Goiânia, 17 de agosto de 2018
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Estudante adapta receita para estimular preparo caseiro e consumo de alimentos mais saudáveis
Aplicativo do Enade proporciona mais facilidades aos candidatos
Inscrições a bolsas remanescentes abrem na próxima segunda, 20
Aberto cadastro de habilitação para Exame Nacional de Desempenho
UOL EDUCAÇÃO
O perigo das Fake News na preparação para vestibulares e Enem
Cursos menos procurados do ProUni
CORREIO BRAZILIENSE
Pela primeira vez, país ganha código de ética do estudante de medicina
Evento em SP debate pensamento avaliativo e transformação social
GLOBO.COM
Universidade americana anuncia que vai deixar de cobrar mensalidade de estudantes de medicina
A menina de 3 anos que entrou para clube internacional de superdotados
FOLHA.COM
Explosão em laboratório da UFRJ deixa três feridos no Rio
Pós-graduandos questionam exigência de inglês para estudar em Portugal
N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O
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TRILHAS DA EDUCAÇÃO
Estudante adapta receita para estimular preparo caseiro e consumo de alimentos mais saudáveis
Uma receita que resgata o prazer de cozinhar um alimento mais saudável e que pode se tornar uma opção de renda extra para muitas famílias. É a aposta do jovem Matheus de Jesus Gomes, de 20 anos, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), campus Florianópolis, que tornou possível fazer em casa um pão de padaria. Essa história você ouve esta semana no Trilhas da Educação, programa produzido e transmitido pela Rádio MEC.
Adaptado de uma receita americana, o pão sem sova e assado em panela de ferro é um dos projetos desenvolvidos ao longo do quinto módulo do curso superior de tecnologia em gastronomia. Matheus descobriu que é possível alcançar bons resultados para a panificação do pão sovado sem a utilização de equipamentos de padaria, como batedeiras e fornos, além de não utilizar o fermento químico.
De acordo com o estudante, essa é uma receita de Nova York que ficou bem famosa. “Quando eu descobri achei bem interessante”, lembra ele. “Tinha acabado de começar o curso e ainda não tinha os equipamentos para fazer os pães em casa. Queria chegar a resultados parecidos com o que a gente fazia na faculdade”, afirma Matheus.
Matheus procurou os professores da instituição e logo um projeto de pesquisa foi criado. Ele desenvolveu uma receita e adaptou o tempo de fermentação da massa. O preparo que demorava entre 15 e 16 horas passou para 9 horas. O estudante defende que esse pão que pode ser feito em casa é mais saudável e oferece menos riscos de alergias a ingredientes da massa, por não ser industrializado.
O gosto pela gastronomia vem de casa, já que a família de Matheus tem experiência na área, mas segundo ele foi o ensino superior que possibilitou novas descobertas e motivou a continuidade dos estudos. “Eu tive uma experiência prática anterior, a faculdade foi muito importante para essa parte científica, de pesquisa mesmo. Atualmente, trabalho com o desenvolvimento de pães para o meu TCC, usando farinha de Ibicuí, que é um coquinho nativo da caatinga”, enfatiza o estudante.
Após esse modelo de pão despertar interesse, Matheus pretende agora adaptar outras receitas, descomplicando e tornando mais acessível o ato de cozinhar. “É um mercado que está em crescimento. As pessoas se interessam cada vez mais pelo pão que elas consomem. Eu acho muito interessante dar oportunidade a todos de atingir esse tipo de resultado em casa, deixar de ser algo muito distante da realidade”, concluí o estudante.
Assessoria de Comunicação Social
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TECNOLOGIA
Aplicativo do Enade proporciona mais facilidades aos candidatos
Os participantes do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) agora contam com um aplicativo para resolver várias situações relacionadas ao exame. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) lançou o App Enade na terça-feira, 14, que já está disponível nas plataformas Google Play e Apple Store. Com a nova tecnologia, todas as etapas de responsabilidade do participante podem ser feitas por meio de smartphones e tablets.
No aplicativo, é possível consultar, de maneira rápida e fácil, o cronograma completo do exame, um mural de avisos constantemente atualizado pelo Inep com as principais informações, além de uma seção de perguntas frequentes. Pelo app será possível preencher o cadastro, solicitar atendimento especializado, específico ou por nome social, se necessário. O questionário do estudante também poderá ser preenchido pela nova ferramenta, dando acesso à consulta ao local de provas, quando essa informação estiver disponível.
Cadastro – Também na terça-feira, 14, o Inep abriu o período de cadastro dos estudantes concluintes habilitados ao Enade 2018, que deve ser feito até 21 de novembro, às 23h59 (horário de Brasília), pelo Sistema Enade ou pelo aplicativo. Só podem se cadastrar os estudantes que foram previamente inscritos pelos coordenadores de curso. Para realizar o cadastro, é necessário selecionar a opção Primeiro Acesso para criar login e senha.
