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Goiânia, 29 de junho de 2018

Publicado: Sexta, 29 de Junho de 2018, 11h09 | Última atualização em Sexta, 29 de Junho de 2018, 11h21

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Ministro da Educação anuncia mudanças no sistema de avaliação a partir de 2019

Em Mato Grosso do Sul, reitores discutem inovações acadêmicas

Ministro apresenta panorama sobre educação especial e discute necessidade de atualização

Inscrições começam à zero hora de terça, 26, para mais de 174 mil bolsas integrais e parciais

UOL EDUCAÇÃO

Estudantes da rede pública podem concorrer a intercâmbio gratuito nos EUA

O que é auxílio transcrição no Enem

CORREIO BRAZILIENSE

Estudantes têm até esta sexta-feira para se inscrever no ProUni

Aos 13 anos, estudante superdotada de Ceilândia lança primeiro livro

GLOBO.COM

90% das universidades federais tiveram perda real no orçamento em cinco anos; verba nacional encolheu 28%

Professor de medicina demitido por prova com teor homofóbico em Goiás pede desculpas e vê caso como 'mal-entendido'

Disciplina inédita na USP de Ribeirão Preto vai capacitar enfermeiros a atuar na prevenção do suicídio 

FOLHA.COM

Líder em ranking do Enem é de MG, e SP tem 30 entre as escolas top 100

Brasileiro assume grupo ligado à Unesco que trata de rankings universitários

Professor empreendedor transforma a educação com protagonismo

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO

Ministro da Educação anuncia mudanças no sistema de avaliação a partir de 2019

De forma inédita, a educação infantil será avaliada a partir de 2019, por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Esta e outras mudanças significativas no Saeb, que não passava por uma revisão desde 2001, foram anunciadas pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, nesta quinta-feira, 28, durante coletiva de imprensa, em Brasília. Com a inclusão da educação infantil, o Saeb passa a avaliar todo o percurso regular da educação básica.

Rossieli Soares enfatizou que os alunos da educação infantil não farão testes e que esta etapa será acompanhada por meio de questionários aplicados a dirigentes, diretores e professores, bem como pela coleta de dados de infraestrutura, fluxo e formação de professores a partir do Censo Escolar.

“Aumentamos o acesso e não conseguimos olhar para os fatores de qualidade de qual educação está sendo entregue nas creches e na educação infantil”, apontou o Ministro.

Segundo o ministro, entre os marcos legais para as mudanças do Saeb está a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil e do ensino fundamental homologada em dezembro de 2017, que apresentou prazos para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revise suas matrizes.

Conforme anunciado pelo MEC em outubro de 2017, quando foram divulgados os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) de 2016, os estudantes do segundo ano do ensino fundamental serão avaliados como nova etapa de referência para a alfabetização, adequando-se à BNCC. A Base antecipou a meta de alfabetização do país para a faixa etária de sete anos, idade em que a criança está matriculada no segundo ano. “Teremos em 2019, pela primeira vez, a aplicação da prova da alfabetização ao final do segundo ano, pegando mais de 70% das crianças com oito anos e alinhado com a BNCC”, explicou Rossieli Soares.

Já as siglas ANA, Prova Brasil, entre outras, deixam de existir e todas as avaliações passam a ser identificadas pelo nome Saeb, acompanhado das etapas, áreas de conhecimento e tipos de instrumentos envolvidos. As aplicações se concentrarão nos anos ímpares e a divulgação dos resultados, nos anos pares. Um dos destaques é a afirmação de dimensões da qualidade educacional que extrapolam a aferição de proficiências em testes cognitivos.

Dentro do atual modelo, o Saeb avalia os estudantes em língua portuguesa e matemática. A partir de 2019, os estudantes do nono ano passarão por questões de ciências da natureza e ciências humanas. “É importante para a qualidade da educação começarmos a olhar outras áreas, para além de língua portuguesa e matemática”, destacou. “A inclusão de ciências da natureza e ciências humanas propicia a ampliação da área de reformulação assim que a BNCC do ensino médio estiver pronta”.

Presente à coletiva, Maria Inês Fini, presidente do Inep, autarquia vinculada ao MEC, destacou a importância de compartilhar essas evidências para criar políticas públicas direcionadas à educação no país. “Há atribuições que são do governo federal”, lembrou. “Ao elaborar essas avaliações, o Saeb cria os indicadores e as evidências e essa responsabilidade é compartilhada. O governo federal tem o dever de interpretar esses resultados e apresentá-los de maneira bem fidedigna para as nossas redes de ensino. Essa articulação dos três poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário] tem condições de dar força para a melhoria da qualidade da educação.”

Próximos passos – O MEC quer aplicar, como projeto piloto, testes do Saeb por meio eletrônico já em 2019. A intenção é que alguns alunos façam a prova nos dois formatos: por escrito e digital. As avaliações do Saeb são facultativas para as escolas particulares, mas o governo federal espera ampliar e contar com uma participação cada vez maior das instituições privadas.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO SUPERIOR

Em Mato Grosso do Sul, reitores discutem inovações acadêmicas

Com o objetivo de discutir perspectivas de inovação acadêmica, o secretário Nacional de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do Ministério da Educação, Henrique Sartori, participou, nesta segunda-feira, 25, da reunião do Conselho de Reitores das Instituições de Ensino Superior no Estado (Crie-MS). O encontro, o segundo de 2018, foi realizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande.

O encontro debate a regulação da educação superior no Brasil e em que ela pode ajudar no desenvolvimento das instituições de ensino. Além de definir metas para o próximo semestre, também foram apresentados projetos de internacionalização das universidades, além do programa Reviva Campo Grande, que prevê a revitalização da área central da capital.

Sartori destacou que o Crie é uma iniciativa pioneira do estado de Mato Grosso do Sul, e que permite que as instituições de ensino superior possam criar agendas próprias e comuns, o que faz com que haja uma força política para melhorar a qualidade do ensino. “O compartilhamento de ações de gestão possibilita o aprimoramento e o desenvolvimento dessas instituições”, enfatizou o secretário.

Crie-MS - Criado em agosto de 2017, o Conselho é presidido pelo reitor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Fábio Edir dos Santos Costa, e reúne os reitores das seis principais instituições de ensino superior de Mato Grosso do Sul, sejam elas federais ou estaduais, públicas ou privadas.

O então ministro da Educação, Mendonça Filho, participou da solenidade de criação do Crie, que tem como objetivo fortalecer a educação superior e possibilitar que os conhecimentos produzidos nas instituições de ensino superior subsidiem de forma mais efetiva o desenvolvimento do estado.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Ministro apresenta panorama sobre educação especial e discute necessidade de atualização

Secretários de educação de todos os estados brasileiros conheceram nesta segunda, 25, em São Paulo, um panorama da educação especial brasileira, apresentado pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, que ressaltou a necessidade de atualizar a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), implementada em 2008. A meta é que outros fóruns de discussão sejam realizados até que o MEC tenha uma proposta e a coloque em consulta pública.

