Goiânia, 03 de maio de 2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Ministro da Educação visita colégio onde professor foi assassinado
Resultado do recurso de isenção de taxa de inscrição está disponível
Prorrogado prazo para renovação dos contratos de financiamento
Adesão de instituições ao ProUni inicia em 13 de maio
CORREIO BRAZILIENSE
Bolsonaro: dinheiro retirado de universidades será investido na base
Prorrogadas as inscrições para a 6ª edição da Olimpíada de português
MEC avaliará alfabetização do 2º ano do ensino fundamental por amostragem
GLOBO.COM
Fies tem mais de R$ 2 bilhões em dívidas; prazo para renegociar parcelas começa na segunda
Brasileiros entregam flores contra xenofobia em universidade portuguesa
FOLHA.COM
Escola rural na Coreia do Sul ocupa lugares vazios com avós
Ministro da Educação ironiza reitores ao falar de tolerância e pluralidade
N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O
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SEGURANÇA
Ministro da Educação visita colégio onde professor foi assassinado
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, visitou, na tarde desta quinta-feira (2), o Colégio Estadual Céu Azul, em Valparaíso (GO). Nesta semana, o professor e coordenador da unidade, Júlio Cesar Barroso de Sousa, foi assassinado por um aluno.
Weintraub escutou docentes e autoridades do município e reforçou a necessidade de retomar o respeito dentro das unidades escolares. Para ele, o caso em questão foi pontual, mas ressaltou, durante a vista, que é necessária uma mudança a longo prazo. “Não se pode permitir que isso se torne uma coisa cotidiana, visto como algo normal. Policial não pode morrer. Professor não pode morrer”, enfatizou. “Quem morreu tinha 41 anos, tinha família, era pagador de impostos, trabalhador. Só construía e agregava para o País”, acrescentou.
Segundo o ministro, o plano do MEC é realizar uma mudança estrutural, com um maior investimento na educação básica. “Vocês aqui que estão na linha de frente, nos municípios, professores estaduais, municipais, [são] prioridade. Vocês, professores, é que têm de estar valorizados”, falou aos presentes.
Rudilene Nobre, secretária de Educação do município, recebeu a visita do ministro como incentivo para continuar o trabalho educacional na comunidade. “Este é um fato que vai marcar a vida dos alunos, dos professores e servidores. Já temos uma equipe preparada para fazer um trabalho diferenciado com os professores e alunos assim que retornarem à escola”, destacou. “O comprometimento do ministro é louvável. Como ele mesmo disse, nós não podemos perder a esperança. O Brasil ainda tem jeito e só por meio da educação podemos mudar isso.”
Assessoria de Comunicação Social
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ENEM 2019
Resultado do recurso de isenção de taxa de inscrição está disponível
Quem pediu a gratuidade na taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas foi negado e entrou com recurso, já pode verificar o resultado. A pesquisa está disponível no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Página do Participante. A situação das justificativas de ausências no exame do ano passado também pode ser consultada no portal.
O Inep alerta aos estudantes que ter o status “aceito” na isenção não significa que a inscrição na prova já está efetivada. O período para isso ocorrerá entre os dias 6 e 17 de maio.
Mais de 3,6 milhões de pedidos de isenção da taxa foram registrados pelo Inep, neste ano.
Quem pode pedir
Têm direito a solicitar a gratuidade no valor da inscrição do Enem estudantes que:
Estejam no terceiro ano do ensino médio na rede pública;
Tenham cursado todo o ensino médio na rede pública ou sido bolsista integral na rede privada e possua renda per capta igual ou inferior a um salário-mínimo e meio;
Se enquadrem na situação de vulnerabilidade socioeconômica por ser membro de família de baixa renda, possuindo Número de Identificação Social (NIS) único e válido, além de ter renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos.
O candidato que teve o pedido do recurso de isenção negado deverá pagar a taxa de R$ 85 para se inscrever no exame. O pagamento deverá ser realizado entre os dias 6 e 23 de maio. As provas do Enem ocorrem dias 3 e 10 de novembro.
Assessoria de Comunicação Social
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DIA NACIONAL DA LIBRAS
Prorrogado prazo para renovação dos contratos de financiamento
Os estudantes que contrataram o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), até dezembro de 2017, e querem renovar os contratos do primeiro semestre de 2019 terão o prazo estendido até 15 de maio. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 2.
