Goiânia, 08 de março de 2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Colégio incentiva participação em concursos e estudantes obtêm melhora em seu rendimento
Mulheres desempenham papel de destaque na educação brasileira
Mudanças na ficha de avaliação valorizam a pós-graduação
Adesão à lista de espera do ProUni segue aberta até hoje
CORREIO BRAZILIENSE
Governo exigirá cadastro de famílias que optem por ensino domiciliar
Iesb fará workshop internacional sobre cálculo de risco em construções
Professora paulista é finalista de prêmio considerado 'Nobel da educação'
GLOBO.COM
Encceja será aplicado em 4 de agosto; inscrições começam em maio
FOLHA.COM
Estudando à luz de poste, jovem alagoano ganha medalhas de matemática
N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O
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TRILHAS DA EDUCAÇÃO
Colégio incentiva participação em concursos e estudantes obtêm melhora em seu rendimento
Concursos para motivar os alunos. Essa tem sido a aposta do Colégio Militar Dom Pedro II, de Brasília, mantido e administrado pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. A iniciativa, por meio de estímulo da leitura e da escrita, já colheu bons frutos e os resultados, além de beneficiar os estudantes, que já conquistaram a primeira colocação em diversos concursos de redação, têm fortalecido o trabalho desenvolvido pela instituição. Os detalhes dessa história você conhece no programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, na edição desta semana, que vai ao ar nesta sexta-feira, 8.
A ideia partiu de um princípio: por que não valorizar o potencial dos estudantes e acreditar em seus talentos, seja em humanas, exatas ou biológicas? Quem nos conta o que surgiu disso é o coordenador de projetos da escola, Edgard Cândido dos Santos.
“Os alunos têm que ser protagonistas do conhecimento. Eles têm que estudar a história do país, economia... Eles são incentivados de várias óticas, não apenas da leitura. O aluno tem também que produzir”, defende o coordenador.
No colégio, que tem cerca de 3 mil alunos, os estudantes são expostos a diferentes formas de expressão do aprendizado visto em sala de aula. Uma delas é o incentivo à participação em concursos que estimulem a produção e interpretação de textos. Os que mais se destacam e se interessam são incentivados pelos professores a fazer a inscrição. E dá mais do que certo. Recentemente, dois estudantes conquistaram o primeiro lugar nas categorias ensinos fundamental e médio no 4º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União, realizado em parceria com a Receita Federal, ONU, Unesco e Unicef.
“Do sexto até o nono ano nós já submetemos esses alunos a fazer concursos externos, seja dos Correios, seja do Senado, seja da Marinha”, conta Edgard, que aposta em várias frentes. “Tem biologia, olimpíada de história, olimpíada do saber, olimpíada de geografia. É muito certo que temos muitas aprovações nas engenharias. Primeiro foram as exatas, mas atualmente nós temos até olimpíadas de linguística. Ano passado tivemos uma aluna finalista em linguística também.”
Valorização – Os meninos finalistas do concurso de redação vão em maio a Viena, capital da Áustria, ler a redação em um evento promovido pelas Nações Unidas. O desempenho ficará estampado também na farda utilizada por eles – forma encontrada pelo Colégio de valorizar disciplina e dedicação aos estudos. “Nós temos aqui uma valorização para o aluno que é medalhista. Eles ganham o direito de andar com uma condecoração na farda, demonstrando que aquele aluno ali ele foi vitorioso em alguma das olimpíadas. E em cada uma dessas olimpíadas eles vão ganhando uma tarjetinha, seja da parte de humanas ou exatas. Aí, o menino quer completar a farda dele com o maior número possível de medalhas e barretas”, explica o coordenador.
Todos esses resultados fizeram com que a escola também fosse selecionada pelo Google para participar do Mind the Gap Brasil 2018 – projeto desenvolvido para incentivar maior atuação das mulheres na área de exatas, principalmente nas engenharias.
Assessoria de Comunicação Social
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DIA DA MULHER
Mulheres desempenham papel de destaque na educação brasileira
Dorina de Gouvêa Nowill (1919-2009) perdeu a visão aos 17 anos. Mais de 70 anos de convivência com a cegueira, no entanto, não serviram de obstáculo para o protagonismo da professora na educação brasileira. Primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, no centro de São Paulo, posteriormente Dorina se especializou em educação de cegos na Universidade de Columbia, em Nova York. Em 1946, criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil e, em 1948, fundou a primeira imprensa braile em grande escala do país.
No Ministério da Educação, Dorina atuou por mais de uma década. De 1961 a 1973, dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos – época em que foram criados os serviços de educação de cegos em todo o território nacional. Dorina se destacou, ainda, na luta pela abertura de vagas para pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho.
Débora Seabra é outro destaque da educação brasileira. Formada em magistério na Escola Estadual Professor Luis Antônio, em Natal, foi a primeira professora com Síndrome de Down do Brasil. Desde 2004, trabalha como professora assistente em turmas de educação infantil e primeiro ano do ensino fundamental e hoje, além das aulas, dá palestras em vários países e já lançou um livro de fábulas infantis. Quando ela nasceu, em 1981, pouco se sabia no Brasil sobre a trissomia do cromossomo 21, ou Síndrome de Down. Mesmo assim, seus pais sempre fizeram questão de que ela estudasse em instituições de ensino regular.
Sustentabilidade - Um trabalho que transforma diretamente a vida de 600 jovens e crianças deu notoriedade a outra mulher educadora. O projeto de Débora Garofalo, de 39 anos, que atua na Escola Municipal Almirante Ary Parreiras, na periferia de São Paulo, vem mudando até mesmo a relação dos estudantes com a comunidade em que vivem.
