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Goiânia, 09 de novembro de 2018

Publicado: Sexta, 09 de Novembro de 2018, 12h43 | Última atualização em Sexta, 09 de Novembro de 2018, 12h51

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Brasil e Espanha intensificam cooperação para promover a capacitação de educadores

Cursos de mestrado abrem novas oportunidades a professores

MEC participa de seminário internacional da Rede Ebserh sobre pesquisa clínica

Secretarias de educação poderão selecionar escolas para o PDDE

CORREIO BRAZILIENSE

PF e MPF investigam lista com ameaças a professores e estudantes da UFPE

Conselho Nacional de Educação aprova 20% de ensino médio online

Segundo dia promete conteúdo abrangente e de exigência matemática

GLOBO.COM

Garoto divide com colegas do colégio lápis com mensagens de amor e motivação

Brigitte Macron promove campanha contra bullying em escolas da França

Brasil cai para último lugar no ranking de status do professor

FOLHA.COM

Avançar na qualidade da educação, o legado do Espírito Santo

Escola sem Partido atrai Frota e Kim à Câmara, mas votação é adiada de novo 

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

COOPERAÇÃO

Brasil e Espanha intensificam cooperação para promover a capacitação de educadores

Brasil e Espanha assinaram, nesta quinta-feira, 8, um memorando de entendimento para aprofundar a cooperação acadêmica e educacional e melhorar a capacitação de servidores e gestores da área da educação nos dois países. O acordo foi firmado pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, e o embaixador do Reino da Espanha no Brasil, Fernando García Casas, em Brasília.

As ações têm o apoio da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). O secretário-geral da instituição, Mariano Jabonero, também participou da cerimônia. O memorando permitirá uma intensificação do Programa Ibero-americano de Difusão da Língua Portuguesa da OEI, que viabiliza acordos bilaterais com países vizinhos ao Brasil para ensino de português e espanhol em regiões fronteiriças, por meio, principalmente, da formação de professores.

Após a cerimônia, o ministro Rossieli Soares comentou que, uma vez assinado o memorando, o país deve começar a firmar esses acordos. Alguns países, como a Colômbia, já mostraram interesse. “Estamos em negociação bilateral com apoio da OEI com todos os países vizinhos. Vamos espelhar as escolas, para que sejam escolas irmãs e aprendamos dos dois lados. Nosso objetivo é atingir de 30 a 40 escolas nas regiões de fronteira e depois ampliar para outras regiões, já que o Brasil tem muitos imigrantes morando dentro do país”, ressaltou Rossieli.

O ministro também destacou a importância dessa parceria com a Espanha. “Nossas raízes linguísticas são muito próximas e temos muito a compartilhar”, disse. “A língua não pode ser uma barreira, temos muito conhecimento científico em ambos os países e essa aproximação é fundamental. Difundir o aprendizado dessas línguas entre países irmãos permite conhecer mais da cultura dos países ibero-americanos”, acrescentou.

De maneira semelhante, o embaixador espanhol destacou a possibilidade que esse projeto abre de aproximar povos que, apesar de vizinhos, às vezes esbarram em diferenças idiomáticas. “Vamos ter mais estudantes, mais professores, mais pesquisadores na Espanha e no Brasil se comunicando entre si”, afirmou García Casas. “Isso é um motor de desenvolvimento para a geração de conhecimento científico e nas ciências sociais, no âmbito do turismo e, também, no âmbito do compartilhamento de conhecimentos, para que eles sejam compartilhados não apenas em inglês, mas em português e espanhol”, enfatizou García Casas.

Espanhol e português estão entre as cinco línguas mais faladas do mundo, com mais de 800 milhões de habitantes integrando os países ibero-americanos. Esses idiomas também são tidos como oficiais em muitas organizações internacionais, o que reforça a necessidade de difusão do aprendizado. Todas as ações de cooperação dentro dos projetos propostos pelo memorando serão desenvolvidas com recursos da OEI. Entre essas ações, além da capacitação de professores para o ensino bilíngue estão, por exemplo, a confecção de materiais didáticos e documentos bilíngues, a realização de congressos binacionais e a criação de uma nova certificação em língua portuguesa.

Assessoria de Comunicação Social

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PROEB

Cursos de mestrado abrem novas oportunidades a professores

Durante 18 anos, depois de formado, José Humberto Barbosa, professor de História, desejou continuar seus estudos. Mas, em Araguaína (TO), onde ele mora, não havia cursos de pós-graduação na sua área.

Mas a realidade do professor mudou com a chegada do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB), na unidade da Universidade Federal de Tocantins (UFT), no município localizado no norte do estado. Em 2016, José Humberto concluiu sua pós-graduação e aprofundou seus conhecimentos.

“O mestrado me abriu todo um leque de conhecimentos, principalmente no que se refere à teoria e prática, porque entramos em contato com outros temas e outras leituras”, explica o professor, que passou a utilizar textos literários, historiográficos, jornalísticos, além de documentários, em suas aulas numa escola pública de Araguaína.

