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Pesquisa

Projeto de Pesquisa do IFG Anápolis investiga pontos de resistência à massificação cultural

Publicado: Segunda, 22 de Maio de 2017, 16h05 | Última atualização em Quarta, 31 de Maio de 2017, 16h24

Projeto, que começou no Câmpus Aparecida de Goiânia, se expandiu e há cerca de um ano vem buscando identificar, em Anápolis, lugares de resistência à cultura de massas

O IFG Câmpus Anápolis tem se destacado no campo da pesquisa, com projetos inovadores e que envolvem a comunidade. Um exemplo disso é o projeto “Território e resistência na cidade de Anápolis: estudo sobre as práticas sociais que promovem autenticidades em meio aos processos hegemônicos de ocupação urbana”, que busca identificar na cidade pontos de resistência ao intenso processo de massificação da cultura e de padronização dos costumes e com eles desenvolver vínculos.

Com os avanços da globalização, foi se dando um processo de massificação cultural, imposto pelas grandes mídias que tomaram a vez das pequenas manifestações anônimas, regionais, levando a uma padronização dos costumes – todos veem os mesmos filmes, ouvem as mesmas músicas, compram nos mesmos grandes estabelecimentos, se divertem nos shoppings. Ao lado disso, permanecem pessoas e empresas que vão na contramão dessa tendência e é justamente esses chamados “lugares de resistência” que a pesquisa busca identificar, investigando os pontos em comum que apresentam e caminhos para fortalecê-los.

O projeto está ligado a um outro, iniciado no Câmpus Aparecida de Goiânia, em 2013, e que em Anápolis ganhou uma dimensão maior e investiga práticas sociais que tenham relação direta com a paisagem urbana, por meio de linguagens artísticas, corporais, produtivas e outras que tenham a cidade como fonte de inspiração ou local de intervenção. Assim é que os alunos têm entrevistado, por exemplo, a dona de uma pequena escola de música ou o proprietário da lojinha de artesanato buscando saber o que os move, quem os apoia ou que tipo de apoio lhes seria interessante.

 

Coleta

Os procedimentos de busca por informações estão em andamento há um ano, com aplicação de questionários, realização de entrevistas e organização de informações vindas de levantamentos já executados no município por instituições/entidades não governamentais e também através de ações dos órgãos da gestão pública. Atualmente há dois projetos do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), que organizam os dados relacionados a esses “lugares de resistência”. A próxima etapa, a ser iniciada em agosto, discutirá a dinâmica entre esses pontos identificados, como eles se relacionam entre si, tanto em termos “reais” quanto em termos virtuais, via redes sociais.

 

Impressões

O projeto atualmente conta com a participação de seis alunos dos cursos de edificações, através do PIBIC, e prevê a participação, a partir de agosto, de outros alunos do ensino médio e alunos de graduação em licenciatura em Ciências Sociais, e Engenharia Civil da Mobilidade e Ciência da Computação.

Para a aluna Larissa Kimie, do técnico integrado em Edificações, “além de nos acrescentar o conhecimento teórico sobre os termos referentes a geografia com a leitura de grandes autores, o projeto nos proporciona conhecer como é a dinâmica das práticas sociais da nossa cidade.” Já a aluna Grazielle Pádua Teixeira salienta o fato de que “o Instituto Federal é a única instituição pública de ensino em que evidenciamos alunos do ensino médio, realizando pesquisas, o que já é um diferencial”.

Coordenador do projeto, o professor Sandro de Oliveira Safadi destaca a importância da iniciação à pesquisa já no ensino médio. "O IFG é uma instituição de ensino que propõe formação integral ao indivíduo e a pesquisa nessa perspectiva representa o que há de mais intenso no processo de elevação das possibilidades do aluno”, afirma Sandro. Dentro dessa perspectiva, a experiência enriquece a formação do educando, como salienta o professor: “ao longo do desenvolvimento desse projeto, os alunos tiveram a oportunidade de realizar uma radicalização na busca pelo saber e um entranhamento na realidade vivida nas ruas, além de aprender a utilização de ferramentas básicas de pesquisa”. Por fim, Sandro chama a atenção para o caráter emancipatório que a experiência em pesquisa possibilita: “em tempos de discursos que afirmam a necessidade de uma formação voltada às demandas do mercado de trabalho, o aluno que faz pesquisa impõe a ele mesmo um comprometimento com a emancipação do pensar".

 

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Anápolis

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