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Goiânia, 03 de março de 2018

Publicado: Sexta, 02 de Março de 2018, 11h54 | Última atualização em Sexta, 02 de Março de 2018, 12h06

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Inscrições para o Fies serão encerradas nesta sexta-feira, 2

Discussão sobre Base Curricular orienta adoção do documento

Normas da Conferência Nacional de Educação estão aprovadas

Estudantes beneficiados pelo Fies já podem renovar contratos

Seis novas atrações estão na grade de programação de março

UOL EDUCAÇÃO

Professores de países lusófonos recebem homenagens do MEC

Enem 2018 terá novidades; edital sai no dia 21 de março

Olimpíada Nacional de História do Brasil 2018 está com inscrições abertas

Melhores universidades do mundo criam disciplinas seguindo demanda dos alunos 

CORREIO BRAZILIENSE

Inscrições abertas para o XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018

Além da UnB, outras oito universidades podem ter curso sobre ‘golpe’

GLOBO.COM

Brasil gasta R$ 16 bilhões com reprovação de 3 milhões de alunos em 2016, aponta levantamento

Prouni divulga resultado da segunda chamada nesta sexta

Inscrições para o Pibid e a residência pedagógica começam no dia 7

FOLHA.COM

Com emoticons, escola de SP incentiva alunos a externarem sentimentos

Apenas duas dezenas de países investem menos do que o Brasil

Cuidado, seu filho pequeno vai acreditar no que você diz

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

Inscrições para o Fies serão encerradas nesta sexta-feira, 2

O prazo de inscrição para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) será encerrado às 23h59 desta sexta-feira, 2 de março. O prazo foi prorrogado pelo Ministério da Educação a fim de garantir que todos os candidatos e instituições possam concorrer. “Cerca de 400.000 inscrições ainda se encontravam na fase de preenchimento no Sistema de Seleção do Fies”, explicou o diretor de políticas e programas de educação superior do MEC, Vicente Almeida.

Para esta edição, serão ofertadas 155 mil vagas, das 310 mil previstas para serem abertas pelo Fies em 2018. Dessas, 100 mil terão juro zero para os estudantes que comprovarem renda per capita mensal familiar de até três salários mínimos. Até as 9h, o sistema registrou 437.772 inscrições concluídas. Candidatos devem se inscrever exclusivamente pela internet, na página do Fies Seleção.

Para concorrer a uma das vagas é necessário que o estudante tenha realizado uma das edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010, com média igual ou superior a 450 pontos, e obtido nota maior que zero na redação.

O Novo Fies modernizou o modelo de financiamento estudantil, dividindo o programa em diferentes categorias, o que oferece mais condições a quem mais precisa e flexibilidade para os demais candidatos, a partir da renda familiar declarada. Além da modalidade caracterizada pela aplicação de juros zero ao estudante, o programa passa a contar outras duas, denominadas P-Fies. Elas se destinam àqueles cuja renda familiar é de até cinco salários mínimos. Para atendê-las, o Novo Fies terá recursos dos Fundos Constitucionais e de Desenvolvimento.

A publicação do resultado está prevista para 5 de março, em chamada única. No caso dos estudantes inscritos pelo P-Fies, a relação de selecionados sairá em 12 de março. Com exceção do P-Fies, os candidatos não convocados poderão manifestar interesse pela lista de espera entre 6 e 30 de março.

Podem ser financiados cursos de graduação com conceito maior ou igual a três no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), ofertados pelas instituições de ensino superior participantes do Fies. Também estão aptos a fazer parte do programa os cursos que ainda não foram avaliados pelo Sinaes, mas que estejam autorizados para funcionamento pelo cadastro do MEC.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO BÁSICA

Discussão sobre Base Curricular orienta adoção do documento

O Ministério da Educação promoveu nesta quinta-feira, 1º de março, no edifício sede da pasta, em Brasília, novos debates sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio. A reunião, realizada durante todo o dia, deu prosseguimento às discussões sobre o documento, que vêm sendo realizadas desde o início de sua elaboração. Desta vez, representantes da Inglaterra, Portugal e Argentina apresentaram estudos e pesquisas sobre o tema, realizados pelo terceiro setor, institutos e fundações.

Para a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, os trabalhos divulgados no encontro foram importantes no sentido de reforçar a orientação dos estados no momento da implementação da BNCC do ensino médio. “O nosso documento já está bem encaminhado. Essas pesquisas são importantes para a implementação, porque a base é uma referência para orientar a organização dos currículos dos estados”, explicou.

O evento contou com a participação de diferentes servidores do MEC, incluindo membros que fazem parte do comitê nacional da BNCC. Durante a tarde, houve a participação do ex-ministro da Educação de Portugal, Nuno Crato, que contou sobre as recentes mudanças implantadas no ensino médio do país e os resultados da experiência nos últimos anos.

Portugal – Em sua apresentação, Nuno Crato, que comandou a pasta educacional entre 2011 e 2015, relembrou as dificuldades, começando pela crise econômica enfrentada pelos portugueses naquele período, explicou o processo de mudança do ensino médio e apresentou indicadores internacionais, responsáveis por aprimorar o modelo de aprendizado e colocar Portugal à frente de países como a Finlândia em rankings internacionais de educação.

Segundo o ex-ministro, um dos fatores responsáveis pelo fortalecimento da base de ensino, entre outros, foi a criação de metas educacionais para a maioria das disciplinas, principalmente as que apresentavam, à época em que assumiu a pasta, os indicadores mais deficientes de leitura e números, relacionada às disciplinas de língua portuguesa e matemática. Além disso, a equipe estabeleceu parcerias com o setor empresarial.

Os resultados, de acordo com o ex-ministro, contribuíram de forma sistemática para o avanço no ensino médio em Portugal. “Através das metas, criamos novos exames, dedicamos mais tempo a outras disciplinas em anos alternados e fortalecemos o ensino do inglês. Assim, evoluímos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e no Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS)”, pontuou.

O secretário de Educação Básica, Rossieli Soares, destacou a importância da experiência portuguesa por meio de indicadores internacionais. “É importante pelas similaridades, culturais inclusive, entre os dois países. Além disso, há peculiaridades comuns pelas reformas que estamos passando, entendendo quais foram os pontos fortes, dificuldades e resultados. Temos muito a aprender diante de nossa realidade e necessidades”, completou.

Assessoria de Comunicação Social

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FNE

Normas da Conferência Nacional de Educação estão aprovadas

O regimento da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2018 foi aprovado nesta quinta-feira 1º de março, pelo Fórum Nacional de Educação (FNE), que se reuniu na sede do Ministério da Educação, em Brasília. Neste documento constam regras, diretrizes e formas de condução do evento que, este ano, traz como tema central A Consolidação do Sistema Nacional de Educação (SNE) e do Plano Nacional de Educação (PNE): monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica.

