Goiânia, 06 de março de 2020
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
MEC lança série com dicas para escolha de livros de acordo com a idade da criança
Inscrições para bolsas de doutorado nos EUA são prorrogadas até 31 de março
CORREIO BRAZILIENSE
Brasília receberá Salão do Estudante 2020
UCB oferece atendimento sobre declaração de imposto de renda
GLOBO.COM
USP desenvolve microcomputador do tamanho de uma moeda
FOLHA.COM
Brasil perdeu ímpeto na educação, diz diretor da OCDE
Escolas públicas diferenciadas e o desafio da gestão da política educacional
N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O
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CAPES
Adiado prazo para cadastro de instituições ao novo modelo de concessão de bolsas de mestrado e doutorado
Com a nova metodologia, a ideia é dar mais transparência ao processo e valorizar áreas com mais potencial acadêmico e científico
As regras para concessão de bolsas de mestrado e doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) terão uma maior contribuição da comunidade acadêmica. Por isso, o cadastro das instituições de ensino, previsto para ser iniciado nesta sexta-feira, 6 de março, junto à Capes será adiado para as próximas semanas.
O novo modelo de oferta das bolsas de estudo - antes não haviam metodologias específicas - pretende corrigir distorções, dar transparência e isonomia ao processo, além de incentivar o desenvolvimento regional e valorizar cursos com boas avaliações.
Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes
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CONTA PRA MIM
MEC lança série com dicas para escolha de livros de acordo com a idade da criança
Sabe qual tipo de livro é ideal para a idade do seu filho? Vai aí uma dica! Serão publicados vídeos nas páginas oficiais do Ministério da Educação (MEC) - um por semana - com dicas para selecionar livros de acordo com a faixa etária dos pequenos. Nas animações, há sugestões de ilustrações, cores, durabilidade, rimas, frases e outros itens para facilitar manuseio e a leitura no ambiente familiar.
O primeiro vídeo da série foi publicado nesta quarta-feira, 4 de março, e destina-se a crianças de 0 a 3 anos. Confira as sugestões para que a leitura para crianças nessa faixa etária seja bem aproveitada:
Livros resistentes e duráveis: de papel grosso, de plástico e de pano;
Livros com ilustrações em cores fortes e contrastantes;
Livros com ilustrações ou fotografias de pessoas, bebês, animais e objetos;
Livros com rimas e letras de canções;
Livros com uma frase curta ou uma palavra por página e com predomínio de ilustrações.
Série - Os vídeos, que irão ajudar pais e responsáveis a escolherem livros para os filhos, são mais uma ação do programa Conta pra Mim, da Secretaria de Alfabetização do MEC. O programa foi lançado em dezembro de 2019 para incentivar uma cultura de leitura no ambiente familiar.
As sugestões apresentadas na série também estão no Guia de Literacia Familiar do programa, que possui orientações e dicas simples e diretas para que as famílias comecem o quanto antes a colocar em prática estratégias de leitura em casa antes de os pequenos iniciarem a alfabetização na escola.
A série abrange as seguintes faixas etárias:
0 a 3 anos;
3 a 5 anos;
5 a 7 anos;
7 a 9 anos;
9 anos ou mais.
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PÓS-GRADUAÇÃO
Inscrições para bolsas de doutorado nos EUA são prorrogadas até 31 de março
Foram prorrogadas até 31 de março as inscrições para o Programa de Doutorado Pleno nos Estados Unidos (EUA). O edital está disponível no site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela iniciativa em parceria com a Fulbright, rede de ensino superior e de pesquisa dos EUA.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas exclusivamente pela internet. O procedimento inclui preenchimento do formulário de inscrição na seção “Links disponíveis” do endereço https://inscricao.capes.gov.br.
Além da inscrição, outras partes do cronograma foram alteradas. A análise das candidaturas vai até 1º de junho, a divulgação do resultado preliminar será até 22 de junho. A entrevista será realizada entre 6 e 10 de julho.
Serão oferecidas até 20 bolsas, com duração de até 6 anos, a partir de agosto de 2020. As áreas abrangidas serão Ciências Exatas e da Terra, Biológicas, da Saúde, Agrárias, Sociais Aplicadas, Humanas, Engenharias e Linguística – Letras e Artes. O apoio anual da Capes será de até US$ 55 mil para cada bolsista.
