Goiânia, 04 de maio de 2017
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Mendonça Filho apresenta prioridades do MEC em abertura de ciclo de palestras na Câmara
Capes publica novos editais de cooperação internacional
Inep reúne Secretarias de Educação para planejar o Encceja 2017
UOL EDUCAÇÃO
Quando o agente da ação não se dá a conhecer
MEC apura fraude em curso de Medicina
CORREIO BRAZILIENSE
Aluna do IFB cria vaquinha virtual para custear passagens para o RJ
Governo incentiva professores do DF a se vacinarem contra a gripe
Estudo aponta evolução do Pibic
GLOBO.COM
Em Sergipe música ajuda alunos no aprendizado da matemática
Homens participam cada vez mais da criação dos filhos, diz estudo global
FOLHA.COM
O que atrai jovem professor é carreira decente, e não aposentadoria especial
Brasileiros superam 'ensino chato' e se tornam campeões da matemática
N O T Í C I A S D A E D U C A Ç Ã O
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Quinta-feira, 04/05/2017
FRENTE PARLAMENTAR DA EDUCAÇÃO
Mendonça Filho apresenta prioridades do MEC em abertura de ciclo de palestras na Câmara
A Frente Parlamentar Mista da Educação (FPE) apresentou nesta quarta-feira, 3, em solenidade na Câmara dos Deputados, sua programação de debates e palestras até o fim do ano, a fim de contribuir com as políticas públicas do setor. Desde 2012, a abertura do ciclo de discussões ocorre anualmente e tem como conferencistas especialistas brasileiros e internacionais.
Convidado pela segunda vez a participar da cerimônia, o ministro da Educação, Mendonça Filho, enumerou as prioridades do MEC para 2017. A primeira é concluir a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que já está com a primeira etapa (até nono ano do ensino fundamental) em apreciação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) – a segunda, para o ensino médio, será encaminhada ao Conselho provavelmente em novembro.
O ministro também destacou a importância de Executivo e Legislativo estarem afinados nas ações que vêm sendo desenvolvidas para os avanços na área educacional – da alfabetização ao nível superior. “O próprio ensino médio, para ser modernizado, é fruto desse apoio do Congresso nacional, que é a casa de ressonância da sociedade”, afirmou.
Prioridades – O ministro da Educação destacou outras prioridades da pasta, entre elas, o investimento na formação inicial e continuada dos professores, fortalecendo o piso nacional salarial do magistério e o seu cumprimento pelas prefeituras e governos estaduais; a ampliação da reforma do ensino médio, que inclui pelo menos o dobro de escolas em tempo integral nos próximos três anos; e intensificação do desenvolvimento da alfabetização – que, na visão do ministro, “é um gargalo importante e essencial para que se tenha melhor desempenho em outras fases da vida educacional das crianças e jovens”.
O ministro lembrou, ainda, que tramita em comissão especial da Câmara a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), criada para tornar permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb). “Depois de sua aprovação, teremos que disciplinar a matéria por legislação ordinária, com os mecanismos de investimentos pelos estados e municípios”, explicou. “Se houver um bom financiamento da educação básica, teremos facilidade na aplicação dos recursos.”
Comprometimento – O presidente da Frente Parlamentar da Educação, deputado Alex Canziani (PTB-PR), também considerou relevante a atuação conjunta entre os poderes da República como forma de atingir a grande meta na educação, a qualidade. “Ministro, conte com o nosso apoio e o nosso trabalho, para que juntos possamos buscar as melhorias que nossa população merece e que o País precisa”, disse.
No encerramento do encontro, o presidente da Comissão de Educação, deputado Caio Nárcio (PSDB-MG), enfatizou: “É importante que todos nós tratemos dessa questão de uma maneira muito séria e comprometida. Daí está passando a grande mudança que o Brasil pode sofrer a partir da educação”.
Assessoria de Comunicação Social
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PARCERIA
Capes publica novos editais de cooperação internacional
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) publicou na sexta-feira, 28, quatro novos editais de cooperação internacional com a Alemanha e França.
Pesquisa – O programa Probral, feito em parceria com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (Daad), é voltado a selecionar projetos conjuntos de pesquisa desenvolvidos por grupos brasileiros e alemães, vinculados a instituições públicas ou privadas de educação superior. O objetivo é fomentar o intercâmbio científico entre grupos de pesquisa e desenvolvimento brasileiros e alemães, bem como a mobilidade de professores e estudantes de pós-graduação no nível de doutorado e de pós-doutorado.
As inscrições para o programa serão gratuitas e devem ser feitas na página do programa até o dia 19 de junho. O candidato deve preencher formulário de inscrição e enviar documentos eletrônicos. De acordo com o edital, serão selecionados até 30 projetos conjuntos de pesquisa, em qualquer área de conhecimento.
Doutorado - A chamada Capes/Daad/CNPq é direcionada à formação de docentes e pesquisadores de alto nível, por meio de doutorado pleno e doutorado sanduíche na Alemanha. Consolidar a cooperação científica entre os dois países, em todas as áreas do conhecimento, é o intuito do edital.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pela Plataforma Integrada Carlos Chagas, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) até as 23h59 do dia 8 de junho. O candidato precisa preencher formulário e proposta on-line, conforme o edital.
Simpósio – Já o Bragfost é um simpósio binacional, que ocorre alternadamente na Alemanha e no Brasil e reúne 60 jovens cientistas dos dois países para discutir novas fronteiras de investigação, aprofundar os conhecimentos internacionais e debater de maneira interdisciplinar desafios do conhecimento.
Para participar, o candidato deve submeter sua candidatura pela internet, até as 17h do dia 30 de junho, junto com os documentos listados no edital. É prevista a participação de até 30 brasileiros e 30 alemães em cada edição do simpósio.
Intercâmbio – O edital Brafitec tem o intuito de apoiar o intercâmbio entre instituições de educação superior brasileiras e francesas. Um dos propósitos é estimular a aproximação das estruturas curriculares, como a equivalência e o reconhecimento mútuo de créditos obtidos nas instituições participantes. A proposta foi definida em convênio firmado entre a Capes e a Conférence des Directeurs des Ecoles Françaises d'Ingénieurs (CDEFI), em 2002, por meio da seleção de projetos de parcerias universitárias em todas as especialidades de engenharia, exclusivamente em nível de graduação.
Aqueles que quiserem se candidatar e cumprirem os requisitos descritos no edital devem preencher o formulário de inscrição, bem como enviar os documentos eletrônicos solicitados, até o dia 22 de junho, na página do programa.
Resultado – A Capes publicou, ainda, o resultado da segunda chamada de 2016 da Escola de Altos Estudos (EAE).
Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes
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CERTIFICAÇÃO
Inep reúne Secretarias de Educação para planejar o Encceja 2017
Continuam os preparativos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para a realização do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2017, que será aplicado no segundo semestre. Nesta sexta-feira, 28, o Inep reuniu, em Brasília (DF), representantes das Secretarias Estaduais de Educação de todas as unidades federativas e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), área do Ministério da Educação (MEC) responsável pela Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O Encceja afere competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar e extraescolar daquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos na idade apropriada. O Exame é o instrumento mais adequado para certificação de nível de ensino e por isso volta a assumir seu papel de certificação do Ensino Médio, o que nos últimos anos era feito pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O edital está previsto para a segunda quinzena de junho.
Certificação - A emissão dos documentos certificadores é de responsabilidade da Secretaria Estadual de Educação ou de Instituição Educacional parceira do Inep. Há duas possibilidades: o Certificado, documento que oficializa que o participante cumpriu todas as disciplinas do núcleo comum, e a Declaração de Proficiência, uma certificação parcial que comprova que o participante conseguiu a nota mínima em uma ou mais área avaliadas. Quando o participante tiver declarações de proficiência de todas as áreas pode, então, solicitar o Certificado.
Assessoria de Comunicação Social do INEP
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UOL EDUCAÇÃO
Quinta-feira, 04/05/2017
EDUCAÇÃO
Quando o agente da ação não se dá a conhecer
Aluga-se casas ou alugam-se casas? Essa questão de concordância verbal já foi mote de muitas aulas de português e também de muita controvérsia.
Segundo a tradição da língua portuguesa, “alugam-se casas”, mas, segundo os linguistas (cientistas da língua), o que vale é o que as pessoas usam com mais frequência – e tudo indica que, pelo menos no Brasil, a construção “aluga-se casas” venha ganhando terreno mesmo entre os falantes que dominam a norma culta.
O cientista, como se vê, não está preocupado em dizer qual é o “correto”. Seu objetivo é entender a língua e suas transformações sem fazer juízo de valor. No âmbito da universidade, ele desenvolve uma série de pesquisas.
No dia a dia de quem escreve, no entanto, surgem dúvidas. As pessoas hesitam diante de possibilidades de expressão e querem, legitimamente (por que não?), saber que vereda tomar. Quem pergunta geralmente quer seguir a tradição da língua, identificada com a ideia de correção.
Se a resposta do professor à pergunta que encabeça o texto for um sincero “tanto faz”, um cauteloso “depende do ponto de vista” ou talvez um “segundo fulano, é isto, mas, segundo beltrano, é aquilo”, é bastante provável que a pessoa insista: mas, afinal, qual é o certo (ou ainda “qual é o mais certo”)?
Aqui não pretendo encetar o debate sobre a existência ou a inexistência de erro em língua. Modestamente, quero refletir sobre o que teria levado a construção “alugam-se casas” a tornar-se estranha aos falantes.
É comum a percepção do pronome “se” como índice de indeterminação do agente da ação. Quando não se sabe ou não se pretende dizer quem pratica a ação, usa-se o “se”. É assim quando dizemos “Só se fala nisso” ou “Não se come bem aqui”. Os predicados “só falar nisso” ou “não comer bem aqui” não são atribuídos a um ser específico, mas a qualquer um, daí a ideia de indeterminação. Nessas frases, não há problemas, porém. Nenhuma delas provocaria a dúvida quanto a flexionar ou não o verbo, certo?
A estrutura aluga-se casas/ alugam-se casas, no entanto, suscita o questionamento. É preciso verificar em que ela difere das demais. Sem muito esforço, vamos observar que, diferentemente das outras, essa estrutura contém um substantivo no plural (casas), que é o complicador.
Das duas, uma: ou esse substantivo é o sujeito do verbo “alugar”, ou é o objeto direto do verbo “alugar”. Muita gente pensa que o sujeito representa necessariamente o elemento que pratica a ação expressa pelo verbo; se assim for, como aceitar que as casas aluguem a si mesmas? Parece um contrassenso. O sujeito, porém, nem sempre é o elemento que age. Ao dizer que casas são alugadas, o sujeito “casas” sofre uma ação. O que é o sujeito, então?
O sujeito de uma oração
Sujeito é aquele ou aquilo de quem ou de que se fala. Simples assim. Todo predicado se constrói sobre o sujeito, e o verbo da oração concorda com o sujeito. Quando se diz “alugam-se casas”, não se espera que as pessoas interpretem o “se” como pronome reflexivo (alugar a si mesmo). Que se espera, então?
Os saudosistas sempre têm na ponta da língua uma frase do tipo “Já não se fazem hospitais como antigamente”, “Já não se fazem escolas como antigamente”, não é mesmo?
Nessa construção, não imaginamos que hospitais não se façam a si mesmos ou que escolas não se façam a si mesmas. O que entendemos é que hospitais e escolas não são feitos como antes, não são mais como no passado. É curioso notar que a expressão fixa, talvez pela sua repetição, continua sendo usada com a concordância tradicional.
Ocorre também, nessa construção, a supressão do pronome “se” (Já não fazem hospitais como antigamente), o que muda a estrutura da frase, embora a ideia de indeterminação do agente permaneça.
Uma das formas de indeterminar o sujeito é usar o verbo na terceira pessoa do plural. Dizemos algo como “Falaram de você ontem” porque queremos ocultar a identidade de quem falou. Embora o verbo esteja no plural, o autor da ação pode ter sido uma só pessoa.
É essa a estrutura usada na canção “Balada do louco”, dos Mutantes, à qual Ney Matogrosso deu uma interpretação inesquecível. Quem não se lembra do verso inicial “Dizem que sou louco por pensar assim”?
Sujeito indeterminado
Ao usarmos a construção “dizem que”, temos sujeito indeterminado. Então, vamos recapitular: há duas formas de indeterminar o sujeito. Uma delas se dá com o uso do pronome “se” (chamado índice de indeterminação do sujeito) e a outra com o uso de um verbo na terceira pessoa do plural sem antecedente no contexto que permita identificar a quem a ação pode ser atribuída. Assim:
Fala-se muito de política nas redes sociais.
Falam muito de política nas redes sociais.
As duas estruturas equivalem-se. Em ambas o sujeito é indeterminado.
Nem sempre, porém, teremos as duas opções – considerando-se, é claro, a tradição da língua. Os verbos transitivos diretos (e também os que admitem dois objetos, um direto e um indireto) não admitem a primeira construção (com o “se” como índice de indeterminação do sujeito).
Voz passiva
O “se” usado com verbos que admitem o objeto direto (aquele que completa o verbo sem mediação de preposição) atua como pronome apassivador, ou seja, torna passivo o sujeito da oração. Isso significa que o sujeito não será o agente da ação (na voz passiva, quem age é o “agente da passiva”). Com esses verbos, temos as seguintes construções passivas:
Aluga-se uma sala.
