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Goiânia, 01 de dezembro de 2017

Publicado: Sexta, 01 de Dezembro de 2017, 12h20 | Última atualização em Sexta, 01 de Dezembro de 2017, 12h33

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Ministro recebe subcomissão da Câmara para conversa sobre universidades e institutos

Inep divulga os microdados da edição de 2016 do Enem

MEC libera 100% do orçamento de custeio para universidades e institutos federais

Unicamp abre inscrições para curso on-line com professores  

UOL EDUCAÇÃO

Último dia para solicitar isenção no Vestibular 2018/1 via Enem do IFG

Internet x preconceito

MEC aciona PF contra notícias falsas sobre salários de professores

CORREIO BRAZILIENSE

Comissão aprova o tema 'combate à violência contra a mulher' nas escolas

Brasilienses vencem pela primeira vez desafio universitário da Aberje

GLOBO.COM

Gabarito do Encceja será divulgado nesta sexta-feira, diz Inep

Ministério da Educação só recuperou 18% dos R$ 3,6 bilhões cortados no ano

Silviano Santiago e Magda Soares ganham o Prêmio Jabuti 2017

FOLHA.COM

Sem bandejão, alunos da Uerj passam dia sem comer e abandonam aulas

Educação amorosa e Escola Sem Partido

Governos acordam para a importância de envolver pais com escolas

 

N O T Í C I A S DA  E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

Ministro recebe subcomissão da Câmara para conversa sobre universidades e institutos 

O ministro da Educação, Mendonça Filho, recebeu na última quarta-feira, 29, em Brasília, representantes da subcomissão especial de Educação da Câmara dos Deputados que trata da situação dos campi fora das sedes das universidades federais e dos institutos federais. Entre os presentes estavam o deputado Caio Narcio (PSDB-MG), presidente, e o deputado Pedro Uczai (PT-SC), relator. Durante o encontro, foram apresentadas demandas sobre o futuro de universidades e institutos federais de educação.

“Assumi o compromisso com a subcomissão de que faríamos esse encontro aqui no MEC para abrir a oportunidade de ouvir as demandas dos parlamentares que compõe a Comissão de Educação da Câmara”, disse o ministro.

Durante o encontro, que contou com a presença de deputados e representantes de universidades e institutos, a subcomissão elogiou a postura do ministro em todas as discussões sobre o assunto e entregou a ele um documento com 18 pontos a serem debatidos, entre eles a consolidação dos campi e o orçamento para 2018.

“A consolidação dos campi é fundamental. Não estamos aqui discutindo expansão, mas consolidá-los no país, e o orçamento precisa da garantia para isso”, explicou o deputado Pedro Uczai, um dos responsáveis pela reunião. “Para o orçamento de 2018 há a preocupação de centralizar recursos do ponto de vista da engenharia orçamentária e de se dar autonomia para que as instituições façam seus gastos”, completou o deputado.

Custeio – Mendonça Filho aproveitou o encontro e falou sobre a liberação de 100% do custeio para os institutos e universidades federais, assim como foi em 2016. “Temos dois anos seguidos de cumprimento de 100% da verba prevista para custeio. Isso ratifica o nosso compromisso de valorização da educação técnica profissional e superior do Brasil”, afirmou o ministro. “Felizmente, aquilo que era apenas uma intenção minha virou realidade”, completou.

Pedro Uczai comemorou a notícia. “Quando o senhor nos informa sobre os 100% de custeio, temos motivo de comemoração por parte dos representantes de universidades e instituições federais, pois isso nos dá um alento para seguirmos firmes na busca de uma melhor qualidade da educação no país”, finalizou o deputado.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO

Inep divulga os microdados da edição de 2016 do Enem

Os microdados do Enem 2016 já estão disponíveis para consulta no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao MEC. O objetivo da publicação é desenvolver e disseminar avaliações e informações educacionais, já que os microdados permitem acessar informações específicas, gerando análises mais aprofundadas por parte de pesquisadores, jornalistas e gestores públicos, e podem ser acessados por programas estatísticos.

Nos microdados do Enem estão as provas, os gabaritos, as informações sobre os itens (questões), além das notas e do questionário respondido pelos inscritos em 2016. Para facilitar a utilização dos resultados, o arquivo principal, “Microdados _Enem_2016”, contém os questionários, congregando, em um único arquivo, as informações sobre os participantes do Enem. Em uma planilha específica, podem ser vistas as informações referentes aos itens, enquanto o dicionário contém dados sobre as variáveis contidas em cada base.

Os dados são apresentados em formato “.csv” (arquivo que contém valores separados por delimitador com ponto e vírgula) e os inputs (entradas) para a leitura desses arquivos foram elaborados utilizando os softwares SAS e SPSS. As entradas trazem a possibilidade de carregar os rótulos juntamente com os dados, o que facilita o manuseio pelo usuário, ao tornar sua utilização mais intuitiva e imediata. Isso não dispensa a consulta ao dicionário de variáveis e às provas para obter uma compreensão mais completa da organização do banco de dados e da própria estrutura dos instrumentos utilizados.

Se o usuário desejar, poderá não usar as entradas para abrir as bases, pois o formato “.csv” também foi adotado por facilitar a leitura dos arquivos, independentemente do software estatístico utilizado. No dicionário, os dados se encontram em formato “.ods” (Planilha do OpenDocument), para atender à política de dados abertos. Foi criada ainda uma base com informações sobre as provas, chamada “Itens_Prova_2016”. Nela, para cada tipo de prova, foram carregadas as informações de posição do item na prova, habilidade, cor área de conhecimento e gabarito.

Assessoria de Comunicação Social, com dados do Inep

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CUSTEIO

MEC libera 100% do orçamento de custeio para universidades e institutos federais

O Ministério da Educação anunciou nesta quarta-feira, 29, a liberação de 100% do custeio para universidades, institutos federais de todo o país e instituições vinculadas à pasta. “Pelo segundo ano consecutivo, garantimos 100% do custeio para a rede federal, fato que não acontecia há alguns anos”, declarou o ministro Mendonça Filho. “Reafirmamos nosso compromisso com a educação superior, técnica e tecnológica, assegurando a manutenção adequada do dia a dia, como limpeza, vigilância e outras atividades essenciais, para o bom funcionamento dessas instituições, dando tranquilidade aos professores, servidores e todos os estudantes brasileiros. ”

Do montante de R$ 1,023 bilhão liberados nesta quarta, R$ 497,04 milhões são referentes a recursos financeiros discricionários, quantia que, somada ao que já foi repassado este ano, chega a R$ 7 bilhões. Os repasses da atual liberação somam R$ 343,54 milhões para as universidades e R$ 148,54 milhões para os institutos federais. O restante, R$ 4,96 milhões, foi repassado ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), ao Instituto Benjamin Constant (IBC) e à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), órgãos vinculados ao MEC. Os recursos serão aplicados em manutenção, custeio e pagamento de assistência estudantil, entre outras finalidades.