“Esse é um debate muito importante”, explicou o ministro. “A ideia é que a gente dê os primeiros passos para a discussão de uma atualização da política. Não se trata de reforma ou de revisão, mas de uma atualização. Para ser atualizada, existem coisas que precisam, obrigatoriamente, ser mudadas. Existem nomenclaturas que são necessárias e temos também situações práticas que precisam ser discutidas”.

O MEC acredita que essa definição precisa ser aprimorada e rediscutida para que de fato contemple as variadas demandas de atendimento especializado nas escolas de todo o país. O ajuste, segundo o ministro, é necessário para que se alinhem legislação, métodos e práticas desenvolvidas atualmente em instituições de ensino com o que asseguram também as importantes diretrizes da educação. Com isso, o objetivo é que outros estudantes sejam beneficiados.

“Os estudantes têm singularidades que exigem serviços e recursos organizados e integrados às ações desenvolvidas em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino”, lembrou Rossieli Soares. “A educação inclusiva é para todos. Não é só para a educação especial; é para o quilombola, para o indígena, etc. Quando a gente fala em educação inclusiva é porque queremos todo mundo dentro da escola, da melhor maneira possível”.

A projeção é que o MEC tenha a proposta efetiva finalizada em meados de agosto. “Nós ainda não temos o documento pronto, mas queremos construir a atualização da política juntamente com as redes municipais, as redes estaduais, as universidades, com toda a sociedade civil”, disse o ministro. “A política é consistente, é importante, mas tem pontos que precisam ser discutidos para a atualização. ”

Presente ao evento, a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Ivana de Siqueira, destacou a importância desse tipo de debate. “O destaque da educação especial está aqui, mas educação especial não pode ser discutida fora da educação comum”, lembrou. “Ela é uma modalidade da educação comum e integra todos os níveis e etapas da educação. O que se quer é melhorar os processos da educação comum para que esses alunos, que apresentam alguma limitação e que encontram barreiras nos seus processos de aprendizagem, possam ter uma trajetória de sucesso. ”

PNEEPEI - A PNEEPEI tem sido um eficiente instrumento de avanços conceituais, políticos e sociais, no âmbito da educação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

Como toda política, programa ou ação de governo, deve ser avaliada e, caso necessário, deve ser aperfeiçoada, atualizada e revisitada. Dessa forma, o MEC abriu em 2016, por meio da Secadi, um amplo debate para atualizar a PNEEPEI em alguns pontos, como novos marcos legais e percepções sobre a necessidade de aperfeiçoamento de conceitos e formas de implementação.

O MEC contratou, por meio de editais públicos, consultorias especializadas que foram a todas as regiões brasileiras entrevistar professores da educação básica e superior, gestores, profissionais do Ministério Público, conselhos estaduais e outras instâncias para conhecer o cenário de implementação da PNEEPEI. Após quase dois anos de estudos, alguns pontos foram identificados como necessários para serem discutidos.

Além desses estudos, foram também realizadas reuniões técnicas com universidades, associações de pesquisa e especialistas para contribuir com a análise da atual política. Foram ainda analisados os dados estatísticos da educação especial, bem como os novos marcos legais relacionados a essa área editados após 2008, como o decreto 6949/2009 que promulga a convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência; a Lei nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; a Lei 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Lei nº 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.

Diante desse quadro, a Secadi identificou pontos que merecem ser atualizados na PNEEPEI com a finalidade de reafirmar o princípio da inclusão escolar; reverter as fragilidades ainda presentes e garantir que os serviços e recursos da educação especial sejam efetivos no ambiente educacional e propiciem não somente o acesso, mas a participação e aprendizagem aos estudantes; atualizar conceitos/terminologias aperfeiçoados nos novos marcos legais; e avaliar a estrutura, espaços e tempos dos recursos e serviços de educação especial em vista da perspectiva do desenho universal.

AEE - O atual desenho estabelecido para a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem conferido demasiada responsabilidade da educação especial ao professor e aos centros desse segmento, bem como aos núcleos de acessibilidade (universidades) e núcleos de apoio às pessoas com necessidades especiais (institutos federais). Nesse formato, porém o serviço não está sendo oferecido a todos os estudantes que precisam.

Os dados do Censo Escolar de 2017 apontam que esse apoio está sendo ofertado a 37,6% dos estudantes da educação especial. O modelo de oferta do AEE, apenas no contraturno, não permite que outros arranjos e necessidades locais de alunos e escolas sejam contemplados.

Propõe-se, como atualização, a redefinição da escola regular como lugar de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes da educação especial, onde os serviços devem ser planejados e geridos – retirando a centralidade apenas no contraturno e devolvendo à escola a responsabilidade pela aprendizagem de todos os alunos.

Essa proposta possibilita o respeito aos diferentes contextos e realidades nacionais onde se configuram diversos fatores geográficos, culturais, linguísticos e econômicos, em que o princípio do respeito à diversidade deve considerar a legitimidade dos sistemas de ensino em dar respostas aos problemas e necessidades locais, sem desrespeitar a legislação, o princípio da inclusão e considerando a participação comunitária na construção do sistema educacional inclusivo.

Assessoria de Comunicação Social

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PROUNI

Inscrições começam à zero hora de terça, 26, para mais de 174 mil bolsas integrais e parciais

A partir de zero hora desta terça-feira, 26, os estudantes interessados em participar do segundo processo seletivo de 2018 do Programa Universidade para Todos (ProUni) podem fazer a sua inscrição. Serão ofertadas 174.289 vagas, sendo 68.884 integrais e 105.405 parciais, em 1.460 instituições de ensino superior. As inscrições deverão ser realizadas apenas pela página do ProUni na internet, até as 23 horas e 59 minutos do dia 29.

Para se candidatar, é necessário ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017, ter alcançado no mínimo 450 pontos de média e ter tido nota superior a zero na redação. Importante lembrar que as notas de outras edições do Enem não valem para pleitear uma bolsa.

Além disso, só podem participar estudantes brasileiros que não possuem curso superior e que tenham cursado o ensino médio completo na rede pública ou como bolsista integral na rede privada. Alunos que fizeram parte do ensino médio na rede pública e a outra parte na rede privada na condição de bolsista, ou que sejam deficientes físicos, ou professores da rede pública também podem solicitar bolsas.

Para ter direito a uma bolsa integral o candidato deve ter uma renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais de 50% são destinadas aos alunos que têm uma renda familiar per capita de até três salários mínimos. Quem conseguir uma bolsa parcial, e não tiver condições financeiras de arcar com a outra metade do valor da mensalidade, pode utilizar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Os resultados com a lista dos candidatos pré-selecionados estarão disponíveis na página do ProUni na internet, a partir do dia 2 de julho para a primeira chamada e 16 de julho para a segunda.

ProUni – O ProUni é um programa do Ministério da Educação que concede bolsas integrais e parciais de 50% em cursos de graduação e sequenciais de formação específica em instituições de educação superior privadas. As instituições que participam do programa têm isenção de alguns tributos.

