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ENSINO

Abracadabra II encerra atividades certificando crianças haitianas

Projeto utiliza literatura lúdica e contação de histórias para ensino da língua portuguesa e acolhimento de filhos de refugiados

  • Publicado: Segunda, 16 de Dezembro de 2024, 10h20
  • Última atualização em Segunda, 16 de Dezembro de 2024, 19h45
Ao final da segunda edição, as crianças receberam certificados para registrar suas participações
Ao final da segunda edição, as crianças receberam certificados para registrar suas participações

Qual seria a melhor forma de acolher crianças estrangeiras que chegam ao Brasil com suas famílias em busca de uma vida melhor? Como tornar a migração um processo afetivo? Parte desses questionamentos o projeto de extensão Abracadabra – acolhendo crianças e jovens migrantes pela magia da arte de contar/ouvir histórias, que teve sua segunda edição encerrada no dia 8 de dezembro. Cerca de 40 crianças vindas do Haiti participaram do projeto, que ocorreu quinzenalmente, aos domingos, na Escola Municipal Camila Scaliz. A ação foi desenvolvida por equipe de estudantes da Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa, com a coordenação da professora Micheline Lage, do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG).

Durante os encontros, obras literárias infantis eram trabalhadas com as crianças, estimulando a contação de histórias. Nesta segunda edição, o projeto trouxe livros de autores estrangeiros, cujas temáticas estavam relacionadas com o processo de acolhimento das crianças. “Foi o caso do livro ‘Gente legal está em todo lugar’, da escritora Alice Walker e ‘O casaco de Pupa’, de Elena Ferrándiz. Entretanto, conjugamos nossas escolhas a obras da literatura infantil brasileira, pois acreditamos ser importante para as crianças migrantes o acesso ao nosso patrimônio cultural, que se revela também pelo cânone literário do Brasil”, explica Micheline.

Por meio das histórias dos livros, as crianças atendidas começavam a se envolver nas atividades, compartilhar suas histórias e ter contato com a língua portuguesa. Além das obras, a equipe do projeto também trazia músicas como Onça Pintada, de Zeca Baleiro; canções do álbum A Arca de Noé, de Vinícius de Moraes; além do Hino Nacional do Haiti, que na ocasião foi executado em violino, e para o encerramento em clima natalino, Bate o sino, de Evaldo Rui Barbosa.

 


À esquerda, professora Micheline Lage. Ao lado, oficinas de contação de histórias do projeto Abracadabra.

 

Atividades

Os encontros com as crianças iniciavam na Igreja Metodista Haitiana, uma das parceiras do projeto, com localização no bairo Expansul, em Aparecida de Goiânia, e no Jardim Guanabara, na Capital. De lá, a equipe e os participantes do projeto iam para a escola Camila Scaliz, onde as atividades ocorriam. As contações de histórias, encenações e outras atividades culturais eram realizadas das 9h15 às 11 horas, enquanto os pais dos pequenos assistiam ao culto dominical.

Para a professora Micheline, o projeto abre novos horizontes tanto na perspectiva pedagógica quanto social. “Estar em um país estranho, com uma língua que não é a sua, com uma comida diferente da que você tinha o hábito de comer, com vestimentas, música, dança, tudo muito inusitado, faz com que você se sinta em um não-lugar. O projeto abriu meus olhos para essas questões. E também para o fato de vivermos em um país imenso, com uma diversidade cultural muito grande, então, em uma sala de aula, devemos estar atentos também não só para o estrangeiro, mas para quem chegou recentemente à cidade, para quem veio de outro estado, e promover um acolhimento pela língua, pela literatura, pelas artes”, acrescenta.

Do ponto de vista das crianças, a receptividade com a equipe do projeto, segundo Micheline, é um crivo de que a ação foi positiva. “As crianças amaram o projeto! Uma delas disse que queria a gente para sempre. É muito gratificante ouvir isso delas. Agora nós aplicamos um questionário para elas responderem junto com a gente, pois algumas não sabem ler e escrever, ainda estão passando pelo processo de alfabetização. Perguntamos sobre o dia mais marcante do projeto, sobre qual história elas mais gostaram, mas ainda não analisamos os resultados. O que posso dizer é que quando chegávamos à igreja, elas já vinham em nossa direção, sentavam nos colos de cada integrante e já ficavam aguardando, ansiosas, o momento de irmos para a escola parceira para a contação de histórias”.

Nesta edição, participaram enquanto bolsistas as estudantes Michele Damacena Araujo, Sara Clara de Magalhães, Jeilsa Pires Portela de Souza, Catarina Fernanda Moraes, todas do curso de Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa do Câmpus Goiânia, além de Luísa Moreira, aluna de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás, que atuou como voluntária.

Para Micheline, a oportunidade de desenvolver o projeto é enriquecedora para as discentes. “Acredito que projetos dessa natureza, que envolvem ensino, pesquisa e extensão, desenvolvem diferentes habilidades nos estudantes. Eu trabalho muito com trabalhos colaborativos, em cocriação, em que cada participante vai tendo a chance de trazer à tona o seu maior talento. No final, o resultado é de todos, inclusive, no nosso caso, as crianças também são pesquisadoras, cocriadoras e protagonistas do projeto, cujo resultado final só é possível com a união de todos nós”, finaliza.

A ação contou com os parceiros: Igreja Metodista Haitiana, a Escola Municipal Scaliz Figueiredo, por meio e da diretora Ileuza Santiago Lisboa, e a Rede Infâncias Protagonistas, da Universidade de Brasília, coordenado pela docente Luciana Hartmann, do Departamento de Artes Cênicas. 

Confira mais informações.


Coordenação Comunicação Social do Câmpus Goiânia

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