Foi aberto ainda o período para solicitação de atendimento específico e especializado. As duas etapas são responsabilidade do estudante e foram introduzidas na edição passada do exame. Este ano, serão avaliados estudantes dos cursos que conferem diploma de bacharel em 14 áreas, além de 13 áreas que conferem diploma de tecnólogo. O estudante habilitado que não identificar sua inscrição no Sistema Enade deverá solicitar esclarecimentos e providências diretamente com o coordenador de curso, que terá até 31 de agosto para retificar as inscrições. Também é responsabilidade do estudante verificar se o cadastro foi concluído com sucesso, para garantir que possa responder ao questionário do estudante e participar da prova em 25 de novembro.
Enade – O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação e é composto por dois instrumentos obrigatórios: uma prova para avaliação de desempenho dos estudantes e um questionário do estudante. De acordo com a legislação, devem ser inscritos no exame os estudantes ingressantes e concluintes dos cursos de graduação avaliados na edição. No histórico escolar do estudante ficará registrada a situação de regularidade em relação ao Enade.
Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep
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PROUNI
Inscrições a bolsas remanescentes abrem na próxima segunda, 20
As inscrições para as bolsas remanescentes do Programa Universidade para Todos (ProUni) referentes ao segundo semestre de 2018 serão abertas na próxima segunda-feira, 20. Os alunos matriculados nas instituições de ensino superior devem se inscrever até 28 de setembro. Já para os estudantes não matriculados, o prazo é menor e vai até 24 de agosto. O edital com o cronograma do programa foi publicado nesta quinta-feira, 16, no Diário Oficial da União (DOU).
O ProUni oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em cursos de graduação de instituições privadas de educação superior. As integrais se destinam aos estudantes com renda per capita de até 1,5 salários mínimos. Já as bolsas parciais contemplam os candidatos que têm renda familiar per capita de até três salários mínimos.
Podem concorrer às bolsas do ProUni brasileiros sem diploma de curso superior e que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2010, com nota superior a 450 pontos e sem ter zerado a prova de redação. As inscrições devem ser feitas pela internet, na página do programa.
É necessário, ainda, que o candidato atenda a pelo menos um dos requisitos a seguir: ter cursado o ensino médio completo em escola pública ou em instituição privada como bolsista integral; possuir alguma deficiência, ser professor da rede pública ou estar enquadrado no perfil de renda exigido pelo programa.
Assessoria de Comunicação Social
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ENADE
Aberto cadastro de habilitação para Exame Nacional de Desempenho
Começou na manhã desta terça-feira, 14 de agosto, o cadastro dos estudantes concluintes habilitados ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2018. Também foi aberto o período para solicitação de atendimento específico e especializado. As duas etapas são responsabilidade do estudante e foram introduzidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na edição passada do Exame. Este ano, serão avaliados estudantes dos cursos que conferem diploma de bacharel em 14 áreas, além de 13 áreas que conferem diploma de tecnólogo.
O cadastro deve ser feito até 23h59 (Horário de Brasília) de 21 de novembro, pelo Sistema Enade ou pelo Aplicativo do Enade, já disponível na Google Play e, em breve, na Apple Store. Só podem se cadastrar os estudantes previamente inscritos pelos coordenadores de curso. Para realizar o cadastro é necessário selecionar a opção “Primeiro Acesso” e criar login e senha. O Inep solicita o número de CPF, além de telefone e e-mail válidos.
O estudante habilitado que não identificar sua inscrição no Sistema Enade deverá solicitar esclarecimentos e providências diretamente com o coordenador de curso, que terá até 31 de agosto para retificar as inscrições. Também é responsabilidade do estudante verificar se o cadastro foi concluído com sucesso, para garantir que possa responder ao Questionário do Estudante e participar da prova em 25 de novembro.
Atendimentos – A Política de Acessibilidade do Inep garante atendimento especializado, específico e por nome social aos estudantes que requererem e comprovarem sua necessidade. O prazo para solicitar atendimento específico e especializado vai de 14 de agosto a 3 de setembro, por meio do Sistema Enade. É necessário informar a condição que motiva a solicitação de atendimento e ter documentos comprobatórios. A solicitação de atendimento por nome social é posterior, de 4 a 10 de setembro.É oferecido atendimento especializado para pessoas com baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, autismo e/ou discalculia.
O atendimento específico é direcionado a gestantes, lactantes, idosos ou pessoa com outra condição específica.O estudante também precisa informar se precisa de algum auxílio de acessibilidade para fazer o Exame, como prova em Braille, prova com letra ampliada (fonte de tamanho 18 e com figuras ampliadas), prova com letra superampliada (fonte de tamanho 24 e com figuras ampliadas), tradutor-intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), guia intérprete para pessoa com surdocegueira, auxílio para leitura, auxílio para transcrição, leitura labial, tempo adicional, sala de fácil acesso e mobiliário acessível.
Cursos avaliados – Em 2018, o Enade vai avaliar os estudantes dos cursos que conferem diploma de bacharel nas áreas de: Administração, Administração Pública, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social - Jornalismo, Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, Design, Direito, Psicologia, Relações Internacionais, Secretariado Executivo, Serviço Social, Teologia e Turismo. Também serão avaliados os cursos que conferem diploma de tecnólogo nas áreas de: Tecnologia em Comércio Exterior, Tecnologia em Design de Interiores, Tecnologia em Design de Moda, Tecnologia em Design Gráfico, Tecnologia em Gastronomia, Tecnologia em Gestão Comercial, Tecnologia em Gestão da Qualidade, Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, Tecnologia em Gestão Financeira, Tecnologia em Gestão Pública, Tecnologia em Logística, Tecnologia em Marketing e Tecnologia em Processos Gerenciais.
