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Goiânia, 23 de fevereiro de 2018

Publicado: Sexta, 23 de Fevereiro de 2018, 11h56 | Última atualização em Sexta, 23 de Fevereiro de 2018, 12h07

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Profissionais de inovação vão concorrer a bolsas de R$ 7 mil

Prazo para confirmação de pré-aprovados em primeira chamada termina nesta sexta-feira, 23

Mestrado Profissional em Artes divulga edital para seleção 2018

Ministério da Educação reconhece 58 novos cursos de pós-graduação

Evento em Brasília avalia primeiro ano do Mediotec

UOL EDUCAÇÃO

No 4º dia do Fies 2018/1, MEC contabiliza 197 mil inscrições

CORREIO BRAZILIENSE

Concurso de coleta de resíduos irá premiar escola pública

CAD aprova resoluções que normatizam concessão de bolsas e contratações

ABCP divulga nota de repúdio ao MEC

GLOBO.COM

Após ter depressão durante os 4 anos de cursinho, jovem é aprovada em medicina e faz sucesso com vídeos de motivação

O que é o ‘educacionismo’, preconceito muitas vezes ignorado contra pessoas menos escolarizadas

Meninas são melhores do que meninos na resolução de problemas, diz estudo com base no Pisa 2015

FOLHA.COM

Projeto 'A Menina que Calculava' aproxima meninas da matemática

Por que os alunos mais pobres do Vietnã ganham da elite brasileira

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

PESQUISA

Profissionais de inovação vão concorrer a bolsas de R$ 7 mil

Lançada em janeiro de 2018, a chamada pública do Programa Talentos para Inovação recebe propostas para capacitação e inserção de profissionais especializados em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Os projetos deverão ser executados em unidade e polos da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

O programa financiará até três bolsas por projeto aprovado, nas modalidades Bolsa Jovens Talentos (BJT), nível A, no valor de R$ 7.000,00 mensais, e BJT, nível B, no valor de R$ 4.100,00 mensais, por até 12 meses. As propostas serão submetidas por representante da Unidade ou Polo Embrapii, apresentando os candidatos às bolsas vinculadas aos projetos em desenvolvimento. As inscrições vão até 12 de março.

O programa busca pesquisadores com produção científica e tecnológica excepcional ou profissional com experiência notável em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Interessados em bolsas do Programa devem se cadastrar por meio do formulário. O cadastro no formulário não compõe processo de inscrição oficial no referido programa, mas tem o objetivo de criação de um banco de dados de talentos para possíveis oportunidades nas unidades e polos Embrapii.

Programa – O Programa Talentos para Inovação é fruto da parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio da Embrapii e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-NC).

A iniciativa abrange 27 áreas de competência e tem investimento total de R$ 5,5 milhões. O resultado da chamada deverá ser divulgado em junho deste ano.

Para o diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, o edital vai estimular a inserção no mercado de trabalho de profissionais com experiência em desenvolvimento de projetos tecnológicos e de inovação e fortalecer os laços entre os setores produtivo e acadêmico.

“Queremos estimular a participação de egressos de programas de formação de áreas tecnológicas da Capes e do CNPq em projetos de pesquisa aplicada das Unidades Embrapii, e aproveitar a capacidade intelectual desses pesquisadores, que têm muito a contribuir no fomento à inovação”, destacou, à época do lançamento.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes e da Embrapii

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PROUNI

Prazo para confirmação de pré-aprovados em primeira chamada termina nesta sexta-feira, 23

Termina nesta sexta, 23, o prazo para comprovação das informações dos candidatos pré-aprovados na primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni). O procedimento deve ser feito na universidade onde o candidato vai estudar, sendo requisito para garantir a vaga.

As informações a serem comprovadas dizem respeito ao cadastro e à renda, tanto do candidato quanto do seu grupo familiar, e à comprovação de residência, entre outros tópicos. Além disso, a instituição de ensino poderá solicitar informações complementares.

O ProUni oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em cursos de graduação de instituições privadas de educação superior. Nesta edição, foram ofertadas aproximadamente 243 mil bolsas. Dessas, 113.863 são integrais e 129.124, parciais. As integrais se destinam aos estudantes com renda per capita de até 1,5 salários mínimos. Já as bolsas parciais contemplaram os candidatos que têm renda familiar per capita de até três salários mínimos.

Poderão concorrer à primeira opção de curso aqueles que não foram pré-selecionados nas chamadas regulares ou foram pré-selecionados só na segunda opção de curso, nas situações em que não houve formação de turma.

Regras – As bolsas do ProUni contemplam brasileiros sem diploma de curso superior e que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2017, com nota superior a 450 pontos e sem zerado a prova de redação.

É necessário, ainda, que o candidato atenda a pelo menos um dos requisitos a seguir: ter cursado o ensino médio completo em escola pública ou em instituição privada como bolsista integral, possuir alguma deficiência, ser professor da rede pública ou estar enquadrado no perfil de renda exigido pelo programa.

Chamadas – O processo seletivo é composto por duas chamadas sucessivas. A segunda chamada está prevista para ser divulgada em 2 de março. No mesmo dia, terá início a comprovação de informações da segunda chamada. O prazo se encerra em 9 de março. Em caso de não aprovação, o prazo para manifestar interesse na lista de espera é de 16 a 19 de março.

Assessoria de Comunicação Social

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FORMAÇÃO DE PROFESSOR

Mestrado Profissional em Artes divulga edital para seleção 2018

A coordenação do Mestrado Profissional em Artes em Rede Nacional (Prof-Artes) publicou o novo edital de seleção 2018. O curso é oferecido em formato semipresencial com obrigatoriedade de assistência às aulas em um dos campi das 11 universidades públicas que participam como instituições associadas. O Programa oferecerá 204 vagas distribuídas entre as instituições. As inscrições vão até 5 de abril.

O Prof-Artes é um programa de pós-graduação stricto sensu em Artes, com duração de 24 meses, reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O programa tem como objetivo capacitar professores da rede pública de ensino, na área de artes, para o exercício da docência na educação básica, com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no país.

Coordenado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), o curso conta com aulas presenciais e duas disciplinas semipresenciais de fundamentação, com oferta simultânea nacional, no âmbito do Sistema da Universidade Aberta do Brasil (UAB). O programa pertence à área de concentração ensino de artes e estrutura-se com duas linhas de pesquisa: Processos de ensino, aprendizagem e criação em artes, e Abordagens teórico-metodológicas das práticas docentes.

Poderão participar do Exame Nacional de Acesso candidatos que, entre outros requisitos, pertençam ao quadro permanente de servidores concursados, em efetivo exercício, em instituições de ensino da rede pública de educação básica. Os professores devem comprometer-se, durante o período de realização do mestrado, a manter carga horária de ensino de artes em no mínimo 10 horas/aula.