Uma sala é alugada.
As duas estruturas equivalem-se. Em ambas o sujeito é passivo (uma sala). Note que, na segunda construção, seria possível acrescentar o agente da passiva (Uma sala é alugada pelo dono do imóvel). O dono do imóvel é quem pratica a ação, mas ele não é o sujeito da oração, ele é o “agente da (voz) passiva”.
Na primeira estrutura (com o “se”), não se usa o agente da passiva na língua moderna. A omissão do agente (da passiva) leva à percepção de que o sujeito está indeterminado, quando, na verdade, o sujeito está determinado, mas é passivo (o que não se conhece é o agente da ação – quem aluga uma sala?).
A falsa percepção de que o sujeito sempre pratica uma ação pode ser responsável pela dificuldade que muitos têm de entender essa questão. Vale reforçar que o sujeito nem sempre pratica a ação. Na voz passiva, ele sofre a ação e quem a pratica é um termo acessório, chamado de “agente da passiva”. Grosso modo, a gramática tradicional considera “acessório” o termo que pode ser omitido da frase sem prejuízo de seu sentido. Ao dizer que uma sala é alugada, não é necessário explicitar quem a aluga.
Fazemos uso da voz passiva quando pretendemos enfatizar o resultado de uma ação (A energia elétrica será cortada durante a madrugada; O dinheiro foi distribuído entre os participantes; A mansão é vigiada durante o dia). Muitas vezes, não sentimos a necessidade de dizer quem pratica a ação – quem vai cortar a energia, quem distribuiu o dinheiro, quem vigia a mansão). Caso seja importante explicitar o autor da ação, basta usar o agente da passiva (O dinheiro foi distribuído por ele).
“Eu quero indeterminar o sujeito!”
É muito comum que as pessoas se recusem a aceitar que é passiva uma construção como “Doou-se uma vultosa quantia ao candidato”. Dizem que querem indeterminar o sujeito porque não se sabe quem doou etc. Ora, querem indeterminar o agente da ação de doar – e isso está feito, pois a frase não contem agente da passiva. É uma questão de dar nomes aos bois (pelo menos por enquanto). Com o verbo “doar” (transitivo direto), não se usa índice de indeterminação do sujeito. “E se eu quiser usar para dar o sentido de sujeito indeterminado?” Parece “nonsense”.
O problema se resolveria se a pessoa deixasse de usar o termo “sujeito”. Afinal, ela quer indeterminar o agente da ação de doar. E assim será. Que ocorrerá, porém, se, no lugar de “uma vultosa quantia”, decidirmos dizer “milhões de reais” (plural)?
Então diremos “Doaram-se milhões de reais ao candidato”. Quem doou? Não sabemos, pois não há agente da passiva. Sujeito existe: “milhões de reais” – um sujeito que não praticou a ação (que não se doou a si mesmo!), mas que sofreu a ação de “ser doado” por alguém que não se deu a conhecer no contexto (o agente da passiva omitido).
Quem insistir em achar que é o sujeito de doar que está indeterminado (não o agente da passiva que está omitido) vai dizer “Doou-se milhões de reais ao candidato”. Está certo? Do ponto de vista da tradição da língua, ponto de vista assumido neste texto, a resposta é negativa.
A língua muda, certo?
Sim, a língua muda, mas só podemos falar em mudança quando há um consenso (tácito) sobre isso. Enquanto houver quem use uma construção (em geral, porque aprendeu em aulas de português ou porque absorveu o conhecimento da leitura de textos escritos no registro formal), não se poderá aboli-la como se ela fosse o erro. Há quem, na ânsia de proclamar a mudança em nome de uma visão científica da língua, acabe por determinar o novo “certo” (“então o certo é aluga-se casas, professor?”). Na prática, as duas construções vão disputar a preferência dos falantes até que uma das duas desapareça.
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EDUCAÇÃO
MEC apura fraude em curso de Medicina
O Ministério da Educação (MEC) determinou a abertura de sindicância para apurar suspeita de fraude na seleção de uma instituição privada para oferecer curso de Medicina na Bahia, por meio do Programa Mais Médicos, durante o governo de Dilma Rousseff. A decisão foi tomada pelo ministro Mendonça Filho, após o jornal o "Estado de S. Paulo" questionar a pasta sobre possível troca de pareceres na concorrência para Guanambi, a 800 quilômetros de Salvador.
A substituição, denunciada à reportagem por uma fonte que trabalha no MEC, teria alterado a classificação das participantes, beneficiando uma entidade do ex-ministro do Turismo Walfrido Mares Guia. A estimativa é de que, em pleno funcionamento, um curso desses renda ao menos R$ 26 milhões/ano.
O governo Dilma lançou em dezembro de 2014 chamamento público com vistas a escolher instituições de ensino superior para instalar novos cursos de Medicina em municípios pré-selecionados. O objetivo anunciado foi o de reduzir a carência de profissionais no país em médio prazo.
O edital chegou a ser alterado, com inversão de fases de avaliação, além da inclusão de novos critérios de análise, mesmo após o início do processo, o que causou polêmica e levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a paralisar a a seleção por nove meses, entre outubro de 2015 e julho de 2016.
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CORREIO BRAZILIENSE
Quinta-feira, 04/05/2017
BRASÍLIA
Aluna do IFB cria vaquinha virtual para custear passagens para o RJ
Já imaginou passar para a etapa de um concurso nacional e não poder comparecer por falta de dinheiro? Esse é o dilema vivido por Fabiana de Lima Ferreira, 16 anos. Filha de um padeiro e de uma dona de casa, ela não tem recursos suficientes para financiar a viagem para participar da próxima fase da Olimpíada Brasileira de Neurociência (OBN) no Rio de Janeiro. A fim de tentar ajudar a estudante, o Instituto Federal de Brasília (IFB) lançou uma campanha de doações para a candidata que representará a instituição.
O comitê da olimpíada financiará hotel e café da manhã. Agora, falta Fabiana conseguir a verba para a passagem. “Estou estudando bastante, espero conseguir representar Brasília e ter um bom desempenho", revela.
O resultado das competições locais da Olimpíada Brasileira de Neurociência (OBN) para estudantes do ensino médio foi divulgado em 16 de fevereiro. O primeiro lugar ficou para a estudante Isabelle dos Santos (do Colégio Militar Dom Pedro II), o segundo para Fabiana de Lima Ferreira (do Instituto Federal de Brasília) e o terceiro para Kaleb Damarcena de Oliveira (do Centro de Ensino Médio 9 de Ceilândia). O trio representará o Distrito Federal na competição. A próxima etapa será em São Fidélis, no Rio de Janeiro, entre sábado (6) e domingo (7).