As universidades federais serão beneficiadas com R$ 366,7 milhões, verba que eleva o total de recursos liberados neste ano a R$ 5,1 bilhões (Foto: Fabiana Carvalho/Arquivo MEC)

Os outros R$ 525,6 milhões liberados referem-se ao limite de empenho para custeio das instituições federais de ensino.  Com isso, pelo segundo ano consecutivo, a atual gestão do MEC garante que as universidades e institutos federais tenham 100% do orçamento disponível para as despesas necessárias à manutenção e à regular continuidade da prestação dos serviços.

A maior parte do orçamento de custeio liberado, R$ 366,7 milhões, será repassada às universidades federais, cujo total de recursos chegará a R$ 5,1 bilhões liberados neste ano. Já a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica receberá R$ 158,9 milhões, chegando a R$ 2,21 bilhões de orçamento para custeio.

Em março de 2016, o MEC teve corte de R$ 6,4 bilhões no orçamento do ano. Quando assumiu, em maio do ano passado, a atual gestão do MEC recuperou R$ 4,7 bilhões do que havia sido cortado. Com essa recomposição, foi possível dar continuidade aos programas, preservar recursos para custeio e possibilitar a retomada de obras nas instituições federais.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO SUPERIOR

Unicamp abre inscrições para curso on-line com professores

Os professores e graduandos interessados em fazer o 5º Curso de Formação Continuada, realizado pelo Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), já podem se inscrever no projeto. As atividades fazem parte do cronograma da 9ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), também organizada pela Unicamp. O tema deste ano será “Narrativas da América: discursos e dinâmicas locais”.

O curso será no período de 1º de março a 10 de maio de 2018. No formato on-line, inclui materiais inéditos, textos e vídeos produzidos para enriquecer a discussão e o trabalho dos professores em sala de aula, nos ensinos fundamental e médio. Tem apoio e participação de historiadores de renome e pesquisadores da Unicamp, além de outros docentes convidados.

O projeto está dividido em três módulos. Além das aulas, prevê entrega de tarefas em cada fase e participação em fóruns abertos. A avaliação final é realizada mediante a entrega do Plano de Aula Comentado Intermediário, trabalho feito pelos participantes e que, após analisado e comentado pelos tutores do curso, é devolvido com sugestões para alterações e acréscimos. Os 50 melhores planos de aula escolhidos por uma banca de especialistas estão disponíveis no site da ONHB.

A coordenadora da ONHB, Cristina Meneguello, explica que a proposta é ampliar a capacidade do ensino e aprendizado de história: “Mais do que uma competição, a olimpíada tem como objetivo promover a aprendizagem desta disciplina. Por isso, nós criamos esse curso, para proporcionar uma oportunidade de capacitação e acesso a novos conhecimentos por parte dos professores, ao mesmo tempo valorizando a reflexão e a experiência em sala de aula que eles possuem”.

“História da África”, “História dos índios”, “Ditadura civil-militar” e “Imagens em sala de aula” foram as temáticas dos cursos anteriores. “Desta vez, o curso optou por um tema raro, importante para os estudos de história contemporânea e, ao mesmo tempo, dificilmente abordado em sala de aula”, destaca Cristina Meneguello. “É cada vez mais urgente conhecer a experiência histórica dos países da América Latina.”

ONHB - A Olimpíada Nacional em História do Brasil começou em 2009 e tem sido um sucesso entre alunos e professores de todo o país. Elaborada pelo Departamento de História da Unicamp, a iniciativa firmou-se no cenário educacional como uma proposta inovadora de estudo consistente de história.

Inscrições – Professores orientadores de equipes da 9ª ONHB participam gratuitamente. Também podem se inscrever, mediante pagamento de taxa, professores de história ou de outras áreas e estudantes de graduação, mesmo que não tenham finalizado a formação.

As inscrições são feitas em três momentos. O primeiro prazo, que oferece valor promocional de R$ 130, termina em 7 de dezembro. De 8 de dezembro a 11 de janeiro de 2018, a taxa é de R$ 160. Já para quem se inscrever de 12 de janeiro a 18 de fevereiro de 2018, o valor da taxa é de R$ 190. Interessados podem fazer suas inscrições na página eletrônica da Olimpíada.

Assessoria de Comunicação Social

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UOL EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO

Último dia para solicitar isenção no Vestibular 2018/1 via Enem do IFG

Hoje, dia 30 de novembro, é o último dia para interessados solicitarem isenção no Vestibular 2018/1 via Enem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). O prazo para inscrições segue aberto até dia 26 de dezembro de 2017.

O instituto aceitará pedidos de isenção de taxa de inscrição de candidatos que estudaram integralmente o ensino médio na rede pública. Eles deverão fazer upload da documentação comprobatória. Mais detalhes no item 8 do Edital.

A lista preliminar de isentos será divulgada em 8 de dezembro. Recursos serão recebidos no dia 11 seguinte. Já a lista final sairá dia 14.

Inscrições abertas

Para participar do Vestibular 2018/1 do IFG via Enem, os estudantes que não forem contemplados com isenção de taxa devem pagar o valor de R$ 30 pela inscrição. Os registros devem ser feitos pela internet no link abaixo.

Inscreva-se Vestibular 2018/1 IFG via Enem

No ato da inscrição será necessário informar o número de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em Edições entre 2013 e 2017. Somente serão avaliados os estudantes que obtiveram nota acima de 300 na prova de redação do Enem e que não zeraram as provas objetivas.

Candidatos do curso de Música também deverão passar por prova de habilidades em 14 de janeiro de 2018.

Resultado e vagas

O resultado preliminar do processo seletivo deve sair no dia 23 de janeiro e o final em 7 de fevereiro. Nova chamada é esperada para o dia 20 do mesmo mês.

O vestibular 2018/1 via Enem do IFG oferece 1.074 vagas em cursos ministrados nas cidades de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Cidade de Goiás. Formosa, Goiânia, Inhumas, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Uruaçu e Valparaíso de Goiás.