A prorrogação dada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) também dá a opção de estender o prazo de utilização do financiamento. Os estudantes ainda poderão pedir a transferência integral de curso ou de instituição.
Os contratos do Fies precisam ser renovados a cada semestre. O pedido de aditamento é feito, inicialmente, pelas instituições de ensino para depois ter as informações validadas pelos estudantes, no sistema. Neste semestre, cerca de 600 mil contratos devem ser renovados, segundo o FNDE.
Caso o aditamento tenha alguma alteração nas cláusulas do contrato, o estudante precisa levar a nova documentação ao agente financeiro – Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal – para finalizar a renovação. Já nos aditamentos simplificados, a renovação é formalizada a partir da validação do estudante no sistema.
Assessoria de Comunicação Social
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EDUCAÇÃO
Adesão de instituições ao ProUni inicia em 13 de maio
As instituições de educação superior que desejarem aderir ao Programa Universidade para Todos (ProUni), referente ao segundo semestre de 2019, deverão manifestar o interesse entre os dias 13 e 20 de maio. O edital sobre o procedimento foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, 30.
Essa formalização é obrigatória para adesão ao programa. No caso das mantenedoras, o prazo vai até 27 de maio. A exceção vale para as que não possuem registro no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) - em que a adesão é facultativa. Também não é obrigatória a renovação das que comprovarem a quitação de tributos e contribuições administrados pela Receita Federal.
As instituições deverão manifestar o interesse por meio do Sistema Informatizado do ProUni, o SisProUni, disponível na internet.
Número de bolsas – Os termos de adesão ou aditivos informarão o número de bolsas a serem ofertadas para cada curso e turno pelas instituições de educação superior participantes do processo seletivo referente ao segundo semestre de 2019.
Assessoria de Comunicação Social
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CORREIO BRAZILIENSE
CORTES
Bolsonaro: dinheiro retirado de universidades será investido na base
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (2) que o dinheiro retirado das universidades federais será investido na educação básica. Ele disse que a educação no Brasil é como uma casa com um “excelente telhado e paredes podres”. Na última terça-feira (30), o Ministério da Educação (MEC) anunciou um corte de 30% do orçamento das universidades federais.
“A gente não vai cortar recurso por cortar. A ideia é investir na educação básica. Ouso dizer até que um número considerável não sabe sequer a tabuada. Sete vezes oito? Não vai sabe responder. Então pretendemos investir na base. Não adianta ter um excelente telhado na casa se as paredes estão podres. É o que acontece atualmente”, disse Bolsonaro em entrevista ao SBT.
A informação do corte orçamentário foi dada à TV Globo pelo Secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior. O corte, inicialmente, seria restrito a três universidades, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seguida, foi ampliado a todas as instituições federais do país.
A informação sobre o corte na verba das universidades federais surge ao mesmo tempo em que abre o período para as instituições públicas de ensino superior aderirem ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) . O Sisu é um sistema informatizado do Ministério da Educação pelo qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
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OLIMPÍADA
Prorrogadas as inscrições para a 6ª edição da Olimpíada de português
O Itaú Social e o Ministério da Educação (MEC) prorrogaram até 13 de maio as inscrições de professores das redes públicas estaduais e municipais para a 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa. Sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), a Olimpíada objetiva apoiar os professores da rede pública no aprimoramento das práticas de ensino de leitura e escrita.A partir da metodologia do Escrevendo o Futuro, os professores realizam oficinas de produção de texto com os alunos do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
Os textos dos estudantes abordam o tema “O lugar onde vivo”, um estímulo à reflexão sobre as realidades locais, e concorrem em cinco categorias. A novidade deste ano é a inclusão do gênero textual documentário para estudantes do 1º e 2º anos do ensino médio. As demais categorias são poema (5º ano), memórias literárias (6º e 7º), crônica (8º e 9º) e artigo de opinião (3º ano do ensino médio).
Os professores também participam do concurso por meio do Relato de Prática, no qual registram suas experiências com a realização das oficinas, descrevendo aprendizagens, descobertas, desafios e reflexões. Nesta edição, a Olimpíada homenageia a escritora Conceição Evaristo.
