Goiânia, 05 de janeiro de 2017
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
MEC libera R$ 312 milhões para custeio de bolsas de estudos
Brasileira recebe prêmio por pesquisa sobre câncer de mama
UOL EDUCAÇÃO
Uso do cordel ajuda escola de João Pessoa a liderar ranking de educação
Olimpíada de História inscreve para curso on-line para professores
CORREIO BRAZILIENSE
PEC muda regras para concursos públicos
Ano começa com pagamentos em dia e MEC anuncia novas medidas
GLOBO.COM
ONG faz vaquinha on-line para produzir calendário em braille para cegos
FOLHA.COM
Pitoresco, novo glossário da corrupção nada revela do caráter nacional
N O T Í C I A S D A E D U C A Ç Ã O
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Quinta-feira, 05/01/2017
RECURSOS
MEC libera R$ 312 milhões para custeio de bolsas de estudos
O Ministério da Educação liberou R$ 312,4 milhões para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nesta terça-feira, 3. Esses recursos serão aplicados em pagamentos de aproximadamente 185 mil bolsas de diversos programas, realização de eventos científicos e projetos de pesquisa.
De acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho, a maior parte dos recursos, R$ 178 milhões, será destinada ao pagamento de 90 mil bolsistas em diversas modalidades. “São bolsistas que estão fazendo mestrado, doutorado ou pós-graduação, além de professor visitante sênior, iniciação científica, supervisão e do programa Idioma sem Fronteiras. Esses recursos também são destinados ao pagamento de despesas de custeio dos programas de Apoio à Pós-Graduação (Proap) e de Excelência Acadêmica (Proex)”, explicou.
Outros R$ 44,5 milhões permitirão o pagamento de 72 mil bolsas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), 4,9 mil bolsas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e mil bolsas do Observatório da Educação. Outros R$ 16 milhões serão repassados à Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Além disso, o Portal de Periódicos receberá R$ 45,4 milhões e outros R$ 28,4 milhões serão destinados à realização de eventos científicos, ao apoio a projetos de pesquisa aprovados em editais estratégicos, a descentralizações para instituições federais de ensino superior e à capacitação de servidores, entre outros.
Assessoria de Comunicação Social
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PÓS-GRADUAÇÃO
Brasileira recebe prêmio por pesquisa sobre câncer de mama
A estudante brasileira Larissa Conceição Gomes Oliveira apresentou, em dezembro último, trabalho de pesquisa no Congresso Internacional de Física Médica [International Conference on Medical Physics], em Bangcoc, Tailândia. O trabalho, Radiation Dose for Patients Undergoing Diagnostic CT: Follow-up Breast Cancer – Part I (dose de radiação para pacientes submetidos a tomografia computadorizada (TC) de diagnóstico: acompanhamento do câncer de mama), recebeu o prêmio de melhor apresentação, o Best Presentation Gold Award of Iomp (International Organization for Medical Physics).
Bolsista de pós-doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação, Larissa foi a única representante brasileira no evento. “Tive o privilégio de conhecer importantes e influentes físicos e médicos de diferentes países, trocar experiências com estudantes da Tailândia e aprimorar conhecimentos sobre os avanços tecnológicos na área”, disse.
Como pesquisadora, Larissa desenvolve o pós-doutorado no Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), no Rio de Janeiro, sob a orientação de Simone Kodlulovich Renha e colaboração de Lawrence Dauer, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York.
O tema principal da pesquisa é a avaliação da dose absorvida na mama em exames de tomografia computadorizada para o diagnóstico e tratamento radioterápico. “Desenvolver esse trabalho em conjunto com o instituto oncológico de referência no Rio de Janeiro é uma tarefa desafiadora e de suma importância, já que o câncer de mama representa a segunda neoplasia maligna mais frequente entre as mulheres brasileiras e a primeira causa de óbito dessa população”, afirmou a bolsista.
Segundo Larissa, os tumores de mama ainda são diagnosticados em estágios avançados — aproximadamente 45% dos casos —, o que contribui significativamente para a elevação da taxa de mortalidade. “O diagnóstico em estadiamentos mais avançados e o difícil acesso aos serviços de saúde pública são os principais motivos para tratamentos mais radicais e muitas vezes ineficientes.”
Frequência — A bolsista salienta que a tomografia computadorizada não é rotineiramente usada como ferramenta de diagnóstico para o rastreio do câncer de mama. “Entretanto, pode ser útil para identificar o aumento de lesões próximas à parede torácica, avaliar o tórax, fígado e metástases ósseas e pélvicas”, disse. “Assim como para o acompanhamento pós-tratamento oncológico.
