Aluna do IFG Anápolis desenvolverá projeto educacional na África
Isabella Lopes dos Santos foi aprovada em seleção pública nacional e participará de um intercâmbio na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV)
Dezembro de 2024 abrangerá um período muito marcante na vida da estudante Isabella Lopes dos Santos, do curso de licenciatura em Ciências Sociais do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Anápolis. Será neste mês, entre os dias 2 e 16, que a discente fará um intercâmbio em Cabo Verde, graças à sua aprovação em seleção disposta no Edital do Programa Caminhos Amefricanos, que resulta de uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV). Isabella desenvolverá um projeto educacional no país africano e terá todas as despesas relativas a passagens e diárias custeadas pelo programa.
“O uso do rap brasileiro e sua pedagogia libertadora nas esferas acadêmicas” é o título da pesquisa proposta por Isabella Lopes dos Santos para aplicar na Uni-CV. Conforme indicado no projeto submetido na seleção de intercambistas, o objetivo da discente do IFG será analisar o papel do rap nacional nas esferas educacionais, sob a perspectiva de apresentar um estilo musical com o poder de emancipar o indivíduo. A proposta tem como ponto de partida as obras dos autores Mano Brown, Kl Jay, Ice Blue e Edi Rock, que compõem o grupo Racionais MC’s, junto com as ideias de Paulo Freire, na teoria da autonomia educacional.
Durante o intercâmbio em Cabo Verde, Isabella pretende realizar uma aplicação na universidade parceira, por meio do acompanhamento de aulas de história, sociologia e pedagogia. Além disso, ela planeja realizar entrevistas com professores e alunos, tanto de natureza quantitativa quanto qualitativa. Compondo o grupo que irá para o país africano, ela espera analisar as conexões dos professores e o conteúdo relacionado à cultura e história negra e observar a educação em um território diferente.
“O IFG TEM EXTREMA IMPORTÂNCIA NA MINHA APROVAÇÃO”
Na carta de intenção escrita para a seleção nacional do intercâmbio da CAPES/MIR/Uni-CV, a aluna do IFG Anápolis abordou sua participação em um projeto de ensino sobre a implementação do rap como ferramenta didática apresentado na 1ª Feira Integrada de Ciência do IFG (FECIN). Essa experiência, segundo ela, desencadeou sua participação no projeto de extensão “RAP DOCUMENTÁRIO” da rede IFG-Câmpus Cidade de Goiás e em um artigo apresentado no 6° Encontro de Culturas Negras do IFG intitulado: “A educação brasileira a partir da lei 10.639 e sua relação com as religiões de matriz africana”.
A estudante do 8º período de Ciências Sociais do Câmpus Anápolis relata que se inscreveu no processo seletivo após identificar que atendia os pré-requisitos listados no edital, tais como a participação em diversas frentes oferecidas em seu local de estudos. “O IFG tem extrema importância na minha aprovação”, reconhece a aluna. “A instituição abriu espaços para que eu pudesse ser uma estudante ativa nos núcleos de estudos (NEABI e NEGED), no Centro Acadêmico, em projeto de extensão e na residência pedagógica. Nos eventos do IFG, eu pude ter contato com outros estudantes e fazer conexão com outros câmpus, ampliando minhas linhas de estudos”.
Ela cita um caso específico em que conheceu dois colegas do IFG, Guilherme Henrique Souza da Silva (do Câmpus Inhumas) e Higor César Silva Medrado (do Câmpus Águas Lindas), em uma reunião de estudantes promovida na reitoria do IFG. “Através desse contato, desenvolvemos um trabalho sobre aplicação de religiões de matrizes africanas e a lei 10.639 que apresentamos no 6° Encontro de Culturas Negras do IFG”. Outro ponto destacado por Isabella é o corpo docente do IFG “que me ajudou e me incentivou muito, com ênfase para a professora Andreia (Farina) e o professor Neville (Vilasboas), que me orientaram e me incentivaram a fazer a inscrição do programa de intercâmbio”.
“ESPELHO PARA MENINAS NEGRAS DO IFG”
Isabella não deixa de comentar quão altas estão suas expectativas para participar do intercâmbio em Cabo Verde. “Minha expectativa é grande em conhecer um país do continente africano, em ter um contato direto com as bases da cultura brasileira, pois muita coisa cultural do Brasil veio de lá através dos povos trazidos para cá”.
Ela pontua ainda a relevância da repercussão que essa oportunidade vai proporcionar não apenas para ela, mas também para outras pessoas negras. “Ver pessoas como eu em espaços com esse de fazer um estudo fora (do país) é gratificante. Consigo observar que posso ser espelho para meninas negras do IFG, de conquistar o mundo inteiro se quiseram. A representatividade grita nessa situação”, ressalta.
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Anápolis
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