Há novidades também entre as premiações, que passam a incluir imersão pedagógica internacional para os professores e viagem cultural em território brasileiro para os estudantes. As escolas dos alunos vencedores receberão como prêmio acervo para reforço da biblioteca.
Atenção! Para que professores e alunos participem da Olimpíada, é necessário que a secretaria de educação à qual sua escola é vinculada – municipal ou estadual – faça a inscrição por meio do Portal Escrevendo o Futuro.
Após as oficinas, as escolas terão até 19 de agosto para encaminhar os textos às comissões julgadoras. Para apoiar os professores no desenvolvimento das atividades, o programa disponibiliza material formativo com conteúdos criados para serem incorporados ao planejamento do ano escolar, sem fugir ao cotidiano da sala de aula.
Seleção e premiação
A avaliação dos textos começa pela comissão escolar e será feita entre 12 e 19 de agosto. Nas etapas municipal e estadual, serão selecionados os 569 estudantes e 443 professores semifinalistas. Em seguida, ocorre a etapa regional, com cinco encontros, um para cada categoria, para a seleção dos 173 alunos e 135 professores finalistas. Ainda nessa fase, serão conhecidos os 20 professores-autores dos melhores Relatos de Prática. Na final, programada para dezembro, serão anunciados os 32 estudantes vencedores nacionais.
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EDUCAÇÃO
MEC avaliará alfabetização do 2º ano do ensino fundamental por amostragem
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou, nesta quinta-feira (2/5), as diretrizes e a realização do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) no ano de 2019, que será realizado entre outubro e novembro de 2019. A principal novidade é a avaliação da alfabetização de alunos do 2º ano do ensino fundamental, que será feita por amostragem, tanto na rede pública quanto na privada.
Em março, o Ministério da Educação (MEC) chegou a anunciar que não avaliaria a qualidade da alfabetização neste ano, adiando as provas para 2021. Segundo a pasta, o objetivo era esperar que as escolas se adequassem à nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O MEC, no entanto, voltou atrás e revogou a portaria que anunciava a decisão.
Questionado sobre o motivo de os testes do 2º ano serem aplicados apenas para uma amostra de estudantes, o ministro afirmou que, se pudesse, faria para todos. "Se eu pudesse decidir e tivesse plenos poderes, eu faria universal. Mas como é nossa primeira avaliação, vamos fazer um teste piloto", afirmou.
Weintraub procurou destacar a importância de incluir a alfabetização no Saeb, mesmo que sem uma avaliação universal dos alunos. "É importante porque temos que pegar aquela criança que está ficando para trás e evitar que ela saia da escola ou comece um ciclo de reprovação", ressaltou.
Outra novidade divulgada é a aplicação de testes de ciências na natureza e ciências humanas, que será realizada pela primeira vez, também para uma amostra de estudantes do 9º ano. Os testes de língua portuguesa e matemática foram mantidos no modelo vigente para o 5º e 9º ano do fundamental e para a 3ª e 4ª séries do médio. Nesses casos, os testes serão aplicados de maneira censitária na rede pública e amostral no ensino privado.
7 milhões de estudantes
Os exames serão feitos por cerca de 7 milhões de estudantes e custarão R$ 500 milhões ao MEC. Durante a coletiva de imprensa, o ministro chegou a informar que o custo seria de R$ 500 mil, mas o valor foi corrigido posteriormente pela assessoria da pasta. Os resultados das provas aplicadas este ano devem ser divulgados até dezembro de 2020.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Elmer Coelho Vicenzi, ressaltou a importância da realização do exame. "É a maior avaliação que a gente tem no país. Sem a avaliação, não conseguimos monitorar se as políticas estão sendo eficientes e corrigir rumos", destacou.
Weintraub voltou a ser questionado sobre o corte de verbas nas universidades federais divulgado no início desta semana, mas se esquivou da polêmica e não falou sobre o assunto. "Hoje, viemos falar do Saeb. Não precisa ficar muito preocupado porque eu acho que vou ter bastante assunto para vocês ao longo dos próximos anos. Não vai faltar assunto", respondeu o ministro.