Rede – O Prof-Artes é parte do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Educação Básica (Proeb). Gerido pela Diretoria de Educação a Distância da Capes, o Proeb reúne cursos de mestrado profissional em rede nacional nos formatos presencial ou semipresencial voltados a professores da educação básica.

O Proeb possui atualmente cursos nas áreas de matemática (Profmat); letras (Profletras); ensino de física – MNPEF (ProFis); artes (ProfArtes); história (ProfHistória); educação física (ProEF); química (ProfQui); filosofia (Prof-Filo); e biologia (ProfBio). Também são ofertados neste mesmo formato os cursos em administração pública (ProfiAP); em gestão e regulação de recursos hídricos (ProfÁgua); e em ensino de ciências ambientais (ProfCiamb).

UAB – Criada em 2005, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) é uma rede formada por instituições públicas que oferece cursos de nível superior por meio de educação a distância. A prioridade da UAB é ofertar formação para pessoal atuante na educação básica – professores, gestores e colaboradores –, mas existem ofertas de formação para o público em geral. O Sistema UAB é coordenado pela Diretoria de Educação a Distância (DED) da Capes.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

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PÓS

Ministério da Educação reconhece 58 novos cursos de pós-graduação

O Ministério da Educação homologou pareceres da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) que reconhecem cursos de pós-graduação stricto sensu aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em reuniões realizadas pelo seu Conselho Técnico-Científico (CTC), em 2016 e 2017. Ao todo, estão homologados 58 novos cursos de pós-graduação. Duas portarias publicadas nesta quarta-feira, 21, tratam da homologação.

Nos termos da legislação vigente, somente têm validade nacional os diplomas de mestrado (acadêmico e profissional) e de doutorado reconhecidos pelo CNE com base na avaliação realizada pela Capes. Este ato de reconhecimento é reservado aos cursos que obtêm, como resultado do processo de avaliação de proposta de novo curso, nota igual ou superior a 3, na escala de 1 a 7 adotada para este fim.

Após a avaliação da Capes, os mestrados e doutorados recomendados passam pela aprovação do CNE e, só após a publicação do ato do ministro da Educação, são definidos como reconhecidos. Com o reconhecimento, passam a ter validade nacional e compor o Sistema Nacional de Pós-Graduação.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

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EDUCAÇÃO TECNOLOGICA

Evento em Brasília avalia primeiro ano do Mediotec

O Ministério da Educação realizou nesta quarta-feira, 21, em Brasília, o Encontro de Avaliação do Mediotec, ação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que oferece cursos técnicos simultâneos ao ensino médio. A oferta vale para alunos regularmente matriculados nas redes públicas de educação. O evento, que reúne aproximadamente 100 participantes da rede pública de ensino de todo o país para avaliar o primeiro ano de implementação da política, prossegue até quinta, 22.

Segundo a secretária de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC, Eline Nascimento, o encontro vai servir para afinar as ações do Mediotec. “Estamos com o primeiro semestre de execução e vamos lançar turmas novas, por isso estamos fazendo uma avaliação, juntando os ofertantes e os demandantes para saber quais foram os elementos, as ações que funcionaram melhor, onde o MEC pode apoiar na melhoria das ações; entender o que fez sucesso, o que deu certo”, explicou. “Nossa ideia é escutar a rede ofertante e fazer com que eles dialoguem com a rede demandante, para afinarmos essa relação e também entender onde podemos pode melhorar para as próximas edições”.

O encontro debate as oportunidades de aprendizagem que o programa levou aos estudantes e como ele pode ser melhorado para influenciar ainda mais a vida das pessoas. Para subsidiar as discussões, a diretora de Articulação e Expansão de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Fernanda Marsaro, apresentou um panorama com os resultados obtidos neste primeiro semestre. “Os números estão dentro da expectativa, dentro do que foi anunciado pelo presidente da República, Michel Temer, e ainda teremos o lançamento de novas vagas agora no segundo semestre”, destacou.

Daniel César de Souza, estudante do curso técnico de enfermagem do Mediotec na cidade de São Sebastião, no Distrito Federal, participou do evento e manifestou entusiasmo com os resultados que vem obtendo: “Eu estou muito feliz com esse curso porque vou poder ter muitas oportunidades dentro do mercado de trabalho para melhorar a minha vida profissional”.

No primeiro semestre do Mediotec, foram repassados R$ 512 milhões para as instituições públicas. Os números finais registram 64 mil matrículas em 116 cursos técnicos e 1,8 mil turmas em todo o país. A região Nordeste teve o maior número de matrículas, 27 mil, seguida pelas regiões Sudeste, com 18 mil, e Norte, com 14 mil matrículas.

Atividades – Para debater os temas propostos no encontro, serão realizadas as  seguintes dinâmicas de avaliação: formas de divulgação dos cursos para facilitar o processo de escolha e definição pelos alunos e evitar a evasão devido a uma escolha pouco embasada; seleção do público, que deve considerar características socioeconômicas, como maior vulnerabilidade econômica e social, e psicológicas, como atividades de interesse; acompanhamento psicossocial e pedagógico; processo de pactuação; e acompanhamento de evasão e da oferta.

Os participantes vão avaliar os pontos positivos e sugestões de mudança apresentados durante as dinâmicas, elaboradas a partir de um documento norteador do Mediotec, bem como o próprio sistema de monitoramento do programa.

Além disso, cinco experiências exitosas serão apresentadas por representantes da Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (SP), da Fundação Universidade Estadual do Ceará (CE), do Instituto Dom Moacyr (AC), do Instituto Federal de Rondônia e da Secretaria de Educação do Mato Grosso do Sul.

Assessoria de Comunicação Social

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UOL EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

No 4º dia do Fies 2018/1, MEC contabiliza 197 mil inscrições 

O processo seletivo do primeiro semestre de 2018 do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) registrou, até as 12h de hoje, 22 de fevereiro, 197.105 inscrições. Os dados são do Ministério da Educação.

O Fies é um programa do governo que oferece financiamentos em instituições de ensino particulares. A expectativa é de oferecer 155 mil vagas em diversos cursos de graduação.

Somente podem se inscrever candidatos que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em edições a partir de 2010. É necessário comprovar ter média acima de 450 pontos, sem ter zerado a redação.

Fies 2018/1

O período de inscrições do Fies 2018/1 começou na noite da última segunda-feira (19) e segue até o dia 28 de fevereiro. Vale destacar que cada candidato pode se inscrever em até até três opções de cursos, em ordem de prioridade e pode alterar essas opções quantas vezes achar necessário até o fim do prazo de inscrições. Para fins de classificação será considerada a última alteração feita.

