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AÇÃO INTERINSTITUCIONAL

Esteira com lâmpadas UV-C pode auxiliar na descontaminação de materiais infectados pelo novo coronavírus

IFG, IF Goiano e Unifesp criam protótipo que utiliza radiação germicida no combate à proliferação da COVID-19

  • Publicado: Quarta, 29 de Abril de 2020, 15h13
  • Última atualização em Quinta, 14 de Maio de 2020, 17h24

 

Esteira foi construída nos laboratórios do Câmpus Goiânia

 

Pesquisadores dos câmpus Goiânia e Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás (IFG), do Câmpus Trindade do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram esteira de desinfecção utilizando lâmpadas ultravioleta com fator germicida (UV-C). O experimento auxilia na descontaminação de ambientes e materiais hospitalares, podendo ajudar no combate ao novo coronavírus. O projeto aguarda testes para comprovar sua aplicabilidade para a eliminação do vírus causador da COVID-19.

A iniciativa da pesquisa partiu do professor Geovanne Furriel, do Câmpus Trindade do IF Goiano. Egresso do curso de Engenharia de Controle e Automação do Câmpus Goiânia do IFG, onde também chegou a atuar enquanto professor substituto, Furriel encontrou espaço para o desenvolvimento de sua ideia no Câmpus Goiânia por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas Experimentais e Tecnológicas, o NExT, onde participa de pesquisas desde a sua graduação. Participam também do experimento o gerente de pesquisa, pós-graduação e extensão do Câmpus Goiânia do IFG, professor Sérgio Botelho; o engenheiro mecânico e técnico do Câmpus Goiânia, Paulo Vinícius da Silva Resende, e a professora do Câmpus Senador Canedo, Brunna Caroline Rocha Silva.

Em contato com profissionais da área da saúde da Unifesp e do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp), Geovanne teve a ideia de desenvolver um mecanismo que promovesse a desinfecção pelas lâmpadas UV-C, sem que fosse necessário o contato direto do usuário com a luminosidade ultravioleta. “A ideia veio da necessidade de descontaminação de equipamentos de proteção individual (EPI) de profissionais de saúde, pois diversos casos de contaminação destes profissionais ocorria no momento de retirada do EPI. Porém a aplicação não é tão simples devido ao fato da luz UV-C ser prejudicial à saúde quando em contato direto com o corpo humano”, explica.

Para o professor Geovanne Furriel, a esteira pode ser utilizada em qualquer ambiente, promovendo a descontaminação do material infectado que estiver em contato direto com o fluxo luminoso gerado, reduzindo o contágio em locais contaminados pelo novo coronavírus, além de possibilitar a reutilização de EPI.

Esterilização ultravioleta

Paulo Vinícius da Silva Resende, engenheiro mecânico e técnico do Câmpus Goiânia, completa a fala do professor e reforça que a vantagem da esteira, além da desinfecção, é eliminar a possibilidade de contato do usuário com o campo de incidência da radiação desse tipo de lâmpada. O protótipo, segundo Paulo, foi realizado com recursos do Laboratório de Fabricação Mecânica do Câmpus Goiânia, obedecendo às recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Estrutura do protótipo da esteira esterilizadora com lâmpadas UV-C

 

Pela literatura técnica e científica, as lâmpadas UV-C são utilizadas no processo de esterilização por possuir propriedade germicida, isto é, sua radiação consegue alterar o DNA e RNA dos micro-organismos e, com isso, destruí-los. “Entretanto, com o (vírus causador da) COVID-19, os parâmetros de aplicação da radiação UV-C ainda demandam validação para que possam ser aplicados com confiabilidade aceitável. Com isso, teremos informações suficientes para adequar o dispositivo (esteira) para outras aplicações, tais como dispositivos manuais ou robôs”, acrescenta Paulo. A docente Brunna Caroline Rocha Silva, do Câmpus Senador Canedo do IFG reitera a possibilidade de aplicação da tecnologia em outras ferramentas. “Nós estamos trabalhando em três sistemas de descontaminação/desinfecção, que são: esteira, luminária manual e câmara de esterilização”.

No projeto da esteira, são utilizadas lâmpadas UV-C de 36W com 254 nanômetros de comprimento de onda. Estudos apontam que é possível desinfectar um material de superfície plástica deixando-o exposto por mais de 30 segundos, numa distância mínima de 20 centímetros da fonte luminosa. “Segundo referências, para um nível de confiança menor de descontaminação (90%), no caso do coronavírus, (a esterilização) é de 30 segundos a 2 minutos. O tempo de descontaminação depende do tipo de vírus e, sobretudo, da potência da lâmpada”, explica Paulo.

Para se estimar o período de incidência à radiação para a eliminação do novo coronavírus, é preciso testagem em laboratórios específicos, realizada por profissionais da biomedicina, devido ao risco de operar o equipamento com o vírus ativo. Até o momento, os pesquisadores aguardam laboratórios habilitados que possam verificar a eficácia do protótipo em relação ao novo coronavírus.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia do IFG, com a colaboração da Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Senador Canedo.

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