Goiânia, 23 de novembro de 2018
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Aparelho desenvolvido em de escola pública do DF capta água da chuva para atividades rotineiras
Paraná aprova primeiro currículo em consonância com a BNCC
Desafios à melhoria da educação são abordados por ministro em Fórum do TCU
Resolução do FNDE amplia prazo para solicitação de retomada de obras
Em Macau, MEC e Capes discutem parcerias com instituições chinesas de educação superior
UOL EDUCAÇÃO
MEC divulga regras e datas do SiSU 2019
Unicamp abre inscrições para o Vestibular Vagas Olímpicas 2019
CORREIO BRAZILIENSE
Colombiano será o novo ministro da Educação
Olimpíada de Matemática anuncia premiados
MEC divulga edital com normas do Sisu 2019
Escola sem Partido segue para votação na próxima quinta-feira (29)
GLOBO.COM
Negros representam apenas 16% dos professores universitários
N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O
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TRILHAS DA EDUCAÇÃO
Aparelho desenvolvido em de escola pública do DF capta água da chuva para atividades rotineiras
Utilizar de forma sustentável a água da chuva para abastecer uma escola do Distrito Federal, regar a horta e ainda estimular o aprendizado em diversas disciplinas, motivando os estudantes. Essa é a iniciativa que ganha destaque na edição desta sexta, 22, do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.
O projeto foi desenvolvido pelo professor de ciências Werner Bessa Vieira, do Centro Educacional nº 7 de Ceilândia. Inspirado pela ideia de um ex-aluno, ele mobilizou várias turmas em torno da criação de reservatórios para a água da chuva levando em conta períodos de seca e de crises hídricas enfrentadas em Brasília.
Ao mesmo tempo em que o idealizador do projeto desenvolvia os fundamentos do projeto com seus colegas na faculdade, o professor e os alunos colocaram as mãos na massa. “A gente começou a trabalhar rapidamente”, conta. “Fizemos todo o dimensionamento de calhas. Eles ensinaram os alunos como se fazia esse cálculo de área de telhado, de precipitação, e colocamos isso num projeto escrito. Conseguimos um pouco de financiamento para a compra de materiais com a própria direção da escola, que sempre nos ajudou muito.”
Os estudantes gostaram tanto da ideia que passaram a aproveitar o tempo de folga para acelerar o processo de construção das estruturas. “A gente foi desenvolvendo o projeto durante os finais de semana. Conseguimos fazer aqui três reservatórios, cada um com 20 mil litros de capacidade, o que nos coloca à disposição 60 mil litros de água”, destaca Vieira.
Segundo o professor, a captação da água da chuva pode ser utilizada em diversas atividades corriqueiras da escola, com resultados que têm despertado interesse na região. “No período de seca, a gente vai usando na nossa horta e na limpeza das áreas comuns da escola, economizando bastante água. Outras escolas viram e gostaram também. Alguns colegas, professores que têm chácaras ou sítios, já copiaram o projeto.”
Conscientização – Com os reservatórios em funcionamento, professores passaram a trabalhar o tema também em sala de aula, aprofundando questões como economia e preservação de água. Os próprios alunos tiveram a ideia de colocar telas para evitar a procriação de mosquitos e os professores de química puderam desenvolver aulas práticas.
“Nossos professores de química têm buscado cada vez mais as aulas práticas usando como referência nossos reservatórios. Uma delas serviu para mostrar o ph [índice que especifica a acidez] da água, por exemplo, mas são várias as temáticas relacionadas à água que captamos”, conta Vieira.
Com o avanço do trabalho, novas ideias surgiram para incrementar ainda mais o projeto. “Nós temos agora uma ideia de fazer aqui um criatório de tilápias”, adianta o professor. ”E a água virá desse reservatório. Vamos aproveitar as fezes dos peixes, o nitrogênio que está ali para colocar nas plantas da horta. Uma coisa toda integrada. O mais interessante é que ele [o projeto] está aqui, fixo, mas dele há centenas de possibilidades.”
Assessoria de Comunicação Social
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PIONEIRISMO
Paraná aprova primeiro currículo em consonância com a BNCC
O primeiro currículo estadual para educação infantil e ensino fundamental tendo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como referência foi aprovado nesta quinta-feira, 22, pelo Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE/PR). O documento foi elaborado ao longo dos últimos meses em regime de colaboração entre o estado e os municípios paranaenses e contou com apoio técnico do MEC, por meio do Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC).
O presidente do CEE/PR, Oscar Alves, ressaltou a importância da aprovação do referencial curricular para o avanço na educação do estado e lembrou a parceria feita entre as redes de ensino, escolas, órgãos envolvidos e a sociedade. Segundo ele, o conselho recebeu mais de 75 mil contribuições nas audiências públicas, de forma coletiva e democrática, o que foi determinante para a aprovação do documento.
“Esse referencial curricular foi aprovado de forma flexível para as redes de ensino e instituições complementarem as propostas pedagógicas de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação [LDB] e a resolução do CNE [Conselho Nacional de Educação]”, explicou Oscar. “Acreditamos que a implementação vai colaborar para que os direitos e objetivos de aprendizagem das nossas crianças e alunos sejam garantidos, melhorando a qualidade e contribuindo para que o Brasil efetivamente avance. Ficamos muito felizes pelo apoio que tivemos dos órgãos envolvidos, principalmente do MEC, na construção desse referencial curricular”.