Quanto à documentação necessária, o edital esclarece que o formulário de dados de contato para cartas de recomendação deve ser preenchido por três professores ou pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior ou de pesquisa. Além disso, na etapa de inscrição, não é obrigatória a apresentação de diplomas e históricos traduzidos.
Para maiores informações, os contatos são Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Acesso a sistema de educação profissional e tecnológica deve ser feito por login único do governo federal
O Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec) é mais um serviço do Ministério da Educação (MEC) integrado ao portal gov.br. A partir desta segunda-feira, 2 de março, o acesso deve ser feito por meio do login único do governo federal.
A medida faz parte do plano de transformação digital do governo Jair Bolsonaro. A ideia é simplificar a vida do cidadão, com um login — o número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) — e uma senha para todos os serviços da administração pública.
Acesse o passo a passo para criação de conta no portal do governo federal.
Prorrogação para instituições – Em meio à mudança, as instituições privadas de ensino superior ganharam mais tempo para solicitarem a autorização para ofertar cursos técnicos. O prazo, que terminaria em 1º de março, foi prorrogado por mais 30 dias. Agora, as instituições têm até 31 de março para realizar os pedidos.
O aumento no período de solicitações foi publicado em portaria na edição desta segunda-feira, 2 de março, do Diário Oficial da União (DOU). A medida é parte da consolidação do Novos Caminhos, agenda estratégica desta gestão para a educação profissional e tecnológica. As regras para a possibilidade de oferta de cursos foram publicadas em janeiro.
Os pedidos de autorização de cursos devem ser feitos por meio do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec), mantido pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC).
A partir do registro no Sistec, o ministério tem um prazo de 120 dias para avaliação. A pasta conta com um banco de avaliadores, com especialistas em diversas áreas de educação profissional e tecnológica. Caso as informações da instituição de ensino sejam consideradas insuficientes, há um prazo de diligência e complementação.
Como resultado do processo, o pedido pode ser deferido ou indeferido. Cabe recurso em caso de negativa. Concedida, a autorização tem validade por três anos.
Como já havia sido publicado em portaria de outubro de 2019, podem oferecer os cursos técnicos as instituições privadas de ensino superior que:
tenham Índice Geral de Cursos (IGC) maior do que 3;
apresentem excelência na oferta comprovada por indicadores pré-estabelecidos pelo normativo;
já atuem previamente em cursos de graduação em área de conhecimento correlata ao curso técnico a ser ofertado, com um conceito do curso igual ou superior a 4.
Novos Caminhos – Lançado em outubro de 2019, o Novos Caminhos estabelece uma série de medidas com o objetivo de aumentar em 80% — de 1,9 milhão para 3,4 milhões — o número de matrículas na educação profissional e tecnológica do país. O programa é dividido em eixos. O marco regulatório para a oferta de cursos técnicos pelas instituições de ensino superior faz parte do eixo Gestão e Resultados.
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CORREIO BRAZILIENSE
EDUCAÇÃO
Brasília receberá Salão do Estudante 2020
Está pensando em estudar fora, mas ainda não se decidiu para qual instituição ou país ir? Durante o mês de março ocorrerá, em Brasília, o Salão do Estudante 2020, a maior feira de intercâmbio da América Latina. O evento reúne mais de 300 expositores com variedades de cursos no exterior, empresas especializadas no assunto e representantes de instituições de ensino. Este ano são esperados cerca de 40 mil pessoas no evento.
Uma das novidades deste ano é a ExpoPós, uma área destinada especialmente para quem tem a intenção de fazer graduação e pós-graduação no exterior, um perfil que cresceu muito entre os visitantes nos últimos anos. Para atender essa turma, o Salão contará com a presença de representantes de diversas instituições internacionais de ponta, como a University of London, no Reino Unido, as mais conhecidas universidades Portuguesas, como Universidade de Coimbra, Lisboa e Porto, e algumas universidades americanas, como a University of California, University of Miami e a Columbia University de Nova Iorque, membro da Ivy League, entre muitas outras.
A feira ocorre de sábado (7) até 19 de março em seis capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Em Brasília, o evento ocorre em 13 de março, das 15 às 19h, no Centro de Convenções Brasil 21, no Setor Hoteleiro Sul, Quadra 6, Lote 1. Para participar é preciso fazer o credenciamento no site.