O resultado deve ser publicado no dia 5 de março, em chamada única, com prazo entre os dias 6 e 30 do mesmo mês para a Lista de Espera do FIES. No caso dos estudantes inscritos pelo P-FIES a relação de selecionados deve ser publicada no dia 12 seguinte e não haverá Lista de Espera.

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OPINIÃO

A importância da leitura na qualidade de vida

A leitura é algo importante na vida do ser humano. Ler estimula a criatividade, trabalha a imaginação, exercita a memória, contribui com o crescimento do vocabulário e a melhora na escrita, além de outros benefícios.

Há uma crença de que a grande oferta de meios eletrônicos ainda na infância tem afastado crianças e adolescentes da leitura, afinal, celulares são mais populares que livros e permitem um acesso amplo a diferentes mídias, não é mesmo?

Na verdade, jovens brasileiros estão lendo mais. Sim, o hábito da leitura cresceu nos últimos anos. De acordo com o último mapeamento feito pelo Ibope Inteligência e encomendado pelo Instituto Pró-Livro, o chamado "Retratos da Leitura no Brasil", o número de leitores no Brasil ainda é bem inferior ao desejado, mas é de se considerar o aumento da busca por obras literárias.

Identificação

São vários os fatores que levam uma pessoa a ler, entre os quais estão o gosto pelo assunto; a curiosidade pelo tema; a indicação de alguma pessoa; estudos; a aparência do livro etc.

Entre os jovens, as adaptações de obras literárias para o cinema e a TV despertam a curiosidade pela obra original. Ao atrair a atenção de crianças e adolescentes para as telonas, muitos autores conseguem estimular a busca pelos livros que deram origem aos roteiros. Prova disso é o sucesso de vendas de títulos como Harry Potter, Senhor dos Anéis, Crepúsculo, Divergente, Diário de Um Banana, Diário de Uma Princesa e outros livros que foram adaptados para outras mídias.

Importância do incentivo

Quando uma pessoa começa a ler é comum que a iniciativa seja por influência ou mediação de alguém. Pais, amigos, professores ou até mesmo a indicação feita por ídolos podem ser os responsáveis por inserir a leitura na vida de crianças e adolescentes, por exemplo.

Incentivo deve começar ainda na infância

Um dado presente na pesquisa do Instituto Pró-Livro mostra que parte dos brasileiros não teve essa influência. Para essa parcela da população, a falta de alguém que contasse histórias na infância ou o incentivo para conhecer livros na adolescência fez com que tais pessoas se afastassem da literatura. Entre os não-leitores entrevistados, 83% disse não reconhecer o (a) influenciador (a) no seu hábito de leitura.

Entre os leitores entrevistados, 55% não reconhece quem foi o responsável pela influência na leitura. No entanto, essas pessoas buscaram por conta própria o contato com a literatura.

Novos hábitos

Independente de como surge um leitor, o importante é que o crescimento no interesse pela leitura existe. Influenciados por diversas pessoas e motivos ou lendo por conta própria, uma pessoa que lê sempre tem a ganhar.

A questão não é discutir o teor de "qualidade" do que se lê, até porque qualidade é algo relativo e é importante respeitar os gostos pessoais de cada um. O ponto é o que a leitura pode fazer pela sociedade, mesmo que a passos lentos.

Com base no levantamento "Retratos da Leitura no Brasil", é satisfatório o aumento de respostas positivas relacionadas ao hábito de ler. Para leitores assíduos, ler representa uma melhor qualidade de vida.

Sabendo dos benefícios que ler traz para as pessoas, que tal separar um tempinho para colocar em dia a sua leitura? Nada melhor do que se identificar com uma história, personagem ou estilo de escrita do autor enquanto se diverte lendo.

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CORREIO BRAZILIENSE

CONCURSO

Concurso de coleta de resíduos irá premiar escola pública

Sabe aquele lápis quebrado ou caneta sem tinta que não podem mais ser utilizados e que iriam para o lixo? Esse material pode ser reciclado e transformado em novos produtos. O Programa Nacional de Reciclagem de Instrumentos de Escrita Faber-Castell está  promovendo o concurso  de coleta de resíduos “Faxina nos Armários”. A instituição de ensino público que mais arrecadar instrumentos de escrita será premiada com kits de material escolar pelo período de um ano. Os demais vencedores ganharão pontos extras que são revertidos em doações em dinheiro. O resultado será divulgado em 13 de junho.  A participação para competição é totalmente gratuita.

Entre os resíduos aceitos estão: canetas, canetinhas, marca texto, canetões para quadro branco, lápis, lapiseiras, apontadores e borrachas. O envio é feito gratuitamente pelos Correios e depois de recebidos são processados e transformados em matéria-prima, reintroduzida na cadeia produtiva, originando novos produtos, como lixeiras, pás de lixo e outros.

O concurso está em sua 6ª edição e a ideia é mobilizar pessoas de todo o Brasil na limpeza de seus estojos, armários, gavetas e salas de aula, juntando o maior número possível de instrumentos de escrita de todas as marcas.

Qualquer pessoa física ou jurídica pode participar, desde que indique uma instituição de ensino pública para receber o prêmio. Também basta se inscrever no Programa Nacional de Reciclagem de Instrumentos de Escrita Faber-Castell no site da TerraCycle e começar a coleta.

Assim que uma grande quantidade for acumulada, basta gerar etiquetas pré-pagas no site do programa para fazer o envio gratuito pelos Correios. Somente os materiais recebidos dentro do período de duração – 5 de março a 31 de maio – concorrerão às premiações. Para garantir a participação não deixe de observar o prazo de três a cinco semanas – contados da data de postagem – para o recebimento da remessa pela TerraCycle. Lembrando que o programa permanece vigente mesmo após o término da ação, com a pontuação regular de R$ 0,02 porunidade (12gr).

A premiação será feita em em duas fases, sendo a primeira remessa em agosto de 2018 e o restante em fevereiro de 2019. A instituição ganhadora poderá escolher entre uma das opções KIT A ou KIT B. A primeira escolha contém os materiais como giz de cera 15 cores, guache 6 cores, lápis de cor 12 cores, lápis grafite, apontador, massa de modelar 12 cores, caneta esferográfica,cola branca. Já a segunda alternativa terá  lápis grafite, lápis de cor, borracha,apontador, cola branca, caneta esferográfica, caneta para quadro branco (4 cores), apagador para quadro, marcador CD/ retroprojetor, marca texto.