Na primeira edição do ProUni deste ano, foram ofertadas aproximadamente 243 mil bolsas, sendo 113.863 integrais e 129.124, parciais. Desde que foi criado, em 2004, o ProUni já atendeu 2,5 milhões de estudantes, sendo que 70 % com bolsas integrais.

Assessoria de Comunicação Social

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UOL EDUCAÇÃO

INTERCÂMBIO

Estudantes da rede pública podem concorrer a intercâmbio gratuito nos EUA

Você é bom aluno? Tem entre 15 e 18 anos? Envolve-se em atividades da sua escola? Gosta de fazer trabalho voluntário e colaborar com a sua comunidade? Então esta oportunidade é para você. A edição de 2019 do Jovens Embaixadores está com inscrições abertas! Mais de 500 estudantes brasileiros da rede pública já viajaram aos Estados Unidos pelo programa criado pela embaixada americana.

Como de costume, serão 50 selecionados. As inscrições para a primeira fase de seleção vai até o dia 12 de agosto de 2018.

Quem pode participar?

Para participar, você precisa:

    Ter entre 15 e 18 anos até o dia 3 de fevereiro de 2019;

    Estar cursando o ensino médio na rede pública;

    Ter boa proficiência escrita e oral na língua inglesa;

    Ter excelente desempenho escolar;

    Nunca ter viajado para os Estados Unidos;

    Ser envolvido com a escola e sua comunidade;

    Fazer algum tipo de trabalho voluntário há um ano;

    Pertencer à camada socioeconômica menos favorecida;

Além disso, o programa também procura jovens comunicativos com atitude positiva, espírito de liderança e vontade de melhorar o país.

Como fazer a inscrição?

A pré-inscrição para a primeira fase vai até o dia 12 de agosto e pode ser feita pela página oficial do programa Jovens Embaixadores. Você terá de preencher dados pessoais, escolares, sobre a sua família, o seu trabalho voluntário e algumas informações adicionais, como, por exemplo, o seu nível de inglês.

Os primeiros resultados serão divulgados no dia 31 de outubro de 2018. Caso selecionado para a segunda fase, você terá de providenciar os documentos comprobatórios de todos os dados fornecidos, portanto, seja honesto em suas respostas.

As próximas fases da seleção envolvem prova escrita, exame oral e visita da Embaixada à casa dos candidatos.

O programa

Criado em 2002, a iniciativa de responsabilidade social Jovens Embaixadores da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil tem como intuito fortalecer o ensino público do Brasil por meio dos jovens participantes, transformados em exemplos para suas respectivas comunidades.

Os 50 finalistas viajam em janeiro para passar três semanas na América. A primeira semana acontece na capital, Washington, DC., onde visitam monumentos icônicos e pontos turísticos e participam de  uma série de atividades, como encontros com organizações dos setores público e privado, visitas a escolas e projetos sociais, e oficinas sobre liderança e empreendedorismo jovem.

Depois, os intercambistas são divididos em grupos menores para viajar a uma localização diferente do país onde morarão por duas semanas com host families e frequentarão aulas em uma escola local para interagir com jovens estudantes americanos e participar de atividades de responsabilidade social.

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ENEM

O que é auxílio transcrição no Enem  

Auxílio transcrição no Enem é um tipo de atendimento especial para participantes impossibilitados ou com dificuldades de escrever a redação ou de preencher o cartão de resposta. Nesses casos, um auxiliar escreve para o estudante.

Quem pode pedir o auxílio transcrição?

Podem pedir auxílio transcrição no Enem estudantes que precisam de atendimento específico por terem algum problema de saúde que os impede de escrever as respostas e a redação como os demais participantes.

Veja doenças mais comuns que comprometem os movimentos, músculos, nervos, ligamentos, em especial os das mãos:

  • Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC)
  • Disgrafia
  • Fibromialgia
  • Lesão por Esforço Repetitivo (LER)
  • Artrose
  • Artrite reumatoide
  • Dores musculares
  • Atrofias musculares
  • Paralisias

Como pedir?

O auxílio transcrição deve ser solicitado no momento da inscrição no Enem. Conforme o Edital do exame, o estudante deve preencher o campo de auxílio ou o recurso de acessibilidade de que necessitar, de acordo com as opções apresentadas.

Quando estiver fazendo o cadastro, o interessado também deve apresentar o número do Código Internacional de Doenças (CID) que consta no laudo médico que comprova a deficiência ou doença que o impede de escrever.

Quais os benefícios? Como funciona?

Quem pede auxílio fará a prova uma sala separada dos demais participantes. Nesse caso, ele terá atendimento individualizado da pessoa que o auxiliará no exame.

O auxílio transcrição no Enem funciona assim: o participante fala a resposta correta e o ajudante a escreve. No caso da redação, o estudante dita o que deve ser redigido para o auxiliante escrever.

A recomendação é que o candidato chegue mais cedo ao local da prova. Dependendo do caso, também é possível pedir para ficar em uma sala de fácil acesso para, por exemplo, não precisar subir escadas.

No final da prova, o estudante beneficiado tem que escrever uma avaliação sobre a pessoa que o auxiliou a escrever na prova.

Outros casos

Estudantes que sofreram acidentes e não conseguem escrever momentaneamente às vésperas do Enem também podem solicitar ajuda. Nesse caso, eles deverão entrar em contato via central de atendimento do cidadão pelo telefone 0800.616161.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), as solicitações serão encaminhadas à comissão de demandas para que seja verificada a logística para o atendimento regular.

Caso não seja possível o atendimento em questão, o participante será informado via SMS ou e-mail

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CORREIO BRAZILIENSE

PROUNI 

Estudantes têm até esta sexta-feira para se inscrever no ProUni

Terminam nesta sexta-feira (29/6) as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni). As inscrições são feitas exclusivamente pela internet, na página do programa. O ProUni oferece bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior.  Ao todo, neste processo seletivo, serão ofertadas 174.289 vagas, sendo 68.884 bolsas integrais e 105.405 parciais, em 1.460 instituições. As bolsas são para o segundo semestre.

Para se candidatar, é preciso ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017, ter alcançado no mínimo 450 pontos e ter tido nota superior a zero na redação.  

Além disso, só podem participar alunos brasileiros sem curso superior e que tenham feito o ensino médio completo na rede pública ou como bolsista integral na rede privada. Alunos que fizeram parte do ensino médio na rede pública e a outra parte na rede privada, na condição de bolsista, ou que sejam deficientes físicos ou professores da rede pública também podem solicitar uma bolsa.

O candidato que quiser uma bolsa integral deve ter renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais de 50% são destinadas aos alunos que têm renda familiar per capita de até três salários mínimos. Quem conseguir uma bolsa parcial e não tiver condições financeiras de arcar com a outra metade do valor da mensalidade, pode utilizar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Os resultados com a lista dos candidatos pré-selecionados estarão disponíveis também na página do ProUni, a partir do dia 2 de julho para a primeira chamada, e 16 de julho para a segunda.

Inscrição

Na hora da inscrição, o candidato pode escolher, em ordem de preferência, até duas opções de instituição, curso e turno entre as bolsas disponíveis, de acordo com o seu perfil.