Atenta e motivada a encontrar algo que pudesse melhorar a vida dos estudantes, Débora apostou no ensino da programação, aliado a atividades sustentáveis. Daí nasceu o projeto Robótica com Sucata, cujo objetivo é envolver as crianças em ações de pertencimento por meio do uso da tecnologia para alavancar a aprendizagem. A iniciativa de Débora Garofalo ganhou, no ano passado, o Prêmio Professores do Brasil, do MEC, e agora é finalista do Global Teacher Prize – prêmio internacional considerado o nobel da educação.
Outras mulheres que exercem papel fundamental nas escolas brasileiras são as merendeiras. Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), indicam que mais de 100 mil delas trabalham em160 mil escolas e são diretamente responsáveis pela preparação das refeições de 45 milhões de estudantes em todo o país.
Para valorizar o trabalho das merendeiras, a TV Escola promoveu, em 2018, o reality show Super Merendeiras. A ganhadora foi a merendeira Dejanira de Souza da Escola Municipal Nossa Senhora Das Candeias da Ilha da Maré, Bahia. A receita campeã foi abará de carne moída com aipim.
Pesquisas comprovam que, no ambiente escolar, mulheres são maioria. Segundo o Censo Escolar 2018, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Brasil são mais de 1,7 milhão de professoras. Dados mais recentes do Censo da Educação Superior, referentes a 2017, também mostram a predominância das mulheres na educação superior. Elas são 55% dos estudantes ingressantes, 57% dos matriculados e 61% dos concluintes dos cursos de graduação. Na licenciatura, por exemplo, 70,6% das matrículas são do sexo feminino.
Assessoria de Comunicação Social
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EDUCAÇÃO SUPERIOR
Mudanças na ficha de avaliação valorizam a pós-graduação
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) iniciou em 2018 ações para o aprimoramento dos instrumentos da avaliação, entre as quais a alteração na ficha de avaliação de programas de pós-graduação stricto sensu. As mudanças tiveram como motivação principal melhorar a qualidade da formação de doutores e mestres.
O novo documento foi aprovado pelo Conselho Técnico Científico da Educação Superior em dezembro de 2018 e será usado no seminário de meio termo, que acontecerá em agosto deste ano e, também, na avaliação quadrienal de 2021.
A alteração reduziu o número de quesitos e itens da ficha de avaliação, destacando aqueles que verdadeiramente discriminam a qualidade dos programas. Com isso, se dará mais ênfase à formação e avaliação de resultados do que aos processos. Além disso, a autoavaliação e o planejamento estratégico da pós-graduação realizado pela instituição passarão a ser considerados no processo de julgamento.
Foi reduzido de cinco para três o número de quesitos: programa, formação e impacto na sociedade. No quesito programa, pretende-se avaliar o funcionamento, estrutura e planejamento do programa de pós-graduação em relação ao seu perfil e seus objetivos. Quanto ao quesito formação, a análise abrangerá aspectos como qualidade das teses, dissertações, produção intelectual de alunos e professores e as atividades de pesquisa, bem como a avaliação do egresso. Já em relação ao impacto na sociedade, a avaliação vai verificar o caráter inovador da produção intelectual, os efeitos econômicos e sociais do programa, internacionalização e visibilidade.
Em cada item dos três quesitos, as áreas devem propor as definições e indicadores que sejam adequados às especificidades da área em cada modalidade, acadêmica ou profissional. Foi sugerido aos avaliadores que itens que demandem a introdução de novos indicadores, como por exemplo a autoavaliação, tenham peso menor nessa avaliação.
Comissões – Com a alteração, o processo de avaliação fica menos engessado e passa a ter uma participação maior das comissões de área. “As áreas de avaliação vão ter mais protagonismo na definição dos aspectos e indicadores, bem como na definição dos pesos dos itens”, argumenta Adriano Lisboa Monteiro, coordenador da área de química e do grupo de trabalho que elaborou a proposta da nova ficha de avaliação.
De acordo com ele, buscou-se incorporar o máximo possível das recomendações apontadas pelo relatório da Comissão Especial de Acompanhamento do Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG 2011-2020) sobre a avaliação.
A nova ficha será aplicada em agosto, no seminário de meio termo dos programas de pós-graduação. “Enxergamos essa mudança como um processo de transição para um modelo de avaliação que seja multidimensional”, explica o professor. A avaliação multidimensional levará em conta cinco dimensões: ensino e aprendizagem, internacionalização, produção científica, inovação e transferência de conhecimento, e impacto e relevância econômica e social.
Aperfeiçoamento – Para Sônia Báo, diretora de avaliação da Capes, essa mudança vem ao encontro do aperfeiçoamento necessário sinalizado pela comunidade acadêmica no final do último quadriênio avaliativo. “Neste sentido, a nova ficha de avaliação valoriza mais a missão da pós-graduação, que é formar recursos humanos, e permitirá avaliar o conhecimento que é produzido nesse processo de formação de mestres e doutores, e o seu resultado final”, ressalta.
Sônia Báo destaca ainda que esse modelo se estrutura de forma a verificar o que a pós-graduação proporciona para a sociedade em termos de impacto, relevância, importância da formação e conhecimento produzido, que possa ser apropriado pelos diferentes setores desta sociedade. “Essa mudança, por meio de uma avaliação mais transparente e efetiva, vai deixar os resultados mais claros”, explica a diretora.