Enade – O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação e é composto por dois instrumentos: uma prova para avaliação de desempenho dos estudantes e um Questionário do Estudante. De acordo com a legislação, devem ser inscritos no Exame os estudantes ingressantes e concluintes dos cursos de graduação avaliados na edição. No histórico escolar do estudante ficará registrada a situação de regularidade em relação ao Enade.
Assessoria de Comunicação Social
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UOL EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
O perigo das Fake News na preparação para vestibulares e Enem
Escolas e cursinhos preparatórios para vestibulares e Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm demonstrado preocupação com a propagação das notícias falsas, também chamadas de fake news (termo em inglês). O temor é que os estudantes acessem essas informações falsas e cometam erros durante as provas.
Um estudo conduzido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, revelou que a chance de uma informação falsa ser repassada é 70% maior que a de notícias verdadeiras. O sensacionalismo e a manifestação de sentimentos como medo, rejeição e surpresa acabam atraindo o público para o conteúdo mentiroso.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, manifestou preocupação com as notícias falsas que divulgam dados incorretos e pesquisas nunca feitas pelo instituto. Dados econômicos e sociais coletados pelo IBGE são comuns nas provas de vestibulares e Enem.
Reação dos colégios
Em Campinas (SP), o Colégio e Curso Oficina do Estudante organizou aulas específicas para tratar de fake news. Segundo o Professor Antunes Rafael, coordenador pedagógico do Oficina, a iniciativa partiu dos professores de geografia, filosofia e atualidades.
A intenção das aulas específicas é incentivar uma leitura crítica dos meios de comunicação e das redes sociais, evitando que os estudantes se informem por notícias falsas. “As provas de ciências humanas do Enem costumam trazer assuntos que são bem atuais, por isso, a importância de estar bem informado e saber das implicações das fake news para a sociedade como um todo”, explica o professor.
A estudante do terceiro ano do ensino médio Estela Romero, que está se preparando para as provas do Enem, contou que já foi surpreendida por notícias falsas, especialmente nas redes sociais. “É comum receber notícias com manchetes chamativas e acabar se interessando, afinal, em ano de preparação para o vestibular, é importante estar bem informado”, pontua a estudante.
Estela relata também que, com as explicações dos professores do cursinho, hoje busca checar as informações em fontes seguras. “A orientação é questionar sempre as informações e buscar outros dados em sites conhecidos e confiáveis”, considera.
A disseminação de informações falsas pode ser extremamente nociva para toda a sociedade. Recentemente, a difusão de boatos sobre a vacinação contra o sarampo tem provocado medo e uma evasão de pessoas que deveriam se vacinar.
O Professor Antunes Rafael esclarece que é necessário filtrar as informações, independente do veículo que publicou, antes de compartilhar. Em todos os casos, é essencial estar munido dos fatos e não apenas de uma publicação que foi compartilhada por muitas pessoas.
“Uma informação que foi propagada por milhares ou milhões de pessoas não corresponde, necessariamente, à verdade” (Professor Antunes Rafael)
E no Enem?
Além das provas de Humanas no Enem, estar bem informado sobre atualidades é essencial para que o participante faça uma boa prova de Redação. De acordo com a Professora de Redação Fabíula Neubern, do Cursinho Poliedro, de São Paulo, existe o risco de o estudante levar uma informação falsa para seu texto e ser prejudicado com um argumento inconsistente.
Apesar de ter contato com uma coletânea para embasar seu texto, é importante que o estudante leve para redação fundamentos de sua visão de mundo. “Uma das áreas avaliadas pelo corretor é a capacidade de trazer para a redação aquilo que ele aprendeu na vida escolar nas outras áreas, articulando o seu conhecimento de mundo”, esclarece a professora.
Assim, se o estudante não busca fontes seguras para se informar, há um grande risco de ser prejudicado, seja respondendo questões de humanidades, seja construindo argumentos na prova de redação. A Professora Fabíula aponta ainda que estar preso aos textos motivadores do exame deixa o estudante numa zona muito superficial do tema, atrapalhando o seu desempenho na prova.
A dica, portanto é, duvidar das informações, das mais óbvias até as mais esdrúxulas, buscando mais detalhes ou outra visão dos fatos em veículos diferentes. Dessa forma, além de ter certeza do que é fato e do que é fake, o estudante vai ter embasamento para construir seus próprios argumentos.
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RANKING
Cursos menos procurados do ProUni
Conseguir uma bolsa de estudo no Programa Universidade para Todos (ProUni) não é uma tarefa fácil. Além de cumprir todos os requisitos para a participação no programa e conseguir uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os candidatos precisam enfrentar uma grande concorrência, dependendo do curso.