O candidato com deficiência ou que se autodeclarar indígena, preto ou pardo pode optar por concorrer a bolsas destinadas a políticas de ações afirmativas.

Durante o período de inscrição, o candidato pode alterar as opções. Será considerada válida a última inscrição confirmada.

Uma vez por dia, o sistema do Prouni calcula a nota de corte, que é a menor para ficar entre os potencialmente pré-selecionados de cada curso, com base no número de bolsas disponíveis e no total de candidatos inscritos no curso, por modalidade de concorrência.

O Ministério da Educação esclarece que a nota de corte é apenas uma referência para auxiliar o candidato no monitoramento da inscrição. Ela não é garantia de pré-seleção para a bolsa ofertada.

Aplicativo

Os candidatos podem baixar o aplicativo do ProUni, disponível na Google Play e App Store. A inscrição deve ser feita pela internet, mas pelo aplicativo o estudante pode acompanhar as divulgações das notas de corte dos cursos, pesquisar bolsas e acompanhar todo o calendário do processo seletivo.

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EDUCAÇÃO

Aos 13 anos, estudante superdotada de Ceilândia lança primeiro livro

A rotina de Natallya Sales Barbosa, 13 anos, é parecida com a de outros adolescentes nessa faixa etária: ela frequenta a escola, brinca, joga videogame, lê, assiste a séries, mexer no celular... Com uma diferença: a aluna do 1° ano do ensino médio no Centro Educacional (CED) 6 de Ceilândia também reserva tempo no dia a dia para escrever. Nesta semana, lança o primeiro livro da carreira dela: Patinando no arco-íris. “É importante que crianças tenham acesso à literatura feita por outras crianças porque elas são capazes de inspirar umas às outras a fazerem aquilo que gostam! Escrever histórias é bom porque desperta a imaginação para novas ideias”, explica Natallya. A história começou a ser escrita quando ela tinha apenas 6 anos. Natallya nasceu em Valparaíso (GO) e cresceu em Ceilândia, mostrando desde cedo aptidão para a literatura, passando a ler e escrever aos 4 anos. “Ela se desenvolveu muito rápido”, diz a mãe da adolescente, Lúcia Helena Barbosa.

O incentivo e o amor pela leitura sempre foram presentes em casa, já que Lúcia Helena guiou as duas filhas — além de Natallya, Aliny Sales Barbosa, 17 anos, — nesse caminho. “Eu sempre lia para elas”, recorda. Pelo aprendizado rápido, Natallya é dois anos adiantada nos estudos, por isso, já está no ensino médio. A estudante não enfrenta dificuldades na escola. “Acho fácil, nunca fiquei de recuperação”, conta, feliz. Aos 5 anos, ela lia de quatro a cinco livros infantis pro dia e passou por um teste de QI (Quociente de Inteligência) que identificou que, naquela época, a jovem tinha a capacidade de leitura de uma criança de 9 anos e a mentalidade uma de 10 anos. Considerada superdotada, a moradora de Ceilândia teve a ideia de escrever o livro quando voltava do atendimento de Altas Habilidades e Superdotação (serviço de acompanhamento estudantil) da Secretaria de Educação. “Eu e minha mãe estávamos indo para casa quando olhei para o arco-íris e comecei a contar uma história. Então, ela sugeriu que eu a escrevesse. Foi o que fiz”, relata.

A busca por patrocínio para a publicação do livro foi grande e durou mais de seis anos. “Sempre íamos nas editoras e elas diziam que não podiam publicar, davam desculpas”, relembra Lúcia. No ano passado, a família recebeu apoio da vice-diretora do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 33 de Ceilândia, Aline Ferreira, e Da escritora Cecília Guerra. “Foi incrível como elas mostraram interesse e nos ajudaram. Então, conseguimos publicar o livro”, conta. Os exemplares foram impressos pelo selo da Editora Multifoco e contam com ilustrações de André Passos. A primeira edição do livro chega ao público com 100 exemplares, que serão vendidos a R$ 35 cada. Aos 8 anos, Natallya escreveu outro livro, ainda não publicado, chamado Uma joaninha bailarina. Apesar do gosto pela escrita e pela leitura, a menina não quer ser somente escritora. “Desejo, sim, escrever outros livros, mas não penso em viver só como autora, quero cursar medicina”, diz. Os gostos literários da adolescente são variados, indo de ficção a gibi. “Gosto de ler tudo”, comenta Natallya.

A inteligência, a dedicação e o esforço, notáveis características da menina são motivo de orgulho para os que convivem com ela. “Os professores ficam encantados com ela. Sou muito feliz de ter uma filha amorosa e inteligente assim”, diz, orgulhosa, Lúcia Helena. Pelo gosto na leitura é possível inferir que a adolescente gosta de matérias de linguagens e humanas, porém, não é bem assim. “Eu gosto de todas, só que mais da área de exatas, principalmente de matemática.” Ano passado, a estudante recebeu menção honrosa na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Natallya Barbosa também tem aptidão para o esporte e coleciona sete medalhas, sendo quatro de ginástica acrobática e três de ginástica rítmica. A menina faz aulas de rítmica no Serviço Social da Indústria (Sesi). “Eu amo fazer ginástica e me orgulho de cada medalha conquistada.”

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GLOBO.COM

RECURSOS

90% das universidades federais tiveram perda real no orçamento em cinco anos; verba nacional encolheu 28%

As universidades federais tiveram em 2017 o menor repasse de verbas em sete anos, segundo dados exclusivos obtidos pelo G1. Entre as 63 instituições, 90% operam com perdas reais em comparação a 2013, ou seja, na prática o orçamento para gastos não obrigatórios está menor. Nesse período, o repasse total garantido pelo MEC encolheu 28,5%.

A redução da verba está na contramão da recente política de expansão da rede federal de ensino superior, iniciada em 2008 e que inclui a criação de novas universidades (do zero ou a partir do desmembramento de federais já existentes), a construção de novos campi e o aumento de matrículas. Expandir a participação do setor público na educação superior é uma metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

O levantamento considera um período de 10 anos para evitar comparações concentradas em anos eleitorais, que podem gerar repasses atípicos. Mas concentra-se nos repasses feitos a partir de 2013 porque foi nesse ano que o MEC concluiu a criação das quatro últimas federais do conjunto de 63. Esse número se manteve até 2018, quando quatro novas federais foram criadas.

O valor "empenhado" representa uma reserva de dinheiro, ou seja, o valor que o governo federal se compromete a repassar para uma determinada ação. Após empenhado, o valor pode acabar não sendo usado pelas universidades por vários motivos, mas o Ministério da Educação diz que não tem ingerência sobre as demais fases da execução do orçamento.

A análise já leva em conta a correção dos valores segundo a inflação acumulada até janeiro deste ano e considera o total das despesas que podem variar, porque não são obrigatórias por lei. Por causa das mudanças metodológicas do sistema de orçamento federal, o Siop, até 2015 os dados também incluem uma pequena parte das despesas consideradas obrigatórias ou valores que foram repassados via emenda parlamentar (entenda a metodologia ao final da reportagem).