Quem quiser ajudar a campanha Fabiana IFB na OBN 2017 pode contribuir por meio do site de financiamento coletivo Vakinha:
Aluna modelo
Moradora de Riacho Fundo II, Fabiana sonha em cursar graduação nas áreas de medicina ou de engenharia mecatrônica. Classificada com 28,75 pontos, ela estudou por conta própria para a prova por meio da internet. No começo, a adolescente nem sabia o que era neurociência. “Meu professor falou sobre a olimpíada, então pensei: "por que não fazer?" Comecei a estudar e gostei muito da ideia de entender o sistema nervoso. Daí fiz a prova, passei e pretendo me empenhar para as etapas que estão por vir”, garante.
Professora de língua portuguesa no IFB, Cleide da Silva Cruz deu aulas para Fabiane e a considera uma estudante esforçada. “Ela é excelente aluna, superdedicada, uma menina de família simples que aproveita tudo que o instituto tem a oferecer”, diz.
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EDUCAÇÃO
Governo incentiva professores do DF a se vacinarem contra a gripe
Para estimular professores a se imunizarem contra a gripe, a Escola Classe 302 Norte contou, na manhã desta quarta-feira (3), com uma ação de vacinação.
Com a participação do governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e dos secretários de Educação, Júlio Gregório Filho, e de Saúde, Humberto Fonseca, docentes da unidade foram vacinados.
“O objetivo de uma ação como essa é ampliar os índices de vacinação”, destacou o governador, ao conclamar que as pessoas incluídas no público-alvo busquem as doses e ao destacar a importância do efeito pedagógico da ação nas crianças, que assistiam ao ato.
A elas, Rollemberg disse: “Vocês estão vendo a importância de todos se vacinarem, para evitar doenças e, com isso, garantir uma saúde melhor para cada um e para as famílias”.
A 19ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começou em 17 de abril e seguirá em todo o País até 26 de maio — o dia D de mobilização será no dia 13.
Exemplo para alunos e pais
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, ressaltou que a atividade de hoje foi o primeiro ato da Portaria Interministerial nº 1.055, de 25 de abril de 2017, que redefine as regras e os critérios para adesão ao Programa Saúde na Escola.
“Essas crianças não terão medo de vacina, pelo contrário: entendem que vacina é importante e, a partir do exemplo dos professores, passam a buscar a vacinação com seus pais, com sua família, para que tenhamos a maior cobertura vacinal possível”, disse Barros.
Eufóricos, os alunos prestavam atenção enquanto o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, aplicava as vacinas. Uma das professoras que recebeu a dose foi Maria Aparecida de Souza, do segundo ano do ensino fundamental.
Quando chegou a vez dela, as crianças, unidas, entoaram o coro de “tia Cida”, como incentivo pelo ato. Ela falou da relevância da vacinação de docentes. “A gente fica em uma turma, às vezes, com cinco, seis alunos com gripe, e a gente acaba pegando também”, disse, ao destacar que isso pode resultar em ausências da sala de aula.
Meta de vacinação contra a gripe é de 90%
A campanha de vacinação no DF engloba 687.155 pessoas. A meta é vacinar pelo menos 90% de cada categoria do público-alvo — um crescimento em relação ao ano passado, quando o porcentual estabelecido foi de 80%, sendo superado.
Serão vacinados contra a gripe pela rede pública de saúde:
Crianças de 6 meses a 5 anos incompletos
Detentos
Gestantes
Funcionários do sistema prisional
Idosos
Indígenas
Jovens do sistema socioeducativo
Pessoas com doenças crônicas
Professores das redes pública e privada
Puérperas (mulheres cujo parto ocorreu até 45 dias antes da vacina)
Profissionais da área de saúde
De acordo com o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, a cobertura vacinal no DF está em 12%, o que representa 81 mil pessoas vacinadas. “Estamos com baixa cobertura hoje para os professores e para as crianças, principalmente. Então é importante comparecer a uma unidade básica de saúde para se vacinar”, alertou.
A imunização ficará disponível em 130 dos 180 postos de saúde de Brasília, de segunda a sexta, das 8 às 17 horas. Os idosos que durante a campanha estiverem sem condições físicas de se deslocar até os postos podem agendar a vacina em domicílio pelo telefone Disque Saúde 160.
Campanha abrange 54 milhões de pessoas em todo o Brasil
A 19ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza abrange 54,2 milhões de pessoas no Brasil. O Ministério da Saúde adquiriu, ao todo, cerca de 60 milhões de doses da vacina.
De acordo com determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina protege contra três subtipos do vírus influenza que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul. São dois do tipo A — H1N1 e H3N2 — e o influenza B.
Leia o pronunciamento do governador Rodrigo Rollemberg durante a vacinação de professores na Escola Classe 302 Norte.
Agência Brasília
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EDUCAÇÃO
Estudo aponta evolução do Pibic
Crescimento, igualdade de gênero e melhor qualificação profissional. Esses são alguns dos pontos de evolução que o Programa de Iniciação Científica (Pibic) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) conseguiu antigir em 12 anos. Os resultados são de pesquisa do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que avaliou o projeto de 2001 a 2013.
Para mensurar o alcance do programa, o CGEE analisou estatísticas e aprofundou o estudo com bolsistas do programa da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O principal ponto observado no estudo é que o número absoluto de bolsas cresceu em todo o país (67%), mas, no geral, a participação relativa caiu no Sudeste e aumentou nas demais regiões. Em 2013, 42% dos bolsistas eram alunos de IES do Sudeste, em seguida, 23% do Nordeste, 19% do Sul; 10% do Centro-Oeste e 6% do Norte. Em 2001, nessa mesma ordem, a participação das regiões era: 47,2%; 21,9%; 18,3%; 7,4% e 5,1%. Apesar do crescimento, a distribuição de bolsas não acompanhou a expansão das matrículas de graduação (+104%) e de pós-graduação ( 116%).
O estudo também constatou que a experiência propiciada pela bolsa de iniciação científica desperta o interesse dos bolsistas por pesquisa (75,30%) e reforçou a sua escolha profissional (51,30%). O presidente do CGEE, Mariano Laplane, disse que “o mercado de trabalho tem, de alguma forma, reconhecido quem passou pela experiência do Pibic, remunerando esses trabalhadores com salário de até 5% mais alto”.
Segundo o estudo, 67% dos bolsistas pretendem cursar a pós-graduação, seja com o mesmo projeto da IC ou com outro projeto. É o caso de Leonardo Lourenço, 23 anos, graduado em Gestão de Saúde Coletiva na Universidade de Brasília. Ele desenvolveu pesquisa com a análise da qualidade de vida de idosos que participam do projeto Universidade do Envelhecer, programa que promove ações de integração entre os idosos. O estudante garante que participar do Pibic reforçou seu interesse pela área de pesquisa. “Minha proposta de mestrado vai abordar o tema da pesquisa na iniciação científica”, disse.