Qualis – A autoavaliação de cada programa será um dos pontos analisados na nova ficha de avaliação, demandando das instituições uma reflexão sobre os aspectos abordados em cada curso. Robert Evan Verhine, coordenador da área de educação e do Grupo de Trabalho de Autoavaliação, ressalta que esta contribuirá para uma melhor avaliação do programa. “Queremos complementar a avaliação externa dos programas, que é feita pela Capes. Com uma avaliação interna, feita pelo próprio programa, é possível focar não apenas nos produtos, mas na forma de se chegar até eles, especialmente os processos de formação. Buscamos valorizar a formação e seu processo.”
Ainda com relação à autoavaliação, a nova ficha de avaliação também passa a identificar de forma mais clara e precisa a necessidade de que as instituições tenham um planejamento da sua pós-graduação. “Por isso, o ideal é que a autoavaliação seja feita pela comunidade acadêmica, mas que também se busque um olhar externo que possa ajudar a verificar os problemas e buscar estratégias para melhorias no processo de formação”, afirma a diretora Sônia Báo.
Outra mudança aprovada pelo Conselho é a implementação de novos critérios para o qualis artístico, cultural e classificação de eventos, que substitui o anterior qualis artístico. A mudança possibilita o uso desse indicador por áreas além de artes, como arquitetura, urbanismo e design, comunicação e informação, antropologia e arqueologia, ciência da computação. Vera Beatriz Siqueira, coordenadora da área de artes e do grupo de trabalho explica que o qualis artístico, cultural e classificação de eventos é mais inclusivo. “É possível usar o mesmo tipo de qualificação e indicadores para essas outras áreas, mantendo-se a importância de valorizar a produção artística, que é central nos programas da área de artes, um tipo de produção acadêmica e intelectual que precisa ser qualificada como as demais produções intelectuais.”
O processo de avaliação é feito pela Capes com a participação da comunidade acadêmica e científica, por meio de consultores. Além de certificar a qualidade da pós-graduação, que é referência para concessão de bolsas e recursos para o fomento à pesquisa, a avaliação identifica assimetrias regionais e áreas estratégicas do conhecimento no Sistema Nacional de Pós-Graduação para orientar ações de indução na criação e expansão de programas de mestrado e doutorado no país.
Assessoria de Comunicação Social
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PROUNI
Adesão à lista de espera do ProUni segue aberta até hoje
Atenção estudantes que tentam uma oportunidade no Programa Universidade para Todos (ProUni): o prazo para manifestar interesse em participar da lista de espera está aberto. Os interessados em continuar concorrendo a uma das bolsas disponíveis devem fazer sua manifestação na página do ProUni na internet nesta quinta, 7, e sexta-feira, 8. A relação dos candidatos participantes da lista de espera estará disponível para consulta pelas instituições na próxima segunda-feira, 11.
Todos os candidatos participantes da lista de espera terão que comparecer, entre os dias 12 e 13 de março, às respectivas instituições para apresentar a documentação que comprove as informações prestadas na inscrição. Para a primeira opção de curso escolhida, podem concorrer os estudantes que não tenham sido pré-selecionados nas chamadas regulares ou que, pré-selecionados na segunda opção de curso, não tenham sido beneficiados por não ter havido formação de turma.
Já para a segunda opção de curso escolhida durante a inscrição, podem manifestar o interesse na lista de espera aqueles que não tenham sido pré-selecionados nas chamadas regulares por não ter ocorrido formação de turma na primeira opção de curso; não tenham sido pré-selecionados nas chamadas regulares por não haver bolsas disponíveis na primeira opção de curso; ou que tenham sido pré-selecionados na primeira opção de curso, porém não tenha havido formação de turma.
Programa – O ProUni oferece bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior. Podem participar estudantes que fizeram o ensino médio na rede pública ou na rede particular na condição de bolsistas integrais; estudantes com deficiência; e professores da rede pública de ensino, no efetivo exercício do magistério da educação básica, integrantes de quadro de pessoal permanente de instituição pública.
Bolsas – Podem concorrer às bolsas integrais os candidatos que tenham renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.
Para concorrer é preciso ter participado do Enem de 2018 e ter obtido, no mínimo, 450 pontos na média das notas do Exame. Além disso, é preciso ter tirado nota maior que zero na redação.
Assessoria de Comunicação Social
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CORREIO BRAZILIENSE
EDUCAÇÃO
Governo exigirá cadastro de famílias que optem por ensino domiciliar
A medida provisória a ser enviada ao Congresso Nacional para regulamentar a educação domiciliar no país vai definir ações de acompanhamento e fiscalização dessa modalidade de ensino. Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse que as famílias que optarem pelo ensino domiciliar serão cadastradas, e as crianças vão passar por avaliações periódicas.
A intenção é que esses estudantes também possam ser inseridos em atividades culturais e esportivas, mesmo não frequentando a escola.
“Não vai ser uma coisa solta. As famílias que estão optando pelo ensino domiciliar serão cadastradas, a escola vai saber, o Ministério da Educação vai saber, o Ministério da Família vai saber. Vamos ter a fiscalização, o controle, as crianças serão visitadas e elas passarão por avaliações”, afirmou Damares.
Segundo a ministra, um grupo de trabalho ainda discute o modelo das avaliações que serão aplicadas às crianças do ensino domiciliar. “Estamos agora decidindo no grupo se essa avaliação será semestral, anual, se a criança deverá ir à escola uma vez a cada trimestre”, disse.
De acordo com a ministra, o ensino domiciliar é uma demanda de muitas famílias brasileiras, e a adesão a esse modelo deve crescer uma vez que for regulamentado. A proposta a ser envidada ao Legislativo foi construída pela pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e pelo Ministério da Educação.