Ao ressaltar a importância do diálogo na construção deste normativo, o secretário-executivo adjunto do MEC, Felipe Sigollo, afirmou que a construção de uma educação de qualidade necessita da colaboração de todos. “É fundamental a colaboração de toda a rede de educação, sociedade civil, governo – em todos os níveis – para que venhamos a fortalecer a educação pública no Brasil e ofertar um ensino de qualidade.”   

A coordenadora do Fórum, Ester Carvalho, reforçou que essas “pequenas regras” são fundamentais para o ótimo andamento da Conferência. “Esse documento contempla todos os dados operacionais da Conferencia. Ele diz como será realizada e diz também quem sãos as pessoas que vão participar e define regras mínimas para manifestação. Para um delegado, faz grande diferença saber quanto tempo ele tem para fazer sua apresentação”, explicou.

Marcada para acontecer nos dias 21 e 23 de novembro, a Conae reúne membros da sociedade civil e representantes de entes federados ligados à educação para debater o desenvolvimento, necessidades e desafios da área no Brasil. O encontro é antecedido de conferências municipais e estaduais que têm ocorrido desde o início do ano.

A reunião desta quinta determinou que cada exposição na Conferência deverá durar 20 minutos e os debates posteriores à apresentação poderão ter 40 minutos. Outro ponto aprovado na reunião do FNE é que apenas constarão no documento final as propostas aprovadas com mais de 50% dos presentes.

Assessoria de Comunicação Social

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FINANCIAMENTO

Estudantes beneficiados pelo Fies já podem renovar contratos

Estudantes beneficiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) já podem renovar seus contratos por meio do Sistema Informatizado do Fies (SisFies) até 30 de abril. Já os alunos que querem transferência de curso ou instituição ou vão pedir dilatação do financiamento têm prazo até 31 de março para fazer a solicitação.

Os contratos do Fies precisam ser renovados todos os semestres. O pedido de aditamento é inicialmente feito pelas instituições de ensino, para que depois as informações sejam validadas pelos estudantes no SisFies. Neste semestre, cerca de 1,1 milhão de contratos devem ser renovados.

Caso o aditamento tenha alguma alteração nas cláusulas do contrato, o estudante precisa levar a nova documentação ao agente financeiro (Banco do Brasil ou Caixa) para finalizar a renovação. Já nos aditamentos simplificados, a renovação é formalizada a partir da validação do estudante no sistema.

Novo – Estudantes que ingressarem no Fies a partir de 2018 já entrarão em um novo sistema de financiamento. O Novo Fies é um modelo de financiamento estudantil moderno, em que o programa está dividido em várias modalidades diferentes, que oferecem condições a quem mais precisa e uma escala de financiamentos que varia para cada candidato. Mais informações sobre o novo modelo podem ser obtidas na página do Fies.

Assessoria de Comunicação Social

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TV ESCOLA

Seis novas atrações estão na grade de programação de março

A programação da TV Escola, emissora vinculada ao Ministério da Educação, ganha novidades a partir de 5 de março. São desenhos, séries e programas para todas as faixas etárias, com destaque para a estreia da segunda temporada de Chico na Ilha dos Jurubebas e o retorno de Deu a louca na História, série da BBC baseada em um dos livros mais vendidos para adolescentes no Reino Unido.

Com estreia no dia 5, segunda-feira, Deu a louca na História é uma versão não convencional sobre os momentos mais impactantes da história da humanidade. Em tom irreverente e divertido, aborda diversas passagens marcantes, desde a Idade da Pedra, passando pela Idade Média e pelas Grandes Guerras Mundiais. Serão duas temporadas, com episódios inéditos no Brasil. A série vai ao ar às segundas-feiras, às 11h e às 17h, com reapresentações às sextas, nos mesmos horários; aos sábados, às 15h30 e 19h30; e, aos domingos, em três sessões – 8h30, 13h e 18h.

Para crianças – Na programação infantil da TV Escola, que se destaca por ser uma emissora aberta com as manhãs integralmente dedicadas às crianças, três atrações prometem boa audiência: Piquenique com bolo, Mig disse e Chico na Ilha dos Jurubebas (segunda temporada).

Piquenique com bolo, direcionado a crianças dos três aos sete anos de idade, estreia em 5 de março. Os personagens centrais são o sr. e a sra. Dog, que cozinham dois deliciosos bolos para um piquenique com todos os seus amigos animais. Antes de chegarem ao local do encontro, porém, eles percebem que os bolos sumiram. Cada episódio conta a mesma história central (o trajeto, a descoberta dos bolos roubados, desmascarando os ladrões e o final feliz), sob a perspectiva de uma personagem diferente. A atração vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 8h30, com reapresentações aos sábados e domingos, às 9h30.

Mig disse também estreia em 5 de março. Com o tema “Descobrir o mundo”, o formato da série é o de uma bela coleção de poesias para crianças em idade pré-escolar. Por meio de questões como "O que pode um urso branco ter em comum com um urso preto?", "Como um pinguim é inspirado por pássaros?" e "Nós só somos amigos de pessoas iguais a gente?", cada curta utiliza diferentes estilos de animações para introduzir os animais que trazem a moral de cada história. No ar de segunda a sexta, às 8h, Mig disse é reapresentada aos sábados e domingos, às 9h.

Já Chico na Ilha dos Jurubebas, produção da emissora realizada pela Cara de Cão Filmes, estreia em 6 de março, terça, com exibição às 10h e às 15h e reapresentação aos sábados, às 12h. Nas novas aventuras, Reco, recém-chegado à vizinhança, se junta a Chico e também atravessa o portal que leva até a ilha mágica. São 13 episódios, mesclando atores reais e animação para tratar do processo de alfabetização.

Mulheres – Em 8 de março, quinta-feira, Dia Internacional da Mulher, a TV Escola exibe uma atração para o público adulto: a série Mulheres de macacão. A produção, argentina, apresenta mulheres trabalhando em contextos não convencionais, ocupando lugares que até bem pouco tempo estavam reservados apenas aos homens. No primeiro episódio, o destaque é Paula, uma psicóloga que se dedica a coordenar grupos terapêuticos dentro de presídios do pais. Mulheres de macacão vai ao ar às quintas, às 21h, com reprise aos sábados, às 22h, e domingos, às 19h.

Ciências – Na sequência da grade de estreias de março, a TV Escola apresenta no dia 8, quinta-feira, às 19h, Sua escola, nossa escola – iniciação científica. A série reúne quatro experiências de sucesso desenvolvidas em escolas públicas das cinco regiões brasileiras. Em cada episódio, profissionais de educação relatam práticas pedagógicas de sucesso na iniciação dos alunos às ciências. São soluções criativas que trazem conhecimento e ajudam a mudar a realidade dos estudantes. O programa tem reapresentação aos sábados, às 7h30.