A análise mostrou que as mulheres são maioria nas bolsas do Pibic. Em 2001, 55% dos bolsistas do Pibic eram do sexo feminino, índice que passa de 60% em 2013.O estudo também aponta que as alunas passaram a ser maioria em títulos de mestrado e doutorado. Jocemara Viana, 26 anos e estudante de engenharia florestal da UnB, está em seu terceiro Pibic. "É fantástico constatar que as mulheres estão trabalhando mais com pesquisa. É muito bom ver esse tipo de avanço”,observa.
Como participar
O Pibic tem a proposta de incentivar a participação de universitários no espaço de pesquisa. A ação ocorre ao oferecer bolsas (R$ 400 por mês) durante um ano a estudantes que desenvolvem projetos científicos junto a professores das respectivas áreas de estudo.
Cada universidade é responsável em decidir quais projetos receberão auxílio para serem realizados. Assim, interessados que estejam a partir do segundo ano devem entrar em contato com as áreas de pesquisa da instituição em que estuda para maiores informações.
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GLOBO.COM
Quinta-feira, 04/05/2017
EDUCAÇÃO
Em Sergipe música ajuda alunos no aprendizado da matemática
Uma vez por semana cerca de 20 alunos do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Olavo Bilac, no Bairro Cidade Nova, em Aracaju (SE), participam do projeto ‘Matemática e Música, Fração e Violão: o mundo em pedaços'.
O projeto é idealizado pelo professor Minho-San-Liver, na unidade que é mantida pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), e durante rante 50 minutos os alunos descobrem as frações matemáticas. O projeto busca desenvolver no aluno a leitura das frações para que a transição da aritmética para álgebra seja de fácil entendimento.
"A ideia surgiu a partir da minha inquietude com Matemática. Eu observo que existe uma ruptura da aritmética para álgebra quando os alunos saem para o Fundamental Maior. Essa ruptura se dá na fragilidade do estudo dos números racionais. Eu noto que eles têm dificuldade de entender o que é todo, a parte, de como isso se distribui. Quanto mais se fortalece o estudo das frações, melhor será o entendimento dessas crianças no futuro", explica o idealizador do projeto, Minho-San-Liver.
"Essa é uma forma lúdica de ensinar fração, através das notas musicais. A aula se torna mais atraente e alegre. Os alunos passam a se comunicar melhor, eles interagem mais. A gente sabe que na maioria das vezes, o estudante não gosta de Matemática, acha a matéria chata, e a nossa obrigação é encontrar uma forma de tornar a coisa mais simples", afirma a coordenadora da Escola, Graça Azevedo, a iniciativa também fortalece a comunicação entre os alunos.
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VIOLÊNCIA
Vítima de violência doméstica usa grafite para conscientizar meninas da periferia sobre Lei Maria da Penha
Aos 24 anos, já casada, a carioca Panmela Castro descobriu um lado do marido que não conhecia. No início, eram "banhos" de água gelada que ele a forçava a tomar por meia hora como "punição" por alguma briga ou desentendimento. Depois, ameaças de "colocar fogo na casa" - e nela também - enquanto a perseguia borrifando inseticida em sua direção.
A jovem, no entanto, enxergava essas atitudes do companheiro como "normais".
"Meus pais vieram de uma família muito pobre, com pouco acesso à informação, então a minha formação também foi limitada. Eu achava que eu, como mulher, tinha que passar por isso", conta ela hoje à BBC Brasil.
Até que um dia Panmela se viu acuada no meio da sala, enquanto sofria golpes do marido por todos os lados. Durante as agressões, ouvia a sogra, que presenciava tudo, dizer que ela "merecia, porque não fazia almoço, não fazia o jantar…".
"Ele fechou todas as janelas da casa, para os vizinhos não escutarem, e ligou o som bem alto. Ficou me espancando com chute, com soco, com tudo", diz. "Depois, fomos dormir na casa da minha sogra, e no dia seguinte ele me levou no médico com a carteirinha do plano de saúde dela, porque se me levasse a um hospital público, seria a minha chance de fugir. Fiquei em cárcere privado durante uma semana."
O episódio ocorreu em 2004. Panmela conseguiu fugir do marido com a ajuda da mãe, que a levou direto para a delegacia. De lá, saiu sem qualquer esperança de ver seu agressor punido.
“Não aconteceu nada. A data que eles o chamaram para depor era um feriado. Nunca deu em nada. Não existia Lei Maria da Penha na época."
A legislação que mudaria a forma como os casos de violência contra a mulher eram tratados no país veio em 2006 e, quando soube da novidade, Panmela quis encontrar alguma forma de levá-la às mulheres da periferia, para que casos como o seu não passassem mais impunes.
E foi no grafite que ela encontrou não só a libertação para seu trauma, como também um instrumento de combate à violência doméstica.
"Quando eu me separei, fiquei um pouco isolada dentro de casa, porque ele me perseguia muito. A forma que encontrei para me ressocializar, me reinserir aí no espaço coletivo, foi através do grafite. Porque eu saía com uns grupos de grafiteiros e me sentia protegida. Sabia que não iria chegar um cara para me bater ali, porque eu estava com os meus colegas pra me defender."
Formada em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Panmela Castro se aventurou na arte de rua primeiro pela pichação, ainda no fim da adolescência, até ser introduzida ao grafite.
Com ele, criou a chamada Rede Nami, a Rede Feminista de Arte Urbana, que, entre outras coisas, promove oficinas de conscientização da Lei Maria da Penha em escolas e comunidades pelo Rio de Janeiro.
"A gente vai até escolas ou até associações de moradores de comunidades para falar com meninas e mulheres. São três horas de oficina. Durante a primeira hora, a gente conversa desconstruindo a questão do gênero, informando sobre os tipos de violência contra a mulher, que muitas vezes ela não sabe que sofre", pontua a artista.
"Depois, a gente fala sobre as ferramentas da Lei Maria da Penha, sobre os direitos das mulheres, e o que elas podem fazer para sair de uma situação de violência."
Todas as oficinas terminam com uma experiência prática das mulheres com o grafite. A ideia é que elas façam um desenho relacionado ao tema violência doméstica para ficar exposto no local e conscientizar quem passe por ali. Todas as obras feitas no projeto trazem consigo o 180, o número do disque denúncia da Central de Atendimento à Mulher.
"As monitoras ajudam as participantes a criarem um mural de grafite. E o mural continua ali naquele território multiplicando a ideia", explica Panmela.
"Quanto mais mulheres conhecerem os direitos delas, são mais mulheres exigindo que esses direitos possam acontecer."