Direito, Administração e Pedagogia são alguns dos cursos mais procurados do ProUni, que exigem notas altas no Enem para conseguir a bolsa. No entanto, outras carreiras têm baixa procura e, em algumas edições, até sobram bolsas de estudo. Geralmente, são cursos oferecidos em poucas instituições ou com o mercado de trabalho ruim.
Veja a seguir alguns dos cursos menos procurados do ProUni, com base nos dados das duas edições realizadas em 2017.
Música
Estatística
Tecnologia em Polímeros
Tecnologia em Mídias Sociais
Tecnologia em Papel e Celulose
Tecnologia em Viticultura e Enologia
Tecnologia em Serviços Jurídicos
Tecnologia em Produção Sucroalcooleira
Tecnologia em Saneamento Ambiental
Tecnologia em Sistemas Biomédicos
Música
Muitas pessoas estudam Música durante alguma fase da vida, mas poucos decidem pela faculdade. No ProUni, há vagas em diversas habilitações do curso, como Regência, Composição, Música Popular Brasileira (MPB), Canto, Cordas, Instrumento, entre outras. A oferta de vagas no ProUni não é grande porque a maior parte das faculdades exigem um teste de habilidade específica no processo seletivo.
Estatística
O curso de bacharel em Estatística só teve 12 interessados na edição de 2017 do ProUni. Apenas duas faculdades particulares oferecem o bacharelado no Brasil, o que justifica a baixa procura. Além disso, muitos preferem cursar Matemática, Economia ou Ciências Contábeis para depois se especializar em Estatística.
Polímeros
Plástico
Polímeros? O que é isso? Realmente, pouca gente sabe o que são polímeros e, talvez, esse seja o motivo para o curso ter recebido somente 21 inscrições no ProUni 2017. O curso de Tecnologia em Polímeros ensina todo o processo de produção de materiais plásticos, que podem ser transformados em vários produtos. Os tecnólogos em Polímeros podem trabalhar em indústrias petroquímicas e empresas de reciclagem, por exemplo.
Saneamento Ambiental
Enquanto o interesse pelo curso de Engenharia Sanitária e Ambiental vem crescendo, o mesmo parece não ocorrer com a graduação Tecnologia em Saneamento Ambiental. O curso teve somente 42 interessados no ProUni 2017. Os tecnólogos enfrentam a concorrência de engenheiros sanitaristas, que ficam com as melhores vagas no mercado de trabalho.
Mídias Sociais
Social Mídia
Há alguns anos, as redes sociais têm tido um papel importante na construção de uma marca, seja de uma empresa, partido político ou celebridade. Esse fato criou uma demanda por profissionais especializados em mídias sociais, mas a procura ainda é pequena. Como o curso é muito específico, muitos preferem cursar graduações mais completas, como Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Midialogia, Produção Multimídia ou Rádio, TV e Internet.
Papel e Celulose
Fabricação de papel
Este curso tecnológico recebeu apenas sete inscrições no ProUni 2017. O propósito da graduação em Tecnologia em Papel e Celulose é ensinar todo o processo de transformação da celulose em papel, desde as análises laboratoriais, passando pela fabricação, gerenciamento, custos e impressão.
Produção Sucroalcooleira
O nome pode parecer complicado, mas o objetivo do curso é simples: ensinar o processo de transformação da cana-de-açúcar em álcool e açúcar. Mas apesar da tradição do Brasil na plantação de cana, o curso não é muito procurado no ProUni. Em 2017, somente 41 estudantes se interessaram na graduação tecnológica em Produção Sucroalcooleira.
Viticultura e Enologia
Viticultura
Devido ao clima, o Brasil não está entre os principais países que cultivam uva para a fabricação de vinhos. Esse pode ser um dos motivos do curso de Tecnologia em Viticultura e Enologia ser pouco procurado no ProUni, com apenas 55 interessados em 2017. As poucas vagas oferecidas nesta graduação estão em faculdades da Região Sul.
Serviços Jurídicos
O curso de Tecnologia em Serviços Jurídicos tem causado muita polêmica desde sua criação. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) queria a suspensão do curso, por entender que o papel de ensinar conhecimentos jurídicos é do Direito. Segundo a Uninter, única instituição que oferece o curso, a grade curricular inclui inquérito policial, legislação trabalhista, mediação e arbitragem, registro de imóveis e competências do oficial de Justiça. Os formados podem trabalhar em cartórios e auxiliar advogados e departamentos de recursos humanos.
Sistemas Biomédicos
A situação do curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos é parecida com o de Tecnologia em Saneamento Ambiental, pois também existe um bacharelado mais completo, no caso, Engenharia Biomédica. O tecnólogo é preparado para a manutenção de equipamentos médico-hospitalares, o que requer conhecimento em mecânica, eletrônica e biologia. Tal complexidade pode ter afastado os candidatos do ProUni.
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CORREIO BRAZILIENSE
EDUCAÇÃO
Pela primeira vez, país ganha código de ética do estudante de medicina
Pela primeira vez, o País terá um Código de Ética do Estudante de Medicina. O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou esta semana a primeira edição do documento, que começou a ser elaborado há dois anos e aborda temas como organização de trotes, respeito ao sigilo médico e ao paciente, uso ético de cadáveres e combate ao assédio moral. A elaboração teve a participação de alunos e de profissionais da área.