Ecologia – Ainda em março, a Faixa Jovem da TV Escola estreia no dia 22, quinta-feira, Irmãos de Água, série em oito episódios, apresentada, escrita e produzida por Tyler e Alex Mifflin. Com foco na sustentabilidade, a atração leva o público à Amazônia para demonstrar o papel vital que as árvores desempenham no ciclo da água do planeta, investiga a tecnologia destinada a impedir a pesca ilegal no Pacífico Sul e mostra como a culinária japonesa, uma das mais populares do mundo, pode ser diretamente afetada por essa revolução. Vai ao ar às quintas, às 12h e às 17h, com reapresentação no domingo, às 14h30.

Assessoria de Comunicação Social

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UOL EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

Professores de países lusófonos recebem homenagens do MEC

O ministro da Educação, Mendonça Filho, participou, na manhã desta quinta-feira, 1º, em Brasília, da cerimônia de entrega de certificados aos professores que fizeram curso de aperfeiçoamento em língua portuguesa para docentes da educação básica em países lusófonos – que têm o português como língua oficial ou dominante. A iniciativa do curso é fruto de uma parceria entre o MEC e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Mendonça Filho prestou homenagem aos professores pela conclusão do curso e reforçou que o Brasil tem atuado de forma ativa junto aos países de língua portuguesa. “O Brasil está hoje e sempre de braços abertos para esses países, que são nossos irmãos”, afirmou. “Essa iniciativa é importante para o governo brasileiro, pois valoriza e integra esses países por meio do que temos em comum, que é a nossa língua, ao mesmo tempo em que fortalece a base de construção de qualquer nação, que é a educação. ”

O curso teve a duração de duas semanas e reuniu professores de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé-Príncipe e Timor Leste. Na avaliação de Mendonça Filho, os professores poderão repassar o conhecimento adquirido no Brasil aos diretores de seus países: “Essa experiência que eles tiveram aqui no Brasil será replicada e multiplicada com outros professores e diretores de escolas dos seus respectivos países e de outros países de língua portuguesa”.

A expectativa do ministro da Educação é reforçada pela professora do Timor Leste Ricardina da Costa, que dá aulas há mais de uma década para alunos de cinco a sete anos. “Estou muito feliz com o curso”, afirmou. “Quando voltar para o meu país, quero levar essa nova experiência para as crianças de lá”.

A Unesco, segundo sua representante interina no Brasil, Marlova Noleto, está satisfeita de se associar ao MEC na realização desse curso. “O Brasil dá uma demonstração, mais uma vez, da sua generosidade com os países de língua portuguesa e da sua enorme liderança à frente dos assuntos ligados à educação”, destacou.

Assessoria de Comunicação Social

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ENEM

Enem 2018 terá novidades; edital sai no dia 21 de março

Esse ano, o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve sua divulgação antecipada para março. No próximo dia 21, os estudantes terão acesso às regras do Enem 2018, que terá novidades.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou essa semana que o edital do Enem 2018 apresentará mudanças. “Ampliando o leque de inovações e melhorias na aplicação do Enem, que é um patrimônio nacional” - comentou o ministro em cerimônia no Palácio do Planalto.

Questionado por jornalistas sobre quais seriam essas mudanças, Mendonça Filho afirmou que não pode adiantá-las e que algumas ainda estão sendo estudadas pelo Ministério da Educação (MEC).

Enem 2018

As inscrições para o Enem 2018 deverão ser feitas entre os dias 7 e 18 de março. Antes, entre os dias 2 e 11 de abril, os estudantes que conseguiram isenção de taxa no Enem 2017 e faltaram às provas deverão justificar a ausência para ter direito ao benefício na edição deste ano.

As provas do Enem 2018 serão realizadas nos dias 4 e 11 de novembro, mantendo a aplicação em dois domingos consecutivos, uma das novidades da edição do ano passado.

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EDUCAÇÃO

Olimpíada Nacional de História do Brasil 2018 está com inscrições abertas

Interessados em participar da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) 2018, organizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), já podem se inscrever. O prazo segue aberto até 24 de abril.

A competição é voltada para professores de História e alunos dos ensinos Fundamental (8º e 9º anos) e Médio (todos os anos) de escolas públicas e particulares.

Até o dia 20 de março, as inscrições custam R$ 30 (alunos de escolas públicas) e R$ 60 (alunos de escolas particulares). Depois, as taxas serão de R$ 45 e R$ 90, respectivamente.

Olimpíada

Os concorrentes deverão passar por sete etapas. As seis primeiras, cujo início será no dia 7 de maio e fim em 16 de junho, serão formadas por provas online compostas por questões de múltipla escolha e realização de tarefas.

A última fase será presencial e está marcada para os dias 18 e 19 de agosto em Campinas. Nessa etapa, os candidatos deverão passar por prova dissertativa. O resultado deve sair no dia seguinte.

Segundo o regulamento, todos os participantes receberão certificado. Os primeiros lugares ganharão medalhas de ouro, prata, bronze e “cristal”.

A Olimpíada Nacional em História do Brasil completa, neste ano, dez edições. No ano passado, foram registrados 48 mil inscritos.

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EDUCAÇÃO

Melhores universidades do mundo criam disciplinas seguindo demanda dos alunos

Recentemente a universidade federal UnB causou um barulho nacional ao criar uma disciplina eletiva chamada “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, oferecida pelo curso de graduação de ciência política daquela instituição. O ministro da Educação, Mendonça Filho, não gostou da proposta. Houve reação de todos os lados. Nesta semana, a Unicamp anunciou uma disciplina na mesma linha, optativa e oferecida por cerca de 30 docentes do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) da universidade. Segundo informações obtidas pelo Abecedário, a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) também vai ofertar uma disciplina sobre o golpe, optativa, ministrada por quatro docentes das ciências sociais.

Uma universidade pública brasileira pode oferecer um curso que claramente se opõe ao atual governo?

Para responder isso, vamos entender como funcionam as 195 universidades brasileiras –públicas e privadas. De acordo com a Constituição de 1988, “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial” (artigo 207). O principal marco legal da educação brasileira, a LDB, de 1996, também afirma que, no exercício de sua autonomia, as universidades são asseguradas de “criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior”(artigo 53).

Na prática, o que a Constituição e a LDB querem dizer é que as universidades devem seguir uma lógica própria, do ensino superior e da ciência, ao oferecer seus cursos. O governo não pode interferir, mesmo que os recursos para funcionamento da instituição venham do próprio governo. Isso leva o nome de autonomia didática.

Agora vamos ver como funciona fora do Brasil. Se você estudasse em Harvard, a melhor universidade do mundo de acordo com o ranking de universidades ARWU de 2017, você poderia fazer um curso de filosofia a partir de super heróis, poderia estudar a polarização das eleições americanas de 2016 ou ainda teria a possibilidade de fazer um curso de economia e política social sob a ótica libertária. Essas disciplinas optativas estão à disposição (em meio a outras milhares de opções) dos alunos daquela universidade que, antes de começar o ano letivo, selecionam de dois a quatro cursos por semestre.