A regulamentação do ensino domiciliar está entre as prioridades do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para os 100 primeiros dias do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Prevenção ao suicídio e à automutilação
Outra prioridade da pasta, a prevenção à automutilação e ao suicídio, será alvo de uma campanha nacional envolvendo as famílias, escolas, mídia e redes sociais para dar orientações de como lidar com essas situações. Segundo a ministra, o Facebook foi convidado a integrar o grupo de trabalho sobre o tema. “Entendemos que não dá para falar com o adolescente, com o jovem, sem envolver as redes sociais”, disse.
Damares definiu a automutilação e o suicídio entre os jovens como um “fenômeno” crescente. Ela apresentou dados de especialistas apontando que no Brasil 14 milhões de jovens se cortam. “A frase que a gente escuta das crianças, jovens e adolescente é dor na alma. Então precisa cortar o corpo para aliviar a dor da alma”.
Para a ministra, há “toda uma tragédia que traz a automutilação, que é a depressão, as marcas que ficam para sempre, a tristeza profunda, e precisamos lidar com esse fenômeno no Brasil”. Ela destacou que o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens no país: “Vamos precisar enfrentar isso com muita delicadeza, seriedade, e trazendo a família para esse processo”.
As redes sociais serão parte fundamental na campanha para combater essas práticas. Ela lembrou que um jovem faz uma busca na internet e encontra instruções de como se cortar ou cometer suicídio. “Estamos conversando com as redes sociais até onde podemos ir juntos e até onde eles podem melhorar seus mecanismos de proteção da criança, jovem e adolescente no Brasil”, afirmou a ministra.
Regulamentação da Lei Brasileira de Inclusão
Nos primeiros 100 dias do governo Bolsonaro a ministra espera ter regulamentado entre três e cinco artigos da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Para Damares, a lei é um avanço na proteção de direitos, mas tem muitos artigos que não foram regulamentados. “O que adianta ter uma lei no papel? Queremos que ela saia do papel e tenha efetividade.”
Segundo a ministra, foi criado um grupo de trabalho interministerial para propor a regulamentação da lei. A expectativa de Damares é que ao fim dos quatro anos de governo seja possível ter a totalidade da lei em condições de ser aplicada.
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EDUCAÇÃO
Iesb fará workshop internacional sobre cálculo de risco em construções
O Centro Universitário Iesb fará workshop internacional sobre cálculo de risco em construções, de 11 a 14 deste mês. O evento é gratuito e reunirá palestrantes do Brasil e internacionais, além de representantes de órgãos governamentais, pesquisadores e profissionais da área para criar um documento contendo sugestões sobre como implementar de forma mais eficiente o cálculo de risco em obras de engenharia civil, que será entregue ao governo federal.
O objetivo é analisar o risco de uma construção é um processo complexo e que envolve muitas variáveis, como a combinação dos materiais utilizados, o tipo de estrutura utilizado, o terreno onde a obra foi construída e o clima do local. O interesse global no cálculo de risco está aumentando nos últimos anos e o Iesb defende que os engenheiros devem ser preparados para se tornar gestores capazes de realizar cálculos do risco e sucesso para cada construção.
Entre os palestrantes estão: Hernando Eduardo Martinez Carvajal, da Universidade Nacional da Colômbia; Edwin Fabian Garcia Aristizabal, da Universidade de Antioquia (Colômbia); o professor Charles Dayler Silva de Almeida, do IESB, que também faz parte do Instituto Brasília Ambiental (IBRAM); e o professor do IESB Eduardo Montoya.
Anote!
Workshop Internacional risco de escorregamentos em regiões montanhosas
Data – 11 a 14 de março
Horário – Manhãs e tardes
Local – Câmpus Sul do Iesb: SGAS Quadra 613/614 - Asa Sul, Brasília
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EDUCAÇÃO
Professora paulista é finalista de prêmio considerado 'Nobel da educação'
Uma professora brasileira ganhou destaque internacional ao entrar para a lista dos 10 finalistas de um prêmio que é considerado o Nobel da educação: o Global Teacher Prize. O nome dela é Débora Garofalo. Formada em letras e em pedagogia, com pós-graduação em língua portuguesa pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela atua na rede pública de São Paulo há 14 anos e é a primeira mulher sul-americana a chegar à final do concurso.
O feito chama ainda mais a atenção pelo fato de a carreira docente ser desvalorizada no Brasil — tanto que somente 2,4 % dos jovens de 15 anos desejam trabalhar como educadores, segundo o relatório Políticas Eficientes para Professores, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Há 10 anos, 7,5% dos adolescentes tinham interesse na profissão.
O resultado do prêmio mundial de educação será divulgado em cerimônia em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em24 de março. O professor escolhido receberá a quantia de US$ 1 milhão, concedida pela Varkey Foundation, fundação de caridade global focada em melhorar os padrões de educação para crianças carentes.
Impacto na escola e na comunidade
Débora é orientadora de informática educativa na Escola Municipal de Ensino Fundamental Almirante Ary Parreiras, na Cidade Leonor, bairro de São Paulo. A professora inovou em sala de aula ao criar o Projeto de Robótica com Sucata, em que estudantes de 6 a 14 anos usam lixo para produzir robôs. Ela atribui o fato de chegar à final do “Nobel da educação”, desbancando mais de 10 mil candidatos de 179 países, a iniciativas como essa.
