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Goiânia, 01 de novembro de 2019

Publicado: Sexta, 01 de Novembro de 2019, 12h29 | Última atualização em Sexta, 01 de Novembro de 2019, 12h49

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Confira as últimas dicas para o Enem e boa sorte

Catálogo de Escolas apresenta dados sobre instituições de ensino

MEC vai incentivar cinemas acessíveis a surdos, cegos e autistas nas unidades da Federação

Com 33 horas de debates, MEC encerra conferência sobre alfabetização 

CORREIO BRAZILIENSE

Pais devem ficar atentos na hora de matricular filhos em escolas privadas

Para relaxar e reforçar o conteúdo

GLOBO.COM

Veja como o Enem se transformou no principal meio de acesso às universidades

Número de alunos negros reprovados nas escolas do Brasil é duas vezes maior que o de brancos, diz Unicef

FOLHA.COM

Primeiro Enem sob Bolsonaro não deve reverter orientação do exame

Doria promete ampliar ensino integral, mas reduz verba de programa

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

ENEM 2019

Confira as últimas dicas para o Enem e boa sorte

Na reta final da preparação, o Ministério da Educação preparou uma lista com itens de atenção para os candidatos

Dyelle Menezes, do Portal MEC

Agora falta muito pouco para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019. A primeira prova neste domingo, 3 de outubro, trará as questões de linguagens, ciências humanas e redação. O Ministério da Educação (MEC) preparou dicas para os candidatos ficarem atentos já nos locais de provas e no conteúdo cobrado.

Antes de conferir a lista, porém, uma mensagem que vem direto do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, Alexandre Lopes: “Essa é reta final para dia da prova. Cuide da sua ansiedade, durma e se alimente bem. Concentração e boa sorte para todos os candidatos”.

Confira as dicas para ficar ligado no dia do Enem:

antes de entrar na sala, guarde os objetos não permitidos no envelope porta-objetos, feche o lacre e deixe debaixo da sua cadeira até terminar a prova;

confira seus dados no cartão-resposta e na folha de redação;

confira seus dados na ficha de coleta do dado biométrico. Aguarde a autorização e o auxílio do aplicador para fazer a coleta;

destaque, com muito cuidado, o cartão-resposta/folha de redação e a folha de rascunho do caderno de questões. Eles não poderão ser substituídos se forem danificados.

Durante o primeiro dia de prova o candidato deve ficar atento às seguintes orientações:

na prova de Língua Estrangeira, não é permitido trocar a opção (Inglês e Espanhol) que você escolheu na hora da inscrição;

lembre-se de tudo o que pode te dar nota zero na redação, como:

fugir do tema proposto;

letra ilegível;

não atender a proposta pedida;

entregar a folha de redação sem nada escrito;

escrever predominante ou integralmente em língua estrangeira;

usar desenhos e outras formas propositais de anulação;

fazer uma estrutura de texto diferente do tipo dissertativo-argumentativo;

apresentar nome, assinatura, rubrica ou qualquer outra forma de identificação.

Vai fazer a prova? Não esqueça: a cor da caneta para realizar a prova é preta e fabricada em material transparente. Além disso, o estudante deve apresentar um documento oficial de identificação. É recomendável levar o cartão de confirmação.

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EDUCAÇÃO BÁSICA

Catálogo de Escolas apresenta dados sobre instituições de ensino

Informações importantes sobre a educação básica brasileira podem ser encontradas no Catálogo de Escolas, recém lançado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), em sua página na internet. É um recurso de pesquisa de endereçamento, localização e oferta educacional das escolas brasileiras que participaram da última edição do Censo Escolar, coletado em 2018. A consulta pode ser feita a partir de recortes de interesse do usuário ou diretamente para uma escola.

As opções da plataforma possibilitam consolidar dados por estado, município, por etapas de ensino ofertadas e porte da escola; saber se o estabelecimento é estadual, municipal, federal ou privado, além de outros conjuntos de informações. Os resultados da pesquisa podem ser destacados do catálogo e exportados.

Importância – O diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Moreno, ressaltou a importância da nova plataforma de pesquisas. “O catálogo é mais um instrumento ofertado à sociedade, o que fortalece a transparência das pesquisas estatísticas realizadas e provê um serviço relevante para a sociedade”, disse.

Carlos Moreno explicou também que o serviço “disponibiliza informações de interesse dos usuários a respeito dos estabelecimentos de educação formal, que pode ser consultado, em formato eletrônico, no portal do Inep, e favorece a integração com outros sistemas de informação já disponibilizados pelo instituto”.

Estão listadas na plataforma cerca de 226 mil escolas, com um público de mais de 50 milhões de pessoas – alunos e profissionais da educação. Entre os recortes oferecidos pelo catálogo, está ainda a condição do estabelecimento – se em funcionamento ou paralisado na data de referência da pesquisa. Como a plataforma é atualizada com as informações da última edição disponível do Censo Escolar, os dados apresentados no catálogo são sempre da última quarta-feira do mês de maio de cada ano. As informações do portal são referentes a 2018.

Público – O objetivo do catálogo é suprir as necessidades de informação de pesquisadores, gestores educacionais das redes pública e privada, organizações da sociedade civil, imprensa, estudantes e seus familiares. A plataforma foi desenvolvida pela equipe da Diretoria de Estatísticas Educacionais do Inep, responsável por coletar e organizar as informações que são fornecidas ao Censo Escolar por cada instituição de ensino do país.

Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

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INCLUSÃO

MEC vai incentivar cinemas acessíveis a surdos, cegos e autistas nas unidades da Federação

Cinemas acessíveis para pessoas cegas, surdas e autistas em todas as regiões do país. É isso que o Ministério da Educação (MEC) quer incentivar por meio de uma parceria assinada com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) nesta terça-feira, 29 de outubro. O evento contou com a presença da primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro.

A Fundaj vai disponibilizar 20 filmes nacionais com produção de acessibilidade comunicacional, o que inclui fone com audiodescrição para cegos e pessoas com baixa visão, além de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legenda para surdos e ensurdecidos.

O projeto é voltado para unidades da Federação que queiram implementar a iniciativa em seus cinemas e outros tipos de espaços públicos. As produções, inclusive em formatos de desenho, atendem públicos de todas as idades.

Outro ponto do projeto prevê a adaptação de salas de cinema para o público autista. A ideia é que o ambiente tenha som e luzes reduzidos.

Já para os cegos, a proposta é possuir entradas com maquetes em braille. Isso facilitaria a identificação dos lugares e das saídas de emergência.

Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a iniciativa é importante e a sociedade precisa estar sensibilizada. “A ideia é trazer a tecnologia da Fundaj para todo o Brasil. [...] Desejo que essa seja a primeira de muitas realizações do cinema inclusivo”, afirmou.

O protocolo de intenções para o cinema acessível foi assinado pela secretária de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp) do MEC, Ilda Peliz, e pelo presidente da Fundaj, Antônio Campos, na Sala de Atos do MEC, em Brasília.

Experiência de sucesso - A ideia do cinema acessível é baseada na experiência de sucesso da Fundaj em Pernambuco. Desde 2017, a sala de cinema da fundação oferece sessões inclusivas para pessoas com deficiências sensoriais. Mais de 3,5 mil pessoas já assistiram produções nacionais com acessibilidades.

Campos lembrou que mais de 40 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência vivem no Brasil, o que demonstra a relevância desse trabalho e da causa em questão. “Com a assinatura desse protocolo de intenções, o MEC dá um significativo passo para tornar os cinemas acessíveis para todas as regiões do Brasil”, disse.

Interesse - O Governo do Distrito Federal já sinalizou interesse em implementar a medida. A primeira-dama do DF, Mayara Noronha, e o secretário de Educação do DF, João Pedro Ferraz, estiveram presentes na solenidade.

Assessoria de Comunicação Social

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CONABE

Com 33 horas de debates, MEC encerra conferência sobre alfabetização

Mais de 50 especialistas do Brasil e do mundo passaram os últimos quatro dias reunidos em Brasília (DF) para falar sobre experiências que deram certo na alfabetização. Eles participaram da 1ª Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe). O evento contou com mais de 33 horas de debates em 28 palestras, sessões especiais e simpósios.

A Conabe teve como tema a “A Política Nacional de Alfabetização e o Estado da Arte das Pesquisas sobre Alfabetização, Literacia e Numeracia”. As boas práticas baseadas em pesquisas que foram apresentadas no evento poderão ser incluídas no processo de alfabetização em escolas e nas famílias brasileiras e subsidiar o Relatório Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Renabe), previsto para o ano que vem.

Para o secretário de Alfabetização do Ministério da Educação (MEC), os debates e palestras deixam um legado de sugestões para o Renabe. "O MEC está aberto à ciência, às evidências científicas. São elas que sustentam políticas públicas sólidas", afirmou.

Ao todo, foram mais de 200 participantes, incluindo a primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro. Ela esteve no painel que mostrou estudos sobre a alfabetização de surdos na quinta-feira, 24 de outubro.

Reino Unido, Estados Unidos e França são alguns dos países que fundamentaram as políticas de alfabetização por meio de evidências científicas, ou seja, utilizaram métodos embasados em pesquisas para garantir um melhor ensino-aprendizagem. O objetivo é trazer isso para o Brasil, já que a Conabe faz parte das ações de implementação da Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída pelo governo federal em abril.

Apoio ao PNA – No encerramento do evento, Nadalim leu um documento de consenso de apoio à PNA por parte do Painel de Especialistas. O grupo é composto por 12 especialistas, de notório saber nas áreas de alfabetização, literacia ou numeracia. “Trata-se de um importante passo para a melhoria da qualidade da alfabetização em todo o território nacional”, diz o texto.

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CORREIO BRAZILIENSE

EDUCAÇÃO

Pais devem ficar atentos na hora de matricular filhos em escolas privadas

A medida que o fim do ano se aproxima, tem início a corrida para garantir a matrícula dos estudantes. Na rede particular de ensino, alguns fatores procurados pelos pais são preços acessíveis, bons professores e referências. Mas a Secretaria de Educação alerta: o credenciamento da instituição de ensino junto à pasta é fundamental. Escolas sem a devida documentação não têm autorização para funcionar e o aluno pode inclusive ter os estudos não validados.

Dados do Censo Escolar contabilizam mais de 171,1 mil alunos matriculados na rede particular. Atualmente, 561 escolas, desde creches ao ensino médio, estão licenciadas junto ao Governo do Distrito Federal. “Pais e responsáveis devem consultar uma lista publicada no site da secretaria antes de matricular os filhos na rede particular de ensino”, explica a pasta, em nota oficial. Quem identificar uma instituição sem a devida autorização, deve comunicar ao órgão via ouvidoria, ou por meio do Ministério Público ou Procon.