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EDUCAÇÃO

CAD aprova resoluções que normatizam concessão de bolsas e contratações

O Conselho de Administração (CAD) da UnB, reunido nesta quinta-feira (22), aprovou por unanimidade duas resoluções que auxiliam a Universidade a se adequar às legislações vigentes. A primeira estabelece normas para pagamento de bolsas e auxílios financeiros pela Fundação Universidade de Brasília (FUB). A outra dispõe sobre procedimentos de seleção, contratação e formas de pagamento de pessoal para atuar em projetos acadêmicos custeados com recursos oriundos de fontes próprias ou de terceiros.

 Membro das comissões de elaboração de ambas as minutas, o diretor da Faculdade de Direito (FD) da UnB, Mamede Said Maia Filho, apresentou os textos já com as alterações sugeridas na última reunião do CAD, realizada em janeiro. A primeira proposta de resolução regulamenta a concessão de bolsas por um período máximo de 48 meses, mediante processo seletivo com ampla divulgação e publicidade. A bolsa tem natureza de doação civil a título de incentivo e, portanto, não poderá ser concedida como remuneração pela contraprestação de qualquer tipo de serviço.

Segundo o texto, podem ser beneficiários docentes, estudantes, pesquisadores e servidores técnico-administrativos. O pagamento de bolsas se dará por projeto, cabendo ao Decanato de Administração (DAF) acompanhar e fiscalizar. Os procedimentos operacionais serão detalhados por instrução normativa a ser produzida pelo DAF e pelo Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI).

CONTRATAÇÃO – Para efeitos do tema disciplinado pela segunda minuta aprovada na 378ª sessão do Conselho, projeto acadêmico é o instrumento básico de planejamento de atividades relacionadas a ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e fomento à inovação.

De forma análoga à resolução das bolsas, a contratação de pessoas para atuarem nestas modalidades deverá observar critérios objetivos de seleção e viabilizar ampla divulgação do processo. No caso específico de contratação de pessoa física sem vínculo com a FUB, deverá ocorrer processo seletivo simplificado, regido pela Lei nº 8.745/93, que estabelece requisitos para contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.

Assim, fica vedada a utilização dos contratos para atender necessidades de caráter permanente da Universidade e também para prestação de serviços contínuos ou de manutenção. Tampouco é permitido empregar o mecanismo para a execução indireta de atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos da FUB.

DAF, DPI e Decanato de Gestão de Pessoas (DGP) editarão instrução normativa sobre critérios e condições para contração. Com a aprovação da resolução, ficam revogadas as resoluções nº 0005/2012 do CAD e nº 103/2010 da Reitoria.

RU – O debate sobre a questão orçamentária do Restaurante Universitário (RU) era um tema aguardado pela comunidade para a reunião desta quinta-feira (22), mas não entrou na pauta. Os questionamentos apresentados pelo Sintfub na última reunião do CAD seguem sob análise da Procuradoria Jurídica da UnB.

Ainda não há previsão de quando o assunto voltará à pauta do Conselho. Enquanto isso, a administração superior pretende retomar interlocuções com os segmentos envolvidos. A ideia é oferecer esclarecimentos e discutir as propostas já apresentadas. Também ficou para outra oportunidade a apresentação do PDI para o quadriênio 2018-2022 no CAD.

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EDUCAÇÃO

ABCP divulga nota de repúdio ao MEC

A diretoria da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) publicou  nota de repúdio "à violência contra a liberdade de cátedra" após as declarações do ministro da Educação, Mendonça Filho, sobre a polêmica oferta da disciplina "O golpe de 2016 e o futuro da democracia do Brasil". A matéria será ofertada neste semestre na Universidade de Brasília (UnB) e tem gerado ampla repercussão.

A ABCP afirma que "a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 206, II, garante aos docentes e discentes o pleno exercício da liberdade de ensinar e aprender, assim como faculta às Universidades brasileiras autonomia pedagógica" e que, caso o ministro concretize a intenção de acionar os órgãos de fiscalização, "a autonomia pegagógica das universidades brasileiras estará ameaçada".

Disponível para matrículas pelo Instituto de Ciência Política, a disciplina se refere ao impeachment da ex-presidente da República, Dilma Rousseff e será ministrada pelo professor Luis Felipe Miguel, criador da ementa. Na última quarta-feira (21), o ministro lamentou "que uma instituição respeitada como a Universidade de Brasília adote uma prática de apropriação do bem político para promoção de pensamentos político-partidários ao criar a disciplina".

O Ministério da Educação (MEC) afirmou que encaminhará solicitação à Advocacia Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria Geral da União (CGU) e ao Ministério Público Federal (MPF) para apuração de improbidade administrativa por parte dos recursos responsáveis pela criação da disciplina "por fazer proselitismo político e ideológico de uma corrente política usando uma instituição pública de ensino".

Confira a nota na íntegra:

"A Diretoria da ABCP vem manifestar a sua profunda preocupação com o intenção do ministro da Educação, Mendonça Filho, veiculada por diversos sites de notícias na quarta feira, dia 21 de fevereiro, de acionar os órgãos de controle para analisar a legalidade de uma disciplina a ser lecionada no Instituto de Ciência Politica da Universidade de Brasília (IPOL-UNB), cujo conteúdo refere-se à análise da democracia brasileira contemporânea, abrangendo o período que antecede a deposição da ex-presidente Dilma Roussef até os dias atuais.

A Diretoria da ABCP entende que a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 206, II, garante aos docentes e discentes o pleno exercício da liberdade de ensinar e aprender, assim como faculta às Universidades brasileiras autonomia pedagógica. Ressalte-se ainda que a disciplina questionada pelo MEC é uma cadeira optativa de ementário livre, sendo facultado aos docentes montar o programa com o intuito de apresentar pesquisas recentes e debater temas da atualidade. A rigor, nenhum aluno ou aluna do curso de graduação em Ciência Política da UNB é obrigado a cursá-la. Por outro lado, proibir a realização da disciplina impediria os discentes que assim o desejassem de cursá-la, o que fere, por suposto, o princípio da liberdade de aprender.

Diante disto, consideramos que, se a intenção manifesta do Ministro de fato se concretizar, a autonomia pedagógica das universidades brasileiras estará ameaçada, assim como os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. O ato não poderá ser avaliado de outra forma, se não como censura, característico de regimes de exceção."

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GLOBO.COM

MOTIVAÇÃO

Após ter depressão durante os 4 anos de cursinho, jovem é aprovada em medicina e faz sucesso com vídeos de motivação

Emanuela Quelho, de 23 anos, sonhava em ser médica desde criança. Durante os quatro anos de cursinho, ela enfrentou crises de ansiedade e síndrome do pânico. Passava dias trancada no quarto, desmaiou depois de um vestibular, vomitava antes de fazer as provas.