De acordo com a pesquisadora brasileira, para verificar possíveis reincidências do câncer, uma paciente pode ser submetida a exames de TC de tórax várias vezes durante a vida. Mas o aumento da frequência desses exames, nem sempre justificado, é objeto de grande preocupação. Aproximadamente 40% dos exames realizados são desnecessários. “Mesmo que as doses individuais de cada exame sejam pequenas, quando multiplicadas pelo número crescente de procedimentos realizados, o balanço entre benefícios e riscos aponta para um potencial risco futuro na saúde dessa população, exposta indevidamente”, afirmou. “Sendo assim, um dos grandes desafios dessa pesquisa é estimar da dose total de radiação (efetiva e em órgãos) recebida pela paciente feminina a partir do momento em que ela é diagnosticada pela primeira vez com câncer de mama e após os cinco anos de acompanhamento médico.”
Larissa assegura que a pesquisa resultará em benefícios para as pacientes e em maior responsabilidade e conscientização da equipe médica nas prescrições de tomografias computadorizadas e nas ações corretivas necessárias, de forma a possibilitar a redução desses exames ao mínimo.
Mais informações na página do International Conference on Medical Physics 2016 na internet.
Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes
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UOL EDUCAÇÃO
Quinta-feira, 05/01/2017
EDUCAÇÃO
Uso do cordel ajuda escola de João Pessoa a liderar ranking de educação
Na sala de aula, as crianças fazem fila para pegar os cordéis, empilhados em uma estante improvisada. A literatura regional, típica do Nordeste, tem sido aliada de professores na Escola Municipal Doutor José Novais, em João Pessoa, para contar a história de autores famosos, como Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna e José Lins do Rego.
Os versos e rimas também ajudam os alunos na compreensão de uma das obras mais famosas do mundo, "O Pequeno Príncipe", do escritor Antoine de Saint-Exupéry.
Essa iniciativa convive com o método tradicional --a tabuada, por exemplo, ainda é utilizada em sala de aula -- e tem ajudado a escola a superar a meta do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) desde 2007.
A instituição possui a maior nota entre as escolas municipais e estaduais de João Pessoa. Também supera a média das escolas privadas da capital paraibana. Atingiu 7,3 no Ideb 2015, quando a meta da escola era 6,0.
O cordel na sala de aula vai além da representação de um elemento regional. É um dos fatores que ajuda a compreender o desempenho da escola nos índices de avaliação, segundo explicou o diretor-geral, Fernando Menezes. "O cordel é trabalhado pelos alunos dentro de uma perspectiva mais ampla, na qual a leitura é explorada de diversas formas. A partir da escolha da obra literária, os professores trabalham de forma interdisciplinar, visando o melhor aproveitamento possível", diz.
Prova disso é que os ensinamentos de Antoine de Saint-Exupéry estão por toda a escola. Na entrada, por exemplo, os alunos fizeram um jardim que passou a representar simbolicamente a rosa da obra. No pátio, os desenhos nas paredes também mostram que os alunos tiveram uma boa compreensão do livro. Para completar, em sala de aula, eles fizeram os próprios cordéis recontando a história.
Cantinho da leitura
Há, em cada sala de aula da escola José Novais, um lugar especial: o "cantinho da leitura". Segundo o bibliotecário Wellington de Souza, é uma forma de levar os livros para perto dos alunos, uma vez que a estrutura física da biblioteca não deixa os visitantes confortáveis.
"Eles gostam demais, e até reclamam se a gente demora a trocar os livros. Os empréstimos são frequentes, e isso nos dá alegria. É uma felicidade sem tamanho ver um aluno levando os livros para ler em casa", destacou.
Os projetos de leitura e escrita desenvolvidos na escola já renderam prêmios e reconhecimentos do potencial da escola.
Segundo a vice-diretora Valéria Simoneth, não existe segredo para dar certo. "Há, na verdade, compromisso de todos que fazem a escola. Só para citar um exemplo, aqui, se um professor falta, o aluno não fica sem aula. Logo encontramos outro professor para substituir. Muitas vezes, eu mesma vou para a sala de aula", afirmou.
Depois do recreio
As regras disciplinares da escola incluem reunir os alunos após o recreio no pátio para cantar o Hino Nacional, seguido do hino da escola. Para finalizar, fazem a oração do Pai-Nosso e depois retornam para a sala de aula, em fila e em silêncio.