Nas oficinas, não raros são os momentos em que as monitoras, após ouvirem os depoimentos das participantes, precisam encaminhar mulheres diretamente à delegacia para fazer denúncias ou até mesmo pedir proteção.
"Quando a gente vai em grupos de mulheres adultas, a oficina é bem pesada porque surgem várias histórias. O problema é que muitas não sabem que estão sofrendo violência. Ou acham que precisam passar por aquilo. Muitas vezes a gente já tem que encaminhar para as medidas protetivas, para fazer a denúncia", diz.
"É um trabalho que você tem que estar preparada psicologicamente para fazer, porque é bem difícil. Aparece muita coisa. E apesar de existir a lei, a gente tem que fazer funcionar. É uma luta que está no começo ainda. Temos que trabalhar muito para fazer valer nossos direitos."
Hoje, Panmela é reconhecida internacionalmente, com trabalhos espalhados por mais de dez países. Já ganhou diversos prêmios, como o de "grafiteira da década", em 2009, e foi citada como uma das 150 mulheres que sacodem o mundo pela revista Newsweek.
Mas seus primeiros rabiscos na parede foram pichações escondidas na clandestinidade.
Sua primeira pichação, no Rio de Janeiro, decretou o apelido que a acompanharia até hoje. "Fiz o A, de anarquia." O símbolo virou seu nome artístico: "Anarkia Boladona".
"Através da pichação, aprendi a lidar com os problemas de rua, sair das situações. Cresci muito presa em casa, então quando pude sair, tive que aprender a me socializar, e a pichação foi uma forma de fazer isso."
Panmela buscava fugir dos estereótipos e estigmas de ser mulher para "ser aceita" no grupo, formado por meninos.
"Para eu poder ser aceita ali no meio dos garotos, eu tinha que me vestir que nem eles, falar que nem eles, tinha que me masculinizar", lembra.
"Já tomei muito tiro (de bala de borracha), porrada com arma, já aconteceu de tudo. A rua não é para a mulher, ela é muito perigosa pra quem tem corpo de mulher."
Preconceito
Os tempos de pichação passaram. Anos depois, Panmela conheceu o grafite - mas viu que esse universo não era muito diferente daquele. E sua estratégia foi a mesma: masculinizar seu jeito e sua arte para conseguir se inserir nesse meio.
"Mulher no grafite ou pintava florzinha ou pintava bonequinha, ou então era a namorada do grafiteiro. Tinha muito preconceito, era horrível. Para as pessoas acreditarem que eu poderia fazer um tipo de grafite bom, comecei a masculinizar muito essa imagem que eu produzia", explica.
"Minha arte só passou a ser feminina quando entendi a questão da relação do poder no grafite. Porque por mais que tentasse me tornar um homem falando, me vestindo e agindo como eles, eu nunca ia ser. A partir do momento em que entendi isso, meu trabalho começou a ser mais político e comecei a inserir esse feminino propositalmente nesse espaço, que é um espaço masculino."
O cenário do grafite no Brasil, diz ela, ainda é dominado por homens - as mulheres geralmente ficam com um espaço limitado e marginalizado.
"Quando falo que eu sou a única mulher, não é nem que sempre fui a única. Tem até um histórico de participação de outras mulheres. Mas é que as mulheres, para serem aceitas, precisavam obedecer aquele padrão de mulher doce, feminina. E quando você vem transgredindo esse padrão, existe um choque. Quando você almeja estar ali no mesmo patamar, com o mesmo valor dos homens, acho que é uma revolução muito grande."
As grafiteiras acabam tendo pouca visibilidade porque as principais exposições e os grandes murais das ruas ficam dominados por artistas homens, explica Panmela Castro. "Existe um boicote a elas, uma tentativa de colocar a mulher numa posição inferior à dos rapazes. Deixa o mural de oito metros para o cara pintar, e para ela fica só o buraquinho ali do canto, por exemplo", conta.
"Existe um site no Rio chamado streetartrio.com, que é um catálogo de todo mundo que já grafitou no Rio. Tem 700 artistas. Desses 700, só 30 são mulheres. E toda a semana a gente envia trabalhos de mulheres para eles inserirem, eles nunca inserem."
Com a rede Nami, a grafiteira busca dar mais visibilidade aos trabalhos de mulheres nas ruas dando o espaço que elas não têm nos grandes festivais. Além disso, o projeto forma novas artistas para fortalecer o grafite feminino no cenário nacional.
"Passamos a formar artistas feministas boas para enfrentar esse cenário. Fizemos nossas próprias exposições, nossos próprios festivais, nossos próprios murais, botamos essas mulheres na imprensa. Criamos uma cena paralela à cena que já existia. E através disso consegui uma visibilidade internacional", afirma.
"Você pode ter dificuldades de encontrar mulheres que estejam dentro da linha curatorial para colocar em um festival ou uma exposição, mas se não existir um esforço para mudar isso, se não colocar a mulher lá, as outras não vão ter referência para um dia poderem igualar esse cenário."
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PESQUISA
Homens participam cada vez mais da criação dos filhos, diz estudo global
A maioria das pessoas de países emergentes e economias desenvolvidas acredita que atualmente os homens estão mais envolvidos do que nunca na criação dos filhos, e muitas dizem que o papel das mulheres não deveria se limitar ao lar, indicou um estudo global divulgado nesta terça-feira (2).
Quase 70 por cento das pessoas creem que os homens têm "uma responsabilidade maior pela casa e pelo cuidado com os filhos" do que jamais tiveram, segundo um levantamento com 18.180 adultos de 22 países, entre eles Índia, Estados Unidos, Indonésia, Rússia, África do Sul, Turquia, México e Reino Unido.
Entrevistados de Índia, Argentina e Indonésia foram os mais inclinados a dizer que os homens agora têm mais tarefas na criação dos filhos, e os russos se mostraram os menos propensos a concordar.
A pesquisa online também descobriu que 37 por cento das pessoas acreditam que o papel das mulheres é ser "boas mães e esposas".
Os três países onde a maioria dos entrevistados concordou que o lugar das mulheres é em casa foram Indonésia (76%), Rússia (69%) e Índia (64%).
"O mundo continua dividido sobre o papel das mulheres, mas a maioria não acha que elas deveriam ficar em casa e ter filhos", disse Claire Emes, diretora sênior do instituto Ipsos MORI, em um comunicado.
Equilibrar o trabalho e a família é o maior desafio impedindo a participação feminina na força de trabalho em economias desenvolvidas e emergentes, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em um estudo recente.
No mundo todo, 70 por cento das mulheres e dois terços dos homens prefeririam que as primeiras tivessem empregos remunerados, revelou o estudo.
Um estudo do Fórum Econômico Mundial do ano passado mostrou que os esforços para diminuir as diferenças de gênero na participação na força de trabalho e no pagamento desaceleraram tão dramaticamente no último ano que homens e mulheres podem não atingir a igualdade econômica durante outros 170 anos.