No início desta semana, Weintraub provocou polêmica ao afirmar ao jornal O Estado de S. Paulo que reduziria os recursos destinados a universidades com resultados acadêmicos “aquém do esperado” ou nas quais ocorra “balbúrdia” — critérios nos quais ele enquadrou a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
No entanto, após a declaração do ministro, uma nova ordem do MEC estendeu o corte de 30% no orçamento a todas as universidades federais no segundo semestre deste ano.
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GLOBO.COM
EDUCAÇÃO
Fies tem mais de R$ 2 bilhões em dívidas; prazo para renegociar parcelas começa na segunda
Começa na segunda-feira (29) o prazo para a renegociação das dívidas com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o programa de crédito para o ensino superior do governo federal. Mais de 500 mil estudantes estão com parcelas atrasadas há mais de três meses.
De acordo com reportagem do Jornal Nacional, seis em cada dez pessoas que usaram o Fies para estudar têm parcelas em atraso. São 517 mil contratos com prestações vencidas: mais R$ 2 bilhões de um total de R$ 11,2 bilhões que os universitários pegaram emprestado e ainda não pagaram.
Essa é a maior dívida acumulada nos 20 anos do programa de financiamento estudantil. As renegociações até então eram feitas caso a caso, agora, as regras valem para todos que fecharam contratos até 2017, estão em fase de amortização e têm prestações atrasadas há pelo menos 90 dias.
As parcelas vencidas e as não vencidas serão somadas e será feito um novo cronograma de pagamentos. Mais quatro anos para quitar o que devem. A taxa de juros continua a mesma. Só que tem que dar uma entrada: 10% do valor total da dívida ou R$ 1 mil, o que for maior, e a prestação será de no mínimo R$ 200.
O governo aposta na renegociação, mas o representante das universidades particulares diz que nem o refinanciamento deve resolver o problema.
“Da forma como está posto, ele não atende à necessidade desta camada de brasileiros que estão desempregados no momento e não estão em condições de arcar com seus compromissos”, diz Sólon Caldas, diretor-executivo da ABMES.
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EDUCAÇÃO
Brasileiros entregam flores contra xenofobia em universidade portuguesa
Estudantes brasileiros organizaram um protesto pacífico contra a xenofobia na Universidade de Lisboa na quinta-feira (2). Eles entregaram flores na Faculdade de Direito como resposta à "instalação" colocada por alunos portugueses que oferecia pedras para serem atiradas nos "zucas", maneira pejorativa como são chamados os brasileiros.
Cerca de 70 alunos se reuniram com cartazes contra a xenofobia. Segundo Flora Almeida, aluna de mestrado na Faculdade de Direito, alguns portugueses também participaram do protesto: "Foi supertranquilo. Alguns portugueses estavam junto. Nas redes sociais é que temos sofrido alguns ataques, mas uma minoria também".
O grupo que organizou a "instalação" contra os brasileiros emitiu um comunicado sobre o ocorrido. O grupo é chamado de "Os marretas", um movimento promovido por membros do grupo Tertulia e outros grupos acadêmicos, que costuma fazer sátiras das situações da faculdade. Eles chegaram a dizer que a "instalação" com pedras era uma piada.
O grupo alega que sempre faz sátiras relacionadas aos problemas da Faculdade de Direito e que não defende a xenofobia. Também não acreditam que tenham ultrapassados os limites da liberdade de expressão.
"Ingenuidade nossa considerar que ninguém efetivamente atiraria uma pedra a uma pessoa pela sua nacionalidade na melhor Faculdade de Direito do País. Prezamos pela liberdade de expressão, e no passado dia 29, não ultrapassamos os limites do seu exercício, mas compreendemos, atendendo às medidas desproporcionais que a questão já tomou, à descontextualização e às interpretações errôneas, que tenhamos ferido suscetibilidades. Lamentamos que a interpretação literal da piada tenha levado a um grande desconforto e indignação, ignorando a dor de muitos colegas, deslocados e discriminados todos os dias", diz um trecho do comunicado.
Disputa por vagas de mestrado
A instalação com as pedras foi motivada por uma disputa de vagas de mestrado. Os alunos portugueses não estariam contentes em ver brasileiros ocuparem vagas enquanto alguns alunos portugueses não se classificam.
Claudio Cardona, aluno e diretor do núcleo de brasileiros da faculdade, explica que o critério usado para equiparar as notas vindas de outras universidades do mundo e até de Portugal acaba prejudicando os portugueses formados na Faculdade de Direito.