SOB DEMANDA

Em universidades como Harvard, as disciplinas são mantidas se tiverem demanda. Um professor pode criar e ofertar um curso que considere fantástico, mas que, sem alunos, estará fadado a desaparecer. Ainda não há dados sobre a proposta da Unicamp, mas o curso da UnB está com lista de espera.

Mais: em boas universidades do mundo, os alunos tendem a fazer disciplinas fora da sua área e, inclusive, inscrevem-se em tópicos com os quais discordam. Nos primeiros dias de aula, os alunos de universidades de ponta como Harvard frequentam os cursos previamente selecionados para conhecer detalhes do programa e, também, para entender como pensam os professores. Se concordarem com o professor, alguns ficam. Se discordarem, outros também ficam justamente porque esses estudantes são treinados a ouvir os argumentos de quem pensa diferente deles. É assim que se dão os debates de qualidade.

Se a gente seguisse a mesma lógica no Brasil, a disciplina da UnB ou da Unicamp não seria questionada pela oposição, ao contrário: os alunos que discordam da ideia de um golpe, baseados em teses e autores distintos, fariam o curso para entender os argumentos dos docentes e para expor suas próprias ideias.

No dia seguinte ao da eleição dos EUA, a Universidade de Stanford, também entre as melhores do mundo, por exemplo, suspendeu as aulas e fez um dia de meditação para que os alunos refletissem sobre o que tinha acontecido. A Universidade de Michigan, que também está entre as melhores do mundo, promove com frequência debates entre especialistas contra e a favor do aborto, ou do Obamacare ou da deportação em massa de imigrantes estimulando os alunos a votarem em quem teve o melhor argumento. Proibir debates, ou cursos, está fora de cogitação.

Aqui no Brasil, Mendonça Filho (MEC) perguntou, no Twitter, se a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em nome da autonomia universitária, “defenderia a criação de uma disciplina intitulada ‘O PT, o petrolão e o colapso econômico do Brasil’?” E continuou:  “É inaceitável o uso de recursos humanos e materiais das universidades públicas para servir para a divulgação de teses malucas do PT, seus aliados ou qualquer partido político.”

No caso do curso da Unicamp, que acaba de ser anunciado, o professor do IFCH Armando Boito Júnior afirmou, em reportagem da Folha, que “cada professor vai dar aula sobre o tema que pesquisa”. “São pesquisadores e especialistas no assunto, ninguém vai lá para dar opinião”, diz.

Se os cursos propostos seguirem a lógica de ensino e de pesquisa instituída pela própria universidade, que é autônoma, e não em “teses malucas” como afirma o ministro, se forem optativos e se houver demanda, não me parece que o governo possa legalmente interferir e, tampouco, impedir, a oferta das disciplinas.

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CORREIO BRAZILIENSE

CONCURSO

Inscrições abertas para o XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018

Até 3 de setembro estão abertas as inscrições para o XXIII Prêmio Tesouro Nacional-2018. Podem concorrer trabalhos individuais ou coletivos, de candidatos de qualquer nacionalidade e formação acadêmica (graduação ou pós-graduação) ou que esteja cursando o último ano de curso de graduação.

O prêmio é um convite à sociedade para apresentar novas ideias e contribuições na área de finanças públicas, reconhecendo os trabalhos de qualidade técnica e de aplicabilidade na administração pública. Para o primeiro colocado, a premiação é de R$ 20 mil. O segundo receberá R$ 10 mil e o terceiro R$ 5 mil.

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EDUCAÇÃO

Além da UnB, outras oito universidades podem ter curso sobre golpe

A decisão do ministro da Educação, Mendonça Filho, de pedir investigações sobre a disciplina "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil", oferecida pelo curso de graduação em Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), provocou reações em diversas universidades públicas brasileiras.

No curso da UnB, orientado pelo professor Luis Felipe Miguel, a disciplina se propõe a analisar a "agenda de retrocesso" durante o governo do presidente Michel Temer e os "elementos de fragilidade" do sistema político brasileiro, "que depuseram a presidente Dilma Rousseff". O programa da disciplina foi publicado nas redes sociais.

Após a notícia do curso vir a público, o ministro da Educação informou que enviaria um ofício a vários órgãos de controle - Advocacia-Geral da União (AGU), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal - para que fosse analisada a legalidade do curso e o suposto uso de equipamentos da UnB para fins de "doutrinação partidária".

"A consulta aos órgãos de controle visa a apurar possível prática de improbidade administrativa por parte dos responsáveis pela criação da disciplina e por fazer possível proselitismo político e ideológico do PT e do lulismo", afirmou o ministro da Educação na ocasião, em nota. "A disciplina apresenta indicativos claros de uso da estrutura acadêmica, custeada por todos os brasileiros, para benefício político e ideológico de determinado segmento partidário em pleno ano eleitoral."

A Comissão de Ética da Presidência da República vai investigar a conduta do ministro, que chegou a bater boca com Dilma nas redes sociais.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, defendeu a tentativa do governo de tentar barrar a disciplina. "Dizer que é uma das disciplinas da grade é uma atitude extremamente política e, obviamente, deve ser combatida, no meu modo de ver, na Justiça, para que recorram aqueles que se sentem contrariados", afirmou Marun na semana passada.

Ao ser questionado se a medida não poderia ser vista como uma espécie de censura do governo, o ministro negou. "Uma coisa é liberdade de expressão. Outra é você colocar como verdade, em universidades públicas, uma evidente mentira."

'Solidariedade'

Além da UnB, ao menos outras quatro instituições já confirmaram que vão oferecer cursos com o mesmo teor: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

"Foi uma iniciativa coletiva dos professores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas em solidariedade ao professor Luis Felipe Miguel (da UnB) e em repúdio às declarações do ministro que ferem a liberdade e a autonomia universitárias", disse o professor Wagner Romão, chefe do departamento de Ciência Política da Unicamp.

Para o professor de História Carlos Zacarias, idealizador do curso sobre o "golpe" na UFBA, as declarações de Mendonça Filho ferem o artigo 207 da Constituição, que trata da autonomia universitária. "Nem os militares ousaram atentar contra a autonomia universitária."

Questionado sobre o fato de a palavra "golpe" não ser consenso nem mesmo entre petistas, Zacarias respondeu: "Nem o golpe de 1964 é consenso. Algumas pessoas usam o termo 'revolução redentora'. Estamos no meio de um processo e é difícil caracterizar. O que nos une aqui na UFBA é que somos todos contra a tentativa de intervenção do ministro".

Em outras cinco instituições, professores também se manifestaram a favor da criação de cursos que caracterizam o impeachment de Dilma, em 2016, como "golpe", mas elas ainda não avaliaram as propostas. São elas: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade Federal de São João del-Rey (UFSJ) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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GLOBO.COM

LEVANTAMENTO

Brasil gasta R$ 16 bilhões com reprovação de 3 milhões de alunos em 2016

O Brasil gastou quase R$ 16 bilhões ao reprovar em 2016 cerca de 3 milhões de alunos da educação básica, o equivalente a 10,26% do estudantes da rede pública, de acordo com análise dos dados mais recentes do Censo Escolar. Dos R$ 16 bilhões, aproximadamente R$ 12 bilhões foram usados pelos municípios, responsáveis pelo ensino fundamental (1º ao 9º ano), e o restante, R$ 4 bilhões, pelos estados, que são provedores do ensino médio.