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EDUCAÇÃO
UCB oferece atendimento sobre declaração de imposto de renda
O prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda 2020 acaba em 30 de abril e para ajudar à população a ajustar as contas com o Fisco neste período, a Universidade Católica de Brasília (UCB) oferece atendimento gratuito para o contribuinte que está com dúvidas na hora de preencher a declaração.
Durante todo o ano a UCB faz atendimento jurídico à população tirando dúvida de pessoas físicas ou jurídicas sobre declaração de impostos federais. Durante os meses de março e abril a instituição estará disponível para esclarecer dúvidas apenas sobre a Declaração de Imposto de Renda 2020. O evento marca também o lançamento do espaço Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal Católica (NAF/Católica). Na ocasião, será explicado como ocorrerá o atendimento à comunidade, que ocorrerá por e-mail e presencial, a partir de 11 de março.
Além do atendimento, haverá palestra sobre o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal e Educação Fiscal com Reginaldo Araújo, assessor tributário da Receita Federal no Grupo de Educação Fiscal do DF e chefe do Centro de Atendimento ao Contribuinte da Alfândega de Brasília. Também estará presente o delegado adjunto da Receita Federal em Brasília e Auditor Fiscal, Jônio Ibiapina.
A entrada é gratuita e não é preciso fazer inscrição para participar. O evento acontecerá nesta quinta-feira (5), às 19h30, no auditório do bloco K da Universidade Católica de Brasília (UCB), localizada na QS 07, Lote 01, EPCT - Taguatinga-DF.
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GLOBO.COM
MUNDO
Itália fechará escolas até 15 de março contra o coronavírus; estratégia já foi adotada em outros países
A Itália, o país mais atingido no continente europeu pelo Covid-19, determinou nesta quarta (4) que as escolas e universidades do país ficarão fechadas a partir de quinta (5) até 15 de março. A medida é uma tentativa de conter o novo coronavírus.
O país tem 3.089 casos confirmados da doença e 107 mortes.
O surto do vírus já fez com que países como Israel, Japão, Alemanha, Estados Unidos, França e Coreia do Sul também fechassem escolas temporariamente ou suspendessem aulas na tentativa de combate à doença.
Impacto do vírus nas escolas pelo mundo:
Itália
Além do fechamento das escolas e universidades, um rascunho de um decreto prevê a proibição de eventos públicos em todo o país para tentar conter o novo vírus; a medida inclui o fechamento de cinemas e teatros e também pede aos italianos que evitem abraçar ou apertar as mãos para cumprimentos.
Segundo a Reuters, o texto ordena "a suspensão de eventos de qualquer natureza que envolvam a concentração de pessoas e que não permitam que uma distância de segurança de pelo menos um metro seja respeitada".
O país já havia fechado escolas e colocado 11 cidades em quarentena nas regiões de Emília-Romanha, Friul-Veneza Júlia, Lombardia, Veneto e Piedmont, todas no norte do país, segundo o jornal "The Guardian".
Alemanha
Em Bonn, no estado de Renânia do Norte-Vestfália, no oeste alemão, uma escola com 185 alunos foi fechada por duas semanas depois que um supervisor foi diagnosticado com a doença no sábado (29), informou a Deutsche Welle.
No mesmo estado, uma professora contaminou 4 crianças em uma escola com 114 alunos em Heinsberg, também de acordo com a DW, mas não ficou claro se essa escola também foi fechada.
China
Em Hong Kong, as aulas estão suspensas até 20 de abril. Segundo o último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cidade, que é um território semiautônomo chinês, teve 101 casos confirmados e 2 mortes por Covid-19.
Coreia do Sul
O país, que tem o maior número de casos da doença fora da China, suspendeu aulas em todo o território na segunda-feira (2), segundo o jornal americano "The New York Times".
Estados Unidos
No sábado (29), o país anunciou que uma escola primária em Portland, no Oregon, no oeste americano, ficaria fechada até esta quarta (4) depois que um funcionário foi diagnosticado com Covid-19.
Ao menos duas escolas foram fechadas em no estado de Nova York e uma outra na cidade de Seattle, segundo o jornal americano "The New York Times". A cidade, que também fica no oeste do país, vem se tornando um dos focos da doença nos EUA: todas as 9 mortes registradas em território americano ocorreram lá.
França
Até terça (3), quase 120 escolas tinham sido fechadas na França para tentar conter o surto de Covid-19.