Etapas – Para elaboração do documento paranaense foi designada uma equipe técnica destinada especificamente à função. Eles produziram uma primeira versão do currículo, que foi levada a debate público por meio de consultas à sociedade, em fóruns, e pela internet, além de audiências e discussões em escolas com professores e gestores de educação. As sugestões foram analisadas e grande parte delas incorporada ou utilizada para modificações e adequações no texto, que, posteriormente, seguiu para o CEE/PR, onde ganhou aprovação.
“Trabalhamos questões específicas, como a extração de madeira, o tropeirismo e a exploração da erva-mate, entre as primeiras atividades econômicas exploradas no Paraná, bem como o impacto de cada uma delas para o meio ambiente”, relata uma das coordenadoras da elaboração do currículo, Marli Regina Fernandes da Silva, representando a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/PR).
“Apoiamos a equipe para a elaboração do currículo e o texto formulado traz o contexto do estado”, avalia o diretor de Currículos e Educação Integral do MEC, Raph Alves. “As habilidades são contextualizadas, o que é caro para o paranaense, aspectos culturais, geográficos, históricos, artistas locais, questões ligadas à economia. Então tudo o que envolve a identidade daquele território é algo que entra neste documento curricular”.
A elaboração dos currículos nos estados corresponde à primeira etapa da implementação da BNCC da educação infantil e ensino fundamental, homologada em dezembro de 2017. Para o segundo momento, estão objetivadas a formação dos professores e diretores, a revisão dos projetos pedagógicos das escolas e a elaboração de material de apoio.
De acordo com Raph Alves, até o momento, 17 estados entregaram seus currículos para análise dos respectivos conselhos de educação. “Os estados, em conjunto com os municípios, estão debruçados na discussão do que é importante que todos os estudantes aprendam em cada etapa”, explica. “E isso está sendo feito olhando para o contexto local e em diálogo horizontal entre as diferentes redes públicas e instituições privadas.” Até a primeira semana de dezembro, estima ele, a expectativa é de que esse número suba para 22 estados.
Programa – Criado com o objetivo de apoiar estados no processo de elaboração e revisão dos currículos em consonância com a BNCC, o ProBNCC tem oferecido suporte financeiro aos governos estaduais, assegurando, assim, a qualidade desse processo.
O ProBNCC também prevê recursos a serem usados para a formação das equipes técnicas de currículo e gestão das secretarias estaduais e municipais de educação. O programa é executado em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Fórum Nacional dos Conselhos de Educação (FNCE) e a União Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (Uncee).
Assessoria de Comunicação Social
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DEBATE
Desafios à melhoria da educação são abordados por ministro em Fórum do TCU
Os caminhos para aprimorar a educação pública no país foram debatidos pelo ministro da Educação Rossieli Soares durante o Fórum Nacional do Tribunal de Contas da União (TCU), nesta quinta-feira, 22. Ele participou do painel O desafio de Melhoria da Qualidade do Ensino no Brasil, que teve como moderador o diretor da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Luciano Miranda. Rossieli Sores destacou a importância da implementar ações em regime de colaboração entre ministério, estados e municípios, bem como adotar uma discussão transversal das questões educacionais.
A elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a formação de professores e o custo-aluno, foram alguns dos assuntos abordados pelo ministro. “O custo aluno-qualidade não pode ser discutido de forma isolada. Para discutir o custo aluno-qualidade, temos que discutir salário-educação, formas de distribuição mais equitativa dos recursos, o Fundeb e uma série de trabalhos, para ter os parâmetros de qualidade mais bem definidos. Inclusive, para que os órgãos de controle, gestores e toda a sociedade possam acompanhar com mais claridade”, disse.
Fórum – Coordenado pelo ministro do TCU, Augusto Nardes, o encontro segue até a sexta-feira, 23, e tem como objetivo contribuir com os novos governos eleitos. Dos debates, participaram instituições de controle externo e interno das três esferas da federação e dos três poderes. Serão desenvolvidas, ainda, atividades conjuntas de capacitação e promovidas ações integradas de controle, além de proposta de legislação sobre controle externo. Apresentações sobre boas práticas já executadas em municípios brasileiros também integram a programação.
A primeira edição do Fórum ocorreu em 2017 e teve como foco novas metodologias para prestação de contas, controle social, combate à corrupção e governança pública. Ao final do encontro será assinada a Carta de Brasília, documento em que os participantes se comprometerão com os objetivos estabelecidos no fórum.
Assessoria de Comunicação Social
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INVESTIMENTO
Resolução do FNDE amplia prazo para solicitação de retomada de obras
O Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao Ministério da Educação, aprovou resolução que amplia o prazo para as secretarias de educação solicitarem a retomada de obras que estão paralisadas. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 22, pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, durante solenidade de comemoração dos 50 anos do FNDE, no Palácio do Planalto, em Brasília. Também estiveram presentes ao evento o presidente da República, Michel Temer, e o presidente do FNDE, Sílvio Pinheiro.
O prazo, que se encerrava no próximo dia 29, foi prorrogado até o dia 29 de março de 2019. De acordo com o ministro, o MEC e o FNDE buscaram uma solução para negociar com os municípios e reformular as propostas da construção para que com o mesmo recurso previsto as obras pudessem ser concluídas. “Se nós desistíssemos dessas obras e fôssemos cobrar dos municípios, nós não teríamos as obras e esse dinheiro não ia voltar para a educação”, afirmou o ministro.
Rossieli comentou que existem cerca de 850 obras de escolas ou creches não concluídas, e que até o momento ainda falta, aproximadamente, a solicitação de retomada de 450 obras. “Temos milhões e milhões de reais parados e crianças sem ter a oportunidade [de estudar] por culpa de gestões que não foram tão eficientes”, destacou o ministro da Educação.