A partir do próximo mês, as mais de 320 escolas de Medicina em atividade no país devem receber o manual. Também é possível acessar o texto no site do CFM.
"O documento existe em alguns países, como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, e alguns conselhos de Medicina tinham, como São Paulo, Paraíba e Rondônia. Vimos essa lacuna e os próprios estudantes se colocaram à disposição para elaborar o código", explica Leonardo Sérvio Luz, coordenador adjunto da Comissão Nacional de Elaboração do código e conselheiro do CFM. Ele afirma que o objetivo não é punir o aluno, mas oferecer informações aos profissionais em formação. "O código já conversa com o código de ética médica, traz conceitos de mídia social e preocupação com o sigilo."
Entre os pontos abordados está a questão dos trotes violentos, alvo de comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa paulista em 2015. Na época, alunas de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e de outras faculdades relataram ter sido vítimas até de estupro em festas.
O código não determina o fim da recepção dos calouros, mas recomenda que seja realizado em "ambiente saudável e não violento".
"A intenção é nortear as faculdades nas questões com o novo aluno. Estamos atentos às mudanças que o mundo tem vivido, às tecnologias e às relações entre médico e paciente", diz Luz. O sigilo médico também é citado, assim como o respeito ao paciente, que deve ser tratado com empatia, e o cuidado durante o atendimento - e até com o uso de cadáveres.
Mudança
Aluno do 10.° período de Medicina da USP, Evair Canella, de 26 anos, diz que o documento é reivindicação antiga. "Isso ajuda na formação crítica e humana do estudante, que vai aprender sobre o respeito ao paciente e também ao cadáver, porque a peça anatômica foi pessoa e teve uma história." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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EDUCAÇÃO
Evento em SP debate pensamento avaliativo e transformação social
Promovido pela Fundação Itaú Social, pela Fundação Roberto Marinho, pelo Instituto C&A e pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), o 14° Seminário Internacional de Avaliação reuniu especialistas, profissionais e estudantes para debaterem o tema “Pensamento avaliativo e transformação social "nesta quarta-feira (15), no Centro Cultural São Paulo (SP), em São Paulo. A programação incluiu palestras e mesa de debates, tendo como objetivo principal orientar organizações (públicas e particulares, ligadas e não ligadas à educação) a buscarem novos métodos para solucionar problemas sociais, optando por novas ideias, que sejam mais efetivas que as aplicadas atualmente.
A grande estrela do evento foi o norte-americano Michael Quinn Patton, especialista em avaliação e presidente da Utilization-Focused Evaluation (Avaliação Focada em Uso). No contato com o público, ele destacou a necessidade de organizações sociais e escolas brasileiras estarem o tempo todo atentas a questões como prioridades, estratégias, mensuração de resultados e impactos gerados. Para ele, a avaliação não se trata de uma questão política, mas, sim, individual. “O pensamento avaliativo traz uma abertura de questionamentos, diálogos e exames. O método começa sempre com uma pergunta e, a partir dela, vem a análise e a elaboração do plano que deve ser feito”, explica.
Para mostrar como funciona na prática, o especialista citou como exemplo o cigarro. Todos sabem dos malefícios que o consumo do tabaco ocasiona. Por esse motivo, diversas instituições criam meios que buscam conscientizar os fumantes, como folhetos, banners ou campanhas de internet. Para Patton, no entanto, é aí que está o problema. “As pessoas são diferentes. Não devemos achar que essa estratégia vai atingir todo o público. Os jovens que fumam hoje não têm o mesmo pensamento de uma pessoa que fuma há 40 anos. O objetivo do pensamento avaliativo é pensar em uma forma que atinja a todos”, argumenta.
Método de Paulo Freire
Considerado um dos pais da avaliação como disciplina e como campo profissional, Michael Patton baseou as experiências de método avaliativo no educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire. Patton escreveu vários livros que são referência básica para avaliadores e pesquisadores sociais, incluindo Avaliação Focada na Utilização, na qual enfatiza a importância de projetar avaliações para garantir sua utilidade, em vez de simplesmente criar relatórios longos que não resultam em quaisquer alterações práticas. Com isso em mente, Patton e a gerente-geral de educação da Fundação Roberto Marinho, Vilma Guimarães, lançaram o livro Pedagogia da avaliação e o pensamento Paulo Freire: incluir para transformar.
Na obra, os especialistas buscam disseminar os ensinamentos de Paulo Freire e mostram como aplicá-los, inclusive em sala de aula. Vilma acredita que a educação brasileira tem muitas experiências de sucesso, como a efetivação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas não basta apenas pesquisar e relatar. É preciso colocar a educação em primeiro lugar e tornar o conhecimento universal. “A educação pública é o caminho para se trilhar um combate à desigualdade sociocultural e econômica. Não dá para falar em avaliação que não seja democrática, ética e dialógica,” comenta.