Depois de começar a se tratar, seu desempenho melhorou e ela foi aprovada na Universidade de Marília. Desde então, ela atualiza a página do Medmotiva no Facebook – um projeto que criou para colher depoimentos de estudantes de medicina e incentivar aqueles que ainda não entraram na faculdade.

“Só consegui passar no vestibular depois que comecei a me tratar. Um professor me disse que eu não estava conseguindo por causa da minha ansiedade, não da falta de conteúdo. Passei a treinar: ficava na sala da coordenação fazendo uma prova, tentando ficar calma”, diz. “Fui atrás de terapia e tomei remédio. Fiquei focada. E quero ajudar quem está passando por essa aflição”, completa.

Durante o segundo ano de cursinho, Emanuela fez uma promessa: quando fosse aprovada, encontraria um meio de ajudar os candidatos que também estavam na angústia da espera pela vaga em medicina.

Anos depois, quando estudava e trabalhava em um ambulatório, uma paciente contou a ela que havia visto o marido, dois irmãos e o pai morrerem no hospital. E ouviu da senhora: “Doutora, minha missão é ficar com as pessoas até o final, para mostrar que elas não estão sozinhas”. Foi aí que a jovem concluiu: sua missão também era ficar com as pessoas até o fim.

Ela criou a página no Facebook e postou depoimentos de amigos da faculdade. “Contei a história de um deles, que só foi aprovado aos 27 anos. As pessoas começaram a gostar, aí fui procurando gente no Brasil inteiro. Passei a gravar vídeos também, com técnicas de motivação e dicas para superar a ansiedade”, conta. “Na véspera de um Enem, postei um vídeo ‘Enem é amanhã, e agora?’ e consegui 50 mil visualizações na manhã seguinte”, diz Emanuela.

Atualmente, o Medmotiva já tem mais de 15 mil curtidas e traz depoimentos emocionantes: de um menino com uma síndrome congênita que foi aprovado em uma universidade federal; de uma jovem que passou em medicina e ganhou um estetoscópio de presente do avô, vendedor de água de coco; entre outros.

“Meu pai, que é médico, ficou impressionado com o sucesso da página. Ele se inspirou em mim e criou um grupo no Whatsapp para ajudar estudantes a resolver casos da medicina e debater assuntos relacionados à profissão”, conta.

Ansiedade e pânico

Emanuela nasceu no interior de Mato Grosso do Sul e se mudou para a capital, Campo Grande, no terceiro ano do ensino médio. Ela já sonhava em ser médica, porque queria trabalhar na ONG Médico sem Fronteiras, na África.

Quando chegou à cidade, percebeu que tinha uma defasagem grande no conteúdo. “Foi um baque. Matemática virou um bicho de sete cabeças. Minha meta deixou de ser passar no vestibular – só queria ser aprovada e acompanhar a turma”, diz.

No ano seguinte, começou a fazer cursinho. Depois de muito esforço, não foi aprovada. “Tive crise de ansiedade e desmaiei no Enem quando saí da prova. Em um outro vestibular, em São Paulo, tive crise de pânico. Foi a primeira vez”, relata a jovem.

Aos 18 anos, então, ela decidiu mudar de cidade. Foi para Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, sem conhecer ninguém. E a pior fase começou. “Eu achava que ia morrer. Não conseguia ficar na sala de aula, me trancava no banheiro. Virava a noite no pensionato sem dormir, sentada na cozinha. Comecei a engordar, a ter insônia, não queria mais fazer nada”, diz.

“Não tinha contado para os meus pais. Quando minha mãe apareceu para uma visita surpresa, ficou assustada com o meu estado. Aí busquei terapia e ajuda.”

Por sugestão do pai, Emanuela se mudou para Presidente Prudente, a 5 horas da cidade onde sua família morava. Era seu terceiro ano de cursinho. “Meu avô faleceu. Eu tive crises e abandonava as provas. Não conseguia. Assinalava qualquer alternativa nas perguntas só para sair da sala”, diz. Foi aí que voltou para Campo Grande, para o quarto ano de preparo para o vestibular.

“Não aguentava mais. Aí decidi me cuidar, com terapia e remédio. O resultado de uma das faculdades saiu em novembro e eu estava na lista de espera. Era fevereiro e ninguém havia me chamado. Já estava arrumando o material para meu novo ano no cursinho. Até que meu pai me ligou e disse ‘e aí, já está com as malas prontas? É para valer’. Começamos a chorar”, diz.

No dia seguinte, eles viajaram para Marília, em São Paulo e fizeram a matrícula na universidade. “Estou indo para o 3º ano de medicina. Mas não esqueço que tem gente passando pelo que eu passei. Por isso, tento ajudar.”

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EDUCAÇÃO

O que é o ‘educacionismo’, preconceito muitas vezes ignorado contra pessoas menos escolarizadas

a primeira vez que pisou em um campus universitário, Lance Fusarelli se sentiu cercado de pessoas que pareciam saber mais do que ele - sobre a sociedade, gracejos sociais e "tudo que era diferente".

Ele atribui essas diferenças à sua bagagem cultural. Fusarelli não cresceu na pobreza, mas em uma cidade de operários em uma pequena área rural em Avella, na Pensilvânia (EUA). Foi o primeiro de sua família a chegar à universidade - sua mãe engravidou e teve que deixar a escola, enquanto seu pai foi trabalhar em uma mina de carvão ainda na adolescência. Viveu em um ambiente onde poucos continuaram estudando além do ensino médio.

Funcionou para ele, que agora é altamente escolarizado - atua como professor e diretor de programas de pós-graduação na Universidade Estadual da Carolina do Norte. Às vezes se lembra de como se sentia naqueles dias, quando um colega inocentemente corrigia sua gramática imperfeita.

"Ele não estava sendo cruel, éramos bons amigos, ele apenas cresceu em um ambiente diferente", diz. "Às vezes eu não vou falar como um acadêmico. Eu tendo a usar uma linguagem mais popular."

Por mais que Fusarelli tenha galgado os degraus da academia apesar de seu contexto, suas experiências mostram a divisão social que pode existir na educação. Aqueles menos educados devido a seu contexto de desvantagem eles encaram um preconceito sutil, mas disseminado.

Um novo relatório do Jornal de Psicologia Social Experimental cunhou o termo "educacionismo" e pela primeira vez encontrou evidências claras do que o professor e muitos outros suspeitam há tempos: pessoas educadas têm preconceitos implícitos em relação às menos educadas.

E isso tem consequências ruins e não intencionais que muitas vezes aumentam a diferença entre ricos e pobres.