Os dados foram entregues ao G1 pelo próprio Ministério da Educação, por meio de um levantamento feito pela Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do MEC (SPO).

Os valores corrigidos pela inflação mostram que em 2017, a verba repassada pelo MEC às universidades federais para gastos não obrigatórios por lei praticamente dobrou em comparação com 2008, mas, considerando os últimos sete anos, no ano passado ela ficou no valor mais baixo.

Ao mesmo tempo, a expansão de vagas tem sido constante desde 2009; só entre 2012 e 2016, o aumento de matrículas foi de 10%, segundo os microdados do Censo da Educação Superior.

Gráficos mostram a situação de cada uma das 63 universidades federais em operação em 2017; 90% delas receberam, no ano passado, valor abaixo do recebido em 2013 ou 2014 (para as universidades mais novas), mesmo considerando a correção pela inflação.

O G1 verificou a situação de 18 universidades em 9 estados e no Distrito Federal: a diminuição das verbas provocou, entre outros, a demissão de funcionários terceirizados e o congelamento no valor das bolsas de auxílio estudantil.

Participação das federais no orçamento

No ano passado, o ministério empenhou o equivalente R$ 6.194.763.357 às 63 universidades para serem usados com despesas de manutenção e obras – o valor não inclui despesas como salário de professores ou pensão de funcionários aposentados, por exemplo. Foi a verba anual mais baixa desde 2010, quando o valor empenhado chegou a R$ 5.765.213.098. O valor já inclui a correção pela inflação do período, usando o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) médio acumulado, critério definido pelo próprio MEC.

Para efeitos de comparação, em 2017 o MEC se comprometeu a gastar ao todo R$ 109,3 bilhões, sendo R$ 34 bilhões para o ensino superior, segundo informações do Portal Siga Brasil, mantido pelo Senado Federal.

Mas o orçamento é composto de despesas obrigatórias por lei (como os salários) e de despesas consideradas "discricionárias", que são as que estão sujeitas a cortes e contingenciamentos. Em 2017, as despesas discricionárias representaram R$ 23,8 bilhões, menos de um quarto do orçamento global do MEC – o ensino superior recebeu R$ 11,5 bilhões dessa verba opcional diretamente do governo, e outros R$ 122 milhões em emendas parlamentares.

O que diz o governo federal

Em nota, o MEC atribuiu as quedas recentes de repasses a cortes realizados em 2015 e 2016 pela gestão de Dilma Rousseff.

"Em 2015, o Ministério da Educação teve um corte de R$ 7,7 bilhões em seu orçamento, o que afetou também as universidades federais. Em março de 2016, ainda no governo Dilma, o MEC teve mais um corte de R$ 10,7 bilhões no orçamento do ano", diz a pasta.

Esses cortes só podem ser feitos nas despesas discricionárias.

O "custeio" citado pelo MEC representa os valores previstos no orçamento para gastos com a manutenção da universidade, como pagar a conta de luz, cortar a grama ou manter o serviço do restaurante universitário. Já o "investimento" é a verba para a construção de salas de aula, laboratórios ou prédios, e a compra de veículos, por exemplo.

Matrículas x repasses

Desde pelo menos 2009 o crescimento das matrículas é constante e, nos últimos oito anos, o aumento de matrículas de graduação nas federais aumentou 39,3%.

Segundo Emmanuel Zagury Tourinho, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), os dados mostram que a expansão não foi acompanhada de um aumento do investimento.

Tourinho ressalta que a qualidade de uma universidade exige uma política de investimentos constantes e de longo prazo. Segundo ele, isso se nota na comparação entre rankings internacionais de instituições, onde as universidades brasileiras são comparadas com outras estrangeiras com centenas de anos, que ao longo de vários séculos tiveram investimentos continuados.

Impacto prático nas universidades

Os cortes atingem, principalmente, os serviços terceirizados, como limpeza, manutenção e segurança, além dos benefícios para os estudantes de baixa renda, segundo reitores, estudantes e representantes de sindicatos ouvidos pelo G1 em 9 estados e no Distrito Federal.

Essa redução de benefícios vai na contramão da Lei Federal de Cotas, de 2014, que obriga as federais a ampliar o número de calouros de escolas públicas e negros, pardos e indígenas. Na maioria das instituições, os valores das bolsas para esses alunos ou foram mantidos no mesmo valor (alguns, congelados desde 2013), ou tiveram redução. Foi o caso da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), que teve que cortar o valor em 25%, de R$ 400 para R$ 300.

Na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), a opção foi reduzir o teto de renda para pagar o auxílio apenas para a faixa mais pobre entre os estudantes. Antes, quem tinha renda familiar per capita mensal de até 1,5 salário mínimo (ou R$ 1.431) poderia solicitar o benefício, agora, ele é limitado apenas para alunos com renda de R$ 754. Na Universidade Federal de Alfenas (Unifal), mais de 600 alunos deixaram de ser atendidos.

Os impactos também afetam subsídios que beneficiam todos os estudantes. Nesta quinta-feira (28), a Universidade de Brasília (UnB), dobrou o preço cobrado pelo almoço no restaurante universitário.

Por falta de verba, o restaurante universitário da UnB também modificou cardápios para reduzir a quantidade de alguns alimentos (Foto: Luiza Garonce/G1) Por falta de verba, o restaurante universitário da UnB também modificou cardápios para reduzir a quantidade de alguns alimentos (Foto: Luiza Garonce/G1)

Por falta de verba, o restaurante universitário da UnB também modificou cardápios para reduzir a quantidade de alguns alimentos (Foto: Luiza Garonce/G1)

Com orçamento mais enxuto, houve cortes de funcionários terceirizados em grande parte das instituições federais. Na UnB só em maio foram demitidos 533, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub). A instituição também anunciou que encerraria o contrato de estágio de 1.100 estudantes.

Na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), de Santa Catarina, o reitor Jaime Giolo disse que demitiu motoristas para que cada um dos campi tivesse apenas um, que faz serviço de malote e até de transportador de móveis. Outro corte foi no serviço de copa da universidade.

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GOIÁS

Professor de medicina demitido por prova com teor homofóbico em Goiás pede desculpas e vê caso como 'mal-entendido'

O professor de medicina Antônio Moraes Filho, demitido após elaborar uma prova com teor homofóbico, pediu desculpas pelo ocorrido e tratou o caso como um "mal-entendido". O desligamento da Universidade de Rio Verde (UniRV), no sudoeste de Goiás, ocorreu após denúncias de alunos. Após alegar que a inserção da questão foi um erro de sua secretária, o docente voltou atrás e disse que o erro foi seu.

"A responsabilidade da questão estar na prova foi minha. Mas a questão não é de minha autoria, foi selecionada de um banco de dados na internet. Acabou que eu ignorei a checagem da questão do email antes de enviar para a faculdade. Peço desculpas pelo transtorno que eu gerei, a responsabilidade do transtorno é minha, mas ele não foi intencional. Foi um mal-entendido. Mas isso não justifica e não transfere a responsabilidade de ninguém", afirma.

