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Meio Ambiente

“A Lagoa Feia está condenada”

Afirmação é do professor geógrafo Oberdan Quintino de Ataídes, durante minicurso na II Semana Nacional do Meio Ambiente do IFG

  • Publicado: Sexta, 10 de Junho de 2022, 00h34
  • Última atualização em Quinta, 07 de Julho de 2022, 16h38
Professor Oberdan Quintino aponta desafios e perspectivas para microbacias urbanas de Formosa
Professor Oberdan Quintino aponta desafios e perspectivas para microbacias urbanas de Formosa

A Lagoa Feia, um dos pontos turísticos mais visitados de Formosa ao lado da Cachoeira do Itiquira, está com os dias contados, de acordo com o professor de Geografia do Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG), Oberdan Quintino de Ataídes. Na tarde desta quarta-feira, ele ministrou o minicurso “As Microbacias Urbanas no Município de Formosa (GO): desafios e perspectivas”, no Teatro Guaiá do Câmpus, inserido na programação do último dia da II Semana Nacional do Meio Ambiente do IFG.

Oberdan apresentou a história ambiental da microbacia urbana do Córrego Joséfa Gomes, justificando sua escolha do foco temático: “Temos que conhecer o que estamos falando e, em tempos de crise hídrica, é responsabilidade nossa, enquanto cidadãos, a gestão deste importante recurso: a água”.

A Lagoa sofre influência direta do Córrego Joséfa Gomes, que, no momento, é ponto central nas discussões ambientais do município, já que está sendo iniciado um projeto de canalização do córrego. As águas que surgem do Joséfa Gomes deságuam na Lagoa Feia e se encaminham para o Rio Preto. A microbacia é formada pela Mata da Bica, Laguinho do Abreu e Lagoa dos Santos e o ponto final é a Lagoa Feia.

De acordo com o professor, a canalização do córrego poderá “acelerar o assoriamento e eutrofização do ambiente aquático, causar a perda de diferentes espécies da ictofauna da Lagoa Feia e a perda de fonte de renda de famílias que vivem do turismo e outras atividades na área”.

Conforme estudos, a Lagoa Feia teve sua extensão reduzida ao longo dos anos, pois foi sendo tomada por sedimentos, e o junco cresce desordenadamente, ocupando parte da área original. “O córrego Joséfa Gomes está morrendo, recebendo sedimentos, assoriando, recebendo efluentes, matando o ecossistema local. Tudo isso vai parar na Lagoa Feia, que hoje apresenta locais com profundidade de apenas dois metros. O processo de assoriamento é escabroso. Ela está praticamente morrendo”, ressalta o geógrafo.

Segundo Oberdan, já está sendo calculado um tempo de vida previsto para a Lagoa Feia. Se as ações humanas forem mantidas sem proteção ambiental, “a Lagoa desaparecerá em 15 anos”.

“Este é o momento de fazer reflexões, cobranças e interferências. O caminho que podemos estar tomando a partir de agora, com este projeto, poderá estar decretando, de certa forma, em grande parte, o fim desta bacia urbana e efetivamente da própria Lagoa Feia, que é a nascente do Rio Preto”, alertou Oberdan Quintino de Ataídes.

 

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa

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