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TRANSPORTE COLETIVO

Pesquisadores do Câmpus Goiânia apontam melhorias para o transporte público da região metropolitana

Levantamento tem como base estudos realizados na área de transporte e apontamentos foram elencados em nota técnica

  • Publicado: Terça, 15 de Outubro de 2019, 16h01
  • Última atualização em Quarta, 06 de Novembro de 2019, 13h48
Imagem retirada da nota técnica Aspectos operacionais que contribuiriam para um melhor atendimento aos usuários do transporte coletivo na região metropolitana de Goiânia
Imagem retirada da nota técnica Aspectos operacionais que contribuiriam para um melhor atendimento aos usuários do transporte coletivo na região metropolitana de Goiânia

Pontos de ônibus cheios, longas esperas para embarcar, superlotação. Essas são algumas das reclamações que usuários do transporte coletivo da região metropolitana relatam, seja no dia a dia ou seja nas redes sociais do consórcio de empresas que gerencia o serviço em Goiânia. Com o objetivo de apresentar sugestões simples e econômicas para impactar positivamente o transporte público, o professor dos cursos da área de Transportes do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen, elaborou uma nota técnica com apontamentos de melhorias, que foi apresentada à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos de Goiânia (CMTC).

Dentre as sugestões relatadas na nota técnica, foram elencadas: tratamento de linhas como rotas; controle de oferta de horária das viagens; conexões dos horários sas linhas tronco com linhas alimentadoras; disponibilização transparente de informações aos passageiros nos pontos de embarque e nos letreiros dos veículos avisando sobre os itinerários das linhas; espaçamento entre os ônibus; cultura do horário fixo; melhoria das vias; permissão de conversões exclusivas para o transporte público e faixas exclusivas.

Segundo o professor, o documento apresenta melhorias que poderiam ser adotadas no planejamento, no controle da operação e na fluidez do transporte coletivo em Goiânia. “São apresentados apenas exemplos das situações encontradas, sem um levantamento exaustivo. Nem todas as medidas que podem ser adotadas para melhorar o transporte coletivo estão na alçada do operador do sistema. Nesta etapa se dá destaque às medidas que estão ao alcance, com implantação imediata, e medidas que exigem uma pequena interação com os órgãos de trânsito”, explica.

A nota técnica intitulada Aspectos operacionais que contribuiriam para um melhor atendimento aos usuários do transporte coletivo na região metropolitana de Goiânia faz parte de projeto de pesquisa em desenvolvimento no Câmpus Goiânia sobre transporte público, conduzida pelo professor e que envolve estudantes do técnico integrado em Transporte Rodoviário, na modalidade Educação para Jovens e Adultos, ofertado pela Instituição.

Para a elaboração do documento, foram utilizados resultados de pesquisas anteriores sobre a situação do transporte coletivo da região metropolitana da capital levando em consideração a atualização dos dados, que foram coletados entre os meses de agosto e setembro deste ano, utilizando informações disponíveis no aplicativo de transporte da cidade e em observações in loco feitas por estudantes e pelo docente durante o uso dos coletivos.

O estudo tem como referência o Transity Capacity and Quality os Service (TCRP), manual publicado pelo Transportation Research Board, entidade norte-americana que estuda práticas utilizadas para a avaliação e aprimoramento do transporte coletivo em diversas regiões do mundo.

Sugestões

Os apontamentos de melhorias apresentadas na nota técnica são divididos entre implantações imediatas, a médio e a longo prazo. Considerada uma medida de implementação imediata, está a transformação de linhas em rotas.

“Tem casos que a gente sabe, por exemplo, do Parque Atheneu até o Terminal Isidória, no domingo, que você pode dobrar a oferta sem gastar nada. Tem duas linhas nessa rota, que são o 002 e o 014 que fazem praticamente o mesmo itinerário do Parque Atheneu até o Terminal Isidória. E o que a literatura (TCRP) diz: tratar as linhas que passam no mesmo trecho como uma rota, e não como uma linha individual. Assim, a cada 15 minutos sairia um ônibus, e não juntos”, explica o professor. 