A prova foi aplicada para os 67 alunos do 5º período de medicina na disciplina de clínica cirúrgica. O enunciado da questão afirma que o paciente Davi, de 24 anos, estava com abscesso na nádega "e seu noivo serelepe, ao ver aquele quadro horroroso, ficou tresloucado e furou o abscesso com espinho de limoeiro em um movimento rodopiante de bailarino, imitando um beija-flor".

O professor, que já havia dito não ter visto "nenhum tipo de preconceito na questão", dava aulas na instituição havia três anos e meio. Ele reafirmou que não tem preconceito contra homossexuais.

"Quero deixar claro que não sou preconceituoso ou homofóbico, não tenho nada na minha história pessoal ou profissional que me desabone em relação a isso", frisa.

Demissão

Apesar das explicações, a UniRV optou por desligar o professor de suas funções. O pró-reitor de Administração e Planejamento da universidade, Alberto Barella Netto, destacou que nada justifica sua atitude.

"A autonomia de sala de aula é do professor responsável pela disciplina. Então a responsabilidade é apenas do professor por isso que tomamos essa providência de uma punição máxima que foi a exoneração dele", pontua.

Alunos do curso foram quem denunciaram a situação. Para um deles, que prefere não se identificar, o docente foi homofóbico. "Um professor, ao elaborar uma questão desse cunho, não tem que criar nenhum tipo de discriminação, independentemente da orientação sexual da pessoa", pondera.

A exoneração aconteceu na quarta-feira (27) e foi assinada pelo reitor da instituição, Sebastião Lázaro Pereira. Na nota em que informa o desligamento, a UniRV afirmou ainda que "repudia veemente a atitude do professor e destaca que esse comportamento isolado não reflete o pensamento da instituição".

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EDUCAÇÃO

Disciplina inédita na USP de Ribeirão Preto vai capacitar enfermeiros a atuar na prevenção do suicídio

A Universidade de São Paulo acaba de lançar uma nova disciplina sobre prevenção do comportamento suicida na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (SP). Considerada pela instituição como pioneira no Brasil, a iniciativa visa capacitar alunos da graduação a identificar e prevenir situações de risco de suicídio de pacientes e combater o preconceito.

Intitulada de "Introdução à Prevenção e Posvenção do Suicídio", a disciplina optativa começará a ser ministrada em agosto, com previsão de término em novembro. A enfermagem da USP também pretende oferecer cursos e palestras ao público em geral.

A proposta foi apresentada pela professora doutora do curso de enfermagem, Kelly Graziani Giacchero Vedana, após perceber a necessidade de os alunos aprofundarem o conhecimento sobre suicídio e desmistificarem as dificuldades de abordagem enfrentadas no meio profissional.

“Os alunos tinham interesse, porém, com a formação do generalista, a gente passa mais brevemente sobre esses assuntos mais especializados. Também com o fato de que os profissionais de saúde, no geral, têm bastante dificuldade em lidar com o tema, vi que a melhor alternativa seria a de criar uma disciplina”, disse.

Com uma média nacional de 5,5 mortes por 100 mil habitantes, o Brasil registrou entre 2011 e 2016 62.804 ocorrências de suicídio. As situações mais recorrentes envolveram homens - 79% dos casos - e foram concretizadas por enforcamento - 62%. Somente no Estado de São Paulo, no mesmo período, foram 8.585 suicídios.

Além das mortes concretizadas, entre 2011 e 2016 ocorreram em todo país outras 48.204 tentativas, em 69% delas praticadas por mulheres. Um terço das vítimas tentou o suicídio mais de uma vez.

Avaliação de risco

No plano estabelecido para a disciplina em Ribeirão, os alunos terão a oportunidade de desenvolver competências para avaliar o potencial de suicídio, reconhecer fatores de risco e proteção, identificar necessidades de saúde e elaborar ações de cuidado voltadas para o indivíduo e familiares.

Segundo Kelly, a disciplina será útil tanto para a prevenção do suicídio, em casos de risco, quanto em situações de menor potencial.

Para a professora, preparar o profissional para identificar os casos também é necessário para que haja a prevenção e o apoio pósvenção, ou seja, a assistência ao paciente depois da tentativa e à família após o suicídio consumado.

“Hoje em dia temos um leque bem variado de profissionais que atuam nessa área da saúde e todos precisam estar preparados para essas situações, porque muitas vezes as pessoas vão expressar pedidos de ajuda que podem não ser muito claros em diferentes setores da comunidade, nem sempre será com esses profissionais da saúde”, analisa.

Desafios

Um dos grandes desafios enfrentados pelos profissionais que lidam com as tentativas de suicídio está ligado ao próprio comportamento e aos sentimentos que podem surgir durante o atendimento ao paciente.

Kelly explica que uma das principais questões é o bloqueio relacionado às emoções, crenças e aos mitos relacionados ao suicídio, porque esse é um tema bastante complexo.

“O suicídio é um os grandes mistérios com que a gente lida na saúde mental. O que se destaca é a dificuldade também de saber avaliar riscos, de identificar alguns padrões, mas também saber reconhecer a individualidade dos casos, porque isso é bem desafiador”, comenta.

Com a disciplina específica, a professora acredita que o conhecimento adquirido pelos alunos da enfermagem será expandido para outras regiões do país.

“Nossos alunos vão para várias regiões do país e, muitas vezes, numa posição de poder modificar a política, as ações e várias questões de serviço de saúde. Temos a intenção, tanto na disciplina, quanto por meio de outras ações é tornar os alunos multiplicadores, acreditamos que isso pode ter um efeito positivo sobre várias pessoas que nem conhecemos,”, completa Kelly.

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FOLHA.COM

EDUCAÇÃO

Líder em ranking do Enem é de MG, e SP tem 30 entre as escolas top 100

Escolas paulistas dominam a lista das maiores médias no Enem 2017 do país inteiro. Das 100 unidades mais bem colocadas na prova, 30 são do estado de São Paulo.

A região Sudeste concentra 85 das 100 escolas mais bem posicionadas. Minas Gerais tem 23, Rio de Janeiro, 16, e Espírito Santo, 6. O cenário é semelhante ao registrado a partir dos dados do Enem 2016.

A Folha levou em conta apenas escolas com pelo menos 61 estudantes no 3º ano —grupo que se aproxima do universo de escolas brasileiras. As médias foram calculadas com notas da prova objetiva (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas).

A tabulação resultou em um total de 6.499 escolas, sendo 5.227 públicas e 1.272 privadas.

Mesmo havendo predomínio das escolas paulistas no top 100, a de São Paulo com maior nota aparece só na 11ª posição do ranking nacional.

Trata-se do Vértice, colégio particular do Campo Belo, na zona sul da capital paulista. Os 66 alunos no Enem 2017 alcançaram, na média, 686,50 pontos. Na redação, a nota foi de 769,39. O Vértice tem 1.300 alunos no total, sendo 250 no ensino médio. São apenas duas turmas de 3º ano.