Resultados e efeitos dependem de contexto
Gerente de Pequisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho, Mônica Pinto explica que, antes de elaborar um processo avaliativo, é importante conhecer primeiramente o projeto social como um todo. “É preciso analisar dados, evidências, fazer estudos qualitativos e quantitativos a fim de ter resultado eficaz,” comenta. Nem toda estratégia projeto social conseguirá sucesso, pois os efeitos dependem de cada grupo ou indivíduo envolvido. Um exemplo claro, na visão dela, são professores em um ambiente escolar. “Supomos que criemos algo para melhorar o rendimento do aluno na escola e, para isso, entreguemos cartilhas e livros para os docentes, para que eles se qualifiquem. Pode ser que eles usem o material, pode ser que não. Então, depende muito do receptor também”, ressalta.
Eu fui!
A estudante de economia Jéssica Almeida, 21, é estagiária no Banco Itaú e trabalha no setor de avaliação de impactos, ligados a projetos internos. Segundo ela, os conteúdos aprendidos no seminário a auxiliarão nas atividades. “Acredito que esse contato foi importante porque o meu intuito é fazer uma avaliação útil, com a finalidade de ver se atingi o público-alvo com o que fiz”, diz. Para o consultor de serviços públicos Frederik Carvalho, 28 anos, o evento serviu como fonte de aprendizado. “Com essas novas referências, o meu cliente vai adquirir capacidades reflexivas sobre a mudança que estiver ocorrendo na empresa dele”, destaca.
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GLOBO.COM
EDUCAÇÃO
Universidade americana anuncia que vai deixar de cobrar mensalidade de estudantes de medicina
A Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, anunciou na tarde desta quinta-feira (16) que vai deixar de cobrar mensalidade dos estudantes do curso de medicina. A medida, segundo afirmou a universidade em um comunicado, é "possibilitar que nossos futuros médicos escolham uma especialidade com base em seus talentos e inclinações para melhor servir as comunidades mais necessitadas".
Segundo os dados divulgados pela instituição, até o ano letivo anterior, que terminou em junho, o custo total anual para estudar medicina na NYU era de cerca de US$ 82 mil, ou mais de R$ 300 mil. Desse valor, US$ 55 mil (mais de R$ 200 mil) eram gastos diretos com mensalidade, que, nos Estados Unidos, é considerada anualmente e chamada de "tuition".
Isso quer dizer que, a partir do ano letivo 2018-2019, os calouros de medicina da NYU vão pagar apenas os gastos com seguro-saúde, material didático e acomodação, entre outros. A medida também se extende para os veteranos que estão cursando a pós-graduação (nos Estados Unidos, o ensino de medicina acontece no nível da pós-graduação, como uma especialização), segundo explicou Kenneth G. Langone, presidente do Conselho de Administração da faculdade, em um vídeo publicado nas redes sociais da faculdade na tarde desta quinta.
"No dia em que eles pegarem o diploma, eles não vão dever nada a ninguém", explicou Langone, indicando que a preocupação por trás da mudança é o fato de que, ao acumular dívidas durante os anos da faculdade, os estudantes acabem optando por se especializar em áreas da medicina mais lucrativas, em detrimento de outras como medicina da família ou pediatria.
"Eles saem daqui livres de dívidas, olhando para o futuro, onde eles poderão fazer o que a paixão deles disser, que é ajudar as pessoas a viver a vida com mais qualidade."
Robert I. Grossman, Reitor e CEO da Faculdade de Medicina da NYU, afirmou que a medida só foi possível graças aos doadores que ajudam a apoiar as atividades da universidade, e dos membros do Conselho de Administração que encamparam a ideia.
"Nosso objetivo é fazer dos melhores e mais brilhantes futuros médicos líderes, com o potencial de transportar o sistema de saúde", disse a NYU no comunicado.
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INTELIGÊNCIA
A menina de 3 anos que entrou para clube internacional de superdotados
A filha de Natalie Morgan e Ben Dew, Ophelia, entrou para a Mensa, uma sociedade de pessoas com quociente de inteligência (QI) alto, quando tinha só 3 anos de idade, mas, a essa altura, eles já sabiam há algum tempo que a menina era superdotada.
"Foi em torno dos 8 meses", diz Natalie sobre quando ela e Ben se deram conta do quão inteligente Ophelia era.
A menina falou sua primeira palavra alguns meses antes do normal. "A partir daí, ela começou a falar o nome das cores, as letras, os números, tudo mais cedo do que a maioria das crianças."
Aos 2 anos, Ophelia já sabia o alfabeto. Quando foi para a creche, seus pais perceberam o quão mais avançada ela estava em relação ao colegas.
Foi então que eles decidiram que ela seria avaliada e a levaram a um psicólogo especializado em crianças superdotadas. "Queríamos saber como podíamos ajudá-la", diz Ben.
"Não queríamos que ela se sentisse pressionada, mas, ao mesmo tempo, não queríamos que ela se sentisse pouco estimulada."
Como é ser uma criança superdotada
Ophelia fez o teste Stanford-Binet, usado para avaliar crianças a partir de 2 anos em áreas como noção espacial e verbal e habilidades lógicas.