Atingindo um percentual de alunos até três vezes maior do que ocorre em países desenvolvidos, o gasto total da reprovação equivale a cerca de 8% do que foi investido pelo governo federal em educação no ano de 2016. Os números integram o levantamento feito pelo IDados, consultoria de análise especializada em educação, a pedido do G1, com base nos dados do Censo Escolar.

O montante de R$ 16 bilhões é referente ao custo total dos alunos que precisaram refazer uma série, e inclui despesas que vão desde material escolar até salários de professores.

O tema divide especialistas e até quem já passou pela experiência de uma reprovação. A educadora Juliana Reis, que hoje é diretora de escola, diz que foi importante sua reprovação aos 14 anos, mas hoje é contra o uso indiscriminado do método (veja mais abaixo).

Estudiosos apontam que o custo social da reprovação é alto, e o tema é inclusive tema de projetos de lei que tramitam no Senado (leia a seguir). Como alternativas à reprovação e à aprovação automática, o G1 ouviu escolas de São Paulo ao Ceará que adotam diferentes estratégias contra a reprovação: aulas no contraturno, recuperação paralela e contínua e até mesmo a organização das séries em "ciclos escolares" (conheça mais sobre as alternativas aqui).

Legislação

Não há uma legislação que regulamente a reprovação escolar no país. Os municípios e estados são livres para definirem seus modelos. Há, entretanto, desde 2011, uma recomendação do Conselho Nacional da Educação (CNE) para que as crianças não sejam reprovadas nos três primeiros anos do ensino fundamental. A progressão continuada é indicada neste período para não comprometer o processo de alfabetização.

Em São Paulo, a aprovação automática foi abolida na gestão do prefeito Fernando Haddad, em 2013. Desde então, os alunos podem repetir ao final de cada ciclo de aprendizagem, caso não correspondam às expectativas de aprendizagem.

Atualmente conselheiro do CNE, Cesar Callegari era secretário de educação municipal de São Paulo à época da mudança. Ele diz que o problema da progressão continuada está na ausência de projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem daqueles que passaram de ano sem ter dominado todo o conteúdo.

    “O problema todo é que a ideia correta de progressão continuada aliada ao aprendizado se transformou lamentavelmente em uma aprovação automática. Isso deseduca crianças e jovens e descompromete escolas e professores sobre o efetivo aprendizado" - Cesar Callegari.

Por outro lado, segundo Callegari, a repetência, se não acompanhada por medidas que resolvam o aprendizado, pode gerar falsa ideia de que as coisas se resolvem. “A repetência nunca pode ser uma situação de natureza punitiva e de responsabilidade do aluno. Precisa estar acompanhada de uma estratégia da escola, caso contrário gera evasão e a não aprendizagem. Sem estratégia complementar, a repetência é ruim".

    "(A reprovação) se não for acompanhada de várias medidas que assegurem o aprendizado, ela se revela em um custo gravíssimo em relação ao desenvolvimento. E esse é o custo mais alto.” - Cesar Callegari

Custo social

Além do ônus econômico, os altos índices de reprovação escolar no Brasil têm o que especialistas chamam de "custo social". Ruben Klein, pesquisador da Fundação Cesgranrio, lembra que a repetência reforça a desigualdade social pois atinge principalmente os alunos mais pobres das Regiões Norte e Nordeste e não brancos.

“Também afeta os meninos mais do que as meninas porque a repetência é tratada como punição e não está ligada somente à questão da aprendizagem. A escola teria de, em vez de repetir, dar apoio aos alunos e fazer avaliações constantes.”

Segundo Klein, o principal efeito da repetência é a evasão escolar. Ele lembra que 15% dos jovens brasileiros com idades entre 15 e 17 anos, que deveriam estar cursando o ensino médio, não estão na escola e este cenário mudou lentamente na última década.

    “A repetência é uma doença que precisa ser tratada. A evasão é o sintoma. A grande maioria dos alunos evadidos já repetiram pelo menos uma vez. Só discutimos a evasão, mas o foco está errado, é preciso primeiro resolver a repetência", diz Ruben Klein.

Abandono

Em 2016, um total de 7,5% dos estudantes da rede pública abandonaram a escola no ensino médio, e outros 3,5% nos anos finais do ensino fundamental. De acordo com o pesquisador, cerca de 80% dos alunos que abandonaram a escola repetiram pelo menos uma vez. Além disso, há evidências de que o estudante que precisa refazer uma determinada série não necessariamente aprende.

“Pode haver exceções, mas as avaliações mostram que o aluno não aprende o que deveria aprender no ano que repetiu. A média dos alunos que não estão na idade correta em relação à série geralmente é baixa. Os atrasados sempre têm média pior, a repetência é um desastre.”

João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, reforça que a reprovação em massa que há no Brasil traz prejuízos que vão além do custo econômico.

    “Há um custo social altíssimo. Não há comprovação de que essa reprovação em massa traga benefícios, na verdade ela revela o fracasso do sistema. É um mal que não tem sido atacado na fonte, com um sistema de recuperação paralelo, por exemplo", diz João Batista Araújo.

Batista não vê a progressão continuada como uma medida que desautoriza o professor. “A autoridade do professor é a capacidade de ensinar, não de reprovar. A autoridade vem da competência.”

Comparação com outros países

Os índices brasileiros de reprovação estão entre os mais altos do mundo. Entre os países latino-americanos que participaram do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2015, apenas a Colômbia possui uma taxa de repetência escolar (43%) superior à do Brasil. Entre os jovens brasileiros de 15 anos, 36% afirmaram ter repetido uma série ao menos uma vez.

Na Coreia do Sul e na Finlândia, que registram as taxas mais baixas, respectivamente, apenas 3,6% e 3,8% dos alunos responderam que já haviam sido retidos.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que a repetência escolar é uma prática mais comum entre os países com baixo desempenho do Pisa e também está associada a níveis mais elevados de desigualdade social na escola.

Em 2016, o país reprovou 9,5% dos alunos do ensino fundamental da rede pública. No ensino médio, o índice foi de 12,9%.

O dado mais recente, de 2016, mostra que os estados da Região Nordeste foram os que mais reprovaram no 3º ano do ensino fundamental. No total, o Brasil gastou com R$ 1,8 bilhão com a reprovação de 341.764 crianças matriculadas nesta série. No Sergipe, o índice de reprovação chegou a 24%, seguindo por Pernambuco, Bahia e Alagoas que ficaram na casa dos 22%.