Para funcionar, o colégio deve cumprir uma série de exigências, como apresentar proposta pedagógica, regimento escolar e plano de curso, de acordo com a Resolução nº 1/2018 do Conselho de Educação do DF. O responsável também precisa apresentar a relação de espaços físicos, mobiliário, equipamentos e recursos didático-pedagógicos. Entre os documentos necessários estão a licença de funcionamento, comprovante das condições legais de ocupação do imóvel, e Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Uma vez concedido, o documento pode ter validade de até cinco anos.

O presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), Luis Claudio Megiorin, ressalta que a exigência fortalece a segurança de pais e alunos. “É importante, na hora da matrícula, ver se a escola escolhida está pelo menos em processo de credenciamento. Se não estiver, fuja, porque normalmente dá problema, com risco, inclusive, de se perder o ano letivo”, alerta.

Mensalidades

Com o período de matrículas das escolas particulares para 2020 aberto, pais e responsáveis pelos estudantes começam a fazer as contas para equilibrar no orçamento matrícula, mensalidade, materiais escolares e uniformes, dentre outros gastos. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe), não é possível prever uma média de reajuste, visto que as escolas têm autonomia para decidir os valores das mensalidades. O valor varia entre os diversos colégios, que buscam estratégias de mercado para aumentar o número de alunos e apostam na qualidade pedagógica para consolidar a ideia das mensalidades como um investimento para o futuro. Pela Lei 9870/99 não existe um teto para o reajuste escolar, mas parâmetros para o cálculo, como salário dos professores, contas de luz, água, aluguel, entre outras despesas.

Outro fator de influência é o nível escolar da criança ou adolescente. “Em casos, por exemplo, que o estudante passa do Ensino Fundamental ao Médio, além do reajuste anual, podem ter aumento de 40% ou 50% a mais”, calcula o presidente da Aspa. Segundo ele, Educação Infantil e Ensino Médio têm mensalidades mais caras porque precisam de profissionais mais capacitados.

Para o presidente do Sinepe, Álvaro Domingues, a rede particular tem uma das maiores diversidades de ensino, o que torna as opções mais amplas e deixa os preços mais dinâmicos. Por isso, pais devem avaliar a fundo a escola que optam para os filhos. “É uma decisão muito importante. O responsável pelo estudante deve conhecer as instalações do colégio e a equipe de professores, buscar os documentos formais, como o projeto pedagógico e verificar o credenciamento da instituição na Secretaria de Educação”.

Kenia Maria da Costa, 42 anos, coloca tudo isso na ponta do lápis, mas entende que os preços acabam sendo barreiras para muitos. Professora da rede pública, ela tem dois filhos em instituições privadas. “Vários colegas dos meus garotos estão indo para escolas da Secretaria de Educação. Pais com quem converso dizem que não dá para pagar mensalidades caras, principalmente quando têm dois ou três filhos, por exemplo”, conta. Ela também sente no bolso as variações de preço ano após ano. “Acho que aumentou bastante para 2020, algo em torno de R$ 200 por mês no colégio que fiz a matrícula. Mas eu sempre pago o valor dos 12 meses no começo do ano, assim, tenho um desconto bom de 3% na conta final, uma economia em torno de R$ 2 mil”, aconselha.

Entre as estratégias para diminuir os gastos, estão a pechincha, a indicação de mais alunos, e o pagamento à vista. Glenda Negreiros, 42 anos, também conta com o privilégio de ser cliente antiga. “Matriculei meus meninos nos primeiros anos do colégio, e construí um bom relacionamento com a direção. É importante negociar, mas, ainda mais essencial é observar os requisitos. Procurei um lugar que não fosse só conteudista, mas importante para a vida das crianças como um todo, pensando no lado emocional, no carinho e acolhimento que elas têm lá dentro”, diz a empresária.

Dicas

Nei Vieira, diretor pedagógico do colégio Seriös, deu a palavra de especialista na hora de escolher a escola ideal. “É essencial avaliar a proposta pedagógica da escola, avaliando todos pontos da proposta da instituição. Muitas vezes as crianças acabam decidindo a escola com base na escolha dos colegas, mas isso é perigoso pois nem sempre aquele é o melhor modelo para elas”, conta. Para ele, outro ponto importante é avaliar se o colégio enxergue o estudante como um ser único, trabalhando seu potencial. “A instituição precisa ajudar o aluno a construir seu projeto de vida, facilitando, principalmente no ensino médio, os conhecimentos direcionados para a área que ele deseja seguir”, conclui.

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ENEM 2019

Para relaxar e reforçar o conteúdo

Faltando três dias para a primeira maratona de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), chega a hora de os estudantes se desligarem de cadernos, livros, videoaulas e simulados. Para relaxar, os candidatos podem recorrer a salas de cinema, parques, esportes com os amigos. Há, ainda, aqueles que preferem se refugiar em mostras e exposições de arte. Museus e centros culturais oferecem diversas opções, com variados temas para os participantes que tenham gosto pela arte.

A professora e coordenadora da cadeira de artes do Sigma, Margarete Lopes, afirma que a atividade é uma boa opção, não só para relaxar, como também para ajudar a fixar o conteúdo visto ao longo do ano. “Independentemente da temática, quanto mais visitas e quanto mais visualizadas as obras, mais se amplia o conhecimento sobre as artes ,e o candidato consegue identificar melhor os valores estéticos presentes ali”, comenta.