As mulheres recebem em médio 77 por cento do que os homens ganham, de acordo com dados da OIT.
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FOLHA.COM
Quinta-feira, 04/05/2017
OPINIÃO
O que atrai jovem professor é carreira decente, e não aposentadoria especial
A adesão de professores à greve de sexta-feira (28) em oposição às reformas propostas pelo governo Temer causou barulho.
Muitos pais cujos filhos estudam em escolas privadas se sentiram incomodados pela perda de um dia de aula.
Um dos argumentos contrários mais mencionados por eles é o fato de que os docentes desses estabelecimentos têm remuneração melhor que a recebida por seus pares do setor público e, portanto, não deveriam parar.
Do lado dos professores, uma das principais queixas é que serão prejudicados pela reforma da Previdência.
O projeto original previa a equiparação das regras de aposentadoria para todos os trabalhadores, o que levaria a uma mudança significativa no regime mais benéfico dos docentes, que, de forma geral, conseguem se aposentar cinco anos mais cedo.
Desde então —e antes da greve—, o governo cedeu. Se o relatório em debate hoje for aprovado como está, os professores mantêm um regime especial, mas com regras um pouco mais duras que as atuais.
A queda de braços entre os grupos com benefícios especiais mais afetados pelas reformas e o governo, as paralisações, a revolta dos pais e os choques de ideias são desdobramentos esperados no jogo democrático.
Mas será uma pena se não aproveitarmos essa oportunidade para debater uma importante questão de fundo: por que, afinal, os professores brasileiros têm o direito de se aposentar mais cedo do que trabalhadores de outras categorias?
A resposta dos docentes é, geralmente, que recebem salários mais baixos embora trabalhem em situações mais adversas do que os demais profissionais.
Esses argumentos têm fundamentos em dados da realidade. Segundo o movimento "Todos pela Educação", a remuneração dos professores com ensino superior equivale a pouco mais da metade da média recebida pelos profissionais com essa escolaridade.
O alto nível de estresse envolvido no exercício do magistério —que inclui casos de violência por parte dos alunos— ajuda a compor o cenário complicado da profissão.
O problema é que inúmeras nuances no mercado de trabalho fazem com que seja difícil avaliar essas condições piores em termos absolutos, que justificariam uma aposentadoria especial para essa categoria, e não para outras.
Há, por exemplo, diferenças de salários percebidas entre os próprios docentes. Os de escolas privadas têm remuneração normalmente maior e atuam em contextos menos estressantes. Existem outras categorias pouco valorizadas, assim como outras profissões cujo exercício envolve condições precárias de trabalho.
Isso dificulta qualquer análise sobre onde colocar a régua que separaria os que merecem e os que não merecem condições especiais de aposentadoria, se o principal critério para isso for justiça social.
Resta, no entanto, outro argumento sobre o benefício no caso do magistério que tem bastante apelo: ele ajudaria a manter alguma atratividade para essa profissão tão crucial para o desenvolvimento de qualquer nação.
O problema é que, se isso for uma possibilidade de fato, não parece estar funcionando no caso do Brasil, onde o desinteresse pela carreira docente é galopante.
Como já mostrado nesta coluna, os jovens brasileiros não têm interesse pelo magistério e aqueles que o acabam elegendo são os de pior desempenho escolar.
Talvez isso ocorra porque fatores que desvalorizam a profissão têm peso muito maior do que benefícios como aposentadoria especial e férias mais longas.
Discutir e implementar medidas que tornem o magistério, de fato, mais atraente é, portanto, necessário.
A experiência de países bem-sucedidos indica que isso passa pela adoção de salários decentes e planos de carreira (com a criação de cargos que permitam que os melhores profissionais se destaquem), assim como pela oferta de cursos de formação práticos e interessantes.
No Brasil, assumimos metas para melhorar a remuneração dos professores e adotar planos de carreira no magistério, mas não temos nem mesmo critérios e indicadores bem definidos para acompanhar a evolução de ambos; e nossos cursos de formação de professores permanecem extremamente teóricos.
Se alguém acha que esses são temas menos urgentes que o da sustentabilidade do nosso sistema previdenciário, está redondamente enganado. Sem educação de qualidade não há possibilidade de desenvolvimento econômico.
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EDUCAÇÃO
Brasileiros superam 'ensino chato' e se tornam campeões da matemática
O que une um rapaz da zona sul do Rio e uma moça da zona rural que passou oito anos como noviça?
A distância entre eles diminui graças à paixão por números: o garoto da zona sul, Artur Avila, se transformou no primeiro brasileiro ganhador da medalha Fields, uma espécie de Nobel para matemáticos até 40 anos; a moça, Lucy Degli Esposti Pereira, desistiu de ser freira, voltou a estudar e abocanhou quatro medalhas em concursos nacionais.
Mas casos assim ainda são exceção. O abismo da matemática no Brasil persiste, e os resultados do país nos exames internacionais são sofríveis.
Dados de 2015 mostram que 70,3% dos estudantes brasileiros de 15 e 16 anos estão abaixo do chamado nível 2 em matemática no exame do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), avaliação realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Nesse nível, espera-se que os jovens interpretem e reconheçam situações "em contextos que não exigem mais do que uma inferência direta", ou extraiam informações relevantes de uma única fonte e utilizem modos simples de representação. A maioria dos alunos brasileiros não consegue fazer isso.
O nível 2, em uma escala que vai até o 6, é o patamar que a OCDE considera necessário para que os jovens possam exercer plenamente sua cidadania.
A nota média dos brasileiros em matemática no PISA 2015 foi de 377 pontos, significativamente inferior à média da OCDE (490), que reúne as economias mais desenvolvidas do mundo. E, embora a nota na área tenha subido 21 pontos de 2003 a 2015, caiu 11 pontos no intervalo entre os dois últimos exames (2012-2015). No ranking Geral do PISA, o Brasil ficou em 63º lugar entre 70 países participantes.
EX-NOVIÇA
Nota ruim em matemática nunca fez parte da vida de Lucy Pereira, aluna de uma escola da zona rural de Bom Jesus do Itabapoana, no noroeste fluminense. A jovem pensava em ser freira e ficou dos 16 aos 24 anos como noviça numa instituição voltada para a caridade. Depois que desistiu da vida religiosa, recomeçou os estudos no 6º ano do ensino fundamental.
Um dia disseram que havia uma prova nova, a Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (OBMEP), e ela resolveu fazer. Ganhou medalha de ouro.
Depois disso vieram mais duas pratas e outro ouro, e Lucy entrou para o programa de iniciação científica oferecido aos medalhistas pelo Ministério de Ciência e Tecnologia por intermédio do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), centro de excelência em pesquisas e pós-graduação no setor. O Impa é um dos organizadores da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e realiza também a OBMEP.