Além do anúncio de ampliação do prazo para solicitação de retomada de obras paralisadas, também foi lançado durante a cerimônia no Palácio do Planalto o Cartão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e realizada a entrega do primeiro livro em tinta Braille, que será distribuído para todas as escolas. O livro é a primeira edição que já atende às normas da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e tem o mesmo conteúdo dos demais livros didáticos.
Até este ano, muitos alunos cegos ainda recebiam livros diferentes dos demais colegas de turma. “O livro em braille é uma originalidade extraordinária. Distribuir esses livros para o aprendizado também revela uma grande preocupação social, que ao final acolhe aqueles que em princípio não poderiam ler”, afirmou o presidente Michel Temer.
Já o Cartão Pnae é uma solução que vai modernizar e aperfeiçoar a compra e a prestação de contas de todo recurso investido na alimentação escolar do país. As secretarias de Educação da Bahia e de São Paulo serão as primeiras unidades executoras a experimentar a novidade. A previsão é que, ao longo do próximo ano, todos os demais estados sejam contemplados.
O cartão de débito possibilitará mais agilidade na realização dos pagamentos dos gêneros alimentícios, mais controle sobre a destinação dada aos recursos e transparência na sua execução. Além disso, a parceria com o Banco do Brasil garante a isenção de taxas e tarifas nos casos de transferência os recursos financeiros.
50 anos - O presidente do FNDE, Silvio Pinheiro, disse que a instituição tem procurado, nesses 50 anos, promover programas que constroem a cidadania, a inclusão social e que contribuem para uma sociedade mais digna e justa. “A melhor homenagem que podemos prestar ao passado e o maior legado que podemos deixar para o futuro é mudar a realidade que recebemos. Os próximos 50 anos serão ainda mais ricos em conquistas e o Brasil continuará a se beneficiar de tudo que construímos, buscamos e sonhamos. O FNDE sonha o sonho do Brasil por uma sociedade mais justa e com acesso a uma boa educação para todos”, enfatizou Pinheiro.
Assessoria de Comunicação Social
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EDUCAÇÃO SUPERIOR
Em Macau, MEC e Capes discutem parcerias com instituições chinesas de educação superior
Representantes do Ministério da Educação, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e de oito universidades federais brasileiras se reuniram nesta terça-feira, 20, com a vice-presidente do Instituto Politécnico de Macau, Vivian Lei, para discutir projetos de pós-graduação e parcerias em difusão, ensino e pesquisa de língua portuguesa. Realizado em Freguesia da Sé, cidade de Macau onde fica o instituto, o encontro integra uma extensa programação na China que se estende até a próxima sexta, 23.
A missão, que também foi a Pequim, contou com o apoio do consulado brasileiro em Hong Kong e teve o objetivo de promover a aproximação das instituições públicas nacionais com as instituições de educação superior chinesas. O secretário-executivo do MEC, Henrique Sartori, destacou que a busca de parcerias internacionais com instituições de ponta “é importante para dar direcionamento, objetivo e ao mesmo tempo prospectar novas oportunidades de cooperação para a educação superior no Brasil”.
Chefiada pelo vice-presidente da Capes, Geraldo Nunes Sobrinho, a delegação visitou cinco universidades e o Grupo de Assessoramento do Ensino Superior de Macau (Gaes). Segundo a Assessoria Internacional do MEC, o resultado foi positivo e as universidades identificaram possibilidades de parceria de pesquisa acadêmica e mobilidade de alunos e professores, incluindo ensino e pesquisa na língua portuguesa.
Cooperação – Após o encontro, a comitiva, formada por 13 integrantes, almoçou com o coordenador do Gaes, Sou Chio Fai, responsável do governo pela articulação das instituições de ensino locais. A região foi colonizada pelos portugueses até 1999, quando passou a integrar a República Popular da China, e ainda tem o português como uma das línguas oficiais. “Têm sido muito produtivas as reuniões com o intuito de estabelecer eventuais parcerias e ações importantes e estratégicas”, resumiu Henrique Sartori.
O grupo também se reuniu com o reitor da Universidade de Macau, maior instituição do tipo da região autônoma, Yonghua Song, para debater sobre educação superior e eventuais acordos de cooperação, bem como para criar comissões bilaterais dedicadas a outros ambientes de discussão. “A formação de professores que possam lecionar a língua portuguesa na China tem feito crescer o interesse dessas instituições e, ao mesmo tempo, também leva todo o nosso know-how de pesquisas e outras questões para as universidades chinesas e vice-versa”, exemplificou Sartori.
Programa - A Capes tem fomentado o Programa Institucional de Internacionalização (PrInt) para a construção, a implementação e a consolidação de planos estratégicos de internacionalização das instituições contempladas nas áreas do conhecimento por elas priorizadas, além de estimular a formação de redes de pesquisas internacionais para aprimorar a qualidade da produção acadêmica vinculada à pós-graduação.
Também faz parte do programa promover a mobilidade para o exterior, assim como do exterior para o Brasil, de docentes e discentes, com ênfase em doutorandos e pós-doutorandos vinculados a programas de pós-graduação stricto sensu com cooperação internacional.
Assessoria de Comunicação Social
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UOL EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
MEC divulga regras e datas do SiSU 2019
O Ministério da Educação publicou nesta quinta-feira, 22 de novembro, as regras da edição do primeiro semestre de 2019 do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) 2019. O documento, que foi publicado no Diário Oficial da União, também informa as datas de inscrições e resultado.
As inscrições para o SiSU 2019/1 ficarão abertas entre os dias 22 e 25 de janeiro, pelo site sisu.mec.gov.br. O sistema continuará divulgando apenas uma chamada regular, que será no dia 28 de janeiro.