Ela recomenda duas exposições que estão abertas em Brasília: Vaivém, no Centro Cultural Banco do Brasil, e Paisagens de van Gogh, no Shopping Iguatemi. A primeira, conta a trajetória das redes de dormir nas artes. Ela passa por diversos contextos históricos em diferentes regiões do país e, de acordo com a professora, esses são aspectos bastante cobrados na prova. “Pode ser que não caia nenhuma questão estética sobre essas obras, mas,  a partir do contexto cultural que está ali, dá para fazer uma relação com a geografia, a história e outras disciplinas”, destaca.

Já a exposição Paisagens de van Gogh oferece uma experiência imersiva sobre a obra do autor e a forma de pintar dele. “O aluno consegue ampliar o repertório e ter uma oportunidade de espairecer, porque é lúdico e divertido”.

A estudante do 3º ano Eduarda dos Santos, 18 anos, foi prestigiar as exposições abertas na Caixa Cultural, entre elas, Fernando Lopes —  50 anos de desenho e  a mostra Circonjecturas.  Ela acredita que a visita pode ajudar na hora de fazer a redação. “Eu gostei muito da exposição do artista Fernando Lopes, porque  o trabalho dele fala sobre diversos assuntos, como política, contexto social, meio ambiente. Esses temas podem ajudar a gente na prova, principalmente na redação”, avalia.

Júlia Santos, 17, estudante do Centro Educacional Asa Norte (Cean), considera importante, nessa reta final, descansar, mas, sábado, ela planeja assistir a um aulão de revisão on-line. “Estou estudando bastante, na verdade. Está todo mundo muito focado e muito preocupado em entrar na faculdade”, explica. Para relaxar, a jovem, que está em dúvida entre os cursos de direito, artes cênicas e ciência política, conta que costuma visitar exposições, além de outros hobbies. “Tento descansar a mente, ouvir música, ler alguma coisa que não tenha ligação com a prova”. Para ela, esse é um momento de lazer e evitar pensar no exame. “É o tempo que eu tenho para relaxar e ficar calma. Não vejo muita ligação com a prova, a não ser por algumas obras.”

Margarete ressalta que as visitas podem fazer bem, mas se deve observar também se isso não é algo que vá causar mais estresse ao candidato. “É necessário buscar coisas que dão satisfação e não que trazem uma agitação e elevrm o estresse.” Para ela, o estudante deve se lembrar que já passou por toda a preparação e, nessa reta final, precisa manter o equilíbrio.

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GLOBO.COM

ENEM 2019

Veja como o Enem se transformou no principal meio de acesso às universidades

No domingo (3), milhões de estudantes vão fazer a primeira prova do Enem, um exame que mudou ao longo de 11 anos. Na primeira reportagem de uma série especial do Jornal Nacional, a Graziela Azevedo mostra como ele passou de uma simples avaliação dos estudantes do ensino médio para se transformar na principal porta de entrada dos brasileiros nas universidades, daqui e de Portugal.

Já faz 21 anos que uma janela começou a se abrir para jovens brasileiros.

“A universidade dos meus sonhos”, diz uma estudante.

“Foi uma das formas mais simples de estudar fora”, conta um estudante.

“A possibilidade de tá numa faculdade de excelência”, comenta outra estudante.

Em 1998, na primeira edição, o Exame Nacional do Ensino Médio atraiu pouco mais de 115 mil estudantes e já na estreia, teve aquela cena que a gente conhece bem. “Não deu pra chegar, o ônibus atrasou”, contou um estudante na época.

Naqueles primeiros tempos eram quatro horas para responder a 63 questões e fazer a redação de um exame muito diferente do velho e temido vestibular.

“O vestibular, que a gente conheceu, ele era, valia mais aquilo que você conseguia guardar na sua cabeça, aquilo que você conseguia decorar. O Enem ele quer avaliar a capacidade que a pessoa tem de se relacionar com os fenômenos da vida e com o conhecimento”, destaca Mônica Gardelli Franco, diretora executiva do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação.

A sede de jovens brasileiros pelo conhecimento que melhora salários, satisfaz curiosidades, melhora a vida. No primeiro ano da prova, em 1998, o Brasil tinha pouco mais de 2 milhões de estudantes universitários. Hoje o número passa dos 8 milhões. E foi subindo também graças a outros programas associados ao Enem.

Em 2004, com a criação do programa Universidade para Todos, a nota do Enem passou a contar também para bolsas de estudo em faculdades particulares. No ano seguinte, o número de inscritos saltou para 3 milhões.

Foi a dupla Enem-Prouni que trouxe a Cíntia pra faculdade de economia da PUC de São Paulo. Trabalhava, tinha filho e 34 anos quando entrou. “Eu consigo ver os estudos como um tempo muito precioso e que me fez crescer e foi um divisor de águas na minha vida”, conta Cíntia dos Reis Moreira Alves, estudante de economia.

Em 2009 o Enem sofreu, por já ser tão precioso pra vida de tanta gente. O vazamento das provas adiou, mas não impediu o exame, que passou a ter 180 questões resolvidas em dois dias. Nesse mesmo ano o Sisu, Sistema de Seleção Unificado, começou a acabar com aquela história de ter que viajar para prestar vestibular em outros estados.

Giovana não teria esse dinheiro, mas veio do norte do país para a federal do ABC.