Apesar da boa nota, os diretores dizem que a escola também enfrenta problemas, como qualquer outra escola pública do Brasil. A falta de verba e a violência no entorno da escola são os principais deles.
"Temos ex-alunos que foram mortos, crianças com pais presos, outras que tiveram algum parente assassinado. A escola precisa enxergar essa realidade e buscar, junto à família, ser uma ponta de esperança quando tudo parece desilusão", diz Menezes.
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EDUCAÇÃO
Olimpíada de História inscreve para curso on-line para professores
Como parte do cronograma da 8ª Olímpiada Nacional em História do Brasil (ONHB), o Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai oferecer um curso on-line para professores e graduandos de todas as áreas.
O 4º Curso de Formação Continuada inclui materiais inéditos, textos e vídeos produzidos para enriquecer a discussão e o trabalho dos professores em sala de aula, nos ensinos fundamental e médio. O curso tem apoio e participação de historiadores e pesquisadores da Unicamp.
A proposta do programa é ampliar a capacidade do ensino e aprendizado de História. Nos cursos anteriores foram estudados temas específicos, como “História da África em sala de aula”, “História dos Índios” e “Ditadura Civil-Militar”. De acordo com a coordenadora da ONHB, Cristina Meneguello, a edição deste ano terá um perfil metodológico, “convidando os participantes a refletirem sobre as imagens e as diferentes formas pelas quais elas podem ser utilizadas em sala de aula”.
O curso está dividido em três módulos com duração de dez semanas, de 1º de março a 10 de maio de 2017. Além de assistir às aulas, os alunos terão que entregar trabalhos em cada fase e participar de fóruns abertos e debates.
Inscrições
Os interessados podem se inscrever até o dia 15 de fevereiro, pelo site da ONHB. A taxa é de R$ 190. Os professores de História que não são formados na área também podem se inscrever, desde que estejam atuando. Os formados em História podem participar mesmo não atuando no momento.
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CORREIO BRAZILIENSE
Quinta-feira, 05/01/2017
EDUCAÇÃO
PEC muda regras para concursos públicos
O número de vagas a serem preenchidas por meio do concurso público pode passar a ser igual ao quantitativo dos respectivos cargos ou empregos públicos vagos no órgão ou entidade. É o que prevê a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29/2016, que aguarda votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Caso a regra estivesse em vigor, o próximo concurso do Senado Federal, por exemplo, deveria abrir 1008 vagas, total de posições ociosas hoje na Casa, conforme dados do Portal da Transparência.
Apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), o texto também assegura a nomeação de todos os aprovados em concursos públicos dentro do número de vagas previsto no edital do certame. Assim, propõe que seja explicitada na Constituição o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2011 reconheceu direito subjetivo à nomeação aos candidatos aprovados dentro do número de vagas previstas no edital.
A PEC ainda determina que o número de vagas para formação de cadastro de reserva não pode exceder a 20% dos cargos ou empregos públicos a serem preenchidos por meio do concurso público.
Outra regra trazida pelo texto se refere à abertura do concurso. A PEC veda novo certame enquanto houver candidatos aprovados em seleção anterior. Da mesma forma, veda concurso exclusivo para cadastro de reserva.
“Não raro, há brasileiros que se deslocam de outros estados para prestarem concursos públicos, despendendo recursos com cursos, inscrições, passagens e hospedagens, mas acabam não sendo nomeados no cargo ou emprego público que almejam, ainda que haja cargos não ocupados", justifica Paim.
O relator da PEC na CCJ é o senador Ivo Cassol (PP-RO), que ainda não apresentou seu parecer.
Agência Senado
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FIES
Ano começa com pagamentos em dia e MEC anuncia novas medidas
Para facilitar a vida dos estudantes beneficiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o ministro da Educação, Mendonça Filho, decidiu abrir o Sistema Informatizado do Fies (SisFies) a partir de 9 de janeiro. “A medida pretende evitar os velhos transtornos que os alunos enfrentam todos os semestres para concluir seu processo de aditamento. Dessa vez, já no início de janeiro, as instituições de ensino superior poderão iniciar os processos de renovação que, posteriormente, deverão ser validados pelos estudantes”, explica Mendonça.O prazo vale somente para renovação dos contratos formalizados até 31 de dezembro de 2016. As novas inscrições estão previstas para fevereiro, no curso do processo de seleção conduzido pela Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação.