O ProEB oferece formação continuada stricto sensu a professores em exercício, em parceria com as instituições de ensino superior e sistemas de educação estaduais e municipais. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) concede bolsas aos estudantes e fomento aos cursos nas modalidades semipresencial, no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Dos sete mil alunos que fazem os cursos, 2,1 mil são bolsistas.

A coordenadora do Mestrado Profissional de História da UFT em Araguaína, Vera Lúcia Caixeta, lembra que antes, para fazer a pós-graduação nessa área, era preciso viajar cerca de mil quilômetros. “O curso possibilitou que vários professores retornassem à universidade”, comemora.

Para acompanhar de perto a execução do ProEB, técnicos da Capes têm percorrido várias cidades do país. O objetivo deste monitoramento é verificar como os professores da educação básica estão aplicando em sala de aula a dissertação que desenvolveram no mestrado profissional.

Na avaliação de professoras que fizeram o mestrado, mudanças já podem ser percebidas na rotina do trabalho. “Usei um livro do Monteiro Lobato para dar aula sobre o período da República Velha. Os alunos puderam avaliar e identificar o autor como um sujeito”, conta Lucialine Duarte, que leciona História em Araguaína. Já Nice Oliveira, que atua em Imperatriz, relata que está formando um cineclube na escola. “Estamos criando uma rede interdisciplinar com os alunos – não somente os de História – para potencializar a riqueza que o cinema oferece ao ensino.”

Cristina Meneguello, da Universidade de Campinas (Unicamp), integrante da Comissão Acadêmica Nacional de História, destaca a relevância dada aos aspectos regionais pelo mestrado profissional. “Todas as unidades têm as mesmas disciplinas e princípios para desenvolver suas dissertações, mas estão localizadas em realidades muito diferentes, dando aos professores a chance de conviver entre si e transformar sua prática didática.”

Este ano já foram feitas seis visitas de monitoramento às diversas áreas do mestrado profissional. A última, da área de História, ocorreu na unidade de Araguaína da UFT, no dia 30 de outubro. Além de reuniões com coordenadores de cursos e estudantes do mestrado profissional, os técnicos da Capes visitaram escolas públicas da cidade.“

Com o monitoramento foi possível identificarmos as melhorias no programa em relação à formação dos professores da região na área de História”, comenta Luiz Lira, coordenador geral de Programas e Cursos de Ensino a Distância da Capes. “Os produtos educacionais gerados no programa estão de fato provocando a melhoria no ensino em sala de aula”, constata.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO

MEC participa de seminário internacional da Rede Ebserh sobre pesquisa clínica

Atualmente, aproximadamente 3,5 mil estudos relacionados à pesquisa clínica estão sendo realizados no Brasil. Com o objetivo de impulsionar os trabalhos nessa área, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, realiza, a partir desta quinta-feira, 8, em Brasília, o I Seminário Internacional de Pesquisa Clínica. A abertura do evento contou com a presença do ministro Rossieli Soares.

“É importante ter um seminário como esse para disseminar as boas práticas que existem entre a Rede Ebserh, mas também discutir os problemas e buscar soluções de governança que sejam para todos os hospitais universitários”, destacou o ministro. “Esta é uma grande oportunidade que temos aqui de colecionar essas boas práticas e mostrar para todo o Brasil”.

Realizado em parceria com a I Jornada Nacional de Governança da Rede Ebserh, que reúne superintendentes de todos os 40 hospitais da rede, além de gestores de todas as áreas da estatal, o seminário segue até o próximo dia 10 e conta com a participação de pesquisadores da rede de hospitais franceses CHU (similar à Rede Ebserh) e do Assistence Publique – Hôpitaux de Paris, um dos mais importantes hospitais da França. Eles estão no Brasil para trocar experiências sobre pesquisa clínica.

“Termos a presença desses pesquisadores é fundamental, pois eles têm uma desenvoltura muito forte na França, na área de pesquisa clínica, dentro dos hospitais universitários”, elogiou o presidente da Ebserh, Kleber Morais. “É um dia em que a Ebserh está feliz, porque vamos ter troca de ideias na área de gestão e um aprofundamento de como podemos fazer para capitanear essas pesquisas clínicas de altíssima importância para o nosso país.” Kleber Morais lembrou que os hospitais da Rede Ebserh respondem por 45% dos estudos autorizados no país na área de pesquisa clínica.

Importância – Rossieli Soares aproveitou a oportunidade para falar sobre a importância da pesquisa dentro dos hospitais. “Nós temos que lembrar que os hospitais são universitários. Eles vivem do ensino, precisam formar os futuros médicos, enfermeiras e profissionais da área de saúde. Os hospitais vivem da pesquisa, porque nós também temos, como filosofia para as nossas universidades, a necessidade de encontrar soluções para a saúde dos brasileiros. Temos um potencial grande nos hospitais universitários. E a extensão engloba o atendimento à população, pois milhões de brasileiros são atendidos neles. A pesquisa hoje nos hospitais já acontece, mas devemos, cada vez mais, fortalecê-la.”