Israel
Todos os 1.150 alunos de uma escola de ensino médio e alunos de uma turma de outra escola, primária, foram instruídos pelo ministério da Saúde do país a ficarem em casa, sob quarentena autoimposta, segundo o jornal "Times of Israel". A determinação veio depois que o ministério anunciou, na terça (3), que mais três israelenses foram diagnosticados com o vírus, levando o total de infectados em Israel a 15.
Japão
O Japão já havia anunciado, na semana passada, que todas as escolas do país ficariam fechadas de 2 de março até o fim das férias da primavera, em abril, para conter o surto de coronavírus.
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EDUCAÇÃO
USP desenvolve microcomputador do tamanho de uma moeda
A Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu um microcomputador que cabe na ponta dos dedos e que vai ajudar a conectar máquinas e pessoas.
"São computadores do tamanho de um bilhete de Metrô, ou, em alguns casos, computadores do tamanho de uma moeda de dez centavos", explicou o professor Marcelo Zuffo, do Centro Interdisciplinar de Tecnologias Interativas (CITI).
"Existe hoje um movimento mundial chamado 'internet das coisas', e os computadores têm que ser muito pequenos porque você vai colocar no seu brinco, no seu sapato, no botão da camisa. A gente está em um esforço muito grande de projeto de engenharia, usando o que a gente chama de microeletrônica, para que esses computadores fiquem com granularidade de pó", continuou.
O microcomputador foi batizado de 'pulga'. "O melhor companheiro do homem é o cachorro, e a gente acredita que o computador vai seguir a mesma linha", disse o professor Zuffo.
Por enquanto as 'pulgas' não são usadas em grande escala, mas são testadas por algumas empresas parceiras da universidade. Mesmo assim, os professores da USP acreditam que logo essa tecnologia vai estar disponível para muito mais gente.
Pioneirismo
A USP é uma das pioneiras no desenvolvimento de computadores, e inventou uma das primeiras máquinas no Brasil, o "Patinho Feio".
Na década de 1980, quando ele foi desenvolvido, havia uma espécie de disputa entre a USP e a Unicamp, que também já estava preparando um computador.
"Eles falaram que o computador que eles iam fazer se chamava 'Cisne Branco'. Daí, a gente pegou a deixa e falou: 'olha, a gente já tem um pronto e ele chama 'Patinho Feio' que um dia vai se transformar em cisne branco'. E foi assim que surgiu o nome", contou Edith Ranzini, engenheira e professora da Poli-USP.
"É uma unidade lógica aritmética, que faz as contas e as operações lógicas. E os programas e os dados ficam armazenados em uma memória", continuou.
Quando o 'Patinho Feio' ficou pronto teve solenidade com o governador na época e até bênção do bispo.
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FOLHA.COM
OPINIÃO
Brasil perdeu ímpeto na educação, diz diretor da OCDE
Há dois anos, Andreas Schleicher, uma das maiores autoridades em avaliação educacional do mundo, ainda via o copo meio cheio ao falar do desempenho do Brasil no setor. Mas, diante dos resultados mais recentes do Pisa, prova internacional da educação básica, até ele recolheu o olhar otimista.
“O Brasil perdeu um pouco do seu ‘momentum’”, diz à Folha o diretor de educação da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), empregando a palavra latina muito usada na língua inglesa para designar janelas de oportunidade.
E, se o país perdeu o ímpeto que parecia ter adquirido nas disciplinas tradicionais, ele também não está em patamar promissor em algo considerado fundamental para a era atual: a criatividade.
Segundo Schleicher, os estudantes brasileiros são melhores em tarefas que pedem respostas certas do que nas que exigem pensar além.
Na mais recente edição do Pisa, aplicada em 2018 e divulgada no ano passado, os alunos de quatro províncias chinesas (Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang) se destacaram, alcançando o primeiro lugar nas três disciplinas avaliadas.
O Brasil ficou em 42º em leitura, em 58º em matemática e em 53º em ciências. O relatório apontou que, desde 2009, o desempenho do país não tem melhora significativa em nenhuma das disciplinas.
No documento anterior, de 2016 (a avaliação é trienal), a performance também não foi boa, mas a OCDE havia ressaltado como positiva a inclusão de jovens na escola.
Schleicher vem ao Brasil nesta semana para participar de um seminário internacional sobre criatividade e pensamento crítico na escola promovido pelo Instituto Ayrton Senna. O evento acontece na quinta-feira (5).