Outra boa notícia é que, mesmo tendo enfrentado problemas de orçamento e atrasos no processo de aditamento de contratos no segundo semestre de 2016, o Fies encerra o ano com saldo positivo. Com a dilatação dos prazos para a renovação dos financiamentos, quase a totalidade dos estudantes (98%), com contratos na fase de utilização, conseguiram fazer os aditamentos, envolvendo um investimento do governo federal da ordem de R$ 8,6 bilhões. Além disso, os pagamentos aos agentes financeiros e às instituições de ensino superior foram concluídos no último dia 27.
Até outubro de 2016, devido à falta de orçamento previsto para o fechamento de contrato com os agentes financeiros do Fies (Caixa e Banco do Brasil), os pagamentos estavam atrasados e o crédito suplementar para esse fim só foi aprovado pelo Congresso Nacional em sessão conjunta realizada no dia 18 do mesmo mês. A aprovação do crédito de R$ 702 milhões possibilitou o fechamento de contrato com as instituições financeiras e a realização dos aditamentos do segundo semestre. O calendário de pagamentos, que teve início em 18 de novembro, se encerrou em 27 de dezembro. Além disso, foram criadas 75 mil novas vagas para o segundo semestre de 2016.
“É importante ressaltar que neste mês de dezembro nós pagamos tudo que o Fies estava devendo em relação ao ano de 2016. O ministro da Educação, Mendonça Filho, realizou um trabalho impecável, conseguindo a aprovação do recurso que faltava no Congresso Nacional, por meio da aprovação de crédito suplementar e, por isso, estamos encerrando o ano com as contas do Fies fechadas”, conclui Silvio Pinheiro, presidente do FNDE, lembrando ainda que “o orçamento para o ano de 2017 já está garantido, com destinação de crédito ao Fies de R$ 21 bilhões, o que vai permitir a continuidade dos financiamentos, a manutenção dos contratos com os agentes financeiros e a abertura de novas vagas”.
MEC
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GLOBO.COM
Quinta-feira, 05/01/2017
INCLUSÃO
ONG faz vaquinha on-line para produzir calendário em braille para cegos
Uma campanha de financiamento coletivo tenta juntar R$ 60 mil até 21 de janeiro para produzir 8 mil calendários de 2017 para pessoas com deficiência visual. Feita pela Fundação Dorina, que foi criada em 1946 e atua na inclusão de pessoas com deficiência visual, a campanha já conseguiu, até a noite de segunda-feira (2), arrecadar mais de R$ 39 mil, ou 65% do total esperado, com a ajuda de 583 doadores.
Em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha uma população com mais de 6,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual: 6 milhões têm baixa visão, e outros 582 mil brasileiros são cegos.
O calendário é produzido pela ONG há 30 anos, e permite que os cegos e pessoas com baixa visão possam ter acesso fácil a informações sobre dias, meses e semanas do ano, além de outros detalhes. Além do conteúdo impresso em braille com relevo, as datas e outras informações serão impressas com fonte ampliada, para pessoas com baixa visão.
"Por mais que a tecnologia já tenha avançado e pessoas com deficiência visual possam consultar datas no computador ou celular, um calendário impresso é essencial para um planejamento semanal, ou mesmo uma consulta das fases da Lua", explicou ao G1 a assessoria de imprensa da Fundação Dorina.
A entidade já realizou outras campanhas de financiamento coletivo no passado, mas essa é a primeira vez que a produção dos calendários está sendo feita com base em recursos doados por meio da vaquinha. Durante 20 anos, o calendário era de bolso e produzido só em braille. Mas, há dez anos, a fundação passou a imprimir um calendário de mesa também escrito a tinta.
O calendário é impresso em braille, um sistema de leitura e escrita criado há 192 anos pelo francês Louis Braille, que usa pontos em relevo para formar letras, número e outros símbolos relevantes.
Braille, que perdeu totalmente a visão quando ainda era uma criança pequena, desenvolveu o sistema na década de 1820, quando ainda era adolescente. Após a sua morte, o sistema se tornou popular e foi disseminado no mundo todo como uma das formas mais rápidas e eficazes de leitura e escrita de pessoas que não enxergam. Nesta quarta-feira (4), data do aniversário do francês, vários países comemoram o Dia Mundial do Braille.
Segundo a Fundação Dorina, o braille é usado como meio de comunicação tanto por pessoas cegas quanto por pessoas que têm baixa visão.
Tecnologia e inclusão
Hoje em dia, há também uma série de tecnologias que permitem a inclusão das pessoas com deficiência visual, como aplicativos e programas chamados de leitores de tela, que "leem" em voz alta os textos e descrições de imagens de uma página na internet, por exemplo.