As notas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa variam de 0 a 20, mas a faculdade trabalha com 17 sendo considerado uma nota muito alta. O equivalente a 9,5 de faculdades brasileiras, por exemplo.
"Se o aluno vem de uma outra faculdade de Portugal, Brasil ou da Europa e EUA, ele vai ter uma nota que pode ser um pouco mais elevada. No caso dos brasileiros, nós multiplicamos o fator por dois. Se eu tirei 10 no Brasil, tirei 20 cá. Se eu chego cá com 10, eu tenho uma nota que nenhum português vai ter nessa faculdade especificamente. Então, no mestrado da faculdade há poucos alunos formados na própria faculdade", explica Cardona.
No comunicado, o grupo de portugueses responsável pelo protesto inicial diz que a intenção não era culpar os brasileiros: "Se diferentes faculdades atribuem diferentes médias, com base em critérios diferentes, a culpa de os alunos da nossa faculdade não conseguirem aceder aos mestrados da mesma é do processo de seleção em si e nunca de quem se candidata, pelo que nunca houve o intuito de culpabilizar os nossos colegas brasileiros".
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MUNDO
'Não se faz uma sociedade moderna sem Ciências Humanas', diz presidente da Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa
A crise da ciência brasileira não passou despercebida para um dos seus principais parceiros: a Alemanha. Em São Paulo para o encontro anual do Conselho de Pesquisa Global (GRC), o presidente da Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), Peter Strohschneider, afirma que o futuro das parcerias ainda não está claro.
Para o cientista alemão, o apoio a todas as áreas do conhecimento, inclusive Ciências Humanas, é a chave do sucesso de um país. "É impossível pensar no desenvolvimento de uma sociedade moderna sem as Ciências Humanas. Digo isso de forma muito categórica", afirma, em entrevista à DW Brasil.
A ciência brasileira enfrenta uma crise grave. Nesse cenário, as cooperações com Alemanha passam a correr risco?
Eu ainda não consigo fazer essa avaliação. Posso observar, claro, que a situação de agências parceiras ligadas ao Ministério da Educação é um pouco menos preocupante que a situação daquelas ligadas ao Ministério de Ciência.
Dos nossos parceiros aqui em São Paulo nós tivemos a garantia de que o que estava previsto será cumprido, que não precisamos nos preocupar. No nível federal é um pouco diferente.
Mas tenho a impressão de que - e isso é algo para ser observado em muitos lugares do mundo -, quando a politica científica nacional passa por dificuldades, como acontece agora no Brasil, a cooperação internacional ganha mais peso e vira uma espécie de fator estabilizante para as agências nacionais.
A DFG mantém muitas colaborações com o Brasil. Como o senhor avalia a qualidade dessa cooperação?
Muito positivo. Temos em São Paulo um escritório da DFG que representa toda a América Latina. Mas é claro que o Brasil tem uma relevância não apenas na questão do financiamento, mas também na qualidade. Também devo mencionar a questão da relação de confiança, do tom amigável.
Estamos muito conscientes de que a situação das agências de fomento difere bastante em nível federal e regional. Em São Paulo, por exemplo, a capacidade para fazer pesquisa, a atratividade e a prontidão para cooperações internacionais tornam o estado mais representativo que outros.
Aqui em São Paulo temos tido reuniões muito produtivas com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Temos feito planejamentos que, certamente, serão executados em pouco tempo. E isso é uma contribuição importante para fortalecer a qualidade e intensidade da nossa cooperação.
Nesta reunião anual do Conselho Global de Pesquisa, vocês discutem como lidar com a expectativa da sociedade que espera um retorno econômico rápido da pesquisa na economia. Por que esse tema é urgente?
Estamos confrontando questões como: o que significa quando a sociedade e a politica esperam que a pesquisa contribua diretamente e em curto prazo para o desenvolvimento econômico e social? Como, dentro do sistema de financiamento de ciência, nós lidamos com isso, com essa expectativa crescente?
O tema existe praticamente desde que existe ciência, em torno do debate se a ciência é definida pela sua função da busca pela verdade ou por sua utilidade. Esse é uma falsa dicotomia. Ninguém quer produzir um conhecimento inútil.