A Bahia manteve os índices acima dos 22% de reprovação também no 6º e 7º anos. No 6º ano, o Sergipe reprovou cerca de 35% dos alunos e no 7º ano, a repetência atingiu 29% dos alunos.

No ensino médio, a repetência é mais alta no 1º ano. Em 2016, foram reprovados 520.346 alunos que custaram R$ 2,3 bilhões para os estados. Os que mais reprovaram neste ano foram Rio Grande do Sul (32%), Mato Grosso (30%), e Bahia e Espírito Santo (25%).

Mariana Leite, pesquisadora do IDados, lembra que a reprovação raramente é um fenômeno de um ano só. “Normalmente ela é acumulada e faz com que o aluno fique defasado e saia do sistema escolar"

"Mais de 30% dos alunos com 14 anos [idade final do ensino fundamental] já estão atrasados na escola e não estão no 9º ano. Quando chegam ao final do ensino médio, você tem quase 40% dos alunos de 17 anos atrasados na escola.” - Mariana Leite

Contramão das evidências

Juliana Domingues, de 36 anos, reprovou quando estava na 6ª série (atual 7º ano) na rede estadual de São Paulo, e usou a experiência para mudar o rumo da vida. Ela era indisciplinada, não entregava lições e ria dos professores. Mas sentiu o baque de ver que as amigas avançaram o ano enquanto ficou retida, e a experiência a fez valorizar os estudos.

“Foi um divisor de águas para mim, teve um efeito muito positivo. Foi um ano de reflexão. Comecei a trabalhar e estudar à noite, vi que os alunos eram mais concentrados. Percebi que o estudo era o que iria me abrir as portas”, diz.

Dois anos depois, Juliana passou em um vestibulinho de uma escola técnica para cursar magistério. E não largou mais a carreira em educação: fez graduação em letras e pedagogia, concluiu o mestrado e atualmente faz doutorado. Dos 20 concursos públicos que prestou, foi aprovada em 18 – vários deles em primeiro lugar. E hoje trabalha com diretora de uma escola da rede pública de São Paulo.

Apesar de ter encarado sua própria repetência com algo benéfico, Juliana acha que nos moldes atuais reprovar um aluno traz mais desvantagens do que vantagens. “Avaliar ano a ano se o aluno está apto a avançar é complicado porque cada um tem seu tempo. Repetir um jovem é antecipar um fracasso que nem sempre existe.”

Para Juliana, é fundamental instalar uma cultura de estudo não para aprovar o aluno, e sim, para torná-lo alguém melhor.

    “A repetência não pode ser uma mola propulsora de interesse do aluno. O interesse maior tem de estar na escola", diz Juliana Reis.

Progressão continuada x aprovação automática

Há quem defenda que a aprovação automática, ou seja o modelo de fazer com que o aluno avance de uma série para outra, independente do aprendizado assimilado, seja abolida de todas as redes de ensino.

Como o senador Wilder Morais (PP-GO), autor do projeto de lei em tramitação no Senado, que proíbe a progressão continuada na educação básica. O projeto prevê tornar obrigatório que todas as escolas apliquem avaliação de desempenho para que os alunos possam avançar de série.

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EDUCAÇÃO

Prouni divulga resultado da segunda chamada nesta sexta

A segunda chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni) será divulgada nesta sexta-feira (2), no site http://siteprouni.mec.gov.br/. Também é possível acessá-la pelo aplicativo do programa no celular.

Os candidatos convocados devem comprovar os dados informados na inscrição entre os dias 2 e 9 de março de 2018, na universidade onde estudarão. Só assim terão suas vagas garantidas.

O programa oferece 242.987 bolsas de estudo em 2.976 instituições de ensino particulares. Dessas, 113.863 são integrais e 129.124, parciais.

Lista de espera

Caso o candidato não seja aprovadona segunda chamada, poderá manifestar interesse em participar da lista de espera entre os dias 16 e 19 de março, no site do Prouni.

Poderão concorrer à primeira opção de curso aqueles que:

    Não foram pré-selecionados nas chamadas regulares;

    Foram pré-selecionados só na segunda opção de curso, mas não houve formação de turma.

Poderão concorrer à segunda opção de curso aqueles que:

    Não foram pré-selecionados nas chamadas regulares e não houve formação de turma na primeira opção;

    Foram pré-selecionados na primeira opção de curso, mas reprovados porque não houve formação de turma.

O Prouni disponibilizará os boletins de desempenho de cada participante para as instituições de ensino que integram o programa. Caberá a elas analisar quantas vagas não foram ocupadas para convocar novos candidatos. O resultado da lista de espera será publicado pelas universidades no dia 20 de março.

Critérios de participação

Para participar do Prouni, é necessário ter tirado no mínimo 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2017) e não ter zerado a redação. Só podem integrar o programa aqueles estudantes que se encaixarem em pelo menos uma das seguintes situações:

    ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;

    ter cursado o ensino médio completo em escola privada, mas como bolsista integral;

    ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em escola privada, mas como bolsista integral;

    ter alguma deficiência;

    ser professor da rede pública de ensino.

Tipos de bolsa

As bolsas integrais se destinam aos candidatos cuja renda familiar bruta mensal per capita não exceda 1,5 salário mínimo. Já as parciais, de 50% da mensalidade, são voltadas aos estudantes com renda familiar bruta mensal per capita inferior a três salários mínimos.

A inscrição inclui até duas opções de instituição, local de oferta, curso, turno e tipo de bolsa pretendida.

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PIBID

Inscrições para o Pibid e a residência pedagógica começam no dia 7

As inscrições das instituições públicas e privadas (sem fins lucrativos) de ensino superior Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e à nova residência pedagógica começam na próxima terça-feira (7). Já as propostas de cursos a distância pelo sistema da cursos de ensino superior a distância pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) poderão ser enviadas a partir de 19 de março pelas universidades públicas .

Os editais da seleção para os programas e de cursos de ensino superior a distância pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) foram anunciados na quarta (28) e divulgados nesta quinta-feira (1º) pela Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O projetos serão selecionados no primeiro semestre e terão início em agosto. Só poderão participar instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos com Índice Geral de Cursos (IGC) igual ou acima de 3. Os cursos contemplados pelos programas também deverão ter Conceito de Curso (CC) ou Conceito Preliminar de Curso (CPC) igual ou acima de 3, e são os de licenciatura das seguintes áreas:

    Arte/biologia/ciências/educação física/filosofia/física/geografia/história/língua espanhola/língua inglesa/língua portuguesa/matemática/química/sociologia/ pedagogia/licenciatura intercultural indígena/licenciatura em educação do campo

Os programas do Pibid e da residência pedagógica possuem o mesmo calendário de inscrição e valores de bolsas, segunda a Capes. As diferenças estão no perfil dos estudantes e dos projetos.

O valor da bolsa para os estudantes é de R$ 400 por mês. Professores das escolas responsáveis pela supervisão dos estudantes receberão R$ 765. Já os professores universitários responsáveis pela orientação ou coordenação dos projetos receberão até R$ 1.500 de bolsa.