Os selecionados na chamada regular do SiSU 2019/1 deverão efetuar matrícula nas instituições de ensino superior públicas entre os dias 30 de janeiro e 4 de fevereiro.
Cronograma SiSU 2019/1
Inscrições: 22 a 25 de janeiro
Resultado: 28 de janeiro
Matrículas: 30 de janeiro a 4 de fevereiro
Lista de espera: 28 de janeiro a 4 de fevereiro
Poderão participar do SiSU 2019 os estudantes que fizeram as provas do Enem 2018 e obtiveram nota acima de zero na redação. O resultado do Enem 2018 será divulgado no dia 18 de janeiro.
No SiSU 2019, os candidatos poderão escolher até duas opções de vaga, indicando, em ordem de preferência, as suas opções de instituição, com local de oferta, curso e turno, e a modalidade de concorrência.
Mudança na lista de espera
Entre os dias 28 de janeiro e 4 de fevereiro, os candidatos não aprovados em nenhuma das opções de vaga poderão manifestar interesse na lista de espera do SiSU, para uma das duas opções escolhidas no momento da inscrição.
Até este ano, candidatos selecionados para o curso de segunda opção poderiam manifestar interesse por vaga na primeira opção, mesmo que tenham efetuado matrícula. A partir de 2019, quem for aprovado em curso de segunda opção não poderá participar da lista de espera.
Segundo o MEC, “as modificações na lista de espera visam possibilitar maior liberdade de escolha para os estudantes não selecionados na chamada regular do SiSU. Desse modo, espera-se também diminuir o tempo de convocações da lista de espera para se completar a ocupação do total de vagas ofertadas no processo seletivo, permitindo assim que todos os estudantes sejam matriculados antes do início das aulas dos cursos. As mudanças ainda poderão ajudar na diminuição de ociosidade das vagas disponíveis a cada semestre letivo nos cursos de graduação das instituições públicas de ensino superior”.
As listas de espera serão enviadas para as instituições participantes do SiSU 2019/1, que divulgarão as novas chamadas em seus respectivos sites.
Vagas
O número de total de vagas do SiSU 2019/1 será divulgado depois que todas as instituições participantes assinarem o Termo de Adesão. No SiSU 2018/1, foram oferecidas 239.716 vagas em 130 instituições públicas de ensino superior, entre universidades federais e estaduais, instituições federais e centros de educação tecnológica.
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EDUCAÇÃO
Unicamp abre inscrições para o Vestibular Vagas Olímpicas 2019
Estão abertas a partir desta quarta-feira, 21 de novembro, as inscrições para o Vestibular Vagas Olímpicas 2019 da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com oferta de 90 vagas para premiados em olimpíadas científicas ou competições de conhecimento realizadas em 2017 ou 2018.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até as 17h do dia 10 de janeiro. Os candidatos do Vestibular 2019, Vestibular Indígena, Vestibular Enem e ProFis também podem se inscrever.
No ato de inscrição, os estudantes podem optar por até dois cursos, indicando a primeira opção, e deverão anexar os documentos comprobatórios da premiação em olimpíadas ou outras competições de conhecimento e do Histórico Escolar de Ensino Médio ou equivalente. Os estudantes poderão anexar até dois documentos comprobatórios de premiação e/ou participação nas competições.
O resultado será divulgado no dia 11 de fevereiro, mesma data do vestibular tradicional. Caso um candidato seja aprovado em um mesmo curso, na mesma chamada, em dois vestibulares da Unicamp, a vaga a ser preenchida seguirá a seguinte ordem de prioridade: Vestibular Unicamp, Vagas Olímpicas, Enem e Vestibular Indígena.
Vagas
O Vestibular 2019 da Unicamp preencherá 3.340 vagas em cursos superiores de Campinas, Piracicaba, Limeira e Paulínia. O sistema de cotas étnico-raciais reservará 25% das oportunidades da Unicamp para autodeclarados pretos e pardos. As vagas desta modalidade são para todos os cursos de graduação da universidade.
O vestibular tradicional oferece 2.589 vagas, o equivalente a 80% do total de vagas para 2019. O ingresso via Enem vai oferecer os 20% restantes. Também serão oferecidas 90 vagas pelo edital Vagas Olímpicas e 72 vagas pelo Vestibular Indígena.
Além disso, há o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFis), o qual viabiliza vagas para os alunos de escolas públicas de Campinas que tenham as melhores notas de suas intituições.
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CORREIO BRAZILIENSE
EDUCAÇÃO
Colombiano será o novo ministro da Educação
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou, na noite de ontem, pelas redes sociais, que o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez será o próximo ministro da Educação. Crítico do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e simpático ao Escola sem Partido, ele é professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
“Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, para o cargo de ministro da Educação”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
A indicação do professor ocorreu um dia depois de a bancada evangélica vetar o educador Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna, para o cargo. Ele era crítico do projeto Escola sem Partido, uma das principais bandeiras do presidente eleito.
À tarde, Bolsonaro se reuniu por três horas, na Granja do Torto, com o procurador regional do Distrito Federal, Guilherme Schelb, que também era cotado para o cargo. Ao deixar o local, Schelb também admitiu ter apoio “muito significativo” da bancada evangélica e reafirmou ser a favor do movimento Escola Sem Partido. Depois que saiu o anúncio de Vélez Rodríguez, Schelb parabenizou o presidente pela indicação.