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OPINIÃO

Internet x preconceito

A internet é uma ferramenta útil no cotidiano de toda a sociedade. No entanto, muitas pessoas usam a rede para expressar gratuitamente opiniões preconceituosas e não temem serem punidas. Ofensas em redes sociais são sim crime, o chamado Crime Cibernético, o que pode dar até três anos de prisão para quem publica mensagens de ódio e violência e seja denunciado.

O caso mais recente que circula na mídia trata-se das ofensas racistas publicadas em uma rede social por Dayane Alcantara Couto de Andrade, mulher que vive nos Estados Unidos e se apresenta como a socialite Day McCarthy, contra a pequena Titi, de apenas três anos, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.

A mulher se referiu à menina como "macaca" e tratou com descaso a criança por ela ser negra. Além disso, disse que um casal de olhos azuis não poderiam ter uma filha como Titi e que seus seguidores ficavam elogiando-a por ter sido adotada por famosos.

Revoltado com a situação, Bruno Gagliasso procurou a polícia para denunciar o caso, que se enquadra como Crime Cibernético. O episódio agora é investigado pelos órgãos competentes.

Não é o primeiro caso em que a suposta socialite demonstra seu preconceito nas rede sociais contra filhos de famosos. Anteriormente, a mulher comparou a Rafaella Justus, filha do publicitário e apresentador Roberto Justus com a apresentadora Ticiane Pinheiro, com o personagem Chuck, de "O brinquedo assassino".

Como denunciar

Casos como as ofensas contra Titi e Rafaella ganham notoriedade por se tratarem de filhos de famosos, mas cidadãos anônimos são alvos desse tipo de comportamento e muitas vezes não sabem como agir. Se mobilizar e denunciar o preconceito é fundamental para que as pessoas que usam a internet para denegrir a imagem dos indivíduos por sua cor, religião, posição social ou orientação sexual respondam criminalmente.

Qualquer pessoa que esteja sofrendo preconceito ou ameaças pela internet pode denunciar as agressões e ofensas diretamente nas delegacias especializadas, ou pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. O órgão recebe, em média, 2.500 denúncias diárias com evidências de pedofilia, racismo, homofobia, neonazismo, intolerância religiosa e maus tratos contra animais.

A Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos possui o SaferNet, no qual é possível denunciar de forma anônima diversos crimes cometidos pela internet. São 22 países envolvidos nessa rede de investigação que busca combater a violação aos Direitos Humanos praticadas virtualmente. Saiba mais nesta página.

Internet consciente

O respeito ao próximo é fundamental em qualquer ambiente, na internet não é diferente. Ofender uma criança por sua cor, muitas vezes para se promover em cima de uma pessoa famosa, mostra o quanto a sociedade ainda tem para evoluir na convivência com a diversidade.

Importante é usar a internet com consciência, fazer da rede uma ferramenta para propagar as boas ações, incentivar a empatia e levar informação para desmistificar os preconceitos enraizados em muitas pessoas.

Por Lorraine Vilela Campos  

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EDUCAÇÃO

MEC aciona PF contra notícias falsas sobre salários de professores

O Ministério da Educação (MEC) pediu que a Polícia Federal investigue a publicação de uma notícia falsa, as chamadas "fakes news", que dizia que a pasta havia orientado prefeitos e governadores a reduzirem o salário de professores.da educação básica. O site que divulgou a notícia é do Nordeste, reduto eleitoral do ministro Mendonça Filho.

De acordo com o comunicado divulgado pela pasta, o ministro afirmou que as notícias falsas são "um desserviço à população e à democracia". "É inaceitável que, para atender interesses outros que não os da sociedade, um site produza uma informação errada para gerar tumulto e insegurança entre os professores do Brasil", afirmou o ministro.

O MEC disse ainda que o ministro adotará as medidas judiciais cabíveis e também já pediu que a Advocacia Geral da União (AGU) solicite um direito de resposta ao blog onde a falsa notícia foi publicada.

De acordo com o MEC, o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica está garantindo pela Lei nº 11.738, de 16/7/2008. Segundo o ministério, os Estados e municípios que, por dificuldades financeiras, não possam arcar com o piso, devem contar com a complementação orçamentária da União, como determina a Lei 11.738/2008, no artigo 4º.

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CORREIO BRAZILIENSE

EDUCAÇÃO

Comissão aprova o tema 'combate à violência contra a mulher' nas escolas

A Comissão de Educação (CE) da Câmara Federal aprovou, nesta quarta-feira (29), o Projeto de Lei (PL 2805/15), que propõe incluir o tema “combate à violência contra a mulher” na programa pedagógico das escolas da rede de educação básica do país. A proposição segue, agora, para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

De acordo com a autora do projeto, deputada federal Erika Kokay (PT-DF), apesar da relevância da Lei Maria da Penha, o Brasil ainda está na 5ª posição entre os países que mais matam mulheres.

Números da violência

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de feminicídios no Brasil chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. O Mapa da Violência de 2015 revela que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram pela condição de ser mulher. Na maioria das vezes, os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) são os autores dos crimes.

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EDUCAÇÃO

Brasilienses vencem pela primeira vez desafio universitário da Aberje

Um grupo de quatro estudantes do curso de publicidade e propaganda da Universidade Católica de Brasília (UCB) ganhou o oitavo prêmio universitário da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Nesta edição, os participantes desenvolveram um case de comunicação para a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabespe). O tema foi o custo da água e o real valor desse recurso para a sociedade.

Os alunos Daniel Zacariotti, 19 anos, Ariane Melo, 23, Tainá Arruda, 22, e Victor Henrique Lacerda, 21 – todos alunos do 7ª semestre – desenvolveram campanhas publicitárias direcionadas a onze tipos de público e isso despertou a atenção dos jurados. “A ideia do nosso trabalho era informar as pessoas o porquê do aumento das tarifas de água e esgoto da cidade. Era preciso fazer um plano de comunicação com ações e estratégias para informar o público”, explica Ariane.

Esta foi a primeira vez que uma equipe do Centro-Oeste conquistou o prêmio e, em razão disse feito, o estudante Daniel Zacariotti, líder do grupo, celebra: “Há disciplinas na faculdade em que a gente aprende a fazer trabalhos como esse, mas ter a experiência com concorrentes foi um diferencial, pois a gente aprendeu na prática com os demais participantes.” Os jovens brasilienses conseguiram na avaliação final a nota 9,2 e ficaram à frente de estudantes de outras instituições renomadas no país, como a Universidade de São Paulo (USP), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e Faculdade Cásper Líbero.