O ministro também enumerou os desafios da área de pesquisa no Brasil. “Temos sempre que olhar para as melhores cabeças dentro dos nossos hospitais universitários”, disse. “Nós temos hospitais muito bem-equipados, com pesquisas que são feitas com transferência de tecnologia, recebendo pessoas de fora, como temos aqui os franceses hoje, mas também levando conhecimento a ser compartilhado. Temos condição de inovar, aproximando-nos de outros setores, como a Marinha, que coordena o projeto de desenvolvimento do submarino nuclear e que, por conta desse projeto, desenvolve pesquisas para a saúde, certamente um dos usos mais nobres. Nossos hospitais precisam estar próximos, ajudando nessa pesquisa, inclusive para baratear, no fim das contas, a saúde pública brasileira.”

Pautas – Durante os três dias de seminário, haverá espaço para  intercâmbio interinstitucional; exposição sobre avanços na implementação das ações das diversas áreas da empresa e compartilhamento de experiências de sucesso desenvolvidas na Rede Ebserh; apresentação dos processos de gestão interna e elementos estruturantes de centros de pesquisa franceses; troca de experiências entre instituições de pesquisa e órgãos fomentadores e reguladores; e fomento da agenda de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação em saúde na rede.

O evento conta com o apoio dos ministérios da Educação e da Saúde (MS) e da Organização Pan Americana da Saúde (Opas), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Assessoria de Comunicação Social

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PDDE

Secretarias de educação poderão selecionar escolas para o PDDE

As secretarias estaduais de educação que aderiram ao Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio poderão, a partir do próximo dia 14, indicar escolas para participarem do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Tanto a indicação quanto a adesão das instituições de ensino devem ser feitas até 6 de dezembro, para que as participantes recebam parte dos R$ 400 milhões que o Ministério da Educação destinará, a partir de 2019, à implementação do Novo Ensino Médio.

A adesão das escolas indicadas deverá ser efetuada após a seleção no Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec), por meio do PDDE Interativo. O coordenador-geral de Ensino Médio do MEC, Wisley Pereira, recomenda às secretarias fazerem as indicações nos primeiros dias da abertura do Simec. “O processo de adesão é mais demorado, por isso é importante agilidade para que as escolas não corram o risco de ficar de fora do programa”, explica.

Wisley destaca que essa é uma das principais ações desenvolvidas pelo MEC em parceria com os estados e o Distrito Federal para apoiar a efetivação do Novo Ensino Médio. “As escolas aprovadas para participação do PDDE elaborarão proposta de flexibilização curricular e o recurso poderá ser utilizado, preferencialmente, para adequação da infraestrutura, aquisição de equipamentos, como laboratórios e kits pedagógicos, implementação de projetos pedagógicos e formação de professores”, informa.

Destinação – Os recursos também poderão ser utilizados para aquisição de material permanente e de consumo, bem como na avaliação de aprendizagem e no desenvolvimento de diversas atividades educacionais. Não poderão participar do programa unidades educacionais da Educação de Jovens e Adultos (EJA), escolas participantes da primeira e da segunda adesão do Programa de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) e aquelas que estiverem inadimplentes junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com programas realizados pelo MEC.

Os R$ 400 milhões poderão atender a aproximadamente cinco mil escolas em todo o Brasil, estando previstos R$ 20 mil para cada instituição beneficiada e mais R$ 170 por aluno matriculado e registrado no Censo de 2017.

Ainda em dezembro deste ano, serão repassados 20% dos recursos. Outros 40% serão pagos após o encaminhamento, pela secretaria ao MEC, de Plano de Acompanhamento das Propostas de Flexibilização Curricular (PAPFC) e entrega, pela escola, da Proposta de Flexibilização Curricular (PFC), que deverá ser encaminhada às secretarias de educação. O restante dessa verba será pago após a matriz curricular e o projeto político pedagógico serem reformulados.

PDDE – Os recursos fazem parte do Programa Dinheiro Direto na Escola e são enviados ao FNDE, autarquia vinculada ao MEC que coordena os repasses às redes de ensino. O PDDE consiste na assistência financeira às escolas públicas das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos. O dinheiro deve ser aplicado para melhoria da infraestrutura física e pedagógica, reforço da gestão escolar e elevação dos índices de desempenho da educação básica.

Assessoria de Comunicação Social

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CORREIO BRAZILIENSE

EDUCAÇÃO

PF e MPF investigam lista com ameaças a professores e estudantes da UFPE

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Pernambuco (MFP) anunciaram, na tarde dessa quinta-feira (8/11), que vão abrir investigações sobre ameaças que alguns professores e estudantes da Universidade Federal de Pernambuco estão sofrendo dentro do campus no Recife.

Panfletos distribuídos dentro da UFPE mostram uma lista com nomes de alunos e docentes intitulada de "Doutrinadores e alunos que serão banidos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) em 2019". No fechamento, também é feita alusão ao presidente eleito Jair Bolsonaro: “o mito vem aí”.

O MPF instaurou dois inquéritos, sendo um na esfera cível e outro na criminal. Os responsáveis pelas apurações são os procuradores da República Carolina de Gusmão Furtado (cível) e Fábio Holanda Albuquerque (criminal).