É um problema de "nível de sociedade" que cria uma divisão significativa, diz Toon Kuppens, da Universidade de Groningen, na Holanda, parte do time que criou o termo. "Precisamos falar a respeito."

'Racismo da inteligência'

A ideia de que as pessoas julgam as menos escolarizadas não é nova.

Nos anos 1980, o sociólogo francês Pierre Bourdieu chamou isso de "racismo da inteligência (…) da classe dominante", que serve para justificar sua posição na sociedade.

Bourdieu apontou para o fato de que o sistema de educação foi inventado pelas classes dominantes com conhecimento da classe média e testes com questões como método de avaliação.

A educação também parece dividir a sociedade de muitas maneiras.

Níveis mais altos de escolaridade estão ligados a uma renda maior, mais riqueza e bem-estar e níveis mais elevados de empregabilidade.

O status educacional também revela divisões políticas. Aqueles com níveis mais baixos de qualificação tinham uma tendência maior de votar pela saída do Reino Unido da União Europeia, por exemplo. Um relatório concluiu que o nível de educação teve um papel mais importante para o Brexit do que idade, gênero ou renda.

Apesar desse antigo entendimento, a existência de um preconceito educacional tão forte raramente é discutido diretamente, diz Kuppens, apesar de haver muitos estudos sobre preconceitos de gênero, etnia e idade.

Para lidar com esse problema, Kuppens e seus colegas criaram vários experimentos para entender a atitude das pessoas em relação a educação.

Eles perguntaram aos participantes diretamente quão positiva e cordialmente eles se sentiam em relação aos outros, mas também foram questionados indiretamente ao descrever os empregos de várias pessoas assim como sua bagagem educacional, que os participantes tinham que avaliar positiva ou negativamente.

Os resultados foram evidentes - pessoas com níveis altos de educação foram mais apreciadas, tanto por pessoas com baixo e alto nível de escolaridade. E os participantes mais educados não eram "naturalmente mais tolerantes" do que os menos educados, como se acredita comumente, diz Kuppens.

Além disso, ele disse que uma das razões da existência desse preconceito é que o nível de educação é de alguma forma percebido como algo que as pessoas podem controlar. "Nós estamos avaliando as pessoas - dando a elas atitudes positivas e negativas - apesar de sabermos que na verdade elas não podem ser culpadas pelo seu baixo nível de escolaridade."

Psicologia da pobreza

A razão pela qual as pessoas não podem ser culpadas por níveis baixos de educação é sua ligação com a pobreza.

Pessoas que vêm de contextos mais pobres rapidamente ficam atrás de seus colegas na escola e poucos adolescentes menos privilegiados chegam à universidade.

Está ficando claro agora que há motivos complexos para isso - particularmente que a pobreza afeta o processo diário de tomada de decisões de maneiras anteriormente não previstas.

Jennifer Sheehy-Skeffington, da universidade britânica London School of Economics, diz que uma falta de recursos é "psicologicamente constritiva". Há também uma sensação de estigma e vergonha que gera baixa autoestima, um padrão que ela diz ser mais provável em sociedades com ideologias meritocráticas, nas quais a conquista de um indivíduo é vista como sendo baseada principalmente em inteligência e trabalho duro.

A pobreza afeta até o processo de tomada de decisões. Em um estudo revelador, Sheehy-Skeffington dividiu aleatoriamente participantes de classe média em diferentes grupos - alguns foram informados de que estavam apresentando resultados insatisfatórios na sociedade, enquanto outros ouviram que eram bem-sucedidos. Os que ouviram que eram "pessoas de baixo status" tomaram decisões financeiras piores, assim como tiraram notas mais baixas em tarefas cognitivas básicas.

"Isso significa que as habilidades cognitivas das quais você precisa para tomar boas decisões financeiras não estão disponíveis quando você está enfrentando o estresse de perceber que seu desempenho é pior que o dos outros", diz ela.

Não é que os processos mentais sejam interrompidos, mas que as pessoas estavam mais focadas na ameaça atual de seu status do que em se concentrar nas tarefas dadas.

Controle do futuro

Em sua análise sobre a psicologia da pobreza, Sheehy-Skeffington descobriu que as pessoas com baixa renda têm um senso menor de controle em relação à vida futura.

"Se você acha que você não pode controlar seu futuro, faz sentido investir a quantidade limitada de energia ou dinheiro que você tem para melhorar sua situação presente", diz.

Trabalhos como o dela revelam um ciclo que é difícil de quebrar: performances em tarefas mentais são prejudicadas quando há restrições financeiras. E uma vez que essas restrições existem, a habilidade de planejar o futuro e tomar boas decisões também é negativamente afetada.

Isso claramente afeta o sistema educacional. Os que vivem no presente têm menos incentivo de ir bem na escola ou se planejar para continuar os estudos.

Uma equipe de pesquisadores vai ainda mais além, no entanto, argumentando que o sistema educacional é "motivado a manter o status quo" - no qual as crianças de pais altamente educados vão para a universidade enquanto crianças com menos contato com a educação fazem treinamentos profissionais ou viram jovens aprendizes.

Isso foi sublinhado em um estudo de 2017 feito pelo psicólogo social Fabrizio Butera, da Universidade de Lausanne, na Suíça. Sua equipe apontou que os "examinadores" davam pontuações mais baixas quando eram informados de que os alunos eram de um contexto menos privilegiado.

"É como se eles achassem que uma criança de um contexto mais baixo não devesse estar naquele caminho e, portanto, eles de fato dificultam suas perspectivas em termos de continuar os estudos", diz Butera. "Perpetuar o status quo é uma forma de manter o privilégio que essas classes têm."

E até mesmo quando pessoas de classes mais baixas chegam à educação superior, elas geralmente tendem a "descartar as partes originais de sua identidade para se tornar flexíveis socialmente", diz Erica Southgate, da Universidade de Newcastle, na Austrália.

Ela estudou os estigmas enfrentados por pessoas que são as primeiras de sua família a chegar à educação superior. Descobriu que em áreas como medicina há uma suposição predominante dos colegas de que todos vêm de um contexto social parecido.

"Não era tanto sobre estigma, mas sobre os males escondidos das classes sociais que continuavam a aparecer - as pessoas tinham que ficar se explicando."

Notas, notas e notas

Então o que poderia ajudar a acabar com a divisão na educação? Uma ideia é que diferentes tipos de teste de pontuação poderiam ajudar.

Em vários estudos, a equipe de Butera apontou que dar às crianças notas em testes pode na verdade reduzir a motivação e a performance em raciocínio e tomada de decisões. Mas se não há notas, cai a competição social, o que sabemos que geralmente afeta a performance negativamente, como revelou o estudo de Sheehy-Skeffington.