Nós estamos tentando analisar essa questão no encontro anual e analisar o que significa isso para as agências de fomento e suas colaborações.
A Alemanha é um dos países no mundo que mais investe em pesquisa. Qual o impacto desse investimento na economia do país?
A pesquisa é de importância extrema não apenas para a sociedade, mas também para a economia. Por ano, cerca de 80 bilhões de euros são investidos em pesquisa na Alemanha. Desse total, cerca de dois terços são investimentos privados para pesquisa e desenvolvimento industrial. Um terço é investimento público nas universidades, centros de pesquisa.
Isso tem um significado muito relevante para esse país de tecnologia de ponta que é a Alemanha. E falo não apenas das áreas de engenharia, mas também em áreas como biotecnologia, inteligência artificial. São investimentos que seguem para setores considerados importantes para a economia, mas também para sociedade - são tecnologias que oferecem não apenas grandes oportunidades econômicas, mas também têm papéis importantes para a sociedade, para sua regulação, para questões socioculturais.
Investimentos que seguem também para as Ciências Humanas? Estamos vendo no Brasil um questionamento sobre a importância dessa área do conhecimento.
Eu ouvi sobre esse debate. Eu estou convencido sobre a importância das Humanidades - não apenas porque eu venho dessa área. Ciências Humanas têm um papel fundamental no desenvolvimento de uma sociedade moderna. É impossível pensar no desenvolvimento de uma sociedade sem as Ciências Humanas. Digo isso de forma muito categórica.
A discussão sobre gênero também está na pauta. Na avaliação do senhor, ainda existe muita desigualdade entre cientistas homens e mulheres?
Sim, a desigualdade é visível. É uma desigualdade diferente dependendo da área do conhecimento, do país. Em países escandinavos, por exemplo, o cenário é mais avançado que na Alemanha. Por outro lado, os países europeus estão um pouco mais avançados que os países árabes. Mas podemos dizer que, ainda, as mulheres estão sub-representadas na ciência, o que é um prejuízo não apenas para as mulheres, mas também para a ciência.
Essa sub-representação também depende do nível hierárquico na ciência: quanto mais alto o cargo, menor a representação feminina. Existe ainda a questão das disciplinas específicas - a situação na área de literatura, por exemplo, é muito diferente da eletrotécnica.
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FOLHA.COM
EDUCAÇÃO PELO MUNDO
Escola rural na Coreia do Sul ocupa lugares vazios com avós
Todas as manhãs quando vai para a escola, Hwang Wol-geum, aluna da primeira série, usa o mesmo ônibus amarelo que três de seus parentes: uma está no jardim da infância, outra na terceira série e outra na quinta.
Hwang tem 70 anos --e seus colegas são seus netos.
Analfabeta durante toda a vida, ela lembra que se escondia atrás de uma árvore e chorava quando via suas amigas indo para a escola, há 60 anos. Enquanto outras crianças da aldeia aprendiam a ler e escrever, ela ficava em casa tratando de porcos, colhendo lenha e cuidando dos irmãos menores. Mais tarde ela criou seis filhos, e mandou todos para o colégio ou a faculdade.
Mas ela sempre sofreu por não poder fazer a mesma coisa que outras mães faziam. "Escrever cartas para meus filhos, era o que eu mais sonhava", disse Hwang.
A ajuda veio inesperadamente neste ano, de uma escola local que estava ficando sem crianças em idade escolar e precisava desesperadamente encher as classes de alunos.
A taxa de natalidade na Coreia do Sul despencou nas últimas décadas, para menos de um filho por mulher no ano passado, um dos índices mais baixos do mundo.
As áreas mais atingidas são os municípios rurais, onde os bebês são uma visão rara hoje, enquanto jovens casais migram em massa para as cidades buscando empregos mais bem pagos.
Como outras escolas rurais, a Elementar Daegu, no distrito de Hwang, viu o número de seus estudantes diminuir. Quando o filho mais moço de Hwang, Chae Kyong-deok, 42, a frequentou nos anos 1980, tinha 90 alunos em cada série. Hoje a escola tem só 22 alunos ao todo, incluindo um em cada uma das classes de quarta e quinta séries.
Neste ano a pior calamidade atingiu o distrito.