O professor é um desconhecido na comunidade educacional. Ele mantém um blog em que, em 7 de novembro, conta que foi indicado pelo filósofo Olavo de Carvalho a Bolsonaro para comandar a pasta. No texto, diz que é preciso “refundar” o Ministério da Educação no “contexto da valorização da educação para a vida e a cidadania a partir dos municípios” e que será o ministro da Educação para “tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de Mais Brasil e Menos Brasília”. Diz ainda que Bolsonaro venceu porque representou a insatisfação de todos os brasileiros contra governos petistas.
O professor também é critico de outros nomes que foram pensados para o MEC, como o da presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini. Para o futuro ministro, o Enem, prova pela qual ela é responsável atualmente, é um “instrumento de ideologização”.
Ataque
Sobre educação, Vélez escreve de maneira complicada, mas deixa clara sua afinidade com projetos como Escola sem Partido. Diz em seu blog que os brasileiros estão “reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de ‘revolução cultural gramsciana’, com toda a coorte de invenções deletérias em matéria pedagógica, como a educação de gênero”. Para ele, essa educação atual estaria “destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo”.
O professor tem um livro, de 2015, em que critica o PT: A Grande Mentira. Lula e o Patrimonialismo Petista. Na contracapa, diz que o partido conseguiu “potencializar as raízes da violência”, mediante a disseminação “de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a ‘revolução cultural gramsciana’”.
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EDUCAÇÃO
Olimpíada de Matemática anuncia premiados
O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) anunciou nessa os vencedores da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) 2018 no portal oficial da competição. A competição contou com 18,2 milhões de participantes de 54.498 instituições de ensino, entre públicas e particulares.
Alunos de escolas públicas receberão 500 medalhas de ouro, 1.500 de prata, 4.500 de bronze e 40,9 mil menções honrosas. Para os alunos de colégios particulares - que participam desde 2017 -, serão entregues 75 medalhas de ouro, 225 de prata, 675 de bronze e 5,7 mil menções honrosas. Premiados com medalha de ouro, prata ou bronze garantem o ingresso em programas de iniciação científica.
A 14ª edição da OBMEP bateu novo recorde de escolas (54.498), de 99,4% dos municípios brasileiros. Dos 18,2 milhões de estudantes inscritos, 952.839 mil foram classificados para a segunda fase da competição – 906.688 mil de escolas públicas e 46.151 mil de particulares.
Professores, escolas e secretarias municipais de Educação também concorrem a prêmios de acordo com o desempenho dos alunos. As cerimônias de premiação da OBMEP serão realizadas em 2019, sem data prevista no momento.
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SISU
MEC divulga edital com normas do Sisu 2019
O Ministério da Educação (MEC) publicou o edital com as regras e datas para as inscrições no processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2019, na edição de quarta-feira (22) do Diário Oficial da União (DOU).
Pelo edital, as inscrições serão feitas exclusivamente pela internet, por meio da página eletrônica do Sisu, no período de 22 de janeiro de 2019 até as 23h59 de 25 do mesmo mês, observando o horário oficial de Brasília. O número total de vagas oferecidas pelas universidades, bem como o número de instituições e o prazo para o lançamento, ainda serão divulgados.
É por meio do Sisu que as universidades públicas oferecem vagas àqueles que fizeram o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O sistema permite que o candidato escolha um curso numa das 130 instituições públicas participantes, espalhadas por todo território nacional.
Podem concorrer às vagas os estudantes que tenham feito o Enem 2018 e obtido nota acima de zero na prova de redação. Além disso, os candidatos poderão se inscrever em até duas opções de vaga, especificando, em ordem de preferência, as suas opções em instituição de educação superior participante, com local de oferta, curso e turno, e a modalidade de concorrência.
O resultado da chamada regular será divulgado em 28 de janeiro de 2019. As matrículas ou registros acadêmicos dos candidatos selecionados deverão ser feitas nas instituições entre 30 de janeiro e 4 de fevereiro de 2019. Os escolhidos devem observar, porém, os dias, horários e locais de atendimento definidos por cada instituição em seu edital próprio. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
INOVAÇÃO
Escola sem Partido segue para votação na próxima quinta-feira (29)
A Comissão Especial que discute o projeto chamado de Escola sem Partido (PL 7180/2014) teve nova reunião na manhã desta quinta-feira (22) na Câmara dos Deputados. Esta foi a 9º reunião da Comissão e a 6ª que tenta ler o novo parecer do relator, o deputado Flavinho (PSC-SP). Desta vez, após mais de 4 horas de sessão, o deputado conseguiu ler o substitutivo, o que significa avanço no trâmite legislativo. Houve pedido de vista coletivo por duas sessões do plenário da Câmara e, desse modo, o texto deverá estar apto para votação já na próxima semana.
“Esta Comissão cumpre, assim, o seu papel. Não é a etapa final, mas teremos agora o prazo de vista, que é regimental, de duas sessões legislativas do plenário. E, na próxima semana, teremos a possibilidade de iniciar a discussão para a votação”, afirmou o presidente Marcos Rogério (DEM-RO). “Na próxima semana, teremos a possibilidade de realizar uma reunião para votação, provavelmente na próxima quinta-feira (29)”, informou.
Se o projeto for aprovado em votação, segue direto para o Senado. A oposição ao projeto deseja que o colegiado aguarde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), prevista para 28 de novembro, sobre a constitucionalidade de uma lei estadual que criou em Alagoas o programa “Escola Livre”, semelhante ao Escola sem Partido.
O deputado Flavinho (PSC-SP) afirmou que muitos deputados não leem com a atenção o substitutivo ao texto original, trazendo debates que, segundo ele, são inócuos. “Há ataques mentirosos feitos ao meu substitutivo. Antes de mais nada, gostaria que os parlamentares tivessem a altivez e a honestidade intelectual de ler e discutir o substitutivo e não discutissem o que não sabem.”