“Eu sou de Santarém, no Pará, morava em Manaus quando prestei o Enem. Foi por ele que eu consegui ter essa opção de estudar em Universidade de São Paulo”, diz Giovana Matos, estudante de Relações Internacionais.

Em 2014, o mapa do conhecimento se ampliou ainda mais. Faculdades de Portugal começaram a aceitar as notas do Enem. O Lucas se mandou pra a Universidade de Coimbra e foi além. “Atualmente estou fazendo mestrado em ciências políticas e relações internacionais, na Universidade Nova de Lisboa. Eles basicamente só pediam o Enem”, lembra Lucas Fidalgo Knoeller, estudante de ciências políticas.

Em 2015, travestis e transexuais puderam pedir a impressão de seus nomes sociais nas provas. Foi mais um passo em favor da inclusão garantida pelas universidades com as cotas para deficientes físicos, índios e negros. Carolina foi selecionada. O curso? Medicina. “É um pouco difícil de acreditar, fiquei feliz com a notícia”, declara Carolina Bernardes, estudante.

A passagem do tempo e as transformações no ensino, no país e no mundo mudaram as provas. “Esse aqui é um caderno de provas do primeiro ano a impressão simples, em preto e branco, essa foi a primeira prova de Enem de 1998. E esse foi um caderno de provas do ano passado. A questão da qualidade gráfica, a inclusão de fotos. Os itens hoje são mais complexos do que há cinco, dez anos”, destaca Alexandre Pereira Lopes, presidente do Inep.

As perguntas saem de um banco de questões e são escolhidas por um sistema de computação. O sigilo e a segurança precisam ser rigorosos para honrar tudo o que o Enem representa para o futuro de cada um e de todo país.

“Quero continuar minha pesquisa que é justamente sobre a minha região, a Amazônia”, conta Giovana.

“Eu pude fazer um semestre na Itália e me rendeu mais experiência também”, diz Lucas.

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LEVANTAMENTO

Número de alunos negros reprovados nas escolas do Brasil é duas vezes maior que o de brancos, diz Unicef

Dos 2,6 milhões de estudantes de ensino fundamental ou médio que reprovaram de ano em 2018, 48,41% são negros (pretos ou pardos). Segundo estudo da Unicef, o número de reprovados neste grupo é duas vezes maior que o de brancos, somando, em 2018, mais de 1,2 milhão de estudantes reprovados.

O levantamento divulgado na tarde desta quinta-feira (31) foi feito com base nas informações das matrículas nas escolas públicas estaduais e municipais brasileiras. Ele faz parte da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, mantida pelo Unicef em parceria com o Instituto Claro e que inclui a divulgação de dados sobre a qualidade da educação e um curso online para educadores em um portal na internet, além de cadernos com recomendações para escolas estaduais e municipais enfrentarem o problema, e suporte individual a redes de ensino pelo Brasil.

Segundo Ítalo Dutra, chefe de Educação do Unicef, o foco do estudo foi na vulnerabilidade de alguns grupos de alunos com maior propensão à reprovação. Por isso os dados comparam os resultados segundo a raça/cor, o gênero, a localização da escola e o fato de os alunos terem ou não deficiência.

Estudantes que repetem de ano

O estudo, feito com base nos dados do Censo da Educação Básica de 2018, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em janeiro deste ano, mostra ainda que a raça não é o único critério que pode deixar os alunos mais vulneráveis à reprovação e a ficarem atrasados em relação à idade, o que aumenta o risco de abandonarem a escola

Segundo o Unicef, outros recortes, como gênero, portadores de deficiência ou localidade da escola podem aumentar ou não a probabilidade de reprodução. As comparações feitas pelo órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que:

11,3% dos meninos reprovaram de ano em 2018, contra 6,9% das meninas;

Já entre os estudantes com alguma deficiência, a taxa de reprovação foi de 13,82%. No grupo de alunos sem deficiência, ela cai para 8,68%;

Nas escolas rurais, um a cada dez alunos não passou de ano (10,29%). Considerando os estudantes da zona urbana, a taxa foi de 8,96%.

Estudantes atrasados

A reprovação faz com que os estudantes acabem atrasados em relação aos colegas da mesma idade. Em 2018, segundo o Unicef, o Brasil tinha 6.474.641 alunos com dois ou mais anos de atraso escolar. Isso representa 22% do total de matrículas nos três níveis de ensino.

Essa é a chamada "distorção idade-série". Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE), a meta definida em 2014 e aprovada por unanimidade no Congresso Nacional prevê que, até 2024, 95% dos adolescentes de 16 anos tenham concluído pelo menos os oito anos do ensino fundamental, e que 85% dos adolescentes de 15 a 17 anos estejam matriculados no ensino médio.

Os dados analisados pelo Unicef indicam que, no Brasil, esse problema varia conforme as regiões e vai piorando conforme aumenta a idade do estudante: no ensino fundamental I (anos iniciais), 13% dos alunos estão com dois ou mais anos de atraso, um índice que salta para 28% e 31% no fundamental II (anos finais) e no médio, respectivamente.

Entre os meninos, mais uma vez as taxas são mais altas: 26,2% deles estavam atrasados em pelo menos dois anos em 2018. Considerando as alunas meninas, esse índice cai para 18,31%;

A distorção é ainda maior entre os estudantes com deficiência: 48,67% deles estavam matriculados em duas séries atrás do esperado para a idade, no mínimo; entre os estudantes sem deficiência, essa defasagem foi de 22,16%;

Já na zona rural, essa taxa foi de 27,3%, comparado com 21,5% na zona urbana.