De acordo com o Ministério Púlico Federal, ainda foram solicitadas à UFPE, em ambas investigações, mais informações complementares sobre os fatos num prazo de até dez dias úteis. O Ministério Púlico pede que a universidade informe se já foram identificados eventuais responsáveis pela confecção dos panfletos, se ainda há materiais expostos ou sendo distribuídos nas dependências da instituição de ensino, se será oferecido acolhimento e suporte institucional aos discentes e docentes intimidados, bem como que indique quais foram as medidas adotadas para sanar as irregularidades.

Apesar de aberto inquérito, a Polícia Federal não deu mais detalhes sobre o caso: "recebemos o expediente da UFPE sobre ameaças que estão ocorrendo contra alguns professores e alunos em documento apócrifo, vamos iniciar os procedimentos cabíveis mas não comentamos nem nos pronunciamos sobre investigações que estão em andamento", diz a nota emitida pela PF.

UFPE abre sindicância

A investigação foi aberta após a UFPE formalizar um comunicado, no qual pediu esclarecimentos sobre o caso à polícia e ao Ministério Público Federal (MPF), nessa quarta-feira (7/11). A universidade também anunciou, por meio de nota, que abriu sindicância para apurar as ameaças.

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EDUCAÇÃO

Conselho Nacional de Educação aprova 20% de ensino médio online

O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou, nessa quinta-feira (8/11), a liberação de 20% da carga horária do ensino médio diurno para a educação a distância. Segundo o texto, a modalidade deve ser utilizada "preferencialmente" na parte flexível prevista pela reforma, aprovada em 2017, para essa etapa de ensino. A mudança divide especialistas da área.

O ensino a distância na educação básica é uma das ideias defendidas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para atender locais mais remotos, por exemplo. Na avaliação de alguns conselheiros, a aprovação dos 20% limita uma eventual proposta mais ousada de utilização da modalidade nas escolas.
O texto aprovado atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o ensino médio e regulamenta a reforma da etapa, que já havia aberto uma brecha para o ensino online. A reestruturação do médio, aprovada em 2017, prevê que 40% da carga horária seja flexível, com aprofundamento de estudos em áreas específicas optativas. Os outros 60% são para os conteúdos comuns, como Matemática e Linguagens.
Entre os que defendem a educação a distância, o argumento é o de que ela ajuda a aumentar a oferta de disciplinas não obrigatórias do novo ensino médio. Isso porque metade das cidades do País tem só uma escola de ensino médio e, por isso, faltam professores para as várias áreas que deveriam ser oferecidas. No entanto, ao não delimitar a modalidade apenas para a parte flexível, há o receio de que a alternativa seja usada para resolver o déficit de professores.
Para o membro do CNE Eduardo Deschamps, a atualização das diretrizes não abre brecha para esse tipo de uso, uma vez que o texto restringe as atividades online apenas com a presença de um professor, que deverá ser correlato à área. O texto aprovado, porém, não faz essa delimitação quanto a área de atuação do docente. "Não está no documento porque já há outros dispositivos na legislação que garantem essa ligação", argumenta Deschamps. O jornal
O Estado de S. Paulo mostrou há dois dias que o CNE se articulava para concluir a votação já esta semana.

Repercussão

Salomão Ximenes, especialista em Educação da Universidade Federal do ABC (UFABC), diz que a medida pode ser usada para solucionar a falta de professores de áreas em que há um maior carência no País, como Física e Matemática. "Não resolve o problema da ausência de docentes e amplia o abismo entre escolas. A igualdade de condições de acesso e permanência na escola tende ainda mais a ser violada."
Para Neide Noffs, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o ensino presencial é indispensável e mais importante para a formar o jovem. Mas avalia que a modalidade a distância pode contribuir no aprendizado, se usada como complemento ou aprofundamento. "Pode ser algo interessante para o aluno, como uma oficina de escrita ou atividade complementar de atualidades."

Prós e contras

Facilidade - Os defensores do ensino a distância dizem que a modalidade facilita a oferta de diferentes percursos formativos, previstos pela reforma do ensino médio. Metade dos municípios do País tem apenas uma escola dessa etapa.
Restrição - Outro argumento favorável à mudança é de que a regulamentação impede propostas que queiram liberar ainda mais tempo de ensino online no ensino médio.
Tecnologia - Os defensores também afirmam que as aulas online podem despertar mais a atenção dessa nova geração de alunos.
Aprendizagem - Já aqueles que são contrários à medida dizem que há riscos de perda de aprendizagem com o ensino a distância nessa faixa etária. Segundo eles, a convivência escolar é importante para o desenvolvimento de habilidades e competências.
Precarização - Há também o receio de que a medida seja usada em situações de falta de professor, especialmente, em disciplinas onde há um grande déficit, como Física.
Desigualdades - Especialistas temem que o uso da tecnologia para complementar a carga horária seja mais disseminada em escolas com pouca estrutura e falta de professores, ampliando o abismo da qualidade educacional no País.
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ENEM 2018

Segundo dia promete conteúdo abrangente e de exigência matemática

Está chegando a segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018. Se teve ótimo desempenho no primeiro dia ou nem tanto, não importa: é hora de manter o foco e mirar nas provas de matemática e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias, que serão aplicadas no próximo domingo, 11 de novembro.