"Percorremos as aldeias procurando apenas uma criança preciosa para matricular na primeira série", disse o diretor, Lee Ju-young. "Não encontramos. "Então Lee e outros moradores, desesperados para salvar a escola de 96 anos, tiveram uma ideia: que tal matricular moradores mais velhos que quisessem aprender a ler e escrever?
Hwang e sete outras mulheres, de 56 a 80 anos, deram um passo à frente, e pelo menos outras quatro pediram para ser matriculadas no ano que vem.
Para pessoas mais jovens que querem ficar na região, o futuro de sua cidade dependia de manter a escola viva.
"Quem começaria uma família aqui se não houvesse escola?", perguntou Noh Soon-ah, 40, cujo marido —um dos filhos de Hwang— deixou o emprego numa fábrica de automóveis numa grande cidade e reassentou sua família aqui cinco anos atrás para continuar no negócio agrícola dos pais. "As crianças são o que traz riso e vitalidade a uma cidade."
O departamento de educação local acalentou a ideia, e Hwang começou as aulas no mês passado.
Assim como muitos alunos da primeira série no primeiro dia, Hwang chorou. Mas eram lágrimas de alegria.
"Eu não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo comigo", disse ela. "Carregar uma mochila para a escola sempre foi meu sonho."
Na sala de aula da primeira série, Hwang e duas outras avós trabalharam com afinco, decididas a aprender a ler e escrever.
De lápis na mão, elas entoaram as 14 consoantes e dez vogais do alfabeto coreano enquanto seu professor, Jo Yoon-jeaong, 24, conduzia uma a uma ao quadro branco. Elas ouviram palavras ditadas como "tia", "pescador" e "gambá" e as escreveram com sua caligrafia lenta e tortuosa.
Entre esses exercícios, Jo ligou uma canção animada, "Não há nada errado com a minha idade" e conduziu uma rotina de dança para que as avós sorridentes o seguissem.
"A escola é muito divertida", disse Hwang.
Seu filho, Kyong-deok, concordou: "Minha mãe se tornou uma pessoa muito mais feliz desde que começou a ir à escola. O sorriso quase não sai do seu rosto".
O município de Hwang, Gangjin, na ponta sudoeste do litoral da Coreia do Sul, é típico das áreas rurais deixadas para trás na rápida industrialização do país.
A última grande indústria de Gangjin, de artigos de cerâmica, morreu quando os plásticos começaram a substituir a louça nas cozinhas coreanas nos anos 1970. Sua população, que envelhece rapidamente, hoje ganha a vida plantando morangos e groselhas ou colhendo ostras, mariscos e polvos na maré baixa.
Park jong-sim, 75, é uma apanhadora de polvos campeã em sua aldeia. Mas num dia recente ela estava mais preocupada em não se atrasar para a aula na escola primária.
Ela piscou os olhos enquanto tentava mantê-los enfocados no caderno, e às vezes tirava os óculos para enxugar lágrimas causadas pelo cansaço. Pronunciar palavras também era difícil. Para praticar caligrafia, ela acordava antes do dia nascer.
"Minha memória, a mão e a língua não funcionam como eu gostaria", disse Park. "Mas vou aprender a escrever antes de morrer. Você não sabe como me sinto quando vou a um departamento do governo, eles me pedem para preencher um formulário e a única coisa que sei escrever é meu nome."
Ir à escola se tornou um sonho distante para Park depois que o pai dela morreu, quando tinha 8 anos. Ela passou a infância colhendo mostarda marinha, criando bichos-da-seda e colhendo rami.
Décadas atrás, as famílias coreanas concentravam os poucos recursos que tinham na educação dos filhos. Muitas meninas deviam ficar em casa e cuidar dos irmãos menores enquanto os pais trabalhavam no campo.
Hwang disse que seu pai encontrou uma nova mulher depois que sua mãe deu à luz a cinco filhas, mas nenhum menino. Sua madrasta se recusava a mandar Hwang à escola e zombou da ideia de "ensinar letras a uma filha" quando seu pai tentou lhe ensinar a ler em casa.
Ser analfabeta lhe causou muitas humilhações na vida. Postar pacotes sempre foi um problema porque ela não sabia escrever os endereços.