Se um feedback detalhado sobre como melhorar é dado em vez de simples notas, isso ajuda a "focar na avaliação como uma ferramenta para a educação", em vez de uma simples avaliação para seleção, diz Butera. Em outras palavras, as crianças aprendem a aprofundar seu conhecimento, em vez de aprender a ir bem em testes.

"Nosso time mostrou que uma solução viável é criar um ambiente em sala de aula no qual a avaliação é parte do processo de aprendizagem", acrescenta. "Isso parece reduzir desigualdades sociais de classe e gênero e promover uma cultura de solidariedade e cooperação."

Algumas escolas alternativas dão menos ênfases às provas, como os colégios que seguem os métodos Montessori, Steiner e Freinet, enquanto na Finlândia não há testes padronizados nas escolas primárias.

Mas esses exemplos são a minoria - e não agradam a todos. Muitos pais querem ver notas e, sem elas, pode ser difícil saber como as crianças estão indo.

"Aqui na Suíça eles aboliram as notas em um lugar, mas houve um retorno devido sobretudo a pais que de repente não conseguiam saber como suas crianças estavam indo na escola", diz Butera.

Para Fusarelli, o mais importante para ambos pais e professores é esperar o melhor das crianças quando pequenas para reforçar a ideia de que "eles podem fazer isso e serem bem-sucedidos". "Se você tem baixas expectativas, as crianças vão adotar esse nível de expectativas", diz ele.

Um estudo até apontou que estudantes de baixa renda vão pior quando professores esperam que eles irão mal em matemática, leitura e vocabulário. "É por isso que dizemos a estudantes de baixa renda para 'confiar em sua habilidade e acreditar que você pertence a este lugar'."

É claro que preconceitos no sistema educacional não sumirão da noite para o dia. O pior é que a maioria de nós não perceberá que esses preconceitos existem. A atitude meritocrática de que os que trabalham duro vão sair bem-sucedidos ainda é generalizada, apesar das evidências mostrarem que há muitos outros fatores que estão fora do controle da pessoa que podem atrapalhar seu potencial.

E, infelizmente, são os mais educados, e que deviam ser sensíveis à discriminação, que podem se beneficiar - muitas vezes sem saber - da desigualdade que eles ajudaram a criar.

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PISA

Meninas são melhores do que meninos na resolução de problemas, diz estudo com base no Pisa 2015

As alunas brasileiras mostraram, em média, mais habilidade para trabalhar em grupo com duas ou mais pessoas e tentar resolver uma tarefa do que os alunos.

A nota média delas no Brasil foi 420.6, 17 pontos à frente da dos meninos, que obtiveram 402.30. Enquanto 15,2% das meninas tiveram desempenho igual ou superior à média da OCDE (500), 12,2% dos meninos chegaram a esse patamar.

Os apontamentos são do estudo “Um Panorama sobre Resolução Colaborativa de Problemas no Brasil”, do Portal Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) que usou dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) 2015, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para medir a habilidade de resolução de problemas, o Pisa propôs simulações teóricas em que os alunos tinham de, por exemplo, fazer um filme e preparar uma apresentação.

Em 23 estados, a nota média das meninas foi estatisticamente mais alta do que a nota média deles. No Amapá, a diferença entre os sexos foi a maior registrada no país, chegando a 30.1 pontos. Nos estados de Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Sergipe e Alagoas a diferença entre os sexos não é considerada estatisticamente significante, de acordo com o Iede.

Desigualdades regionais

Todas as regiões brasileiras tiveram pontuações muito baixas e abaixo da média dos países da OCDE no critério resolução de problemas, segundo o estudo do Iede. A região Sul é a que obteve a melhor média: 430.4. Se fosse um país, ultrapassaria apenas Montenegro (415,7), Peru (417.8) e Turquia (422.4) e estaria estatisticamente no mesmo patamar de Colômbia (429.4) e México (433.1).

O levantamento mostra que no Nordeste e Norte brasileiro a situação é ainda mais desafiadora. A nota média da região Nordeste, a mais baixa do país, foi 391. No Norte, da amostra de 6.313 alunos, 4.006 tiveram baixo desempenho. A pontuação da região Norte, a 2ª mais baixa, foi 403.3.

A amostra brasileira para resolução colaborativa de problemas foi de 23.141 alunos, espalhados por todos os estados.

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FOLHA.COM

OPINIÃO

Projeto 'A Menina que Calculava' aproxima meninas da matemática

O estudo “Expectativas de brilho determinam distribuição de gênero nas diferentes disciplinas” (em tradução livre do inglês), publicado em janeiro na revista "Science", afirma que mulheres estão menos presentes nas áreas do conhecimento em que se acredita que brilho e talento inato sejam mais importantes do que trabalho e esforço.

É comum dizer que homens vão para ciências e mulheres para humanidades. Mas a realidade é mais complexa: existem fortes variações dentro dos dois campos.

Há poucas mulheres em matemática, física e computação, muitas em biologia e neurociência. Mulheres são maioria em psicologia e história, e raridade em filosofia e economia.

A conclusão do estudo é que uma crença generalizada, e não fundamentada, de que mulheres não dispõem desse talento inato faz com que elas evitem as disciplinas em que se supõe, certo ou errado, que brilho intelectual seja indispensável.

Como acabar com um estereótipo cultural que priva muitas áreas da ciência da contribuição de metade da humanidade?

Os autores chegam a sugerir que o jeito de atrair mulheres para as disciplinas “difíceis” seria valorizar menos o brilho intelectual, enfatizando mais a importância do trabalho duro. Não acho que seja por aí.

Em artigo publicado no jornal "The New York Times", minha colega Amie Wilkinson, professora titular na Universidade de Chicago, destacou a importância dos exemplos (“role models”): a melhor forma de assegurar a uma jovem interessada em ciência que ela está no lugar certo é por meio de outras mulheres, bem-sucedidas e felizes na carreira científica.

A leitora Luiza Ramos, mestranda em filosofia na UnB, expressou ideias muito parecidas em mensagem que me enviou ao final de 2017, lamentando a escassez de tais exemplos em sua área: “tive muito mais professoras quando estudei engenharia do que na filosofia”.

Luiza me apresentou ao projeto “A Menina que Calculava”, iniciativa fantástica lançada há um ano por um grupo de jovens mulheres da área de Brasília, com o objetivo de “fazer as meninas se sentirem confortáveis nas áreas de exatas!”