O resultado médio entre todas as pessoas que fazem esse teste é de 100. A maioria fica entre 85 e 115. O resultado de Ophelia foi 171.
"Ficaria orgulhosa dela qualquer que fosse o resultado, contanto que ela estivesse feliz e saudável", diz Natalie.
A psicóloga Lyn Kendall, consultora da Mensa no Reino Unido, diz que crianças superdotadas processam as coisas mais rapidamente, têm uma boa memória e prestam mais atenção no que ocorre ao seu redor.
Ela também tem uma sede por aprender, o que pode ser difícil para os pais dessas crianças acompanharem.
"Essas crianças começam a agir assim às 5 da manhã e só param ao dormir. Normalmente, os pais chegam para mim e dizem: 'Nos ajude, essa criança não para de fazer perguntas e de querer aprender o tempo todo'", afirma Kendall.
"Os pais acabam se sentindo isolados. Não podem falar disso com os outros pais na porta da escola, porque pareceria que você está se gabando."
O papel dos pais de crianças com QI alto
Kendall diz, no entanto, que, ao contrário de Natalie e Ben, alguns pais pressionam os filhos para terem um desempenho acima da média - ela se diz totalmente contra isso.
"Pais assim dão alimentos de alto valor energético para seus filhos, sucos com misturas especiais. Seus dias são tomados por uma programação de atividades", conta a psicóloga.
"Pais me ligam e dizem que 'às 18h30, nós teremos uma conversa intelectual' com seus filhos. A que horas eles terão tempo de ser crianças?"
O filho de Kendall, hoje com 36 anos, era uma criança superdotada. Ele escreveu um romance e trabalhou para a Microsoft, que era seu emprego dos sonhos quando era mais novo.
Mas a psicóloga diz que ela sempre se preocupou mais em garantir que ele teria uma formação completa.
"Ainda que o cérebro dessas crianças funcione à velocidade da luz, seus corpos e emoções ainda são infantis, e temos sempre de nos lembrar disso."
Natalie diz que Ophelia é "uma criança de 3 anos em todos os outros aspectos". Gosta de correr por aí e brincar com os primos, pular em poças - coisas normais para sua idade. Ela só gosta muito também de aprender e experimentar coisas novas.
"É como falar com alguém de 19 anos de idade", diz Ben sobre suas interações com a filha.
"Ela trava conversas propriamente ditas, surge com suas próprias ideias. Ela parece pegar as coisas muito mais rápido e se lembra disso."
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FOLHA.COM
EDUCAÇÃO
Explosão em laboratório da UFRJ deixa três feridos no Rio
Uma explosão em um laboratório da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) deixou ao menos três feridos na manhã desta quarta-feira (15).
Segundo a universidade, a explosão ocorreu por volta das 9h45 no laboratório de metalurgia da Coppe, o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina, localizado no principal campus da universidade, na Ilha do Fundão, na zona norte do Rio.
Os primeiros atendimentos foram prestados pela brigada de incêndio e emergência da universidade, que acionou o Corpo de Bombeiros em seguida.
Dois técnicos e uma aluna de doutorado tiveram ferimentos e foram encaminhados para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que fica no próprio campus da Ilha do Fundão.
Inicialmente foi veiculado na imprensa que a aluna, identificada como Isabela da Rocha Silva, 28, havia tido ferimentos graves.
A jovem teve cortes no rosto, pescoço e nas mãos. Os ferimentos nas mãos foram acompanhados de queimaduras provocadas por ácido.
No início da tarde, a Coppe esclareceu que a estudante e o técnico Oswaldo Freire, 63, se encontram em estado estável, "sem riscos graves" de morte. Oswaldo chegou a ter um corte profundo no pescoço decorrente da propagação de materiais durante a explosão.
A terceira vítima, o técnico Nelson Aguiar, foi socorrido, medicado e liberado. Ele sofreu um corte na batata da perna.
Nas redes sociais, alunos afirmam que o acidente ocorreu em laboratório do prédio F durante a manipulação de produtos químicos, como ácido nítrico. Os feridos foram encaminhados para o hospital universitário.
A reitoria da UFRJ informou, por meio de nota, que o acidente ocorreu durante a realização de um experimento, sem dar maiores detalhes.
A Coppe informou que as causas do acidente ainda estão sendo investigadas e a UFRJ disse prestar suporte às vítimas.
CENTRO DE EXCELÊNCIA
A Coppe é um instituto de pesquisa reconhecido pela excelência em seus 13 programas de pós-graduação e pesquisa. O centro mantém, por exemplo, uma parceria com a Petrobras para o desenvolvimento de tecnologias para exploração e produção de petróleo em águas profundas.
Parte dos laboratórios é patrocinada por instituições de fora da UFRJ. Ainda não foi esclarecido que tipo de pesquisa era realizada no momento do acidente.
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EDUCAÇÃO
Pós-graduandos questionam exigência de inglês para estudar em Portugal
A geóloga Lana Nunes, 38, doutoranda da UFPA, está prestes a embarcar para uma temporada de pesquisa científica na Universidade do Minho, Portugal. Ao menos teoricamente.