O conteúdo é abrangente e o tempo é curto. Ao longo de 5h de prova — 30 minutos a mais do que em 2017, os candidatos passam por 45 questões das diversas áreas da matemática e outras 45 que envolvem química, física e biologia. A quatro dias da prova, é hora de revisar, descansar ou aprender o que ainda não sabe? “É importante descansar”, pondera Danielle Hepner, professora de Matemática do Qconcurso.com. “Por ser uma prova muito extensa e estressante, é bom estar com a cabeça relaxada pra fazer as questões com tranquilidade.”

Geometria e matemática básica

Segundo estimativas da Plataforma SAS, geometria, escala, razão e proporção ocuparam, juntas, 39% das questões no período entre 2009 e 2017 no exame. Professor de matemática no canal Matemática Rio, Rafael Procópio avalia que a matemática básica, de operações fundamentais e cálculos práticos e rápidos, são fundamentais para essas e outras áreas do Enem. “De fato, esses são os temas mais cobrados nas provas. Sem dúvida alguma, o mais recorrente é o de grandezas proporcionais e, dentro delas, teremos razão, proporção, regras de três simples e compostas, porcentagem e escala.”

Bianca Maciel, 19 anos, faz o curso Exatas de olho em uma vaga em medicina. Após fazer o exame no 2º e 3º ano do ensino médio, ela tem experiência o suficiente para mapear as probabilidades do exame e não apostar em maiores mudanças. “Matemática vai ser um pouco ‘o de sempre’: geometria espacial e plana. Os temas costumam se repetir”, enumera. Ela gosta e aprova o formato da disciplina no Enem. “Tenho mais facilidade, gosto das questões interpretativas, é um modelo muito bom. Hoje, estou focada em recuperar o que for necessário em matemática.”

Você resolve muito apenas se dominar essa área de proporcionalidade, resolvidas com regra de três. Dominar essa área é fundamental. Em geometria plana e espacial, é muito importante treinar toda a parte de área, perímetro, volume, visão espacial”, afirma ele. “Na reta final, vale a pena revisar alguns tópicos mais básicos sobre gráficos de função, principalmente primeiro e segundo graus, pois muitas questões do Enem são resolvidas apenas avaliando o comportamento dos gráficos”, acrescenta Danielle Hepner.

Física, química e biologia

Aluno do 3º ano do Centro Educacional 414 Samambaia Norte, Henrique Silveira dos Santos, 17, classifica a primeira etapa do exame como “muito difícil e inesperada”, referindo-se às questões de ciências humanas e ao tema proposto em redação. Para o segundo domingo de provas, ele espera vida um pouco mais fácil e uma matéria próxima de seus gostos pessoais. “Biologia é a disciplina de que gosto mais. Adoro estudar espécies e acredito que é um tema recorrente”, exemplifica ele.

Já física e química não tenho tanta facilidade, têm muita matemática nelas”, opina. 

Ana Paula Feitosa, 20, fará o Enem pela terceira vez e espera grande incidência de matemática nas questões de natureza. “Dentro de física, especialmente, tem muitoi cálculo”, diz. Professor de física do Qconcurso.com, Luciano Fontes cita lei de Newton, energia, circuitos elétricos, energia elétrica, ondas e acústica como temas mais recorrentes. “Foquem na resolução de exercícios”, recomenda. Ivys Urquiza, professor do Física Total, concorda: “Dentre os conteúdos, vale bastante a pena revisar: enômeno ondulatórios, eletrodinâmica básica, estudo dos movimentos e aplicações das leis de Newton.”

Urquiza recomenda desacelerar ao longo da semana e reforçar os conteúdos dos quais já se tem algum domínio. A resolução de exercícios também vale a pena, mas ele pondera: “Invista nas questões fáceis e deixe as difíceis por último. A Teoria de Resposta ao Item valoriza a consistência dos acertos.” 

Professor de química no Qconcurso.com, Valter Felix foca na logística do exame como boa dica para o segundo dia. “Na semana anterior ao dia 11, pós prova do dia 4, lembre-se de que cada dia de prova é diferente do outro e continue acreditando em você. Reflita sobre o seu comportamento diante da prova: fez bom uso do tempo de prova? Procure sempre um lugar na sala de aplicação de prova que lhe seja mais agradável, isso lhe trará mais segurança no dia 11.”

Não tente rever todos os conteúdos neste momento. Foque naqueles em que você teve maior dificuldade durante a preparação, reveja as aulas e questões que tratem daquele assunto específico e resolva pelo menos uma prova das áreas de conhecimento por dia”, recomenda Felix. “Concentre-se em otimizar o tempo de leitura, raciocínio e resolução da questão, evite situações e pessoas que aumentem sua insegurança e ansiedade, faça atividades que lhe proporcionem satisfação e confiança.”

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GLOBO.COM

EDUCAÇÃO

Garoto divide com colegas do colégio lápis com mensagens de amor e motivação

Um garoto dividiu com seus colegas da escola um momento de carinho que recebeu da mãe. Ele compartilhou alguns de seus lápis com várias frases motivacionais: "Você é talentoso", "Você é criativo", "Eu amo você".