Estudantes que abandonam a escola

Em 2018, o Unicef aponta que 912.524 estudantes matriculados no ensino básico desistiram da escola, sendo que metade deles já estavam no ensino médio quando abandonaram.

Segundo o Unicef, os dados representam os índices de abandono escolar divulgados pelo próprio Inep.

Mais uma vez, os índices são mais elevados na Região Norte em todos os níveis de ensino. De acordo com o estudo, metade dos estudantes que abandonaram a sala de aula são pretos e pardos.

Estratégia de melhorias

Segundo Ítalo Dutra, chefe de Educação do Unicef, atualmente muitos estudantes enfrentam uma "cultura de fracasso" nas escolas. "O ciclo que acontece é reprovação, distorção idade-série, abandono. Então era importante a gente ter todo o painel", explicou ele.

A análise feita pelo fundo foi além dos microdados públicos divulgados pelo Inep. Um pesquisador do Unicef solicitou acesso à chamada "sala segura", para poder buscar dados na base completa do Censo -- o Inep permite esse tipo de estudo, desde que os resultados não sejam detalhados a ponto de que um estudante possa ser identificado.

Além do panorama nacional, o Unicef também levantou iniciativas bem sucedidas para atender aos milhões de alunos que estão atrasados na escola. Dutra afirma que o Unicef encontrou grande demanda das próprias redes em rever projetos e buscar soluções melhores.

Segundo ele, são três as principais recomendações feitas às redes:

Entender que a educação sozinha não resolve o problema e, por isso, é preciso pensar em articulações em rede com outros setores sociais;

Conhecer com profundidade a situação, escutando e engajando os próprios alunos que estão enfrentado problemas de reprovação;

Mudar o currículo. Nesse caso, ele explica que não se trata especificamente do conteúdo dado na sala de aula, mas expandir a relação das atividades da escola com a comunidade, além de desenhar ações exclusivas para esse grupo de estudantes, "e depois avançar para a escola toda".

Segundo ele, executar ações pensadas especificamente para esses alunos pode envolver até separá-los dos demais estudantes daquele ano, e reuni-los com alunos repetentes de outros anos também.

Apesar de alguns fatores sejam citados como prováveis causas comuns da reprovação e da evasão (como racismo e gravidez na adolescência), o especialista diz que o objetivo é "não fazer um diagnóstico prévio nem massificado" do problema, e sim identificar o que acontece em cada localidade.

Para Daniely Gomiero, diretora de Comunicação Interna e Responsabilidade Social Corporativa da Claro, e vice-presidente do Instituto Claro, além de reunir e publicar dados que mostram a realidade do problema, iniciativas como o curso online do programa são importantes para ajudar a capacitar professores para usar esses dados e a tecnologia disponível em "atividades mais assertivas".

Segundo ela, "o uso de dados é super importante para a gente refletir para o futuro", diz ela.

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FOLHA.COM

EDUCAÇÃO

Primeiro Enem sob Bolsonaro não deve reverter orientação do exame

O que esperar de um Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) sob nova direção? A ansiedade de fazer uma prova que é a porta de entrada para as principais universidades do país ganhou um ingrediente adicional neste ano: a mudança de governo.

Dias após ganhar a eleição de 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticou uma das questões do exame, que mencionava um dialeto usado por gays e travestis, e afirmou que sua gestão iria “tomar conhecimento da prova” antes da aplicação.

Em março, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável pelo exame, nomeou uma comissão para fazer uma análise ideológica das questões. O resultado não veio a público. Diante disso, o que virá no exame dos próximos dia 3 e 10 de novembro?

A pergunta tem circulado em cursos preparatórios.

Se há uma boa notícia em não se saber exatamente a resposta, é esta: “Será uma surpresa para todo mundo, portanto todos os candidatos estão na mesma situação”, diz Marcelo Pavani, diretor do Oficina do Estudante.

De modo geral, professores têm apostado que, se houver mudança, será na ausência de alguns temas. Eles recomendam, no entanto, que os alunos não mudem sua atitude diante da prova.

É a primeira vez que comento Enem em que, em vez de pensar no que vai cair, penso no que não vai”, diz Giba Alvarez, diretor do Cursinho da Poli. Ele acha possível que a triagem feita pela comissão do Inep tenha retirado questões sobre temas como direitos LGBT+ e feminismo.

Como esses assuntos apareciam nos textos de base das perguntas, e não eram o objeto em si das questões, para o candidato não muda muita coisa, diz Claudio Pinheiro, coordenador de processos de avaliação acadêmica do Colégio Bandeirantes.

O exame avalia competências, não os temas dos textos das questões.” Tomando-se como exemplo a questão sobre o dialeto gay, ela não exigia conhecimento sobre o assunto em si, mas sim sobre linguagem e interpretação de texto.

Também é importante lembrar que a Matriz de Referência do Enem não mudou, ou seja, a prova deve exigir as mesmas competências que exigia antes.

Se a comissão do governo Bolsonaro pode ter subtraído questões, a adição de novas perguntas é um processo mais difícil.

Isso porque cada pergunta, no Enem, percorre um longo caminho entre ser formulada e ser impressa em uma prova.

A própria elaboração da questão leva tempo, pois cada uma é feita, discutida e refeita entre os professores elaboradores, explica José Francisco Soares, docente da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e presidente do Inep de 2014 a 2016.