Para o professor orientador do grupo, Gerson Luiz Scheidweiler Ferreira, o êxito é resultado de um trabalho sério e comprometido de todos os integrantes. “O envolvimento desses alunos com atividades extraclasse provam o quanto eles estão envolvidos não só com o futuro profissional, mas também com a instituição”, avalia. Para ele, todos os docentes devem apoiar estudantes que queiram fazer atividades fora do ambiente escolar. “Apesar das dificuldades financeiras, de tempo e logística, é dever do professor se envolver e subsidiar alunos”, afirma.

O case

O título do projeto é O custo da água vale uma vida e para desenvolvê-lo, o grupo fez pesquisas sobre crise hídrica e qualidade da água. “Fizemos, também, entrevistas com moradores de São Paulo para avaliar o entendimento deles sobre a importância de economizar o consumo. Foram 32 ações publicitárias. Relacionamos todas elas com a água, custo e valor”, explica Ariane. Para Victor Henrique Lacerda. o diferencial do grupo foi a quantidade de público segmentado. “A gente tinha que desenvolver cinco ações para públicos diferentes, mas nos sentimos tão determinados que segmentamos ainda mais e envolvemos 11 tipos públicos incluído pessoas com diferentes classes sociais e organizações não governamentais”, diz.

Dificuldades

O trabalho foi apresentado em São Paulo e os estudantes tiveram que se deslocar até a cidade outras duas vezes. O custo da viagem foi o maior obstáculo que eles enfrentaram e, por isso, tiveram que contar com o apoio dos professores para vencer esse desafio. “Toda a nossa viagem foi custeada por 15 professores do nosso curso. Acredito que a nossa determinação e o apoio deles foram os fatores preponderantes para vencermos”, avalia Daniel. Por se tratar de um case que ocorre fora de Brasília, os estudantes também tiveram que buscar mais dados para se destacarem. “Procuramos mais aproximação com público-alvo”, explica Ariane. Os jovens receberam a premiação no início do mês. Todo o grupo ganhou a quantia de R$ 10 mil como reconhecimento do trabalho.  

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GLOBO.COM

CERTIFICAÇÃO

Gabarito do Encceja será divulgado nesta sexta-feira, diz Inep

O gabarito oficial do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) será divulgado nesta sexta-feira (1º). Ao G1, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), confirmou a data, mas não informou o horário da divulgação. Além do gabarito, o Inep também vai divulgar os cadernos de prova.

O Encceja 2017 tem quatro edições: uma aplicada para todos os candidatos em território nacional, outra para candidatos que moram em outros países, e duas edições aplicadas para pessoas privadas de liberdade, ou PPL (uma no Brasil e outra para pessoas presas fora do país, como no Japão).

O Encceja Nacional foi aplicado em 19 de novembro, com provas para jovens e adultos que não concluíram o ensino na idade regular. Os candidatos puderam se inscrever para conseguir a certificação de conclusão ou do ensino fundamental, ou do ensino médio, ou uma emissão de declaração parcial de proficiência.

Provas

Os candidatos dos dois níveis de ensino precisaram responder a quatro provas objetivas (com 30 questões de múltipla escolha por prova) e uma redação. As provas do Encceja no Brasil e no exterior são aplicadas no mesmo dia, nos períodos da manhã e da tarde. Já o Encceja PPL acontece em dois dias consecutivos.

Como conseguir a proficiência

Para obter o certificado ou a declaração de proficiência, o participante deve fazer, no mínimo, 100 dos 200 pontos possíveis em cada uma das áreas de conhecimento.

No caso de língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes e educação física, para candidatos do ensino fundamental; e linguagens e códigos e suas tecnologias, para ensino médio, é preciso obter, também, a proficiência em redação. Para isso, é necessário alcançar nota igual ou superior a cinco pontos, em uma escala que varia de zero a dez.

O Inep é o responsável pela organização e aplicação do Encceja, mas quem emite a certificação são as secretarias estaduais de Educação ou os institutos federais de educação – esses últimos emitem apenas a certificação de conclusão do ensino médio.

Números do Encceja 2017

O Encceja Nacional deste ano teve um total de 1.575.561: 301.584 deles se candidataram para tentar conseguir a certificação do ensino médio, e outros 1.273.977 fizeram a inscrição buscando a certificação do ensino médio. O exame teve locais de prova em 564 municípios distribuídos em todos os estados.

Porém, mais da metade dos inscritos não fizeram as provas. Segundo o Inep, no dia do exame, quase 40% dos inscritos não haviam acessado o site para ver onde fariam as provas. Além disso, nos locais de prova a taxa de abstenção chegou a 59,7%.

"A abstenção é similar a de outras edições do Encceja, em 2014 (52,44%), 2013 (53,96%) e 2010 (65,75%), quando o Exame certificou apenas o Ensino Fundamental", informou o Inep em nota. Ainda segundo a autarquia, 21 pessoas foram eliminadas por descumprimento das regras do edital.

Dos inscritos, os homens representavam 785.184, o equivalente a 49,84%. As mulheres representavam 50,16%, ou seja, 790.377 inscritos. O instituto também divulgou o perfil do participante segundo a cor/raça.

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EDUCAÇÃO

Ministério da Educação só recuperou 18% dos R$ 3,6 bilhões cortados no ano

O Ministério da Educação (MEC) só conseguiu recuperar cerca de 18% dos R$ 3,6 bilhões congelados de seu orçamento direto previsto para 2017. No ano passado, o contingenciamento foi maior, de R$ 6,4 bilhões, porém a pasta conseguiu recuperar 73% do valor congelado, o equivalente a R$ 4,7 bilhões.

Na quarta-feira (29), o MEC informou ao G1 que conseguiu recuperar R$ 654,4 milhões do orçamento previsto, e que isso permitiu concluir todo o repasse previsto para as universidades federais. Em nota, a pasta afirmou que "ainda negocia junto ao Ministério do Planejamento uma liberação adicional visando atender as despesas da pasta".

Os R$ 654,4 milhões representam 18% do corte anunciado de R$ 3,6 bilhões em despesas diretas da pasta.