O diretor, Adilson Garcia, diz que a escola não tem projetos específicos com foco no Enem, embora a equipe pedagógica mantenha análises sobre os dados do exame para entender os pontos fortes e fracos dos estudantes.

“Nossos alunos sempre foram preparados para os grandes vestibulares, mas isso não pode virar uma fobia. É muito importante que, na hora que ele terminar a educação básica, esteja preparado para ser um cidadão global”, afirma.

As mensalidades são de R$ 4.230 no 1º e 2º anos. No 3º ano, com aulas em tempo integral, são de R$ 4.890.

Somente 7 das 100 maiores notas do Enem são de escolas públicas —5 federais e 2 estaduais de ensino técnico.

O Coluni (Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa), de Minas Gerais, é a pública mais bem colocada no país. Com média de 689,81 na parte objetiva, a escola ficou na 7ª posição nacional.

O Objetivo Integrado aparece com a maior nota do país entre as escolas que concentram poucos alunos. Os 40 estudantes da unidade alcançaram média de 722,80.

Líder tem mensalidade de R$ 2.212

Uma escola de Belo Horizonte, que nasceu como pré-vestibular em 2000 e se prepara para abrir turmas de ensino infantil, ficou pelo quinto ano seguido em primeiro lugar no Enem entre os colégios com mais de 60 alunos participantes.

Localizado em região nobre da capital mineira, o colégio Bernoulli tem mensalidades que chegam a R$ 2.212.

“Além do Enem, a gente se preocupa com a formação do cidadão: visão de mundo, segurança, estabilidade emocional”, afirma Rommel Fernandes, 44, diretor do grupo.

Os 298 alunos da escola no Enem chegaram, na média, a 712,91 pontos na parte objetiva e 840,81 na redação.

“Até a segunda série [do médio], a formação tem que ser completa para que, na terceira, seja tudo muito objetivo. Nessa hora a gente pensa como maximizar a chance de entrar na faculdade”, diz ele.

Desaparecem aulas de educação física, artes, teatro, trabalhos em grupo, excursões e, no lugar, entram nove simulados do Enem ao ano. Os alunos do 3º ano se mudam inclusive para a unidade do curso pré-vestibular.

O conteúdo do pré-vestibular e do 3º ano é idêntico, com turmas de 50 alunos, aulas à tarde e aos sábados, duas redações por semana e preparação extra para ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), USP, Unicamp e olimpíadas de diversas disciplinas.

No 1º ano de medicina na Federal de Minas Gerais, a ex-aluna Luísa Gomes, 18, diz que hoje sente falta das aulas dinâmicas. “Se alguém tem dúvida, não tem medo de perguntar. É melhor que ficar só aquele monólogo a aula toda.”

Nos corredores do colégio, há cartazes com os aprovados em direito, medicina e engenharia em vestibulares concorridos. Fotos dos primeiros colocados também estão nas portas dos elevadores.

Fernandes é egresso do ITA. Deu aulas em pré-vestibulares antes de fundar o Bernoulli. É dono de uma rede de ensino que completa 19 anos. Cerca de 400 escolas no Brasil usam material didático do grupo.

Uma nova unidade em Salvador alcançou a 7ª melhor nota do país, já com a primeira turma de 3º ano, entre escolas de pequeno porte, com até 60 estudantes.

A escola de BH tem seleção de alunos. Aqueles que acertam 60% em uma prova geralmente conseguem a vaga.

Mas o Bernoulli não separa os alunos em turmas por rendimento ou área do conhecimento. Pontuar que as pessoas não são iguais é um dos argumentos para diluir a pressão sobre os vestibulandos.

A fórmula foi absorvida por João Pedro Júnior, 17, que quer cursar ciências da computação: “O importante é não ligar pra competição com os outros, é você com você mesmo”.

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EDUCAÇÃO

Brasileiro assume grupo ligado à Unesco que trata de rankings universitários

O matemático Luiz Cláudio Costa, ex-presidente do Inep-MEC (até 2012) e professor aposentado da Universidade Federal de Viçosa, dentre outras credenciais, acaba de assumir a principal referência mundial em rankings universitários: o Observatório de Rankings Acadêmicos e de Excelência (IREG, na sigla em inglês) ligado à Unesco.

Criado em 2009, a ideia do observatório é acompanhar e discutir em uma reunião anual as metodologias e os impactos de rankings universitários nacionais e internacionais de todo o mundo — como o RUF (Ranking Universitário Folha). O RUF, aliás, apresentou sua metodologia na reunião anual do IREG em 2013, em Varsóvia, na Polônia.

Para se ter uma ideia, a estimativa é que existam hoje cerca de 20 rankings globais de universidades, que analisam e comparam instituições de todo o mundo, e mais de 60 rankings nacionais como o RUF. Essas avaliações olham para indicadores como produção científica de cada instituição, nível de formação dos docentes e taxa de evasão dos alunos.

O primeiro deles, do jornal U.S.News (EUA), o “U.S. News & World Report”, surgiu em 1983 com objetivo de orientar alunos estrangeiros que buscavam estudar daquele país. Vale lembrar que em boas universidades americanas, cerca de um em cada cinco alunos vem de países como China e Arábia Saudita. O ranking é publicado anualmente até hoje e inspirou listagens de países como Canadá, México, Chile e do Brasil (caso do RUF).

A questão é que, como mostra a literatura acadêmica na área, rankings universitários impactam a decisão de alunos, a gestão de universidades de todo o mundo e as políticas públicas voltadas ao ensino superior. Uma das ideias da gestão de Costa no IREG, diz, é avaliar se rankings universitários têm melhorado a qualidade do ensino superior de todo mundo. “Também vamos discutir em profundidade o desbalanço que hoje existe nos rankings em favor das atividades de pesquisa em relação as atividades de ensino. É muito difícil medir ‘qualidade de ensino'”.

O blog conversou com Luiz Cláudio Costa com exclusividade. O especialista elogiou os conceitos e pressupostos do RUF, que considera “muito adequados à realidade brasileira”. Acompanhe a seguir a conversa.

Abecedário – Por que é importante que a Unesco se volte ao tema dos rankings universitários como tem feito por meio do IREG?

Luiz Cláudio Costa – A Unesco é uma importante organização que tem um forte vinculo com a educação. É muito importante quando falamos de educação superior e de avaliação, com o objetivo de melhorar a qualidade, termos dados e metodologias bem definidas. Esse é um papel que a Unesco deve ter, auxiliar na discussão de metodologias, na definição de alguns termos e até mesmo no uso dos rankings. A instituição já fez uma publicação sobre o assunto em 2013 (“Rankings and Accontability in Higher Education, Uses and Misuses”). Ela foi parte importante na criação do IREG, mas precisamos fortalecer o diálogo com a Unesco para que a sociedade, pesquisadores e as próprias instituições tenham mecanismos para analisar sua performance e propor melhorias para o ensino superior.

O que pretende abordar na sua gestão no IREG?