Depois, a questão passa por um chamado “pré-teste”, com grupos menores de alunos, para verificar o grau de dificuldade, entre outros fatores. Isso é necessário porque o Enem adota uma metodologia que permite que os resultados sejam comparáveis ano a ano.

Com isso, explica Soares, o processo na sua gestão levava ao menos dois anos, e era feito sempre sob acompanhamento de funcionários do Inep. “A sociedade pode confiar na excelência destes servidores”, afirma.

Já a elaboração do tema de redação é algo que, sim, pode ter sido feito na atual gestão. Entre os temas que cursinhos apostam que pode cair estão mobilidade urbana, movimentos antivacina, segurança pública ou algo mais alinhado aos novos tempos, como identidade nacional.

A mudança de governo em si, porém, não deve alterar a forma como o aluno faz a redação, afirmam os professores. Isso porque a Matriz de Referência se mantém, assim como o esquema de correção.

Cada texto passa por pelo menos dois avaliadores. Se a divergência for muito grande, vai para um terceiro e, se permanecer, o texto é então submetido a uma banca com três outros professores.

O caráter técnico da correção não significa que o aluno possa dar qualquer opinião política sem base. Ela tem que estar conectada com a proposta de texto dissertativo.

A tendência em todo ano é que uma redação recheada de opiniões sem argumentação não tenha boa nota”, diz Giba. “A orientação é fazer o feijão com arroz bem feito”, diz o coordenador do Bandeirantes. “Pega o que tem na proposta, os gráficos e textos de referência, e agrega o seu repertório.”

Quem achar que pode escrever textos discriminatórios a minorias porque se tornaram comuns críticas ao politicamente correto também pode se dar mal. 

Coordenador de linguagens do curso Anglo, Sergio Paganim lembra que foi mantida na cartilha do exame a competência do aluno de “elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos”. Quem ferir o esperado perde 200 pontos.

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EDUCAÇÃO

Avaliação de pós-graduação passará a incluir impacto social e interação regional

O novo sistema de avaliação de pós-graduação no Brasil vai ampliar a análise de indicadores e passará a focar fatores como impacto social, interação com o setor produtivo regional e a vocação de cada programa. A própria escala de notas atribuída aos cursos deve ser alterada.

O governo Jair Bolsonaro (PSL) planeja ter o novo modelo até o fim de 2020, para que a implementação ocorra no próximo ciclo de avaliação, que começa em 2021 —o ciclo é realizado a cada quatro anos, com acompanhamentos periódicos.

A avaliação dos cursos de pós-graduação —mestrado e doutorado— é de responsabilidade da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), autarquia ligada ao MEC (Ministério da Educação).

As discussões do novo modelo começaram oficialmente em 2017, ainda no governo Michel Temer (MDB).
Os programas de pesquisa recebem notas com base no desempenho em indicadores, mas as informações de pesquisa (como quantidade de artigos e citações) têm maior protagonismo. Outros aspectos, como impacto social, carecem de indicadores e ficam sem peso na avaliação final.

O objetivo da reformulação é, segundo a Capes, garantir um acompanhamento que reflita um panorama mais amplo dos pontos fortes e áreas em que há necessidade de melhoria de cada programa.

O presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correia, diz que a chamada análise multidimensional também servirá para induzir pesquisas de maior impacto científico, social e econômico.

"Com a avaliação, vamos incentivar que a pesquisa tenha maior impacto na sociedade, na indústria, estaremos em busca de uma pesquisa mais relevante", diz Correia.

O novo sistema trará indicadores em cinco dimensões: transferência de conhecimento, internacionalização, impacto na sociedade, formação e pesquisa.

A Capes ainda analisa quais serão os indicadores de cada dimensão, mas devem compor esse sistema, por exemplo, informações de pesquisas com engajamento regional, evolução salarial do egresso, criação de empresas e projetos de extensão universitária.

"A gente quer que a universidade cumpra sua vocação regional e os indicadores vão medir [esse impacto]", diz.

O próprio sistema de notas será alterado. Em vez de ter um conceito único por programa, haverá uma nota para cada uma das cinco dimensões.

Atualmente, a escala de notas vai de 1 a 7. Para funcionar, programas precisam receber conceito mínimo 3.

Essa avaliação norteia a priorização de concessão de bolsas e também a autorização de funcionamento dos cursos.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem feito críticas à qualidade da pesquisa brasileira, que, segundo ele, teria baixo impacto.

A Capes passou neste ano por um corte que atingiu 8% das bolsas de pesquisa por causa de bloqueios de orçamento. A maior parte dos cortes atingiu programas nota 3.

O governo ainda planeja uma fusão da Capes com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), outra agência de apoio à pesquisa ligada ao Ministério da Ciência.

O país tem 4.591 programas de pós-graduação. Um terço tem nota 3, metade deles recebe notas 4 e 5, e 11%, 6 e 7. Essa escala de notas deve ser alterada. Estuda-se uma escala que vá até 5.

Informações sobre pesquisa e formação continuarão, entretanto, como primordiais: um desempenho mínimo nesses quesitos deve permanecer como parâmetro de autorização de funcionamento.

Os cursos deverão ter bons indicadores em todas as dimensões, mas haverá um olhar diversificado para cada área.

Um curso de filosofia não terá, naturalmente, necessidade de transferir tecnologia. Por outro lado, um mestrado profissional que não tiver bons indicadores de relação com o mercado pode ser descredenciado, segundo exemplos do presidente da Capes.