Mas Regina Oliveira, coordenadora de revisão de materiais em braille da Fundação Dorina, explica que a tecnologia, que facilita a impressão de livros em braille e a produção de obras faladas, deve ser usada como apoio, e não substituta da técnica da escrita.
"A verdadeira educação de crianças cegas só acontece quando elas dispõem de livros que contenham a representação dos símbolos da matemática, química, física e de outras ciências e a impressão, em relevo, de tabelas, gráficos, mapas, figuras geométricas e outras ilustrações que lhes forneçam os mesmos dados oferecidos aos estudantes videntes", explicou ela.
Regina, que é cega desde os sete anos, diz que a leitura em braille é o único acesso direto que crianças e adultos cegos têm à leitura e, por isso, as obras impressas garantem autonomia e independência às pessoas cegas tanto no ambiente escolar quanto no profissional ou pessoal.
"E o que dizer dos surdocegos, que têm o braille como forma única de escrita e leitura e, consequentemente, como meio exclusivo de acesso à educação, à cultura e à informação?"
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FOLHA.COM
Quinta-feira, 05/01/2017
OPINIÃO
Pitoresco, novo glossário da corrupção nada revela do caráter nacional
A revelação do grande número de sinônimos de "propina" que nossa corrupção sistêmica tem produzido é um efeito colateral curioso da Lava Jato. Mas convém ter cuidado: seria leviano extrair dessa inesperada contribuição lexicográfica da Polícia Federal conclusões sobre o caráter brasileiro.
Há uma razão simples –e estudada desde a Idade Média, pelo menos –para que políticos e funcionários de empreiteiras dedicados à privatização criminosa de dinheiro público chamem a grana da corrupção por nomezinhos fofos ou jocosos. É a lógica do jargão.
Linguagem codificada restrita a um círculo de iniciados, o jargão, gíria ou patoá está longe de ser exclusividade do submundo do crime. Também se faz presente em sociedades secretas como a maçonaria e categorias especializadas, sobretudo as profissionais. Mas sempre floresceu com vigor particular em grupos marginalizados.
Acarajé, pixuleco, oxigênio, charuto, bacalhau, assistência social. Os apelidos da propina que a Lava Jato revelou têm uma única originalidade: o meio criminoso em que brotaram só pode ser chamado de marginal com licença poética. Não se situa à margem, mas no centro do poder.
Jargões e gírias têm função dupla: comunicar e confundir, incluir (os iniciados) e excluir (todos os outros). Tão importante quanto sua capacidade de fazer boiar o ouvinte casual é o círculo morninho de cumplicidade que cria entre os falantes. Vem daí o abuso de metáforas e eufemismos com efeito cômico ou carinhoso.
No livro "Línguas e Jargões", o historiador inglês Peter Burke chama esse tipo de linguagem cifrada de "um meio e um sinal de iniciação em uma nova comunidade, verdadeiramente uma 'segunda vida'". Parece exagero, mas compartilhar do segredo gera uma espécie de exaltação vital. Os excluídos da "nova vida" são otários. No caso, otários literais: todos os que pagamos pela farra.
À parte a fertilidade recente, irrigada por bilhões de reais, seria incorreto dizer que nossa língua é especialmente rica em palavras para designar suborno. Mesmo que fosse, partir daí para uma tentativa de explicar o caráter nacional seria um erro. As coisas não são tão simples no reino das palavras.
Bola, molhadura, pedágio, café, cervejinha, jabá, lambuja, gruja, comissão, xixica, mata-bicho. A lista de sinônimos de "propina" que se pode encontrar nos dicionários é pitoresca, mas mistura palavras usadas com desusadas e com graus variados de conotações escusas em sua carga semântica. Em Portugal, o próprio termo "propina" é inteiramente legal.
Recomenda-se cautela com esse tipo de extrapolação, típico das lendas linguísticas. Como aquela que atribui aos esquimós mais de cem palavras para designar "neve". Baseado num trabalho sério do antropólogo Franz Boas, o mal-entendido se multiplicou em artigos jornalísticos ao longo do século passado, com o número de palavras crescendo a cada nova edição. Hoje é difícil encontrar quem não lhe dê crédito.
As línguas esquimós têm um número reduzido de radicais para designar "neve". A riqueza vocabular vem do fato de elas permitirem aglutinar a qualquer radical informações que em outros idiomas poderiam ser apresentadas como adjetivos. O que é interessante, mas vale para as palavras em geral e nada revela sobre a relação dos esquimós com a neve.
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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as terças e quintas.
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