Sobre a decisão do STF na semana que vem, o relator afirmou que não se trata da mesma questão. “Ali, vocês sabem muito bem que o STF discutirá não o mérito desta Comissão, mas a impropriedade do estado de tratar o tema de lá. Aliás, tenho desestimulado deputados estaduais que me trazem propostas de aplicação local, porque é inconstitucional. Não é competência deles.”
Pelo twitter, o deputado opinou sobre o andamento das sessões, que se arrastam há meses, de forma muito mais explícita. “Atrapalha, dói o ouvido, dá náuseas, porém, estamos vencendo as obstruções! Esse (sic) gente beira a insanidade!”, escreveu ele na rede social. Após a leitura do substitutivo, o deputado foi amplamente elogiado pelos colegas favoráveis ao projeto e até o presidente, que vem sendo criticado pela oposição por suposta parcialidade na condução das sessões.
Doutrinação novamente em pauta
“Educação não é religião, professor não é Deus e conteúdo pedagógico não é dogma”, disse ainda o relator. A exemplo de outros parlamentares, ele citou o educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire de modo depreciativo e suposta fonte teórica do que constituiria doutrinação nas escolas. “O método freiriano seria um dogma. Para esse relator, não é. O professor tem que ser enquadrado na lei.”
O deputado defende que não há propostas de censura aos professores e manteve-se a favor de que alunos filmem aulas que teriam conteúdo doutrinário em termos políticos, sociais, religiosos ou políticos. "Se alguém tem seu direito lesado, é claro que eles podem produzir provas."
Favorável ao projeto, Rogério Marinho (PSDB-RN) questionou até o processo de concursos públicos para professor — “porque é uma prova de títulos e uma banca examina” — e também falou em Paulo Freire, "cujo principal livro, A Pedagogia do Oprimido, trata muito pouco de educação e muito de doutrinação.”
Ivan Valente (PSOL-SP) o rebateu: “O parlamentar uma guinada em seu pensamento e hoje quer caçar Paulo Freire, cita Gramsci, cita a escola de Frankfurt e Adorno, que acho que ele não leu. Se lesse, saberia que é sobre liberdade, não doutrinação.” Chico Alencar (PSOL-RJ) ironizou a leitura do pensador brasileiro feita por alguns parlamentares. “Vou procurar na obra de Paulo Freire em que momento ele defende paredão de fuzilamento.”
“Ano que vem será uma guerra”
Em seu substitutivo final, entregue em 30 de outubro, Flavinho incluiu artigo determinando que o poder público não deve se intrometer no processo de amadurecimento sexual dos alunos nem permitir tentativa de conversão na abordagem das questões de gênero. “Quero aqui ser bem mais simplório. O direito da esquerda termina quando começa o direito daqueles que deles discordam”, afirmou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), que passou a sessão ao lado do ator Alexandre Frota (PSL-SP), eleito deputado federal por São Paulo em 2018.
O deputado Chico Alencar questionou o fato de que Frota estaria usando bóton de parlamentar na lapela, sem ter ainda tomado posse. O deputado Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) deu as boas vindas aos deputados eleitos que acompanhavam a reunião e disse: “Ano que vem será um ano de guerra aqui na Casa.”
“Somos corpo também”
“Queria que o professor de matemática se mantivesse na matemática, e o de português ao ensino de português, e assim por diante. Querem discutir qual é a opção sexual do meu filho, qual a religião dele e, inclusive, qual o partido político”, disse o parlamentar Nilson Leitão. “Acharam que meia dúzia de minorias poderiam impôr seu ponto de vista, ensinando até novos alfabetos”, acrescentou ele, referindo-se a uma questão sobre variedade linguística do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que tratava não de alfabeto, mas de um dialeto urbano, o pajubá.
“Somos corpo também”, observou Chico Alencar (PSOL-RJ), retomando o nome de Paulo Freire. “O grande Paulo Freire dizia que o erro era considerar o aluno como uma folha em branco, no qual o educador escreve. O relatório traz muitas contradições. É impossível o conhecimento do corpo e da sexualidade ficar estrito à família, porque isso não é real. Somos produtos de uma série de influências e a escola tem o papel, sim, de trabalhar isso.”
Ele reforça a oposição ao projeto. “Como professor, eu digo, não por argumento de autoridade, mas por experiência em sala, que o problema central desse projeto é a quebra do que é essencial no processo educacional: a confiança e o respeito entre professores, alunos e comunidade escolar. Ao institucionalizar a vigilância, quebra essa confiança”, afirmou. “A escola é um espaço público de diversidade. O substitutivo amordaça, sim, o professor”, acrescentou Erika Kokay (PT-DF).
“Os mesmos que votaram o Teto dos Gastos”
A deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) acusou os deputados favoráveis à PL de “inimigos do Brasil” e afirmou que eles são os mesmos parlamentares votaram favoravelmente à Emenda do Teto de Gastos (EC 95), que prejudica a educação no Brasil. “Foram sábios em escolher esse nome, Escola sem Partido, porque levam a população a entender que nós, da oposição, somos a favor de uma escola com partido. Não é verdade. No chão de sala de aula, nunca vi isso acontecer e nunca participei disso.”
Ao final, pelo twitter, a deputada Alice Portugal lamentou: "Deputados que defendem o “Escola sem Partido”, que é na verdade a Lei da Mordaça, pediram vistas ao parecer do projeto. A Oposição tentou até o último minuto retirar o relatório de pauta. A reunião foi marcada por ilegalidades, que iremos recorrer."