O gesto emocionou a professora Amanda Cox, que fez um post no Facebook. "A mãe provavelmente levou alguns minutos para fazer as mensagens, mas isso iluminou todo o nosso dia na escola. O garoto não ficou envergonhado por sua mãe escrever em seus lápis. Graças a ela, ele lembrou do próprio valor e quis compartilhar o mesmo sentimento com os colegas de classe".

"Ajude-os [alunos/crianças] a saber que alguém acredita neles e se orgulha por tudo o que fazem. Mesmo se você acha que é brega ou se não tem tempo suficiente", disse a professora.

Bananas de incentivo

Poucos dias antes do post de Cox, uma diretora de outra escola americana divulgou mais um gesto de carinho.

A gerente de uma cafeteria de uma escola de Virginia Beach também escreveu frases de incentivo, mas resolveu fazer nas bananas servidas no almoço dos alunos. Eram mensagens como "Nunca desista", "Você é amado", "Seja um herói". Veja a foto

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ENEM 2018

Brigitte Macron promove campanha contra bullying em escolas da França

A primeira-dama da França Brigitte Macron participa nesta quinta-feira (8) do Dia Nacional contra o bullying nas escolas, um problema que atinge um a cada dez alunos do país.

É o quarto ano consecutivo que essa jornada acontece, um dia de conscientização para esse problema que preocupa e intriga pais e professores. A data foi criada pelo governo anterior, do presidente François Hollande, e vem sendo seguida pelo governo Macron.

Eu era professora, então muitas vezes tive alunos perseguidos, mas também outros que faziam bullying. Então é um problema que conheço”, disse Brigitte em entrevista a uma rádio francesa. Ela conta que quando Macron foi eleito, ela recebeu muitos testemunhos e apelos de crianças, adolescentes e pais que sofriam com essa violência. “Por essas razões eu resolvi me empenhar nesse combate”, acrescentou.

Crianças de 6 a 11 anos são mais visadas

O Ministério da Educação coloca em prática uma campanha de comunicação para estimular que estudantes, pais e professores denunciem casos de violências físicas e psicológica nas escolas. E o governo Macron criou um novo dispositivo nas escolas, em que alunos são espécies de embaixadores contra o bullying, e eles mesmos ajudam a identificar as vítimas e os agressores, sendo responsáveis também pela sensibilização dentro das escolas, juntos com os colegas.

A maior incidência da perseguição nas escolas é surpreendentemente entre as crianças do ensino primário, de seis a onze anos. E essa campanha do governo também tem como alvo o bullying na internet: 55% das perseguições entre colegas acontece pelas redes sociais.

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EDUCAÇÃO

Brasil cai para último lugar no ranking de status do professor

Muito trabalho, salários menores do que se imagina, falta de respeito dos alunos e um dos piores sistemas educacionais do mundo. É assim que o brasileiro vê a profissão de professor, o que fez o Brasil cair para a última posição do ranking de prestígio de docentes. A pesquisa, realizada em 35 países, foi divulgada na noite desta quarta-feira (7) pela Varkey Foundation, entidade dedicada à melhoria da educação mundial.

O resultado do Brasil se torna ainda mais alarmante se comparado ao do cenário global, que registrou uma melhora na percepção do status dos professores. Vale lembrar que, na última edição da pesquisa, em 2013, o país ocupava a penúltima posição dentre os 21 pesquisados. A avaliação de 2018, por sua vez, foi realizada em 35 países – acompanhando as avaliações do PISA –, e foram entrevistadas mil pessoas entre 16 e 64 anos.

E se no ranking de prestígio geral o resultado não é bom para o Brasil, nos recortes específicos os dados também são muito desanimadores. Menos de 1 em cada 10 brasileiros (9%) acha que os alunos respeitam seus professores em sala de aula – também o último lugar do ranking. Para efeito de comparação, a China é país com a melhor avaliação: lá, 81% das pessoas acreditam que os docentes são respeitados pelos alunos.

Para Sunny Varkey, fundador da Varkey Foundation, o índice fornece provas de que o status dos professores na sociedade, seu prestígio e a forma como são enxergados, tem influência decisiva no desempenho dos alunos na escola.

“Respeitar os professores não é apenas um dever moral importante, é essencial para os resultados educacionais de um país. Mas ainda há muito a ser feito antes que os professores recebam o respeito que merecem”, diz Varkey.

Vale lembrar que a Varkey promove anualmente o Global Teacher Prize, o “Nobel da Educação”, que premia os melhores educadores do ano. A última edição, realizada em março, em Dubai, Emirados Árabes, foi vencida pela britânica Andria Zafirakou, e teve o professor brasileiro Diego Mahfouz Faria Lima entre os dez finalistas.