Gastos de custeio x gastos de investimento

Na quarta-feira, ao anunciar a liberação da última parcela de recursos, o Ministério da Educação afirmou que conseguiu atingir 100% do valor previsto para o custeio das universidades e institutos federais.

O "custeio" representa os gastos como contas de luz, água, manutenção e pagamento de funcionários terceirizados. Já a verba de "investimentos" ou "capital" é aquela para adquirir equipamentos e fazer investimentos em estrutura.

Segundo o MEC, apesar de a verba do custeio ter sido 100% liberada, o repasse previsto alcançou apenas 60% do total da verba de investimento prevista inicialmente. O valor previsto na LOA para o investimento nas universidades e institutos federais era de cerca de R$ 1,8 bilhão, mas cerca de R$ 750 milhões ainda estavam contingenciados até o fim de novembro.

Caso não seja liberado até o fim do ano, esse valor é considerado perdido. Caso ele seja liberado, os gestores das instituições ainda precisam fazer o "empenho" desse recurso, ou seja, mostrar onde exatamente ele será gasto, em um sistema junto ao governo federal. Só assim existe a garantia de que esse recurso será de fato destinado à área.

Corte na área de educação chegou a R$ 4,3 bilhões

Em março, o governo federal anunciou uma série de cortes orçamentários com o objetivo de reduzir o déficit primário, ou seja, da diferença entre despesas e receitas, sem contar os juros da dívida pública.

Além dos R$ 3,6 bilhões de verba direta do MEC, o corte tirou ainda R$ 700 milhões de emendas parlamentares destinadas à área, o que fez com que o corte na educação chegasse a R$ 4,3 bilhões.

Quando o contingenciamento, que afetou diversos ministérios foi anunciado, o MEC informou que o orçamento para a área caiu de R$ 139 bilhões para R$ 135,4 bilhões, sem contar emendas parlamentares. O orçamento executado em 2016 foi de R$ 131 bilhões, também sem contar as emendas.

Efeito dos cortes

O orçamento do governo federal, apesar de ser aprovado todos os anos na Lei Orçamentária Anual (LOA), sofre oscilações durante os meses por causa de uma série de fatores, como o nível de arrecadação de impostos.

Os gastos, também, são diferentes: existem as despesas obrigatórias e as discricionárias, ou seja, as que o governo só paga se quiser (ou se tiver dinheiro).

No caso do orçamento do MEC, o principal gasto obrigatório é com a folha de pagamento, incluindo as das universidades e institutos federais. Ou seja, o salário dos professores e servidores ativos, além da pensão dos inativos, é garantido por lei. Já os gastos como luz, água, limpeza e manutenção dessas instituições são discricionários. Foram nessas despesas que os cortes tiveram maior impacto.

Em julho, um levantamento feito pelo G1 mostrou como esses cortes estavam afetando as universidades federais, como a redução de viagens e do número de bolsas, a suspensão de obras de recuperação de edificações e o atraso na reposição de insumos em laboratórios. Entre as medidas de economia estão o corte de funcionários terceirizados de segurança, limpeza e jardinagem, a troca de lâmpadas por modelos de LED e até o corte do fornecimento de energia, por dívidas acumuladas.

Em agosto, um levantamento feito pela GloboNews mostrou que 44 das 64 universidades federais do país tiveram seu orçamento afetados por cortes na comparação com o primeiro semestre de 2016.

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LITERATURA

Silviano Santiago e Magda Soares ganham o Prêmio Jabuti 2017

O escritor Silviano Santiago foi o principal ganhador do 59º Prêmio Jabuti. Seu romance "Machado" (Companhia das Letras) foi escolhido livro do ano de ficção na disputa promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).

O anúncio aconteceu na noite desta quinta-feira (30), no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O livro do ano não ficção foi "Alfabetização: A questão dos métodos" (Editora Contexto). Os vencedores levam R$ 35 mil.

Além disso, na cerimônia de entrega subiram ao palco os ganhadores das 29 categorias da disputa (clique aqui para ver a lista completa dos ganhadores do Prêmio Jabuti 2017). Eles também levam R$ 3,5 mil. Foi a partir dessa lista que foram apontados os livros do ano.

Os nomes dos três primeiros de cada categoria haviam sido anunciados em no fim de outubro. Os segundos e terceiros colocados levam o troféu.

Em 2017, houve duas novidades no Jabuti: as categorias História em Quadrinhos e Livro Brasileiro Publicado no Exterior. Ao todo, esta edição recebeu 2.346 incrições.

Na cerimônia de entrega, a escritora Ruth Rocha foi homenageada com o prêmio Personalidade Literária, dado pelo conjunto de sua obra. Também foi ecenada uma cena da peça "O reizinho mandão", inspirada em um texto da autora.

Veja os três primeiros colocados das principais categorias do Prêmio Jabuti 2017:

– Romance

    "Machado" (Companhia das Letras), de Silviano Santiago

    "A tradutora" (Record), de Cristovão Tezza

    "Outros cantos" (Companhia das Letras), de Maria Valéria Rezende

– Contos e crônicas

    "Sul" (Editora 34), de Veronica Stigger

    "Se for pra chorar que seja de alegria" (Global), de Ignácio de Loyola Brandão

    "Caixa Rubem Braga – Crônicas" (Autêntica), de Rubem Braga

– Poesia

    "Quase todas as noites" (7letras), de Simone Brantes

    "A palavra algo" (Iluminuras), de Luci Collin

    "Identidade" (Urutau), de Daniel Francoy

– Biografia

    "Caio Prado Júnior: Uma biografia política" (Boitempo), de Luiz Bernardo Pericás

    "Xica da Silva: A Cinderela Negra" (Record), de Ana Miranda

    "Enquanto houver champanhe, há esperança: Uma biografia de Zózimo Barrozo do Amaral" (Intrínseca), de Joaquim Ferreira dos Santos

– Histórias em Quadrinhos

    "Castanha do Pará" (publicação indepentende), de Gidalti Oliveira Moura Júnior

    "Hinário nacional" (Veneta), de Marcello Quintanilha

    "Quadrinhos dos anos 10" (Companhia das Letras), de André Dahmer

– Juvenil

    "Dentro de mim ninguém entra" (Berlendis & Vertechia), de José Castello

    "Vozes ancestrais" (FTD Educação), de Daniel Munduruku

    "O caderno da avó Clara" (Sesi-SP Editora), de Susana Ventura

– Infantil

    "Drufs" (Editora Moderna ), de Eva Furnari

    "Se Eu Fosse... Um bicho, uma planta ou até um objeto, minha vida seria muito diferente." (Publifolha/Selo Publifolhinha), de Luisa Massarani