“Eu acredito que é o conjunto da obra. São os resultados apresentados, a questão da integração social entre comunidade e alunos e o fato de ser um trabalho pautado pelos objetivos sustentáveis da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da ONU (Organização das Nações Unidas)”, diz. “Uso a tecnologia como propulsora de aprendizagem e proponho que a robótica integre todas as áreas do conhecimento em cima da resolução de um problema que é a questão do lixo”, explica.
O projeto de Débora vai além dos limites da escola. Muitas aulas do projeto ocorreram na comunidade, retirando lixos. E, com uma iniciativa que envolveu os estudantes, suas famílias e os moradores da área, os alunos passaram a ver sentido no que estavam fazendo. Tudo isso gerou um sentimento de pertencimento e de que eles podem fazer a diferença. E os efeitos se mostraram também no colégio: o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) saltou de 3,5 para 5,2. Outra melhoria foi a redução da evasão escolar.
Satisfação
Débora reconhece que só chegar à final já é um feito e tanto. “É uma responsabilidade muito grande porque você se torna um exemplo. É um momento para a gente repensar e incluir a aprendizagem criativa e o ensino de robótica no currículo das escolas, criando novos caminhos”, defende. Ela destaca o valor de uma professora brasileira estar na lista dos 10 melhores globalmente. “Isso rompe alguns tabus. A mulher é vista no Brasil com muito preconceito por trabalhar com tecnologia. Um professor dessa área é pouco valorizado”, aponta.
“Então, esse resultado mostra o quanto é linda a nossa profissão e o quanto precisamos valorizar as mulheres”, afirma. A chance de concorrer com os melhores do mundo a partir de um trabalho que envolve tecnologia é, para Débora, sinal claro que de essa temática deve ser mais trabalhada na educação. “Precisamos ouvir os nossos alunos. Eles precisam de tecnologia para aprender. O mundo mudou e a profissão de docente também”, percebe.
“Temos que trazer as novas tendências para a sala de aula. É um caminho para reinventarmos o ensino e pensarmos em uma escola que não só produza conhecimento, mas que também contribua com soluções locais”, elucida. Débora se interessou por trabalhar com tecnologia como professora por ter trabalhado na indústria e percebeu que fazia falta aos estudantes conhecimentos de informática e programação.
De acordo com a docente, este é um momento propício para desenhar políticas públicas mais efetivas no campo. “Precisamos que a voz dos professores seja ouvida para que eles sejam valorizados. Muitas práticas que a gente busca, como inovação, já ocorrem em sala de aula”, observa. “Então, é preciso que as políticas públicas, além de dar um suporte maior ao educador, sejam capazes de valorizar essas práticas já existentes e que elas sejam implementadas no resto do Brasil”, destaca.
O caminho da docência
Ainda na infância, Débora decidiu seguir a carreira docente. “Carreguei durante muito tempo uma lousa para cima e para baixo, gostava muito de poder ensinar meus colegas. Quando terminei o fundamental II, eu já sabia que queria entrar na escola do magistério”, lembra. Depois disso, veio a faculdade de letras. “Não consegui passar na USP (Universidade de São Paulo) por dois pontos. Esse foi meu primeiro rompimento com a educação.”
Naquela época, Débora já lecionava e decidiu se afastar das salas de aula para trabalhar na indústria, na área de recursos humanos. “Foi ótimo, porque eu pude vivenciar a tecnologia e o mercado de trabalho”, destaca. É exatamente a falta desse tipo de vivência que ela critica na formação dos professores brasileiros. “Primeiro, a faculdade é muito ineficaz, ela não prepara o professor para enfrentar o chão da escola. Em segundo lugar, é fundamental o docente ter essa visão de mercado de trabalho”, afirma.
É por aí que ela acredita que os currículos das graduações em licenciaturas deveriam ser revolucionados. “É muito frustrante ver a quantidade de jovens que se formam e desistem da profissão. Escola não é uma ilha. Está na hora de integrarmos a universidade às escolas públicas e repensar o ensino docente. A pedagogia poderia ser em tempo integral de modo que, em um dos períodos, o estudante já estivesse na escola”, propõe.
Desafios
Ser professor não é uma missão fácil. Débora admite que chegou a pensar em largar a profissão. “Os desafios são muitos, você vê alunos passando fome, a violência sendo transferida para dentro da escola... Convive com a falta de recursos, salas cheias”, elenca. “Muitas vezes, eu coloco dinheiro do meu bolso para adquirir as coisas. Foi no que investi recursos que ganhei de alguns prêmios”, comenta. “Pensei em desistir muitas vezes, mas nunca fiz isso pelos alunos. Por onde passei, tive alunos maravilhosos. Sempre depositei altas expectativas neles porque eu acredito em uma educação transformadora, que faça sentido”, destaca.
Mais pratas da casa
Outro brasileiro que se destacou no Global Teacher Prize este ano é Jayse Antonio da Ferreira, professor de arte na Escola Erem Frei Orlando, em Itambé (PE). Com Débora e outros 48 docentes de diversos países, ele chegou à semifinal do concurso. Nos últimos dois anos, os brasileiros Diego Mahfouz Faria Lima, de São José do Rio Preto (SP), Rubens Ferronato, de São Paulo (SP), Wemerson Nogueira, de Boa Esperança (ES) e Valter Menezes, de Santo Antônio do Rio Tracajá (AM) também tiveram lugar entre os finalistas.
O “Nobel da educação” existe desde 2013, quando a Fundação Varkey fez um estudo em 21 países para explorar atitudes sobre a profissão docente, incluindo salários, a atitude dos alunos, e os sistemas educacionais. Os resultados mostraram que o status da profissão havia caído e as descobertas fizeram com que fundação fundasse o Global Teacher Prize como uma resposta com o objetivo de elevar o perfil da profissão.