Lucy terminou o ensino fundamental em 2016. Aos 31 anos, começou neste ano o ensino médio no IFF (Instituto Federal Fluminense), onde faz curso técnico de agropecuária. Seus pais, um motorista de transporte escolar e uma merendeira, têm dez vacas, e ela quer ajudar a família a gerir o pequeno rebanho. Mas seu sonho mesmo é fazer Engenharia Civil.
"Quando saí do convento, estava depressiva e voltar a estudar já adulta parecia difícil. A matemática me mostrou um rumo. Podem achar que passei da idade, mas dá tempo ainda", afirma.
PROBLEMA CRÔNICO
O diretor do Impa, Marcelo Viana, diz que, apesar dos avanços nos últimos anos, histórias de sucesso na matemática ainda convivem com o problema crônico do ensino da disciplina. Na avaliação dele, a formação do professor é deficiente, tanto em termos de conteúdo como de método de ensino.
Além disso, afirma, a escola pública brasileira tem problemas que vão da infraestrutura (falta de professor e biblioteca) aos baixos salários dos docentes, e isso se reflete no desempenho dos alunos.
Viana critica especialmente o que chama de "ensino massificador e chato", baseado apenas na memorização de fórmulas e na imposição de conteúdo –"justamente o que a matemática não é".
Crianças pequenas costumam ter interesse pelos números, que, para eles, ainda incluem brincadeiras de contagem e medição. É a época dos problemas sobre figurinhas, pontos em jogos de futebol e divisão de balas. Viana situa na virada para oos anos finais do ensino fundamental, a partir do 6º ano, o momento em que a matéria se torna bicho-papão para crianças de 11, 12 anos de idade.
"Tudo vai ficando mais abstrato, como um jogo arbitrário em que ninguém entende por que menos com menos dá mais, mas tem que colocar isso na prova. Cabe ao professor mostrar que a matemática ainda pode ser relacionada a coisas concretas", avalia. Para tentar conquistar mais crianças, o Impa estuda começar os campeonatos já no ensino fundamental I (do primeiro ao quinto ano) e não mais, como hoje, apenas a partir do 6º.
O Brasil também celebra em 2017 e 2018 o Biênio Internacional da Matemática e sediará eventos como a Olimpíada Internacional de Matemática, neste ano, e o Congresso Internacional de Matemáticos em 2018. Outros eventos já começam a acontecer, como o Festival de Matemática no Rio (27 a 30 de abril), com palestras e atividades voltadas para crianças, jovens e adultos de várias idades.
VENCER AS DIFICULDADES
A engenheira Alessandra Yoko Portella, 25, foi palestrante do festival. Contou como, pequenininha, tirou uma nota ruim e precisou de uma professora particular. Depois disso, o desafio de vencer as dificuldades acabou se transformando em prazer, medalhas e carreira.
Como aluna do Colégio Pedro 2º, foi medalhista da OBMEP e entrou para o programa de iniciação científica, completando sua formação com aulas extras de matemática. Passou para Engenharia de Controle e Automação na UFRJ, concluiu parte do curso numa universidade americana e hoje trabalha numa empresa de engenharia e softwares.
"Na engenharia, a gente aplica matemática ao cotidiano, e tento mostrar isso aos jovens."
Entre as histórias de sucesso e o fracasso dos estudantes que, ao contrário de Alessandra, desistem de entender a matéria depois de uma nota ruim, o diretor do Impa destaca a genialidade individual - "Neymar é Neymar, Artur Avila é Artur Avila". Diz, porém, que a escola tem de identificar talentos no conjunto dos alunos e criar oportunidades para eles, sem abandonar os demais estudantes.
DESDE CRIANÇA
Como Neymar, Artur Avila, 37, começou cedo. "Desde criança gostava de números grandes, tentava entender a multiplicação muito antes de o assunto ser falado em sala de aula", conta o matemático à BBC Brasil. Ex-aluno do São Bento e do Santo Agostinho, escolas particulares tradicionais do Rio, tinha 13 anos quando ganhou a primeira medalha de bronze na OBM de 1992.
Seguiu colecionando medalhas no Brasil e, em 1995, foi ouro na Olimpíada Internacional de Matemática. Ao final do ensino médio, entrou direto no mestrado do Impa, com 16 anos. Fez a graduação em paralelo, por exigência da legislação brasileira, e o doutorado. Em 2014, com 35 anos, recebeu a medalha Fields. Hoje se divide entre pesquisas no Impa e no CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas), na França.
Avila afirma que também na França é questionado sobre as dificuldades do conjunto dos alunos com a disciplina, apesar da existência de centros de excelência. A quem gosta, diz que é preciso estudar sempre e, muitas vezes, sozinho. Ao mesmo tempo, incentiva ele, se trata de uma ciência democrática, que absorve estudiosos de perfis diferentes, dos extrovertidos aos caladões: "A matemática aceita todo mundo".
GRAÇAS AO PROFESSOR
No mundo da matemática, há lugar de honra para Cocal dos Alves, município piauiense com 5,7 mil habitantes. No ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos 5.565 municípios brasileiros, Cocal está na 5.535ª posição. Os indicadores de renda, educação e expectativa de vida na cidade melhoraram muito nos últimos anos, mas o IDH ainda é considerado muito baixo em Cocal. De lá saiu Sandoel Vieira, 23, doutorando no Impa.
Aluno de escola pública e vindo de uma família muito humilde - seu pai é autônomo e não sabe ler, sua mãe sabe apenas escrever o nome -, Sandoel disse que sua vida começou a mudar graças ao professor de matemática Antônio Amaral, na Escola Estadual Augustinho Brandão.
"A matéria, até então, era igual a qualquer outra", lembra. Foi Amaral que, com o apoio da direção da escola, começou a preparar os alunos para as OBMEPs, e as medalhas foram chegando.
Só Sandoel ganhou cinco delas, três de ouro e duas de bronze.
Ele foi aluno de Amaral a partir do sétimo ano, numa escola municipal, e depois na Augustinho Brandão. A ideia se espalhou pela rede pública de Cocal, e o município virou um fornecedor de medalhistas e de bons alunos. Vários, como Sandoel, se tornaram os primeiros de suas famílias a cursar o ensino superior. O rapaz se graduou em matemática, fez mestrado e emendou o doutorado no Impa.
Sandoel diz que não saberia como seria sua vida sem a matemática. Seus conselhos a quem gosta dos números são estudar sempre e aproveitar as oportunidades.
Os planos para o futuro incluem o pós-doutorado, um pouco mais de estudo e a volta para o Piauí para tentar ser professor: "Quero devolver à sociedade um pouco do que recebi".
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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as quintas.
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