    "A boca da noite" (Meneghetti's Gráfica e Editora), de Cristino Wapichana

– Livro Brasileiro Publicado no Exterior

    "A cup of rage" (Penguin Random House Uk), de Raduan Nassar

    "Enigmas of spring" (Dalkey Archive Press), de João Almino

    "Mijn duitse broer" (De Bezige Bij), de Chico Buarque

– Ciências Humanas

    "A nervura do Real II" (Companhia das Letras), de Marilena Chauí

    "A radiografia do golpe: Entenda como e por que você foi enganado" (Leya), de Jessé de Souza

    "A tentação fascista no Brasil: Imaginário de dirigentes e militantes integralistas" (Editora da UFRGS), de Hélgio Trindade

– Reportagem e Documentário

    "Petrobras: Uma história de orgulho e vergonha" (Companhia das Letras), de Roberta Paduan

    "Nazistas entre nós: A trajetória dos oficiais de Hitler depois das guerra" (Editora Contexto), de Marcos Guterman

    "O livro dos bichos" (Companhia das Letras), de Roberto Kaz

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FOLHA.COM

EDUCAÇÃO

Sem bandejão, alunos da Uerj passam dia sem comer e abandonam aulas

Fazer jejum involuntário durante o dia todo de aula ou trocar uma refeição completa por "alimentos paliativos", como lanches, salgados ou açaí, é rotina para alguns dos estudantes da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) desde que o bandejão, restaurante universitário, parou de funcionar há mais de um ano, num dos inúmeros reflexos da crise econômica que assola o Estado. O atraso nos repasses para bolsistas também agrava o problema, que tem levado estudantes a trancar matrículas de disciplinas.

"Já fiquei o dia todo sem comer. É comum entre alunos. Deixo de comer, às vezes, por causa do preço dos restaurantes da região. Se eu for comer todo o dia, isso custa, no mínimo, R$ 50 por semana, uns R$ 200 por mês. Na verdade, sai muito mais caro do que isso", disse ao UOL o estudante de Engenharia Civil Nelson Pires, 25.

A situação de subalimentação de universitários é crítica, segundo Mauricio Santoro, professor de Ciências Políticas da Uerj. "Há estudantes que almoçam em casa antes de sair, por volta das 10h, e só comem de novo quando voltam para casa à noite", relatou.

"O que aconteceu em Brasília [a criança que desmaiou de fome em uma escola no dia 13 deste mês] está se repetindo em vários lugares do país. A fome não é, de modo algum, restrita a bolsões de miséria. Está acontecendo, inclusive, com alunos de grandes centros também", continuou.

O fechamento do bandejão –cuja reabertura está prevista para o dia 4 de dezembro– e os atrasos no pagamento das bolsas afetam em cheio os alunos de baixa renda, os quais muitos tiveram acesso à Uerj por meio do sistema de cotas.

A privação de alimento do bandejão tem um impacto muito grande na vida do aluno, segundo Ana Carolina Feldenheimer, professora do Instituto de Nutrição da Uerj.

"O que a gente percebe é que os estudantes de baixa renda estão desistindo do ensino superior, que nada mais é do que uma oportunidade de mudar de vida para obter trabalhos qualificados. Como a Uerj tem um amplo sistema de cotas, nós vemos muita mudança de perspectiva nos estudantes", diz ela. "Essa evasão está destruindo o sonho de uma geração."

O professor Santoro afirma que muitos de seus alunos não têm coragem de reconhecer a situação. "Passar fome é algo que traz vergonha, de certa forma", explicou.

"A Uerj está complicada, um caos. Há pessoas passando extrema necessidade, mas o pessoal evita falar sobre essas dificuldades por vergonha", afirmou o estudante Pires. "E olha que a minha situação não é das piores, aliás, bem longe disso. Há pessoas com muito mais dificuldades financeiras", completou.

O UOL procurou outros estudantes que relataram, em redes sociais, episódios de falta de comida e/ou fome após a interrupção do bandejão, mas nenhum deles se manifestou até o fechamento da reportagem.

"Pelo que tenho conversado por aqui, há um número relativamente grande de estudantes passando por esta situação. São mais de 30 mil alunos na Uerj e cerca de 1/3 deles têm algum tipo de bolsa na universidade, que está atrasada há dois meses", relatou o professor de Ciências Políticas.

"[Bolsas] De mestrado e doutorado, mas também as de permanência, destinada a alunos que precisam dela para se manter na universidade, e que vêm atrasando nos últimos meses. Hoje, você paga R$ 15, R$ 20 para almoçar na região, mas esses valores pesam muito no bolso das famílias."

OCUPAÇÃO

Embora o bandejão esteja ocupado por alunos da universidade –que tentam suprir a alimentação mediante doações e ao preço de R$ 2 por refeição–, Pires diz que o fornecimento é irregular. "A intenção é boa, mas, muitas vezes, não há comida. Eu mesmo tentei comer duas ou três vezes por lá, mas [o serviço de refeições alternativo] já tinha acabado", afirmou.

Para o estudante, mesmo em condição de greve desde outubro, o fato de a Uerj estar em funcionamento parcial reduz o prejuízo dos alunos, ainda que de maneira controversa. "Se a grade curricular estivesse acontecendo integralmente, seria um desastre", observou o estudante.

"Você paga ao menos R$ 10 pela passagem, mais uns R$ 15, R$ 17 de comida. Muitos têm optado por estudar em casa, mas não é a mesma coisa. Alguns dos meus amigos deixaram de ir à universidade, trancaram disciplinas. As pessoas não ficam mais na biblioteca ou no hall para se encontrar. Isso tudo por causa da alimentação", afirmou o estudante de Engenharia.

A estudante de Letras e bolsista Letícia Gomes Botticello de Souza, 21, tem levado marmitas para driblar a crise na universidade.

"Eu tenho problemas de gastrite. Depois que o bandejão encerrou, comia besteiras, uns salgados –e gastava por volta de R$ 15 por dia, às vezes. Minha alimentação piorou bastante e a gastrite também. Então trago marmitas ou evito comer", relatou a universitária, cuja bolsa de estudos está atrasada há dois meses.

"É complicado porque essa bolsa serve para a gente se manter na universidade", completou a aluna.