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GLOBO.COM
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Negros representam apenas 16% dos professores universitários
A professora de geologia Adriana Alves, paulistana de 38 anos, acaba de ter a segunda filha. A professora de química Anna Maria "Anita" Canavarro Benite, fluminense de 39, já é mãe de três. Além de participarem do universo de mulheres que equilibram carreira e maternidade, ambas também integram o seleto grupo de 682 mulheres no Brasil que têm título de doutorado, ocupam um cargo de professora em tempo integral com dedicação exclusiva em uma universidade pública, e se declararam pretas, segundo o Censo da Educação Superior.
O número vem de um levantamento feito pelo G1 a partir dos microdados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2017, ano das informações públicas mais recentes, quase 400 mil pessoas davam aulas em universidades públicas e particulares do Brasil, mas só 62.239 delas, ou 16% do total, se autodeclararam pretas ou pardas.
A representação dessa parcela da população entre os professores universitários cresceu nos últimos anos, mas não muito: em 2010, os negros (grupo que engloba a população preta e parda) respondiam por 11,5% das vagas de docentes do ensino superior.
De 392.036 docentes que constam no Censo, 29,4% se recusaram a declarar uma cor ou raça. Veja abaixo a distribuição dos demais 274.794 professores, e o histórico anual desde 2010:
Os dados mostram que, além de continuarem sendo uma minoria entre o total de professores universitários, os negros veem a representatividade racial cair conforme aumenta o grau de escolaridade desses docentes.
Uma análise entre 2010 e 2017 com o grupo de professores que autodeclararam uma raça ou cor mostra que:
Nesse período, o número de professores com mestrado subiu de 85.655 para 115.869, sendo que os negros respondiam por 20% e 23% desse total, respectivamente.
Já entre os professores com doutorado, o número absoluto aumentou de 53.006 para 100.354, com a parcela representativa dos negros crescendo de 11,4% para 17,6%.
Segundo Alexsandro Santos, doutor em educação pela USP e consultor legislativo da Câmara Municipal de São Paulo, o avanço se deve em parte a uma combinação de fatores: a instituição, por lei, de cotas nos concursos públicos, em 2008, e o lançamento do Reuni, o programa de expansão das universidades federais.
"Os professores brancos, que têm mais facilidade de se colocar nos mercados, não topavam ir nessas vagas do Reuni porque estavam longe das capitais", disse ele.
De acordo com os dados, as instituições públicas apresentam desigualdade racial ligeiramente menor do que as privadas, onde 77% dos professores se declaram brancos. Porém, é nas universidades privadas que estão a maior parte das vagas de trabalho.
O crescimento lento dessa representatividade, de acordo com o especialista, indica que, se nada mudar, o Brasil levará décadas para que a proporção racial de servidores do ensino superior se equipare à da população brasileira, onde a maioria dos habitantes é negra.
Ação afirmativa na pós-graduação
Para acelerar esse avanço, Santos defende a instituição de ações afirmativas também no processo seletivo da pós-graduação como um mecanismo.
Ele lembrou que, em maio de 2016, o Ministério da Educação, instado pela Justiça, publicou uma portaria dando prazo para que as universidades e institutos federais elaborassem "propostas sobre inclusão de negros (pretos e pardos), indígenas e pessoas com deficiência em seus programas de pós-graduação (mestrado, mestrado profissional e doutorado), como Políticas de Ações Afirmativas".
No ano seguinte, a pasta informou que o processo de organização de uma base de dados com o número de negros, indígenas e pessoas com deficiência nos programas de pós com políticas de ação afirmativa estava "em andamento". Veja exemplos de cursos de pós com cotas.
"Não basta ser doutor, tem pontuação por publicação de artigo, a competição é muito elevada. Tem um recorte que pesa sobre as pessoas negras", afirma Santos. "Elas não têm o mesmo acúmulo de capital acadêmico que, ao longo da história, gera uma oportunidade melhor."
Uma análise publicada por três pesquisadoras de ciências sociais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) mostra que a desigualdade racial também persiste na distribuição de bolsas de formação e pesquisa e, quanto mais prestigiada a bolsa, menos acessível ela é aos negros.
A pesquisa analisou a cor ou raça declarada pelos recipientes em janeiro de 2015 de 59.160 bolsas de quatro categorias:
27.811 bolsas de iniciação científica (nível de gradução)
9.144 bolsas de mestrado (nível de pós-graduação)
8.165 bolsas de doutorado (nível de pós-graduação)
14.040 bolsas de produtividade em pesquisa (nível de pós-graduação, considerada a mais prestigiada)
O número de negros e negras só se aproxima a um terço do total de bolsistas na iniciação científica, categoria com a menor remuneração:
Transformação das coisas
Uma das 27 mulheres negras do Brasil com um título de doutorado em química, Anita Canavarro cresceu sem pai e escolheu a carreira nessa área por causa de interesses despertados quando criança. Certa vez ela viu a mãe, que não tem ensino superior, mas foi professora de ciências, improvisar um cano para fazer a água de um poço chegar até a casa sem encanamento onde vivia com as duas filhas, na Baixa Fluminense.
"Nós tivemos uma infância muito pobre, e minha mãe transformava as coisas. Sempre me interessei pela transformação das coisas. Isso vai te marcando e você vai se interessando. Foi isso que me levou à química", explicou, ressaltando que a ideia de seguir carreira acadêmica não foi planejada
Anita acumula exemplos de como quase foi escanteada pelo ambiente acadêmico. Ela chegou a ser aprovada no vestibular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de primeira, mas na terceira chamada, e só descobriu depois do prazo. "A desinformação é muito grande. O edital tem normativas específicas em uma linguagem que a gente não compreende." Para ela, o mundo universitário segue um "código simbólico de pertencimento" no qual os estudantes fora do perfil de apoio socioeconômico exigido no ensino superior não se encaixam.