A pesquisa também mostra que há pouca compreensão do trabalho e da emuneração dos professores. Enquanto os entrevistados acreditam que os docentes trabalham, em média, 39,2 horas por semana, os profissionais relatam 47,7 horas dedicadas semanalmente ao ofício de ensinar – quase 20% a mais. Por outro lado, as pessoas estimam que os professores têm salário médio inicial de US$ 15 mil, enquanto, na verdade, a remuneração é de US$ 13 mil, em média. Há ainda a percepção de que os salários não sejam justos: os brasileiros defendem que um docente em início de carreira deva ganhar o equivalente a US$ 20 mil por ano – um aumento de US$ 7 mil

O levantamento mostra ainda que 88% dos brasileiros consideram a profissão de professor como sendo de “baixo status” – o segundo pior lugar do ranking mundial, perdendo apenas para Israel, onde 90% dos cidadãos pensam da mesma forma. Talvez por isso, apenas 1 em cada cinco brasileiros incentivariam o filho a ser professor, a sétima pior posição global. Em comparação, na Índia, 54% dos pais dizem que encorajariam o filho a ensinar.

Diante do cenário caótico, é natural que os brasileiros classifiquem seu sistema de ensino como ruim – melhor apenas que o egípcio: enquanto o Brasil leva nota 4,2, o país africano é avaliado em 3,8 por seus cidadãos. Nossa vizinha Argentina ganhou nota 5,4 e a Finlândia, líder do ranking, foi avaliada com 8 na escala que vai de zero a dez.

Mas, afinal, o que faz com que os brasileiros tenham essa percepção negativa sobre a educação no país e seus professores? Para Pilar Lacerda, diretora da Fundação SM e ex-secretária de educação básica do Ministério da Educação, a falta de respeito para com os docentes é um sintoma de vários problemas. O primeiro deles é que o modelo da escola é obsoleto.

“Temos um modelo educacional marcado pelo modelo das escolas no início do século 20, com um desenho completamente diferente. As crianças recebiam as informações na escola, e, hoje, recebem milhares de informações fora da escola. Se você tem uma educação que não prioriza a interpretação, a reflexão, não é à toa que tenha uma campanha presidencial feita com Fake News. As crianças recebem essa montanha de informações, do YouTube, WhatsApp... E quando chegam na escola, ela ainda é analógica. Os professores escrevem no quadro e as crianças copiam. É um livro em texto, ainda monodimensional, sendo que as crianças enxergam tudo de forma multidimensional. O professor foi formado para trabalhar dessa maneira tradicional, arcaica, obsoleta. Muitas vezes ele sente que tem que mudar, mas não tem a formação para mudar”, explica Pilar.

A educadora lembra ainda a desigualdade econômica e a violência urbana como fatores que prejudicam o ensino e afetam o professor, tanto no desenvolvimento da sua profissão quanto no cotidiano do trabalho. A educação em áreas vulneráveis será tema de seu painel selecionado para o South by Southwest EDU, festival realizado em março nos EUA que discute novas iniciativas educacionais.

“Muitas vezes o professor para o projeto no meio por conta de alunos assassinados, abandono de bairro por brigas de facções. É um cenário com uma indecente desigualdade socioeconômica. Os professores encontram situações de alunos de 8 a 10 anos em situação de extrema miséria. E quando a gente pensa na educação para todos, temos que pensar em educação para crianças cujos pais e avós não estudaram, que não têm acesso à literatura, cinema, teatro”, lembra.

Um outro fator a ser considerado é a mudança radical que a profissão de professor sofre a partir dos anos 1980 e 1990, após a Constituição de 1988 e a inclusão digital. “Quando você pergunta a essas crianças o que elas querem fazer quando crescerem, grande parte cita profissões que não existiam cinco anos atrás: youtuber, influenciadora digital... Mesmo professores na faixa dos 40 anos sequer sabem como se ganha dinheiro sendo youtuber, influenciadora digital. Isso não faz parte do desenho mental. Temos que ressignificar isso com os alunos, trabalhar com projeto de vida, qual o sonho profissional, aprofundar o diálogo”.

Para Mozart Neves Ramos, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, a crise na percepção do status dos professores – e consequentes falta de respeito e má remuneração – passa diretamente pela falta de atratividade do magistério no Brasil.

“Quando a gente compara dados iniciais do salário da carreira de professor com outras áreas, a diferença é de 11%. Na medida em que isso evolui, a diferença atinge 40%, no nível intermediário. Já no fim da carreira, atinge até 70%. São estudos da PNAD, que mostram o crescimento da defasagem salário ao longo da carreira. No último PISA, dos adolescentes que participaram, nenhum respondeu que queria ser professor. Isso é um retrato da baixa atratividade e do baixo prestígio que tem a carreira de professor no Brasil”, fala Mozar Neves Ramos.

Ainda para Mozart, é necessária uma atuação mais adequada das universidades na formação dos professores. Para ele, os cursos são extremamente teóricos e pouco práticos, o que contribui para que os profissionais estejam pouco conectados com a escola. “Se a universidade não melhorar sua formação, não vamos ter uma qualidade na base para atingirmos a meta do ensino superior. Enquanto o mundo está se preparando para a revolução 4.0, nossos professores estão lidando com problemas do século 19, do século 20. O professor tem que ser um tutor, indutor de qualidade, que promova o trabalho em equipe, ele tem que ser formado em educação integral, coisa que as universidades não fazem.”