Parte desses aspectos não é ignorada na avaliação atual, mas, segundo a Capes, não ganha destaque pela falta de indicadores definidos.

"Hoje, o impacto social tem visibilidade menor pela falta de indicadores claros", diz a diretora de Avaliação da Capes, Sônia Báo.

Análises internas da Capes mostram que há programas que poderão ter notas reduzidas, como alguns considerados de excelência internacional (6 e 7) mas que não registram indicadores de internacionalização consistentes.

Por outro lado, pós-graduações que tenham bons resultados de inovação poderão ter seu trabalho mais evidenciado.

A cientista Helena Nader, presidente de honra da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), avalia como positiva a proposta, mas ressalta alguns riscos em relação à definição de indicadores.

"Meu medo é banalizar. Tem de ter critérios muito claros, e, antes de pôr em prática, simular para entender o impacto", diz ela, que também diz estar preocupada para que o novo modelo não desprestigie a pesquisa básica. "Há uma dificuldade com patentes, porque demora dez anos para aprovarem."

"O grande desafio é que a evolução do modelo ocorra sem sustos, sem causar descontinuidade no processo avaliativo", afirma o professor Jorge Audy, da PUC-RS, que preside a Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano Nacional de Pós-Graduação, que trabalha nas discussões.

Mais de 80% dos programas funcionam em instituições públicas, apesar de, na graduação, 75% dos alunos estarem em particulares.

O presidente da Capes diz que o novo modelo deve beneficiar os dois lados: vai incentivar as públicas a buscarem recursos e parcerias com a iniciativa privada e valorizar as privadas que têm maior facilidade de fazem isso.

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EDUCAÇÃO

Doria promete ampliar ensino integral, mas reduz verba de programa

Após prometer ampliar o ensino em tempo integral para cem escolas da rede estadual paulista, o governo João Doria (PSDB) enviou à Assembleia Legislativa uma proposta de Orçamento que prevê uma verba menor que a deste ano para o programa.

A principal despesa que a ampliação da jornada demanda é com o pagamento de professores, uma vez que eles recebem uma gratificação equivalente a 75% do salário ao participar da iniciativa.

Ao anunciar a expansão do ensino integral para cem colégios, em agosto, a Secretaria da Educação afirmou que o investimento em pessoal subiria em cerca de R$ 100 milhões, já que o número de escolas no programa também teria crescimento significativo, de 24% (de 417 para 517).

A proposta orçamentária para 2020 elaborada pela gestão Doria, porém, destina ao ensino integral uma verba 5,9% menor do que a prevista na lei orçamentária de 2019 —R$ 763 milhões contra R$ 808 milhões, ou R$ 45 milhões a menos.

A promessa de ampliar o tempo integral na rede paulista foi feita pelo secretário da Educação, Rossieli Soares, em agosto.

No mesmo dia, o governador confirmou a medida em publicação em rede social. “Anunciamos a expansão do programa de Ensino Integral em SP a partir de 2020. As escolas terão até 13 de setembro para aderirem ao programa, que vai melhorar a aprendizagem dos alunos e prepará-los para o mercado de trabalho. Todos saem ganhando”, afirmou o tucano.

A declaração foi dada pouco mais de uma semana após o Ministério da Educação anunciar o fim de um programa federal de ensino em tempo integral.

A permanência do aluno por pelo menos sete horas na escola está associada a melhores indicadores de aprendizagem.

Em São Paulo, os alunos de ensino médio das escolas que estão no Programa de Ensino Integral tiveram em 2018 pontuação 60% maior que os demais no Idesp, índice que mede a qualidade do ensino paulista.

A expansão da modalidade também é apontada como fator de sucesso em Pernambuco, estado que tem o terceiro melhor ensino médio entre as redes estaduais.

Em São Paulo, a ampliação do período integral enfrenta resistência de parte dos colégios estaduais. Como mostrou a Folha na segunda-feira (28), ao menos 77 se recusaram a entrar no modelo, segundo levantamento feito pela Apeoesp (sindicato dos professores).

Entre os motivos está o fato de muitos professores acumularem cargos em outras escolas e não quererem permanecer apenas em uma.

Estudo recente também mostra que escolas que entraram no programa passaram a receber alunos com maior nível socioeconômico.

A Secretaria da Educação, por sua vez, afirmou que há mais de 500 escolas interessadas no integral e que seriam priorizadas unidades em áreas mais vulneráveis, o que reduziria a desigualdade de oportunidades na rede.

Afirmou ainda que o programa Inova Educação, que prevê matérias eletivas também em escolas com jornada regular, iria estender a toda a rede as oportunidades do tempo integral.

Outro lado

Por meio de nota, o Governo de São Paulo afirmou que "o ensino em tempo integral para mais de cem escolas em 2020 está mantido".

Disse ainda que o Orçamento é feito com base no nível de execução do ano corrente e que as despesas do programa em 2019 correspondem a R$ 746 milhões. Com isso, argumenta a gestão Doria, "o pagamento de pessoal nas escolas de tempo integral no próximo ano será maior que o executado agora".

De fato, o valor executado até agora é 2,3% maior do que o previsto para o ano que vem, mas ele não inclui as despesas que serão feitas em novembro e dezembro.

A gestão Doria afirma ainda que "os valores podem ser revistos e repostos, diante da boa interlocução do governo".

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

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