 Em maio, um grupo de estudantes de Nutrição da Uerj, a partir de entrevistas virtuais e anônimas com 270 pessoas, avaliou o impacto do fechamento do restaurante na vida dos alunos.

No universo pesquisado, 83,7% declararam que o encerramento do restaurante universitário teve impacto negativo na vida acadêmica. Mais de 95% faziam as refeições de duas a cinco vezes por semana no bandejão. Quase metade dos entrevistados (43,3%) afirmou que comia diariamente ali.

"Chegamos a receber relatos de pessoas que torciam para algum colega de turma oferecer algo para comer", completou a estudante, que participou da elaboração do levantamento.

"A falta do restaurante universitário impacta diretamente no nosso desempenho acadêmico. Compromete a atenção, a concentração e o nosso rendimento durante as aulas. O meu curso, por exemplo, é integral. Muitos outros lá na Uerj também são", observou Ivy.

"Vários alunos dependem do bandejão. Era uma opção viável financeiramente e que oferecia uma alimentação equilibrada", afirmou. "Como somos da [disciplina de] Nutrição, olhamos por esse aspecto no nosso trabalho também. Os alunos relataram comer salgados, tomar açaí, enquanto no bandejão era oferecido comida de verdade: arroz, feijão, carne, salada", prosseguiu.

A professora Ana Carolina Feldenheimer, que é responsável pela coordenação da pesquisa feita pelas estudantes, considera a situação dramática.

"Ficar sem comer é uma questão muito grave. Mesmo que achem que não é, mesmo que esses universitários não cheguem ao ponto extremo de desmaiar. São alunos que, por vezes, saem às 6h e sabem que só vão comer às 20h", diz a docente.

OUTRO LADO

O UOL apurou que a empresa paulistana Prime Alimentação e Eventos já foi contratada como nova fornecedora para o restaurante universitário da Uerj. A Prime mantém contratos de alimentação com a USP (Universidade de São Paulo) e com o próprio governo estadual paulista.

Uma vistoria foi feita pela Prime em 25 de outubro na Uerj. A expectativa é de que o bandejão retome as atividades no início de dezembro –um almoço-teste estava previsto para acontecer nesta semana.

O clima, contudo, é de incerteza, uma vez que o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB) prometera a quitação dos salários atrasados na última segunda-feira (27), numa reunião com servidores da universidade.

De acordo com a Asduerj (Associação de Docentes da Uerj), estão atrasados os salários de setembro, outubro e novembro, além do 13° de 2016. Não há previsão de pagamento do 13º de 2017.

Entre os professores, há o temor de que esses pagamentos atrasem novamente e que, em ato contínuo, isso também afete o calendário do restaurante universitário.

A Prime, entretanto, confirma a data: o bandejão vai retornar para a Uerj em 4 de dezembro.

"Acompanhamos diretamente a situação da Uerj e participamos do pregão eletrônico porque essa crise precisa acabar. Ninguém aguenta mais. Acredito que, em 2018, vai acabar", disse o diretor comercial Juliano Ribeiro à reportagem por telefone. Ele afirma que ainda não recebeu nenhum valor pelo serviço –em contratos governamentais, é de praxe que o pagamento saia em torno de 90 dias. "Tenho fé de que vamos receber e de que tudo isso vai ser resolvido", declarou.

Procuradas, tanto a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social –que encabeça as questões da universidade– quanto a reitoria da Uerj não se manifestaram até o fechamento da reportagem.

O gabinete de Pezão e a Sefaz (Secretaria de Fazenda) também foram procurados e questionados acerca da falta de alimentação, das bolsas de alunos e salários de professores atrasados, e se uma possível ausência desses pagamentos poderia interferir na reabertura do bandejão.

Somente a pasta estadual de finanças se manifestou. "A regularização das bolsas dos estudantes ocorrerá de acordo com o resultado da arrecadação tributária. A prioridade absoluta é o pagamento do funcionalismo público", disse, por meio de nota.

O governo contava com um empréstimo de R$ 2,9 bilhões do BNP Paribas para efetuar o pagamento na última segunda, mas a Sefaz confirmou que houve atraso no "complexo processo de liberação de recursos". "Depende do aval do Tesouro Nacional, ocorrerá em breve e será imediatamente informada aos servidores e toda a sociedade", diz o texto.

"Em relação ao pagamento de pessoal da Uerj, a folha salarial de agosto encontra-se quitada para todo o funcionalismo. Encontra-se pendente o salário de setembro para quem recebe vencimento líquido acima de R$ 2.826. O salário de outubro também está em aberto. Importante esclarecer que este é o mesmo cenário encontrado por parte do funcionalismo das demais carreiras do Estado. Atualmente, há R$ 364 milhões pendentes em relação ao mês de setembro e R$ 1,014 bilhão referente ao mês de outubro –valores referentes a todos os servidores de todas as classes que não receberam até o momento os seus vencimentos. A Fazenda depende do resultado da arrecadação para informar quando ocorrerá um novo pagamento", finalizou.

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OPINIÃO

Educação amorosa e Escola Sem Partido

Algumas escolas nos Estados Unidos estão incluindo "educação amorosa" no currículo. Muitos educadores chegaram à conclusão de que a geração Snapchat+Instagram até sabe como evitar filhos e se proteger de doenças sexualmente transmissíveis, mas não tem a mais remota de ideia de como se namora alguém.

Segundo o Centers for Diseases Control (CDC), agência de proteção à saúde americana, quase 80% das escolas de ensino médio oferecem aulas de educação sexual —embora, em boa parte delas, isso se limite a ensinar a abstinência como única forma aceitável de contracepção.

Os alunos aprendem sobre gravidez na adolescência, masturbação, iniciação sexual, violência sexual. Na maioria das vezes, no entanto, ignoram completamente o significado de "relacionamento".

Estão imersos na cultura de "ficadas" e sua comunicação se limita a emojis, vídeos, fotos e mensagens de texto. Contato pessoal, olho no olho, conversa —tudo isso pode causar constrangimento, e constrangimento é tudo o que eles não querem.

Segundo Richard Weissbourd, director do programa de Desenvolvimento Humano e Psicologia da Universidade Harvard, muitos adolescentes não entendem, por exemplo, o que é um namoro saudável e o que é um relacionamento tóxico. Não diferenciam amor de paixão ou desejo sexual.