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GLOBO.COM
EDUCAÇÃO
Quatro anos após adesão ao Sisu, USP consegue selecionar quase todas as vagas oferecidas na 1ª chamada
Na edição do primeiro semestre de 2019 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a Universidade de São Paulo (USP) conseguiu preencher praticamente todas as 2.782 vagas oferecidas no sistema. Segundo dados levantados pelo G1 no site do Sisu, apenas duas vagas ficaram sobrando no primeiro resultado do sistema, divulgado em 28 de janeiro.
Entre as duas vagas remanescentes, uma foi oferecida no curso do ciclo básico de materiais e metalúrgica na Escola Politécnica, e a outra é do curso de engenharia de materiais e manufatura na Escola de Engenharia de São Carlos.
Na edição de 2018 do Sisu, a USP diz que 48 vagas ficaram sem preenchimento na chamada regular. A instituição ofereceu 2.745, e 2.697 candidatos foram aprovados na chamada regular, o que representa 98,2% da oferta.
Os dados se referem apenas à primeira chamada do Sisu. Depois dessa divulgação, os candidatos precisaram confirmar a matrícula, incluindo a apresentação de documentos comprovando o direito às cotas. Até março a USP também vai publicar um total de três chamadas da lista de espera para as vagas que ainda não tiverem sido ocupadas.
As cotas na USP
Esse foi o primeiro ano em que a USP aplicou o sistema de cotas tanto no Sisu quanto no vestibular tradicional da Fuvest, desde a inscrição. O objetivo é cumprir a meta de 40% dos calouros em cada curso oriundos da rede pública de ensino.
Além disso, a USP adotou a mesma cota racial da Lei Federal de Cotas: o número de vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas (PPI) deve corresponder à mesma proporção da população no Estado; no caso de São Paulo, a USP usa como referência a proporção de 37,5%, mas apenas os estudantes de escola pública podem concorrer nas cotas raciais.
Edital menos exigente
Esse também foi o primeiro ano em que as notas mínimas no Enem exigidas pela USP para candidatos do Sisu foram adequadas para garantir um número de inscritos maior do que o de vagas.
No ano passado, o G1 mostrou como cinco cursos que tinham nota mínima de pelo menos 650 pontos ficaram sem nota de corte por falta de inscritos – alguns chegaram a exigir 800 pontos em matemática. Uma comparação com os microdados dos candidatos de edições anteriores do Enem mostram que, no universo total de estudantes que fizeram a prova, o número deles que tinham a nota esperada pela USP não passava de 1,5 mil.
Das 15 vagas de medicina na FMUSP para estudantes de escola pública pretos, pardos ou indígenas, só uma foi preenchida.
O que diz a USP
Ao G1, a Reitoria da USP afirmou que "o redimensionamento das notas mínimas realizado por algumas Unidades de Ensino e Pesquisa contribuiu para esse processo", mas atribuiu o êxito da seleção à implantação de um sistema de matrícula virtual e ao maior conhecimento do Sisu.
"Os candidatos passaram a ter maior conhecimento do Sisu como forma de ingresso na USP, já que 2019 é o quarto ano em que a USP adota o sistema", disse a instituição, em nota.
"Em segundo lugar, neste ano, a USP implantou o sistema de matrícula virtual tanto para os aprovados no Sisu quanto na Fuvest. Com esse sistema, os estudantes não precisam mais comparecer presencialmente na Universidade para a matrícula, já que todo o processo é on-line. Houve uma otimização do processo de ingresso, pois o estudante só deve comparecer na Seção de Alunos para a confirmação da matrícula e apresentação dos documentos originais após o início das aulas."
Histórico da inclusão na USP
2015:
Com 91 votos a favor, 10 contra e 1 abstenção, o Conselho Universitário da USP (CO) aprovou a adesão parcial ao Enem e ao Sisu em caráter "experimental".
No total, 1.489 vagas de graduação na USP foram oferecidas pelo Sisu, o que representou 13,5% de todas as vagas do vestibular. As demais continuaram a ser disputadas pela Fuvest. Na prática, porém, foi o primeiro ano em que a USP reservou vagas para cotas específicas de escola pública e cor/raça.
A adesão das faculdades era facultativa na época, e a Faculdade de Medicina da USP ficou de fora do Sisu. "As provas são diferentes. O Enem é avaliatório, a Fuvest é seletiva. A Fuvest tem 40 anos, nunca deu problema", disse o diretor da FMUSP em 2015.
2016:
No termo de adesão ao Sisu, vários cursos da USP, em sua estreia, decidiram exigir uma nota mínima de 700 pontos no Enem.
Em seu primeiro ano no Sisu, a USP conseguiu preencher apenas 54,7% das vagas oferecidas; 675 das 1.489 vagas ficaram sobrando após a seleção do Sisu, e então foram remanejadas para a seleção da Fuvest.
2017:
No segundo ano, algumas mudanças foram feitas na participação da USP no Sisu. Uma delas foi aumento de 57% no número de vagas oferecidas no sistema.
Já o número de vagas reservadas para as cotas raciais cresceu 367%. Além disso, a maioria dos cursos aderiu parcialmente ao Sisu, com exceção de 22 deles, inclusive o de medicina na FMUSP.
Nesse ano, a USP chegou a atingir a porcentagem de 36,9% dos calouros oriundos do ensino médio em escola pública. Apesar de recorde, o número ainda estava longe da previsão da universidade, que esperava atingir marca de 50% em 2018.