Já apresentei alguns temas que pretendo priorizar, dentro do pressuposto de que a avaliação só tem sentido se induzir melhoria de qualidade, e esse deve ser o adequado uso dos rankings. Vamos fazer uma discussão durante todo esse ano e apresentaremos os resultados em 2019 na Universidade de Bologna (Itália), se ao longo dos anos,  considerando o marco do ranking de Shangai Ranking em 2003 [primeiro ranking a a avaliar universidades de todo o mundo, feito na China],  os rankings contribuíram para a melhoria de qualidade nas universidades. Vamos convidar algumas universidades para falar de suas experiências.

Também criei um grupo de estudo para definir aquilo que chamamos de “semântica dos rankings”, por exemplo, o que significa “full time students” [estudantes em período integral]. Entendo que é preciso que os rankings tenham uma certa padronização em seus conceitos. Da mesma forma, estaremos discutindo em profundidade o desbalanço que hoje existe nos rankings em favor das atividades de pesquisa (é mais fácil de medir publicações de alto impacto) em relação às atividades de ensino. É muito difícil medir “qualidade de ensino”. Hoje a maioria dos rankings trabalha com “reputação”. Esse é um grande desafio.

Hoje a literatura já fala em 60 rankings nacionais de universidades e mais de 20 rankings internacionais. Na sua opinião, por que os rankings viraram um fenômeno tão grande?

Veja, estamos tratando de um tema que é muito caro à sociedade: educação de qualidade. É um bem social no qual cada vez mais as pessoas investem tempo e dinheiro. É portanto importante ter alguns parâmetros  para se medir a qualidade das instituições de ensino superior. É também importante para o país, para os governantes saber que as suas instituições estão produzindo educação e conhecimento de qualidade. Cada vez mais os rankings ganham a atenção da sociedade. É um fenômeno que veio para ficar.

Há algum ranking de universidades no mundo que ache particularmente interessante?

Acho muito interessante o conceito do THE [Times Higher Education, que é britânico] e do QS University Rankings [também britânico, elaborado inicialmente junto com o THE], mesmo que tenham algumas restrições na forma que eles avaliam o ensino. Dos rankings nacionais o “U.S. News & World Report” se destaca. Gosto muito dos conceitos e pressupostos do RUF, muito adequados à realidade brasileira. Tem um novo ranking, que eu estou chamando da segunda geração dos rankings, o “Moscow University Ranking (MosIUR)”, que vale a pena observar. Eles estão tentando responder as perguntas corretas e necessárias, por exemplo, como buscar indicadores para medir a qualidade do ensino e a relação da universidade com a sociedade (extensão).

No caso do Brasil, há algo que seja importante avaliar quando se trata de qualidade nas universidades que ainda não esteja sendo analisado?

O Brasil tem uma tradição histórica de avaliação realizada pelo Estado, como indutor de qualidade. Essa tradição começa na pós-graduação e, na graduação, veio o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), do Inep-MEC. Apesar dos avanços, uma das dificuldades do Sinaes é que as suas avaliações também têm repercussão nos processos de regulação e supervisão, e alguns de seus indicadores precisam ser revistos. Um deles, por exemplo o Conceito Preliminar de Curso (CPC), que na realidade não é um conceito e não é preliminar, mas é sim um indicador de qualidade curso. Deveria ser usado com esse objetivo. Enfim temos avanços. Fora do governo, como já disse anteriormente, o RUF trouxe avanços e um outro olhar, como por exemplo, empregabilidade. Acho que precisamos ainda avançar no acompanhamento da trajetória do egresso.

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OPINIÃO

Professor empreendedor transforma a educação com protagonismo

Dia 12 de julho de 2013 talvez tenha sido imortalizado no mundo da educação. Neste dia, Malala Yousafzai –o jovem rosto da luta por uma educação inclusiva, livre e transformadora– entregou um poderoso discurso no mesmo palco em que as maiores autoridades dos tempos modernos discursaram na ONU (Organização das Nações Unidas).

Em uma de suas linhas mais contundentes e inspiradoras, Malala enfaticamente declarou: “Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”.

Peço rápida licença às crianças, aos livros e às canetas para falar um pouco mais sobre um influente protagonista dessa mudança. Se queremos efetivamente mudar o mundo pelas veias da educação, precisamos olhar com muita atenção para os nossos professores.

Um crescente conjunto de evidências tem se acumulado para defender a máxima de que um professor inovador, engajado, reconhecido e próximo dos alunos produz impactos positivos permanentes no sistema educacional. No Brasil, aprendemos a admirá-los desde muito cedo, mas dificilmente a muni-los com as ferramentas da transformação.

Defasagem de aprendizado dos alunos, ampla heterogeneidade das turmas, falta de suporte psicológico aos alunos, baixo engajamento das famílias, escassez de recursos. Esses são alguns dos grandes desafios, apontados pelo Conselho de Classe, da Fundação Lemann, que tornam o caminho dos professores do ensino básico árido e tortuoso.

Dentro e fora da sala de aula. Como, então, inovar, ser engajado e ficar próximo dos alunos em um ambiente extremamente desafiador e de profunda escassez de recursos? Comportar-se como um empreendedor.

O comportamento empreendedor é construído em cima de três competências: identificar oportunidades, tomar iniciativa e assumir algum grau de risco. E competências podem ser aprendidas.

O professor empreendedor não é aquele que lança a “edtech” mais quente do mercado, mas sim aquele que aprende a explorar inovações focadas nas necessidades mais latentes de seus alunos, dentro de realidades profundamente limitadas em opções, recursos e apoio. É mentalidade, não-validação de modelos de negócio. É postura, não-pesquisa de mercado. É pensamento e comportamento, não “growth hacking”.  

Professor empreendedor é aquele que aprende que trabalhar em equipes e redes –com colegas, pais e liderança educacional– é um poderoso canal de mudança. É aquele que entende que a educação vai além da sala de aula e faz parte de um sistema cuja complexidade precisa ser explorada. É aquele que sabe alavancar seus pontos fortes para gerar soluções criativas para problemas persistentes.

O professor empreendedor explora a tecnologia –muitas vezes minimamente disponível– com o exclusivo foco de proporcionar ao seu aluno a melhor experiência de aprendizado e resultado. É fazer muito mais com muito menos.

Plataformas, ambientes virtuais, documentos colaborativos e ferramentas de experimentação. Professores empreendedores sabem que a tecnologia pode ser uma grande aliada na jornada de transformação da educação.

O comportamento empreendedor, aliado ao uso inteligente de tecnologia, produz resultados em escala. Não é a sofisticação da tecnologia que a faz poderosa, mas a sua aplicação harmônica com os objetivos de aprendizado centrados no aluno. Professores empreendedores exploram esses recursos para oferecer alternativas, adaptações e trajetórias de destaque para a experiência de aprendizagem.

Se fomentarmos as competências empreendedoras de nossos professores e ajudá-los a explorar as tecnologias disponíveis, veremos um efeito bola de neve que poderá tocar cada um dos alunos e alunas desse país. E, como disse a Malala, efetivamente mudar o mundo.

Por Vinicius Picanço Rodrigues

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

 


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