Conforme monitoramento realizado pelos pesquisadores, há casos em que as linhas 002 (Parque Atheneu- Centro) e 014 (Parque Atheneu – Campinas) saem de determinado ponto, ao mesmo tempo, para fazerem boa parte do trajeto juntos. Em contrapartida, o tempo de intervalo para o próximo ônibus chega a 30 minutos.

Outro ponto seria o controle da oferta horária das viagens. De acordo com o levantamento, esse planejamento prevê uma maior oferta de veículos do transporte coletivo nos períodos em que existe demanda maior. Isso evitaria situações encontradas pelos pesquisadores, quando viagens da mesma linha são realizadas em comboio, fora do horário de pico e com baixa lotação. Esse controle impactaria no adiantamento e o atraso de coletivos, segundo o levantamento.

Tal controle também auxiliaria no espaçamento entre ônibus. Conforme disposto na nota técnica, embora a ultrapassagem de veículos do transporte público seja proibida, isso ainda ocorre devido aos atrasos ou antecipações dos coletivos que, de acordo com o professor, deveriam transitar em velocidade constante, se adiantando apenas em situações específicas.

Demonstração de rota que poderia ser reduzida, caso houvesse possibilidade de conversão à esquerda para os ônibus
Demonstração de rota que poderia ser reduzida, caso houvesse possibilidade de conversão à esquerda para os ônibus

 

A nota apresenta também soluções de tráfego com conversões específicas para os ônibus em determinadas vias, sem impactar o fluxo dos demais veículos. Um exemplo seria no cruzamento entre as avenidas T-10, T-11 e T-5, no setor Bueno, local em que determinadas linhas fazem um giro de quadra para acessarem o Terminal Bandeiras. Segundo o levantamento, seria possível ganhar mais agilidade ao permitir a conversão à esquerda exclusiva para os ônibus do transporte coletivo.

Informação ao passageiro

Rothen esclarece que, conforme dispõe o manual TCRP, o usuário precisa saber as informações referentes ao transporte público. Desde o nome dos pontos de parada, as linhas e itinerários que passam por eles, até os horários fixos estabelecidos de saída de cada ônibus. “De acordo com a literatura, se está determinado (horário fixo) que o ônibus sairá naquela hora, ele não deve adiantar, nem atrasar. Se um ônibus sai todos os dias às 11h30, eu consigo me programar para pegá-lo naquela hora. Todo dia você precisa pegar ônibus para um compromisso, então você deve saber o horário”, ressalta.

Conforme apresentado na nota, as linhas alimentadoras do transporte na capital até possuem horários fixos, mas não são informados com exatidão ao passageiro. Na plataforma disponível pela rede, que controla o sistema de transporte em Goiânia, é possível apenas verificar o intervalo em que as linhas saem, mas não o seu horário exato. 

Letreiro poderiam fornecer informações sobre sentidos dasrotas
Letreiro poderiam fornecer informações sobre sentidos das rotas

 

Além da falta dessa informação, outro ponto sugerido é a disponibilização do itinerário dos ônibus em seus letreiros. “Para que lado fica o terminal da Praça da Bíblia ou o da Praça A? Se a pessoa, que não conhece a cidade, está na T-63, ela não sabe para que lado fica cada um deles, ela não sabe em qual o sentido pegar o ônibus”, destaca o professor. Para ele, essa é uma medida custo zero, já que são colocadas mensagens especiais nos letreiros dos ônibus em datas comemorativas.

Para o professor, compartilhar esses apontamentos em relação à melhoria do transporte coletivo é um passo para que a sociedade se aproprie dessas informações e cobre para vê-las na prática. “Tenho esperança que, divulgando isso, as pessoas tomem conhecimento e se interessem por fazer. O que eu vejo, até mesmo com os alunos, é que eles acham que isso (a má qualidade do transporte público) é normal, até eles estudarem o que é transporte. Eles não percebem que são mal atendidos. Embora seja uma coisa simples, as pessoas não percebem e não exigem. Não sabem o que podem fazer. Aí as pessoas vão fugindo dos ônibus e qual é o custo disso?”, finaliza.


Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.

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