instituição. Sobre isso ela falou: “Esta ferramenta, que é a Luva Transceptora, representa, principalmente, autonomia e qualidade na comunicação interpessoal entre os alunos e profissionais surdos e os ouvintes de toda a Rede Federal de Educação. Eu faço questão de ressaltar que o intérprete nunca será substituído pelo equipamento, já que existem, por exemplo em uma sala de aula, nuances de diálogos que não poderiam ser captados pelo software. Contudo, em um atendimento administrativo prático, o equipamento facilitaria em muito a compreensão entre os interlocutores. E é algo que se mostra cada dia mais necessário, já que não é possível que cada pessoa surda tenha um intérprete ao seu lodo durante todo o tempo que ele passa na escola.”
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Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia
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