Por que a OCDE decidiu avaliar pensamento criativo? As coisas que são fáceis de se ensinar e fáceis de se avaliar estão também prestes a se tornar fáceis de se automatizar. O advento da inteligência artificial nos leva a pensar muito sobre o que nos torna humanos, e isso certamente inclui nossa capacidade de imaginar, criar e desenvolver. No mundo em que vivemos, criatividade não é só um valor humano, é também um valor econômico muito importante.
Recentemente, países melhoraram no Pisa, como Portugal, e atribuíram isso a investir no básico, como português e matemática . Outros, como a Finlândia pioraram, ao mesmo tempo em que têm adotado práticas mais associadas à criatividade, como ensino por projetos. Pode-se associar a melhora ou piora desses países a esses fatores? É muito difícil associar o que fazemos hoje ao que alcançamos amanhã. Às vezes, os resultados de aprendizagem que medimos em Pisa são um acumulado do que aconteceu em um longo período de tempo. E a Finlândia sempre valorizou muito as competências criativas, não é algo novo. O currículo de lá tem poucas páginas se você comparar com o do Brasil, que tem muitas. E Portugal é um país que certamente agora está dando muito mais ênfase às habilidades de pensamento criativo do que no passado.
Desenvolver criatividade na escola significa negligenciar conteúdo? Criatividade e conhecimento não são polos opostos, são dois lados da mesma moeda.
O mundo moderno não te recompensa mais pelo que você sabe, o Google agora sabe tudo. Nem se você pode reproduzir o que você sabe, isso um smartphone faz.
O mundo moderno te recompensa pelo que você pode fazer com o que sabe, por como você usa seu conhecimento. Alguns sistemas educacionais se tornaram bons para criar robôs de segunda classe, as pessoas viraram boas em repetir o que é dito a elas. A criatividade é uma importante habilidade de mobilização de conhecimento. Desenvolvê-la significa construir habilidades criativas no conteúdo ensinado, não tirar algo dele.
Pode-se fazer isso na sala de aula tradicional, com práticas como aulas expositivas, ou é preciso usar estratégias alternativas como ensino baseado em projetos? Não devemos associar criatividade a práticas didáticas específicas. O ensino baseado em projetos pode ser uma maneira de propor problemas que demandam criatividade, mas é possível promover habilidades criativas mesmo em uma aula expositiva.
O que os professores precisam fazer nesse caso? Se você quer que seus alunos sejam criativos, é necessário permitir que eles experimentem; se experimentarem, eles cometerão erros; se cometerem erros, será preciso ajudá-los a aprender com eles. Se penalizamos os erros, se só pedimos a resposta certa, eles não serão criativos. Professores precisam dar espaço para os alunos desenvolverem seu próprio raciocínio e isso não é algo em que os estudantes brasileiros sejam muito bons hoje.
Países que vão bem no Pisa em ciências, leitura e matemática tendem também a ir melhor em pensamento criativo? É muito uma questão de como ensinamos. Por exemplo, matemática. Se a ensinarmos simplesmente passando equações e fórmulas, orientando a decorar respostas, provavelmente os alunos não serão muito criativos.
Se focarmos mais na capacidade de pensar como um matemático, ou de usar a matemática para resolver problemas do mundo real, provavelmente veremos estudantes que são bons tanto na parte cognitiva como na criatividade. Mas não acho que exista uma correlação automática entre as duas habilidades.
Com base no que já sabemos do Pisa, acha que países asiáticos terão bom desempenho também em pensamento criativo? Alguns países enfatizam muito o pensamento criativo. Cingapura, por exemplo, vai muito bem no conteúdo, mas também promove criatividade. Não tenho certeza, talvez a Coréia do Sul vá bem no conteúdo e não tão bem em habilidade criativa. Mas não devemos pensar que, se ensinarmos mais conhecimento, os alunos serão menos criativos. Isso também está errado.
O tempo que os estudantes passam usando smartphone é algo preocupante ou algo que pode ajudar no desenvolvimento da criatividade? A tecnologia pode melhorar o ambiente de aprendizagem, torná-la mais interativa e dinâmica, potencializar o pensamento criativo. Mas também pode distrair e tornar o aprendizado superficial se os alunos apenas respondem às perguntas do computador.
Se você quer tecnologia, é preciso ter professores incríveis. Acho que é um complemento.