Por fim, Mozart lembra dos inúmeros casos de violência contra professores registrados nos últimos anos. Para ele, o problema é maior que apenas o campo da educação. “Essa pesquisa retrata um grave problema do Brasil, não só da educação brasileira. Quando a gente vê essas inúmeras reportagens de violência dos alunos contra professores, isso passa por um ponto central: é dever do estado e da família prover essa educação. O que hoje observamos é que as famílias estão delegando às escolas o seu papel, que é educar seus filhos. E quando falta essa educação familiar, ela se manifesta no ambiente escolar. E quem é a vítima desse processo? O professor”

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FOLHA.COM

OPINIÃO

Avançar na qualidade da educação, o legado do Espírito Santo

Estive nesta semana no Espírito Santo e ficou-me evidente que, se há grandes desafios na educação brasileira, há também boas políticas públicas que podem ser replicadas. O estado saiu do 14º lugar, entre os estados, no Ideb de ensino médio em 2011, para o 1º lugar em 2017, tendo também desempenho positivo nos outros níveis de escolaridade.

Muitas vezes procuramos em países com culturas e trajetórias educacionais distintas das nossas modelos a serem copiados, e o fazemos com alguma razão. Afinal, se ao se defrontar com dificuldades, construíram soluções que, testadas em escala, funcionaram, por que não deveríamos usar estas práticas já testadas?

Segundo o Instituto McKinsey, em seu estudo “How the Most Improved School Systems Keep Getting Better”, um cuidado deve ser tomado ao se inspirar em iniciativas adotadas por outros países: redes de escolas que estão em diferentes estágios na sua evolução demandam intervenções distintas para continuar progredindo. O que ajudou Singapura a se tornar o primeiro lugar no Pisa não poderia ser replicado no Brasil, antes que cumpríssemos algumas tarefas anteriores.

Daí porque é vital ver o que tem funcionado no país, especialmente no nível subnacional. Escrevi nesta coluna recentemente sobre os avanços dos estados de Pernambuco e Ceará e é importante notar que, nos dois casos, há práticas parecidas com o que ocorre no Espírito Santo.

Foco em resultados é uma delas, afinal, ninguém melhora o desempenho educacional se não monitora constantemente a aprendizagem, o abandono escolar e a repetência, buscando obstinadamente avançar em relação a estes desafios. Ter um currículo claro e desafiador, com altas expectativas para todos os alunos, material de apoio e investimento em formação para os professores, é outro ingrediente importante. 

Completa o ciclo virtuoso, uma combinação de continuidade de boas políticas, independentemente do partido no poder, e o regime de colaboração, ou seja o trabalho em parceria com os municípios do estado na política educacional.

Mas o que também tem trazido sucesso à rede capixaba é o envolvimento da sociedade civil com as escolas. Há alguns anos foi criado o grupo Espírito Santo em Ação que, desde 2013 vem apoiando a implantação de unidades em tempo integral, a partir do modelo concebido pelo educador Antonio Carlos Gomes da Costa, em que que o aluno aprende a ser empreendedor de sua própria vida. Hoje são 33 escolas neste formato, com um forte impacto na aprendizagem e na redução da taxa de abandono.

Este legado precisa certamente ser preservado e expandido para outros estados do país.

Por Claudia Costin

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CONGRESSO

Escola sem Partido atrai Frota e Kim à Câmara, mas votação é adiada de novo

Um dos projetos mais polêmicos em tramitação no Congresso Nacional, o da Escola sem Partido, atraiu à Câmara nesta quarta-feira (7) os deputados eleitos Alexandre Frota (PSL-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP), dois dos mais votados do país. O projeto, no entanto, teve sua votação adiada novamente.

Bandeira de parlamentares à direita e da bancada religiosa, o projeto busca impedir o que seus defensores classificam como uma ideologização de esquerda feita por professores nas salas de aula.

Frota e Kim, além de outros deputados eleitos, sentaram-se nas bancadas reservadas aos deputados já no exercício do mandato.

Defensores do projeto, tiraram fotos e conversaram com apoiadores.

O texto, porém, não foi votado na comissão especial em que tramita porque houve votações em plenário, o que, pelo regimento, impede que haja deliberações nas comissões ao mesmo tempo. Nova tentativa será feita na próxima terça-feira (13).

Na comissão, há maioria favorável a aprovação do texto, mas os partidos de esquerda têm conseguido adiar a votação seguidas vezes com protestos e medidas regimentais protelatórias.

O projeto estabelece, entre outros pontos, a afixação de cartazes nas escolas com os "deveres dos professores", como o de "respeitar o direito dos pais dos alunos a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com as suas próprias convicções."

O texto não estabelece, porém, o que ocorrerá no caso de divergência entre os pais e os docentes sobre a educação "religiosa e moral" que pregam aos filhos.

O projeto diz ainda que a educação "não desenvolverá políticas de ensino, nem adotará currículo escolar, disciplinas obrigatórias, nem mesmo de forma complementar ou facultativa, que tendam a aplicar a ideologia de gênero, o termo ‘gênero’ ou ‘orientação sexual’."

Em nome da liberdade de cátedra dos professores, entre outros argumentos, tribunais do país e a instância máxima do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, têm suspendido a eficácia de leis similares aprovadas nos estados e municípios. Se aprovado pelo Congresso e sancionado pela Presidência da República, o texto em discussão na Câmara deverá também ir parar na Justiça.

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

 

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