A provocação inicial partiu de Erica Oliveira, licenciada em física e professora da rede pública do DF. Grande fã, como eu, do seriado “Cosmos”, do astrônomo Carl Sagan. Angustiada com “um ambiente predominantemente masculino, que se mostra cada vez mais excludente para mulheres”, em janeiro de 2017 Erica postou um desafio no Facebook: “Mulheres de Brasília em cursos de exatas, vamos fazer um projeto voluntário para meninas de escolas públicas?”.

Entre as muitas que responderam estava Lilah Fialho, graduada e doutoranda em física na UnB. “A partir daí, Lilah encabeçou magistralmente a administração geral do projeto, tanto que após um mês já estávamos atuando”, explica Erica. Confira aqui o projeto.

“A Menina que Calculava” oferece a escolas monitorias gratuitas em matemática e outras matérias de exatas, para turmas de meninas organizadas pelo próprio colégio. A maior adesão tem sido no nível do ensino fundamental: “Achamos isso maravilhoso, pois percebemos que as barreiras que afastam as meninas da ciência começam cedo!”, afirma Lilah.

O projeto já conta com cem monitoras cadastradas, estudantes de graduação e pós-graduação, que vão às escolas dar aulas. São todas mulheres. “Queremos que as meninas tenham visão de um exemplo feminino como professora e amiga, uma mulher que sabe matemática e está ali para ensiná-las.”

Mas homens são bem-vindos a colaborar no planejamento de exercícios e na administração do projeto.

Ana Luisa Brito, estudante do último ano de engenharia ambiental, e Mariana Sabino, engenheira civil e mestranda em arquitetura e urbanismo, ambas da UnB, são monitoras, como Luiza. Elas consideram justificado um projeto para meninas.

“Existe a ideia de que homens têm maior facilidade com exatas e por isso eles são mais direcionados para esses cursos”, explica Mariana, realçando a importância de que mulheres tenham igual acesso e oportunidade de interesse.

Ana Luisa reforça: “O mundo é machista e as meninas vivem essa realidade desde muito cedo. É preciso mostrar às meninas que elas também podem ter o mundo”.

Sentem-se gratificadas pelo reconhecimento das alunas, “que valorizam e nos tomam como exemplo”, segundo Mariana. Luiza afirma que o projeto também é bom para as monitoras: “me ajudou a ter mais confiança e motivação”.

Maria Laura Perpétuo e Hemilly Victória Almeida, ambas do 7° ano do CEF 02 de Brasília, são alunas do projeto. Maria Laura vê “A Menina que Calculava” como uma grande porta para o futuro. “Ganhei mais interesse em trabalhos que contêm grande parte de matemática”, afirma. Para ela, a iniciativa se justifica porque, em sua opinião, poucas meninas gostam de matemática.

Hemilly, que pretende ser médica, conta que o projeto a ajudou muito: “Mudei algumas formas de pensar matemática”. Quando perguntei “por que só para meninas?” respondeu, rindo: “Acho que é porque meninas aproveitam melhor, são mais interessadas". E voltou para se divertir no churrasco de Carnaval.

Ao final de 2017, “A Menina que Calculava” já dava monitoria para 250 meninas por semana, em 12 escolas de Brasília e cidades vizinhas (sete escolas mais aguardavam disponibilidade de horários). Há esforços em curso para ampliar o projeto a outras regiões do país. Tomara que essa moda pegue!

Um ano de matemática na Folha

Com o artigo de hoje, esta coluna completa 52 semanas de existência. Obrigado à Folha e a todos os que vêm tornando tão especial esta aventura de escrever sobre matemática (!!!) em um jornal influente e de grande circulação.

Por Marcelo Viana

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OPINIÃO

Por que os alunos mais pobres do Vietnã ganham da elite brasileira

Fiz uma longa entrevista na semana passada com Andreas Schleicher, criador e coordenador do Pisa, o badalado teste internacional de aprendizagem aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

Schleicher tem uma visão privilegiada do que tem funcionado em educação nos mais diversos países e regiões do mundo porque dedica sua vida profissional a analisar os resultados do Pisa, a desenvolver modelos que ajudem a prevê-los e a aprimorar a forma como a aprendizagem dos adolescentes tem sido medida a cada três anos.

Da troca de perguntas e respostas com ele -- falamos por email --,  saí com duas impressões. A primeira é que copiar a experiência de outros países não é nada trivial.

Questões culturais ajudam a explicar a disciplina e o foco dos asiáticos, que têm nadado de braçada no Pisa, deixando inclusive vários países ricos do Ocidente para trás.

"Os pais chineses geralmente investem seu último dinheiro na educação de seus filhos, seu futuro. Os que se destacam são o tipo de país onde o foco de uma cidade pode ser uma escola bem equipada, em vez de um shopping center brilhante", diz Schleicher.

A segunda impressão foi que, se há uma política que -- por seus resultados positivos comprovados -- merece todo o esforço para ser emulada, ela passa pelo foco na qualidade do magistério.

A importância de bons professores foi um ponto recorrente nas respostas de Schleicher. Vou destacar alguns trechos:

"A chave é priorizar o gasto de forma que ele possa aumentar a qualidade do magistério".

"O Japão, por exemplo, coloca uma grande fatia de seus recursos em serviços educacionais básicos. Parte deles é usada para pagar os professores relativamente bem".

"Empregar professores de baixo custo significa que você precisará de mais apoio em escritórios centrais e mais coordenadores".

"Os professores desempenham um papel muito importante em melhorar o sucesso dos alunos em sala de aula".

"Esses sistemas educacionais, especialmente a Finlândia, promovem políticas voltadas para melhorar a qualidade do magistério".

Schleicher citou ainda um dado impressionante: os alunos de 15 anos entre os 10% mais pobres do Vietnã têm ido tão bem no Pisa quanto os 10% mais ricos no Brasil.

O segredo do Vietnã? O modelo do país asiático tem algumas características, mas uma delas é o investimento elevado nos professores.

Assim como na Finlândia, o magistério no Vietnã é uma carreira respeitada por todos e bem remunerada. Os melhores professores são destacados para as escolas mais carentes e desafiadoras.

O número médio de alunos por docente que no Brasil beira 30, é quase metade disso no Vietnã.

Enquanto o país asiático é citado pela OCDE como exemplo de professores bem formados, o Brasil é mencionado como um caso onde o percentual de alunos em classes de professores com certificado da disciplina em lecionam é "particularmente baixo".

Embora o Vietnã permaneça um país pobre, tem crescido a um ritmo de 6,4% ao ano desde o início da década de 1980. A taxa média de expansão do Brasil, no mesmo período, foi de 3%.

A educação pode não explicar todo o desempenho vietnamita —a proximidade com a China e uma agressiva abertura comercial são parte da história—, mas, sem dúvida, tem contribuído muito para esse resultado.

Por Érica Fraga

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

 

 


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