A boa notícia é que esses jovens querem aprender mais sobre o que é namorar. Segundo pesquisa divulgada por Weissbourd em maio, 70% dos jovens entrevistados gostariam de ter recebido de seus pais mais informações sobre aspectos emocionais dos relacionamentos, e 65% gostariam de ter aprendido na escola.

A professora Kerry Cronin, do Boston College, foi mais longe. Ao longo dos anos, notou que os alunos são absolutamente inaptos socialmente quando se refere a relacionamentos amorosos, por isso a maioria só "fica", e não "sai" ou "namora".

Na cultura do "hookup", como "ficar" é chamado nos EUA, não há nenhum compromisso e a "ficada" não deve gerar nenhuma expectativa.

"É uma interação sexual ou física sem nenhum conteúdo emocional aparente e não há expectativa de continuação", explica. Entre seus alunos, 7 de cada 8 só ficavam, sem compromisso.

Pensando nisso, Cronin introduziu uma atividade em seu curso introdutório de Filosofia. Para serem aprovados no curso, os alunos precisam convidar alguém para sair. Tem que ser pessoalmente, não vale mandar mensagem de texto. O aluno precisa estar interessado "romanticamente" na pessoa, a "saída" ou "date", tem que durar entre 60 e 90 minutos e ser durante o dia.

"A ideia é encarar o constrangimento e descobrir que, mesmo se você for rejeitado, não é o fim do mundo. Essa geração tem pânico de fracasso. Resiliência é uma questão importante", disse Cronin em entrevista ao jornal da universidade.

No Brasil, onde movimentos como o Escola sem Partido tentam vetar temas como orientação sexual das salas de aulas e apenas a minoria das escolas oferece algum tipo de informação sobre o assunto, imagine a dificuldade de emplacar "educação amorosa" no currículo.

Por patrícia campos mello

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OPINIÃO

Governos acordam para a importância de envolver pais com escolas

A participação ativa dos pais é crucial para o bom desempenho educacional dos filhos.

Se essa afirmação for óbvia, ela é ignorada por uma parcela não desprezível de famílias brasileiras, como revela um levantamento do IBGE de 2015.

Segundo a PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar), os pais de quatro em cada dez adolescentes do 9º ano do ensino fundamental não verificam se suas lições de casa foram feitas.

As famílias de 23,4% dos alunos desconhecem o fato de que eles faltaram a aulas nos 30 dias anteriores à enquete, e um percentual parecido não sabe o que os jovens fazem em seu tempo livre.

Em 26% das famílias, nenhum dos pais está presente em pelo menos uma refeição durante a semana.

Todas essas atividades de engajamento entre pais e filhos têm efeito positivo no desempenho escolar, segundo um amplo conjunto de pesquisas.

Já citei aqui estudo da OCDE segundo o qual uma única refeição semanal familiar está associada a um aumento de pelo menos 12 pontos na nota dos jovens em ciências no exame internacional Pisa.

O que pesquisas como essa parecem capturar é que demonstrações de interesse sobre a vida de crianças e jovens melhoram sua aprendizagem.

Pode ser que os pais omissos nesse sentido desconheçam essa relação ou que simplesmente se esqueçam dela no dia a dia corrido.

Mas experimentos recentes mostram que basta lembrar às famílias sobre a importância de acompanhar a rotina escolar dos filhos para que elas reajam de forma positiva.

À medida que esses resultados começaram a circular, os governos têm acordado para o fato de que mediar e incentivar a aproximação entre pais e escolas pode ajudar, e muito, a melhorar a educação.

Provavelmente não será a salvação da pátria, mas é um caminho que, se perseguido em larga escala, talvez ajude o Brasil a superar um quadro de fracasso educacional, principalmente no ensino médio, em que outras medidas tentadas até agora têm surtido efeito reduzido.

"O que a gente nota é que não está havendo um efeito milagroso de fazer o aluno voltar para a sala de aula", me disse na semana passada José Renato Nalini, secretário de Educação do Estado de São Paulo.

Um dos principais problemas que desafiam os gestores educacionais é a elevada evasão escolar na adolescência, como ressalta Nalini: "A escola tem salas um pouco ociosas e os barezinhos das imediações estão cheios".

Com a assessoria do Insper Metricis e do BID, o governo de São Paulo identificou que a aproximação dos pais com as escolas é uma das medidas que podem ajudar a reverter o problema.

O Estado teve uma experiência avaliada como positiva nessa direção. Em 2016, testou em uma parte pequena da rede um programa chamado EduqMais, que envolvia mandar mensagens simples de texto para os pais, via SMS, alertando para a importância da frequência escolar.

Há evidências, medidas em uma avaliação de impacto, de que a taxa de reprovação caiu e a aprendizagem dos alunos aumentou como consequência do experimento.

Desde agosto, Mato Grosso também tem feito uma intervenção que envolve a comunicação com pais, via SMS, por meio de outro programa, chamado Mira Aula. Seu impacto será testado em breve.

Outros Estados e municípios vêm testando esses e outros programas.

A comunicação via SMS com os pais é barata e tem a vantagem de atingir famílias que têm celular —a vasta maioria—, mas não necessariamente acesso à internet.

Até então, experiências desse tipo têm sido implementadas da seguinte forma: as start-ups ou organizações criadoras das ferramentas convencem governos a implementá-las experimentalmente e com um modelo que permita que os resultados sejam avaliados de forma séria.

São Paulo dará um passo mais ousado no sentido de tentar fomentar a inovação na política pública educacional. O Estado testará um modelo importado do Reino Unido e já usado em quase 20 países que se chama contrato de impacto social.

Nesse formato, o governo abre um edital para receber propostas com objetivo de melhorar indicadores específicos.

A escolha do provedor é feita por meio de competição, como num leilão. E o eleito só recebe se atingir os objetivos estabelecidos ao longo do tempo do contrato.

No caso de SP, as metas envolvem melhorar índices de aprovação e conclusão no ensino médio, etapa em que a evasão escolar se agrava muito.

Uma das exigências que devem constar do edital —que está atualmente aberto a consulta pública— é que, seja qual for a ferramenta proposta, ela precisa incluir medidas para aproximar os pais da vida escolar dos filhos.

Pode soar como paternalismo, mas as famílias não são obrigadas a agir. Estão sendo apenas estimuladas a ficar atentas. Como propõe o vencedor do Nobel de Economista deste ano, Richard Thaler, é empurrão ("nudge") na direção correta.

Por Érica fraga

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.


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