A pesquisadora deve viajar ainda em agosto, com bolsa do PDSE (Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior), da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, ligada ao Ministério da Educação), mas ainda não pôde pedir visto ou adquirir passagens porque a análise de sua proficiência na língua inglesa está pendente na agência de fomento.
O intercâmbio da pedagoga Paula Silva, 32, doutoranda da UFMG, também está indefinido. Professora da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), ela deve viajar em setembro para Coimbra, mas espera confirmação da Capes. “Tenho três cartas de aceite da universidade portuguesa, que frisam que a língua de trabalho é o português”, diz.
Na regra do edital de dezembro, para o intercâmbio em países lusófonos, agora é necessária a pontuação mínima de 550 no Toefl (sigla para Teste de Inglês como Língua Estrangeira).
Pós-graduandos encaminharam carta e abaixo-assinado à Capes, questionando o edital. Segundo eles, a nova regra dificulta o desenvolvimento de pesquisa, já agravado num contexto de sucessivos cortes orçamentários —na semana passada, uma nota da Capes alertou para o risco de interrupção do pagamento de todas as bolsas de estudos a partir de agosto de 2019.
Alunos alegam que o nível de cobrança é muito alto se comparado ao de outras instituições, citando como exemplo a Comissão Fulbright, programa de intercâmbio do governo dos EUA, que exige a pontuação 527 no Toefl.
Antes, bastava declaração do orientador no exterior atestando nível comunicativo do aluno adequado para as atividades previstas.
À Folha a Capes afirma que a mudança se deu a partir de consultas a instituições internacionais que identificaram “deficiência dos estudantes brasileiros em relação ao conhecimento da língua inglesa para produção de conhecimento científico em padrões exigidos mundialmente”.
Portugal foi o principal destino de alunos de graduação do Ciências Sem Fronteiras. Em 2013, o país foi excluído do programa —uma medida, segundo o MEC à época, para que os estudantes aperfeiçoassem uma segunda língua
Em maio, o presidente da Capes, Abilio Baeta Neves, participou de audiência pública na Comissão de Educação, na Câmara, com a presença de estudantes e representantes da ANPG. Na audiência, Aline Silva, 34, doutoranda da UnB, fez um relato pessoal. Ela trabalha no Ministério da Saúde e deve estudar no Canadá a partir de agosto.
Aline contou que estudou inglês desde a infância, deu aulas do idioma num projeto voluntário e, desde 2008, apresenta trabalhos e participa de workshops ministrados na língua inglesa. Entretanto, ela conseguiu notas 530 e 537 no Toefl. “Domino a língua e ainda assim não consegui as pontuações pedidas”, diz.
Informado sobre a diferença entre os índices pedidos pela Capes e pela Fulbright durante a audiência de 29 de maio, Neves se comprometeu a aceitar a nota da Fulbright (527).
Mas, no dia 11 de junho, a Capes encaminhou comunicado reiterando a obrigatoriedade de proficiência. O informe esclarece que, no prazo de três meses, os pós-graduandos ainda devem entregar resultado de novo exame com os 550 pontos pedidos inicialmente. Bolsistas que não cumprirem a regra devem retornar ao Brasil e devolver os valores recebidos à agência.
Alunos afirmam que a nova exigência não considera o perfil socioeconômico de parcela dos pós-graduandos.
“É uma orientação elitista, pois desconsidera o processo de recente expansão da universidade pública e acesso à pós-graduação”, diz a historiadora Flávia Calé, 34, presidente da ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos).
“Manter o nível exigido, além de limitar possibilidades de acesso às universidades estrangeiras, implicaria um recorte que marginaliza estudantes mais pobres que alcançaram o êxito de hoje estarem na pós-graduação”, diz a carta dos alunos. Eles consideram os exames excludentes, pois são caros e demandam preparação específica.
O Toefl ITP custa hoje cerca de R$ 380. A modalidade IBT, R$ 980. A bolsa de doutorado da Capes é de R$ 2.200.
Desde fevereiro, a historiadora Giane Souza, 43, doutoranda da UFSC, desembolsou mais de R$ 3.200 em aulas particulares e R$ 1.700 em inscrições. Ela, que já fez cinco provas, conseguiu pontuar 507 na última tentativa.
Ela desenvolverá pesquisa no Instituto Universitário de Lisboa, a partir de setembro, mas sob “concessão condicionada”, isto é, depois dos três primeiros meses deve apresentar a nota 550.
Os acadêmicos reconhecem que a proficiência é importante, mas argumentam que o nível de cobrança da Capes deveria ser “gradual”.
Eles pedem o fim da obrigatoriedade de proficiência de língua inglesa para países lusófonos e propõem como alternativa, para os demais países, a exigência do nível B1 do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, um patamar intermediário.
Em nota, a Capes afirma ter adotado parâmetros internacionais que pedem o nível B2 (equivalentes a 543 a 620 pontos no Toefl ITP).
“O inglês é a língua mundial da ciência. A participação do estudante exige redigir trabalhos científicos, apresentar-se em eventos internacionais e discutir temas complexos em sala de aula. Esse entendimento é reconhecido pela academia brasileira”, conclui a nota.
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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.
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