Em cada um dos programas, até 350 instituições serão selecionadas, com critérios que garantam a participação de todos os estados.

Pibid

O Pibid existe desde 2007 e dá bolsas para estudantes de licenciatura participarem de projetos de iniciação à docência que envolvem atividades nas salas de aula de escolas públicas. Segundo o edital, os projetos são inscritos pelas universidades, e os estudantes dedicam pelo menos 32 horas por mês às atividades. A partir do segundo semestre, só poderão participar do Pibid estudantes matriculados na primeira metade do curso, por um período máximo de 18 meses.

De acordo com o edital, estudantes que trabalham ou fazem estágio podem receber bolsa do Pibid, desde que o trabalho não esteja vinculado à universidade ou à escola onde o projeto acontece. No total, 45 mil vagas serão oferecidas com bolsa.

Cada núcleo terá direito a até 30 bolsas, mas as instituições poderão incluir mais participantes sem direito à bolsa.

Residência pedagógica

Já a residência pedagógica será realizada pela primeira vez neste ano e consiste em um programa nacional de estágio supervisionado para estudantes de licenciatura. O estágio já é obrigatório na formação dos licenciados, com carga horária mínima de 400 horas, mas cada instituição é livre para definir diversos critérios.

Pela residência pedagógica, que também oferecerá 45 mil vagas, a participação está restrita apenas aos estudantes matriculados a partir do 5º período ou da segunda metade do curso de licenciatura. Eles terão um orientador na universidade e um preceptor, que será o professor de educação básica atuante na escola participante responsável por supervisionar o estágio.

As 400 horas de carga horária incluem 60 horas de aclimatação na escola, 320 horas de experiência em sala de aula, incluindo 100 horas de regência, e 60 horas de atividades de avaliação.

Cronograma do Pibid e da residência pedagógica

    1º de março: lançamento do edital

    7 de março a 16 de abril: Inserção do currículo dos coordenadores institucional e de área na Plataforma Freire

    27 de março às 18h de 16 de abril (horário de Brasília): Cadastramento da proposta no SiCapes

    25 de abril: Divulgação do resultado preliminar da primeira e segunda etapa

    26 de abril a 7 de maio: Prazo recursal

    14 de maio: Resultado final da primeira e segunda etapa

    26 de abril às 23h59 de 24 de maio (horário de Brasília): Manifestação de interesse por parte das redes de ensino/escola em participar do Pibid

    25 de maio: Publicação das escolas que manifestaram interesse

    28 de maio às 9 de julho (horário de Brasília): Terceira etapa: envio do Projeto Institucional de Iniciação à Docência pelas instituições

    26 de julho: Resultado da análise do projeto institucional

Universidade Aberta do Brasil

O edital para a chamada de cursos superiores a distância dentro do programa da UAB será realizado em duas fases em 2018. A primeira abre as inscrições em 19 de março e vai divulgar o resultado final em 11 de junho (veja no cronograma abaixo).

Serão oferecidas 100 mil vagas nas duas fases, sendo que pelo menos 75% delas precisam ser diretamente ligadas ao Programa Nacional de Formação de Professores. Poderão participar da seleção instituições públicas de ensino superior federais, estaduais e municipais, que sejam integrantes do Sistema UAB e que tenham ICG igual ou maior que 3.

Os tipos de cursos dentro da área de formação de professores aceitos pelo edital são:

    Licenciaturas nas áreas de conhecimento/componentes disciplinares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

    2º Licenciatura na área da BNCC matemática e ciências da natureza e no componente curricular de língua portuguesa

    Especializações nas áreas de conhecimento/componentes curriculares da BNCC

    Especializações PAR ensino de sociologia, ensino de matemática, ensino de filosofia e Ciências 10!).

    Especializações diversas da área da educação básica

Cronograma da UAB - PRIMEIRA FASE:

    1º de março: lançamento do edital

    19 de março a 20 de abril: Prazo para submissão de propostas no SiCapes

    23 de abril a 24 de maio: Análise técnica das propostas

    25 de maio: Divulgação do resultado preliminar da primeira fase

    28 de maio a 1º de junho: Prazo recursal

    4 a 8 de junho: Análise dos recursos

    11 de junho: Divulgação do resultado final da primeira fase

    12 a 15 de junho: Encaminhamento dos pareceres do edital

    18 de junho a 20 de julho: Prazo para envio do plano de trabalho

Cronograma da UAB - SEGUNDA FASE:

    1º de março: lançamento do edital

    2 de julho a 10 de agosto: Prazo para submissão de propostas no SiCapes

    13 de agosto a 6 de setembro: Análise técnica das propostas

    10 de setembro: Divulgação do resultado preliminar da primeira fase

    11 a 14 de setembro: Prazo recursal

    17 de setembro: Divulgação do resultado final da primeira fase

    18 de setembro a 21 de setembro: Encaminhamento dos pareceres do edital

    15 de fevereiro de 2019: Envio de documentos pendentes das instituições públicas com propostas “em análise”

    25 de fevereiro de 2019: Resultado final das propostas com status “em análise”

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FOLHA.COM

EDUCAÇÃO

Com emoticons, escola de SP incentiva alunos a externarem sentimentos

É de maneira inusitada que começam as atividades do dia dos cerca de 500 alunos do Educandário Dom Duarte, no Jardim Esmeralda, zona oeste de São Paulo: os estudantes colocam, em um painel ao lado da lousa, emoticons usados na internet para externar seu estado de espírito e disposição para assistir às aulas.

Com base no resultado demonstrado pelo "painel das emoções" —se a maioria começou o dia triste, alegre, irritada, nervosa, tranquila etc— o professor pode mudar a estratégia programada, alterando conteúdos ou metodologia, ou ainda propor intervenções individuais.

"O painel funciona como um termômetro para o educador. Mesmo aquela criança que tem colocado com frequência a carinha de alegre, é preciso prestar atenção e fazer alguma investigação, pois ela pode estar disfarçando um problema", afirma Marina Diniz Nambu, supervisora de projetos sociais do educandário, mantido pela organização Liga Solidária.

A adesão à iniciativa é voluntária, mas acabou virando prática entre os alunos da escola. Para os menores, colocar seu emoticon é motivo de euforia. Os adolescentes resistiram mais, mas acabaram se convencendo de que a prática poderia ser positiva.

A dinâmica do painel permite que um mesmo estudante troque seu humor durante as aulas. Quando há algum conflito entre alunos, eles são estimulados a colocar seu sentimento novamente no quadro e, depois, abrir uma discussão sobre ele.

"Muitas vezes, crianças e adolescente entram em conflito por não conseguirem identificar seus sentimentos. Um pode não estar com raiva do outro quando começa uma briga, mas, sim, estar trazendo à tona uma situação vivida em casa. O que fazemos é abrir um espaço para discutir isso", diz Nambu.