Durante a graduação, para pagar o transporte até a faculdade, ela manteve diversos empregos, como vendedora em loja, shopping e polo de confecção, bibliotecária e técnica em química. Para entrar no mestrado, precisou tentar mais de uma vez o processo seletivo. Uma vez aprovada, conseguiu o apoio do orientador.
Em 2005, ela obteve o título de doutora com uma tese na área de química inorgânica chamada "Estudos utilizando a Teoria do Funcional de Densidade da química de coordenação de derivados N-acilidrazônicos aromáticos e heteroaromáticos candidatos a inibidores de metaloenzimas Zn-dependentes".
No ano seguinte, realizou três concursos públicos de docência – foi aprovada em todos, e convocada para dar aulas na Universidade Federal de Goiás (UFG) em 2006.
O Brasil pré-cotas
O Brasil ainda não dispunha de políticas de ação afirmativa quando Anita e Adriana Alves terminaram o ensino médio e, por isso, nenhuma delas se beneficiou das cotas raciais. Mas ambas defendem a política.
"Se tivesse as condições que existem hoje, acho que minha trajetória teria mais opções", diz Anita. "Dou todo o crédito para o professor [do mestrado, que lhe deu a chave do laboratório], mas e se eu não encontrasse essa pessoa?"
Adriana diz que está satisfeita com sua carreira na geologia, mas que seu destino foi definido justamente por falta da opção de cotas ou bonificação. Filha de um motorista de ônibus e de uma passadeira de roupas, ela fez o ensino médio integrado ao técnico em processamento de dados e planejava seguir o histórico da família: arrumar um emprego assim que terminasse o ensino básico.
Foi inspirada por um professor a tentar o vestibular, mas logo desistiu das duas primeiras opções – computação e engenharia da computação. "Tirei a computação da vida porque sabia que não ia passar. Podia ter querido ser médica, talvez eu seria excelente médica. E tirei qualquer devaneio de fazer engenharia, porque minha nota não daria", explicou ela.
A geologia veio por causa de um jogo de RPG e, logo antes de se formar, ela conseguiu um estágio em uma consultoria que a fez ir direto da graduação para o mercado de trabalho.
"O valor que eu recebia no estágio era mais do que meu pai, mais que a renda de todo mundo junto", lembra Adriana, que logo virou o arrimo da família.
O ganho financeiro com o trabalho, porém, não veio acompanhado da satisfação pessoal, e ela precisou tomar a difícil decisão de largar o emprego e voltar à acadêmia.
Maternidade e produtividade
A jovem então "pulou" o mestrado e foi aceita no doutorado direto também na USP, combinado com um estágio de um ano na Universidade de Alberta, no Canadá. O título de sua tese na área de mineralogia e petrologia é "Petrogênese de plútons graníticos do leste paulista: geocronologia, geoquímica elemental e isotópica", defendida em 2009.
Em 2010, ela foi contratada pelo Instituto de Geociências da USP como professora, e hoje é uma de apenas 129 professores da universidade que se autodeclaram pretos ou pardos, segundo dados de outubro de 2018 divulgados pelo Jornal da USP. Isso representa 2,2% do total de 5.820 docentes ativos.
Hoje com 38 anos, ela está de licença-maternidade para cuidar da segunda filha, Serena, de quatro meses – a mais velha, Flora, tem dois anos e quatro meses.
"Entre as professoras universitárias, a gente é mãe mais tarde. A gente primeiro quer o emprego, depois quer passar do [período] probatório, que na USP é de seis anos, não de três. Quando a primeira nasceu eu estava com 36 anos", explicou Adriana Alves.
"Eu me acho mais eficiente hoje, mas a eficiência tem que dar conta de tudo: do administrativo da universidade, das inúmeras aulas, artigos e das meninas. Tudo cai um pouco."
Adriana e Anita, que é mãe de Igor, Thomas e Sofia, com 13, 10 e 8 anos, respectivamente, fazem parte tanto da minoria racial quanto da disparidade de gênero entre os docentes. Os homens são maioria entre os professores universitários em todos os recortes raciais, mas, entre os professores que se declaram pretos ou indígenas, esse desequilíbrio é ainda maior, e chega a 58,25% e 60% do total, respectivamente.
Ciência tem cor?
Os microdados do Censo da Educação Superior revelam ainda outro importante debate da igualdade racial na academia: a recusa da autodeclaração. Os números mais recentes mostram que, dos 392.036 indivíduos que constam na base de dados de docentes do ensino superior, 117.242, ou 29,4% do total, se recusaram a declarar uma cor ou raça no questionário.
Desses, 51,6% têm diploma de doutorado e 66,7% trabalham em universidade pública. Desse grupo, porém, nem Anita Canavarro, da UFG, nem Adriana Alves, da USP, dizem participar, já que as duas fazem questão de declararem que são pretas.
Segundo Adriana, muitos cientistas evitam declarar uma cor ou raça porque acreditam que ciência não deveria ter cor. "É muito mais difícil fazer análise assim", ressalta ela, que faz questão de preencher a autodeclaração para contribuir com as estatísticas. "Mas muitos dos que se veem como brancos nos EUA não seriam percebidos dessa maneira."
Já Anita, que entre 2016 e 2018 foi presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e Negras (ABNP), acredita que esse fenômeno é produto de um processo de apagamento da identidade racial na sociedade brasileira.
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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.
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