Para o vestibular do ano seguinte, a USP tomou outra decisão histórica, e aprovou uma resolução que, na prática, instituía o sistema de cotas também na Fuvest, adiando para 2021 a meta de chegar a 50% de calouros saídos da rede pública.
Para o vestibular 2018, a participação do Sisu no total de vagas de graduação na USP chegou a 24,6%, incluindo, pela primeira vez, vagas de medicina da FMUSP.
A cota racial segue o mesmo critério da Lei Federal de Cotas: o número de vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas (PPI) deve corresponder à mesma proporção da população no Estado; no caso de São Paulo, a USP usa como referência a proporção de 37,5%, mas apenas os estudantes de escola pública podem concorrer nas cotas raciais.
2018:
No ano passado, a expansão de cursos no Sisu levou mais uma vez à definição de notas mínimas altas demais para garantir a participação de candidatos. Um levantamento do G1 mostrou que cinco cursos da USP exigindo notas de pelo menos 650 pontos nas provas do Enem ficaram sem notas de corte parciais do Sisu, porque o número de candidatos foi menor que o de vagas.
Na primeira vez que a medicina da FMUSP destinou 15 vagas para estudantes de escola pública que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas (PPI), apenas uma candidata cumpria esses requisitos e também as notas mínimas exigidas de 700 pontos em todas as provas.
Na primeira chamada do Sisu, 48 vagas oferecidas da USP ficaram vagas porque não havia candidatos que preenchiam os critérios.
Depois de todas as etapas de matrícula, o curso de medicina da FMUSP não conseguiu matricular o número mínimo esperado de estudantes PPI. De 248 vagas preenchidas, 109 matrículas foram feitas por estudantes que fizeram o ensino médio na rede pública, sendo que 33 deles também se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas.
A USP, porém, disse que cumpriu a meta global em relação à proporção de estudantes de escola pública e pretos, pardos ou indígenas sobre o total de ingressantes.
De acordo com os dados declarados pelos estudantes no ato da matrícula, a USP matriculou 11.030 calouros no ano passado, sendo que 4.744 (ou 43% do total) estudaram em escola pública, e 1.855 desses são da categoria PPI.
2019:
A partir deste ano, a meta agora exige que cada curso de graduação reserve 40% das vagas para alunos da rede pública. Ou seja, não basta que a média da unidade ou da própria USP atinja a meta, é preciso que cada curso também chegue a esse patamar.
No total, foram oferecidas 11.147 vagas, sendo 8.365 delas pela Fuvest (a grande maioria na ampla concorrência) e 2.782 pelo Sisu (a grande maioria pelas cotas). A participação do Sisu nas vagas do vestibular da USP chegou a 25%.
Além disso, pela primeira vez, a própria Fuvest instituiu um sistema de reserva de vagas desde o ato da inscrição, para garantir o cumprimento da meta.
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ENCCEJA
Encceja será aplicado em 4 de agosto; inscrições começam em maio
O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2019 será aplicado no dia 4 de agosto. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as inscrições irão do dia 20 ao 31 de maio.
Quem chegou a se inscrever no ano passado, não compareceu ao local de prova e deseja participar em 2019 terá de justificar a ausência entre 15 e 24 de abril, enviando ao Inep documentos que comprovem o motivo da ausência. Mais detalhes sobre o procedimento serão informados no edital, previsto para abril.
A prova é aplicada para jovens e adultos que não se formaram na idade correta e que querem pleitear um diploma de ensino fundamental (a partir dos 15 anos) ou de ensino médio (a partir de 18 anos). A participação é gratuita e voluntária.
Não basta fazer o exame para conseguir os documentos. É necessário atingir um patamar mínimo de 100 pontos em cada uma das áreas de conhecimento exigidas no Encceja, e de 5 pontos na redação.
Calendário
Justificativa de ausência na prova de 2018: de 15 a 24 de abril
Divulgação do edital: em abril
Inscrições: de 20 a 31 de maio
Data da prova: 4 de agosto
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FOLHA.COM
EDUCAÇÃO
Estudando à luz de poste, jovem alagoano ganha medalhas de matemática
A energia da casa foi cortada em maio, exatamente no mesmo período em que o estudante da rede estadual de Alagoas, Wellington José da Silva Leite, 16, havia iniciado a preparação para a OBMEP, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
Ainda assim, com o auxílio da luz do poste, posicionado perto da janela do quarto, ele conquistou duas medalhas na competição de 2018. Uma de ouro, na etapa estadual, e prata, na nacional.
A escola Onélia Campelo, onde ele cursou o 2º ano do ensino médio, fica na periferia de Maceió. Wellington Leite é filho de uma catadora de recicláveis e aponta a força da mãe e o apoio do professor como motivos da conquista.
O horário noturno era o único livre para fazer as tarefas que levava para casa, após as aulas regulares e as de reforço.
A força de vontade impressionou o professor e orientador José Lucyan Mendonça, 32, que começou a ensinar na escola em que Wellington estuda em 2018. A preparação teve início em março com 25 alunos, e terminou com oito. As provas da olimpíada aconteceram em setembro.
Ao todo foram mais de cem horas de estudos, das quais 78 de forma voluntária. Ele viu o potencial. “Foi muito gratificante ver essa evolução. Eu queria fazer algo para ajudá-lo porque é bom ver meu aluno crescer”, afirma.
O professor foi conhecer de perto a realidade do aluno e descobriu que, para estudar em casa à noite, Wellington levava o material ao quarto da mãe, na parte de cima da casa, pois o cômodo recebia iluminação direta do poste na rua. “Ele estudava em cima da cama dela, que ficava próxima da janela”.