Há dois anos, em entrevista à Folha, o senhor classificou o Brasil como um dos poucos casos de sucesso na América Latina. Mantém a avaliação após o Pisa 2018? Eu estava falando do início dos anos 2000. Se você olhar para o período do primeiro ciclo da Pisa até 2009, você pode ver melhoria de qualidade, mais crianças na escola. Mas isso não está mais muito claro. Eu acho que o Brasil perdeu um pouco do seu ‘momentum’ [janela de oportunidade]. Há coisas promissoras, como o currículo nacional, que promete deixar claro o que se espera de uma boa educação. Mas, para ser franco, nos últimos cinco anos vejo uma perda no ‘momentum’ em relação ao começo dos anos 2000.
O relatório do Pisa apontou que o clima escolar no Brasil tem alguns problemas. Alunos são menos confiantes do que a média da OCDE, e professores perdem mais tempo de aula para controlar e disciplina. Esses podem ser obstáculos ao desenvolvimento do pensamento criativo? É preciso um clima de aprendizagem muito positivo para aprimorar a criatividade. Estudantes precisam se concentrar para trabalhar juntos.
Quais as suas outras impressões sobre o desempenho do Brasil? O desafio da criatividade no Brasil é real, porque o sistema é muito melhor para ensinar algo aos alunos do que para lhes dar suas próprias ferramentas. Criatividade não diz respeito só ao que se aprende. Trata-se também de encontrar maneiras de mobilizar seus recursos cognitivos, sociais e emocionais, e eu não acho que essa seja uma força na educação brasileira hoje.
E por que digo isso? Porque hoje os estudantes brasileiros são muito melhores em tarefas que exigem uma resposta certa do que naquelas em que é preciso pensar de forma criativa, ou crítica, ou onde a resposta não é tão clara e depende do contexto. É algo para se trabalhar.
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OPINIÃO
Escolas públicas diferenciadas e o desafio da gestão da política educacional
Visitei nesta semana, no vale do Cuiabá, em Itaipava (RJ), uma escola rural municipal em tempo integral que faz um trabalho excelente para alunos da pré-escola ao 5º ano, com um aprendizado baseado em projetos e um ensino que fortalece o raciocínio matemático e científico.
Em suma, uma escola que ensina a pensar. Conversei com os alunos de 4º ano sobre as lendas associadas à Quaresma em partes do Brasil e com os de 5º sobre enredos de óperas e peças de Shakespeare. Assisti também à aula de matemática do 2º ano e me surpreendi com o bom uso de metodologias ativas, num ambiente sem sofisticações.
O que me fica como primeira pergunta é o que faz uma escola pública se destacar em relação às demais? As evidências científicas são claras: um bom diretor, que cria uma cultura de colaboração na equipe e com a comunidade, incluindo os pais e moradores do entorno, forte investimento em formação continuada em serviço para os professores, ligada ao que está sendo trabalhado em sala, e foco na aprendizagem dos alunos.
Estudos da Fundação Lemann, do Unicef e de outros parceiros sobre escolas em áreas de vulnerabilidade no Brasil com bom desempenho trouxeram conclusões assemelhadas. A importância do papel do diretor e de uma equipe estável e comprometida com o aprendizado do aluno foi ressaltada em todas elas, mais do que infraestrutura, tamanho de turmas ou uso de tecnologias avançadas.
Um bom gestor escolar com certeza deixa sua marca. Por vezes vemos duas escolas de mesmo tamanho, com os mesmos recursos, ambas na mesma favela conflagrada e uma se sobressai frente à outra. Quando se busca entender o que faz uma delas ter resultados educacionais melhores do que a outra, quase sempre se destaca a figura de um diretor que tem altas expectativas para todos os alunos.
Mas, vendo aqueles alunos no vale do Cuiabá ou em tantas escolas boas que conheci em áreas desafiadoras, fica outra pergunta: por que não conseguimos ter bons sistemas escolares em que todas as escolas possam ser como essas?
Aqui, parte da resposta vem do domínio da gestão de políticas públicas.
Elaborar, financiar, implementar e monitorar constantemente políticas educacionais dá muito trabalho e demanda uma persistência que não é própria de um sistema político clientelista. É fundamental ter bons secretários estaduais e municipais, que trabalhem colaborativamente no território, invistam em formação dos professores, foquem a aprendizagem de todos e busquem, com obstinação, melhorar os resultados.
Por Claudia Costin
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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.
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