O painel das emoções está inserido em um projeto maior de trabalhar a "cultura de paz" dentro da escola, o que envolve atividades pedagógicas, culturais e esportivas.

De acordo com a psicóloga Elaine Di Sarno, especialista em terapia cognitivo-comportamental pela USP, crianças trazem junto com sua história insatisfações e rebaixamento de autoestima e vão acreditando que são indesejáveis e incompetentes.

"Essa autoimagem negativa se projeta em ações de violência contra o outro e até contra si. O professor precisará proporcionar situações de verbalização de suas tensões por meio de desenho, escrita, jogos, leitura etc."

BULLYING

Casos práticos de intervenção nas famílias quando o aluno tem se expressado rotineiramente triste ou nervoso, por exemplo, já aconteceram e tiveram resultados positivos, segundo a escola.

Também já foram detectadas, por meio do uso do painel, ocorrências de bullying e de violência doméstica.

A partir da constatação, a escola pode programar atividades como palestras, dinâmicas e realização de trabalhos em grupo para que os alunos aprendam e reflitam ao expor as emoções.

Para a professora de educação infantil Márcia Carmo da Silva, 36, a dinâmica deu tão certo que os próprios alunos já cobram discussões. "Eles pedem a abertura de diálogo quando o painel marca um resultado muito chamativo, com muitos apontando a mesma emoção", diz.

Para a psicóloga Di Sarno, "se desde cedo os alunos reconhecem o que sentem, ganham autonomia para agir em situações de conflito, aprendem a estabelecer relações de reciprocidade, de cooperação e de rivalidade, desenvolvendo sociabilidade e reduzindo sua vulnerabilidade".

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OPINIÃO

Apenas duas dezenas de países investem menos do que o Brasil

Se pudesse usar uma imagem para ilustrar os dados do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2017 escolheria a de um território destroçado por um furacão. A poeira acomodada gera alívio porque o pior passou, mas a ruína é tanta que o sentimento dominante é a dúvida sobre o tempo que levará a reconstrução.

Os números divulgados pelo IBGE confirmaram que há uma recuperação moderada em curso. Isso é melhor do que a severa recessão.

Mas o bem-vindo retorno dos gastos de empresas para expandir fábricas e repor máquinas não foi o suficiente para evitar que o investimento (como fatia do PIB) encolhesse para 15,6%, nível mais baixo desde 1996, quando começa a série histórica do IBGE.

Apenas duas dezenas de países investem menos do que o Brasil. Na lista, estão economias consumidas por ditaduras como as da Venezuela e do Zimbábue. Nossa aproximação dessa fronteira nos desvia da trilha do progresso econômico.

Avanços rumo ao desenvolvimento ocorrem quando a renda de um país vai se aproximando de nações ricas. Não é o que ocorre no Brasil.

Em 2011, numa lista de 191 países, ocupávamos a 59ª posição em termos de renda per capita. No ano passado, ficamos em 69º entre 189 nações. Os dados de renda em dólares podem ser distorcidos por oscilações das taxas de câmbio. Por isso, economistas preferem analisar os valores em paridade do poder de compra (PPC), que considera as diferenças de custo de vida entre países.

Por essa medida, a renda chinesa ultrapassou a brasileira pela primeira vez em 2016. A vantagem adquirida pelo país asiático era mínima, de apenas 1%. No ano passado, atingiu 7%.

Pode-se argumentar que, embora mais pobres que os chineses, podemos estar felizes com o fim da recessão e otimistas com o futuro.

Pesquisa do Datafolha que procurou capturar esse sentimento em janeiro, revelou o menor patamar de pessimismo em três anos. Mas quase quatro em cada dez brasileiros esperavam queda no poder de compra. Soa como uma preocupação coerente para quem acabou de sobreviver a um furacão e percebe que a reconstrução será lenta. Resta saber o peso desse sentimento nas urnas.

Por Érica Fraga

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OPINIÃO

Cuidado, seu filho pequeno vai acreditar no que você diz

De todos os conselhos sábios que ouvi sobre maternidade, seguiria com maior afinco, se pudesse retroceder, os que versam sobre o cuidado com o que se fala na frente das crianças.

Há uns meses, percebi que meu filho maior —8 anos (talvez 7 na época) e normalmente muito falante— andava cabisbaixo. Não demorou muito, surgiu a pergunta: “Mamãe, eu não sou mais criança, né?”.

Fiquei surpresa. Logo ele, tão brincalhão, alegre, grudadinho na gente.

Respondi devolvendo a pergunta: “Por que você acha isso, meu amor?”.

“Agora sou pré-adolescente. Não posso mais brincar."

Ainda mais surpresa, quis saber de onde tinha saído aquela conclusão.

“Você disse isso outro dia, mamãe”, foi a resposta dele.

Pois é. Não demorou cinco segundos para eu me lembrar de que havia feito, sim, aquele comentário para alguém da minha família pelo telefone, ao falar da atitude mais questionadora recente dele.

E agora? Como iria desdizer o que havia, de fato, dito?

Acredito que conversar com as crianças sobre tudo o que for possível —com o cuidado de usar uma linguagem compatível com o repertório deles— os beneficia. Já escrevi sobre isso aqui e aqui.

A capacidade de compreensão deles vai muito além da nossa capacidade de compreender isso.  

No interessante, “A vida Secreta da Mente”, Mariano Sigman diz que, antes mesmo de falar, as crianças já têm noções morais. No livro, o neurocientista descreve um experimento em que bebês de nove meses a um ano demonstram antipatia —e até sentimento de vingança— por uma marionete que atrapalha os esforços de outra para pegar um brinquedo.

Se eles fazem conjecturas desde tão pequenos, por que não lhes oferecer sinceridade e informação? É o que sempre pensei.

A nova situação não mudou minha convicção, mas a pintou com outro matiz. Atentei, mais uma vez, para a importância do ajuste fino nessa bela arte que é a criação dos filhos.

Sim, ele está crescendo e mudando. É fato. O que falei refletia minha percepção sobre isso e era sincera. Mas, se soubesse de antemão que meu comentário descuidado na sua frente seria interpretado por ele como o fim —precoce— de sua infância, teria mudado de tom ou até me calado.

No dia desse primeiro questionamento, não consegui desfazer nele essa impressão dramática.

Acho que me saí melhor lá pela terceira vez em que o assunto surgiu.

“Se você não acha isso, por que disse aquilo?", insistiu ele.

“Por que às vezes exageramos nas coisas que dizemos. Você acha que o Benja (o irmão de dois anos) ainda é bebê?”, perguntei a ele.

“Sim."

“Também acho. Mas às vezes digo que ele está um mocinho, né?"

Ele assentiu com o silêncio.

“Às vezes a mamãe também diz brincando que não consegue levar vocês em upa porque está velhinha, né? Mas não sou velhinha ainda, sou?”

Novo assentimento silencioso, enterrando (pelo menos por ora) o tema da adolescência.

Por Érica Fraga

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.


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