A energia foi cortada quando a mãe do estudante parou de pagar e contestou os valores junto à concessionária.
A dívida se acumulou e chegou a cerca de R$ 1.500, que foi pago em dezembro por um grupo de voluntários, três meses após a Olimpíada, quando a história do aluno ganhou repercussão local.
Com a ajuda do poste e também de velas, ele resolvia desafios matemáticos do 3º ano, que ainda não cursava. Wellington diz que a mãe foi importante neste período. “Ela sempre trabalhou para me dar educação boa”.
Teresinha Medeiros Leite, 48, que não sabe ler nem escrever, fala da conquista do filho como um prêmio à sua dedicação. “Ele sempre foi estudioso. Deixava de comer para fazer as tarefas. Eu fui catar reciclável para cuidar dele. Eu falava pra ele: ‘Meu filho, eu não tenho estudo. Você vai ter’”.
No dia do resultado foi ela que insistiu para que ele corresse na LAN house para acessar a internet e conferir a lista.
A história de Wellington inspirou os colegas da escola, que agora querem ter reforço escolar com ele. Devido à repercussão da conquista na OBMEP a energia foi restabelecida e ele passou a receber roupas e cestas básicas.
O medalhista começou em janeiro um curso de extensão no departamento de matemática na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), já está inscrito no Programa de Iniciação Científica (PIC) da OBMEP e se prepara para voos mais altos. Quer ser cientista.
O maior sonho é dar melhores condições de vida à mãe. “Nunca desista dos seus sonhos. Siga em frente e estude. Nada é empecilho para o estudo. É a base de tudo. Não importa o que você quer fazer, estudar é essencial”, diz.
Em todo o Brasil, 18 milhões de pessoas se inscreveram para a primeira fase das provas da OBMEP 2018, e 950 mil na segunda fase.
Em Alagoas, 350.497 jovens participaram da competição, dos quais 168 mil da rede estadual. Na etapa nacional o estado conquistou 90 medalhas —77 bronzes, 12 pratas e 1 ouro— e 447 menções honrosas.
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OPINIÃO
Em 1975, a Islândia viveu o que ficou conhecido como “Sexta-feira longa”. Não se trata dos famosos dias intermináveis, com sol até meia-noite, próprios de lugares próximos aos círculos polares.
Em 2 de novembro daquele ano, as mulheres islandesas deixaram suas casas, seus filhos e seus trabalhos e foram para as ruas em passeata. “O dia de folga das mulheres” ou “a greve das mulheres”, como também ficou conhecido, teve efeitos surpreendentes pela adesão maciça, 90% das mulheres, e por suas repercussões.
Os homens tiveram que levar os filhos ao trabalho e os estoques de salsicha acabaram quase imediatamente nos supermercados. Do fundo das emissões de rádios, se podia ouvir as vozes de crianças que corriam pelos estúdios, uma vez que os pais não tinham com quem deixá-las. Muitas empresas fecharam por falta de funcionárias e as ruas ficaram tomadas.
Cinco anos depois, a mesma Islândia —reconhecida como o país mais igualitário do mundo— elegeria Vigdis Finnbogadottir, mãe solteira, divorciada e primeira mulher da história eleita chefe de Estado democraticamente.
Quarenta e quatro anos depois, o Dia Internacional das Mulheres será comemorado na próxima sexta-feira, em um país que tem o Ministério da Mulher, da Família e do Direitos Humanos encabeçado por uma senhora declaradamente antifeminista.
Não deixa de ser paradoxal lembrar que graças ao feminismo as mulheres puderam participar diretamente da política, direito sem o qual a dupla ministra —da igreja e do Estado— jamais poderia pensar em exercer um cargo público.
Vale lembrar que foi à base de muita luta e algumas mortes que esse direito foi conquistado. A Nova Zelândia saiu na frente em 1893; o Brasil permitiu o sufrágio feminino em 1932 e a lanterninha, Arábia Saudita, só o fez a partir de 2015.
Parece óbvio que as mulheres tenham o direito a escolher candidatos que as representem, mas nada era óbvio quando elas enfrentavam a polícia, perdiam seus empregos, a liberdade, a reputação e a vida para fazer valer o direito da qual a citada ministra usufrui levianamente. Muitos homens têm lutado ao nosso lado por essas conquistas.
Mas, e o direito de decidir o que fazer com nossos próprios corpos, o direito à escolha de levar ou não uma gestação adiante? Soa tão revolucionário quanto o sufrágio soava há cem anos. Sofremos represálias, prisões, maus-tratos, morremos aos montes, gestamos filhos de estupradores ou filhos indesejados, somos ameaçadas de morte. Mas a história está do nosso lado.
O mapa da descriminalização e legalização do aborto repete a progressão mundial lenta, mas certeira, na direção da liberdade das mulheres, como aconteceu com o sufrágio universal. Não desanimemos.
Embora o feminismo seja um movimento pacífico da sociedade civil, enfrenta reações violentas de pessoas contrárias à emancipação das mulheres. O aumento de estupros, feminicídios, omissões e desrespeitos de todas as ordens surge como tentativa de intimidação das mulheres que dizem não.
Desde os anos 1960, o feminismo vem sendo pensado em articulação com as questões de raça, classe social, gênero e orientação sexual e o Dia das Mulheres deve ser comemorado mais do que nunca. Movimentos pacíficos com esse poder de transformação social são raríssimos na história da humanidade e apontam para uma forma única de resistência ao horror não apenas das mulheres, mas de todos aqueles que se entendem por humanos.
Que a próxima sexta-feira seja a mais longa de todas!
Por Vera Iaconelli
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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.
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