Anos atrás, ela e o marido, Chae Jan-ho, 72, estavam visitando seu filho em Seul quando se separaram no metrô movimentado. Hwang não sabia ler nenhuma das placas e ficou perdida até que um desconhecido a ajudou a encontrar o caminho.
Agora ela e seus colegas estudantes estão decididos a compensar o tempo perdido. Uma das mulheres que voltou à escola primária neste ano tinha abandonado a escola na quinta série nos anos 1970, quando foi mandada para ser empregada de uma família rica para sustentar a sua.
"Elas estão ansiosas para aprender", disse Jo, a professora, sobre seus alunos da primeira série.
"Provavelmente são os únicos estudantes que pedem mais lição de casa."
Ao contrário de outras classes, a dos primeiranistas tem um sofá e um colchão aquecido. Nos intervalos, as mulheres idosas se sentam no colchão e cobrem os pés com cobertores. Elas também têm um cesto de doces para as da segunda série, ao lado, que às vezes vêm visitar.
Mas Hwang se sentiu mal por estar na escola durante a agitada temporada da colheita de morangos. Para compensar, ela acordava às 4h e ajudava seu marido, seu filho e a nora a apanhar morangos antes de ir para a escola. Hwang já tem um plano ambicioso.
"Vou me candidatar a presidente da sociedade de mulheres da aldeia", disse ela. "As pessoas me pediam para disputar, mas eu sempre recusei. É um cargo para alguém que sabe ler e escrever."
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EDUCAÇÃO
Ministro da Educação ironiza reitores ao falar de tolerância e pluralidade
Após polêmica envolvendo cortes de orçamento no ensino superior federal, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ironizou nas redes sociais os reitores de universidades federais ao falar de tolerância e pluralidade.
"Para quem conhece universidades federais, perguntar sobre tolerância ou pluralidade aos reitores (ditos) de esquerda faz tanto sentido quanto pedir sugestões sobre doces a diabéticos", escreveu Weintraub no Twitter na manhã desta quarta-feira, dia 1°.
O ministro abriu uma crise com as federais ao indicar nesta semana que três universidades, a UnB, a UFBA e a UFF, teriam bloqueios de 30% dos recursos orçamentários por motivos ideológicos. A iniciativa foi considerada inconstitucional por especialistas ouvidos pela Folha. Na noite de terça-feira (30 de abril), o MEC mudou o entendimento e estendeu a todas federais o mesmo percentual de bloqueio.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que os cortes a essas três instituições tinham ligação a atividades políticas ocorridas nessas unidades, o que ele havia chamado de balbúrdia, bagunça e evento ridículo. As universidades reagiram e defenderam a pluralidade de atividades dentro da universidade.
Weintraub ainda fez menção a um suposto baixo desempenho das instituições, o que não é confirmado pelos indicadores. As três federais ficaram entre as 20 melhores universidades do país na última edição do RUF (Ranking Universitário Folha).
A principal marca do discurso de Bolsonaro sobre educação é a perseguição a uma suposta doutrinação de esquerda que seria predominante nas universidades públicas, sobretudo em humanas. A luta contra o chamado marxismo cultural é a espinha ideológica do governo.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou nas redes sociais que o governo reduziria investimentos nas áreas de filosofia e sociologia nas universidades. Bolsonaro retomava a mesma ideia exposta pelo ministro da Educação no dia interior. O objetivo em estudo seria, segundo o presidente, focar em áreas que gerem "retorno imediato ao contribuinte.”
A Folha mostrou em reportagem que a ideia tem peso mais ideológico do que prático. O número de alunos de graduação desses cursos representa 2% do total nas universidades federais, comportamento similar ao da pós-graduação.
As duas áreas registram 66 programas de mestrado e doutorado nas federais. Isso equivale a 2,5% do total de 2.509 programas nessas instituições, segundo dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
O cenário é o mesmo com relação ao pagamento de bolsas. Somente 1,4% dos gastos do CNPQ, agência federal de fomento à pesquisa, são direcionados à ciências sociais. Para filosofia, esse percentual é de 0,7%.
Recentemente, Bolsonaro declarou nas redes sociais que “poucas universidades têm pesquisa, e, dessas poucas, a grande parte está na iniciativa privada”. O que não é verdade —as universidades públicas concentram praticamente toda produção de pesquisa no país.
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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.
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