Pesquisa busca usar impressora 3D no combate ao novo coronavírus
Projeto desenvolve protótipos de máscaras e válvulas para impressão
As impressoras 3D são uma realidade e podem ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus. É o que pretende um grupo de pesquisadores do Câmpus Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás (IFG). O objetivo é simples: imprimir utensílios médicos que podem faltar. E, à disposição, já há protótipos das máscaras face shield e a N95 e de válvulas para respiradores.
O grupo, formado pelos pesquisadores Luiz Eduardo Bento, Márcio Rodrigues da Cunha e Wesley Pacheco Calixto, tende a focar na produção da máscara face shield, que é aquela que protege o rosto inteiro. Isso porque sua impressão e montagem é simples, a demanda é maior e, também, porque, mostrou-se a mais adequada para a impressão 3D, além de tudo, seu uso é mais fácil e confortável. “O material é biocompatível, e não precisa ser descartado se for devidamente higienizado. Para o profissional de saúde ajuda bastante”, acredita o professor Luiz Eduardo Bento.
Os pesquisadores querem imprimir cerca de 1,5 mil máscaras, em quatro meses, e disponibilizá-las aos profissionais da saúde de Senador Canedo, principalmente. No entanto, explica Luiz Eduardo, que o Câmpus possui a técnica e mão-de-obra qualificada, mas não a infraestrutura e os insumos. A Direção-Geral do Câmpus está à procura de parceiros para custear a produção, explicou Luiz.
“Na unidade básica de saúde realizamos o atendimento dos pacientes suspeitos de Covid-19 apenas com equipamentos de proteção individual, EPIs, básicos. Ter acesso à essa proteção facial diminuirá bastante o risco de contaminação e nos trará maior segurança no atendimento”, destaca a medida Andressa Augusta Vieira.
Apesar da face shield ser o produto principal da pesquisa, Luiz Eduardo esclarece que eles também desenvolveram protótipos da máscara N95. Ele explicou que os modelos dessas máscaras já existem e pertencem a empresas, que, por sua vez, estão disponibilizando-os aos pesquisadores. “Nós editamos o modelo para encaixá-lo melhor no tipo de impressão que a gente usa, ou seja, facilitar a impressão. São modificações leves, mas importantes, assim como aquelas que têm sido feitas por outras universidades e institutos”, contou Luiz Eduardo.
Há poucos dias, veículos de comunicação nacionais noticiaram que um hospital do norte da Itália, em Brescia, ficou sem válvulas para as bombas de oxigênio e os fornecedores não as haviam em estoque para entrega. Eis que aparece a empresa Isinnova, que atua com impressão 3D. A válvula foi projetada virtualmente e impressa, e vidas foram salvas.
Ao saber disso, os pesquisadores foram atrás do modelo, para replicá-lo, caso necessário, mas não encontraram. “Eles não disponibilizaram o arquivo ainda porque não é uma válvula certificada”, sublinhou Luiz Eduardo, que explicou também que o utensílio só foi usado por conta da situação emergencial.
“O importante é que funcionou!”, ressaltou. Mesmo sem o modelo, os pesquisadores digitalizaram a peça e já imprimiram, duas vezes. Luiz Eduardo explica que ainda pairam muitas dúvidas sobre a válvula impressa por eles, por exemplo, se elas são compatíveis com os respiradores utilizados no Brasil. “De todo modo, a gente imprimiu, tem meios de fazer ajustes e de imprimir novamente, caso surja uma necessidade emergencial”, ressaltou.
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Senador Canedo.
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