Começou nesta quinta-feira, 21, e estende-se até amanhã, 22, o 2º Seminário Formativo do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) e dos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napnes), do IFG. O evento, dirigido aos integrantes dos núcleos, está sendo realizado na Reitoria e também transmitido pelo canal da EaD IFG, no YouTube.

Na manhã desta quinta-feira, ocorreu a abertura do seminário que contou com a presença da reitora do IFG, professora Oneida Cristina Barcelos Irigon, da pró-reitora de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos, Sandra Ferreira, da coordenadora no NAI, professora Ana Beatriz Machado de Freitas, e da professora Anna Maria Lunnardi Padilha, da Universidade Metodista de Piracicaba.

 À tarde, o médico e professor Jairo Werner, da Universidade Federal Fluminense, fez a palestra “Psiquiatria na perspectiva histórico-cultural: olhar crítico para os laudos das equipes de saúde”. Ele apresentou sua trajetória de médico pediatra, psiquiatra e educador para afirmar sua condição de crítico de práticas adotadas nas instituições de saúde e da educação.

Bioidentidades

O professor disse que buscou a educação, porque na sua atividade médica constatou que cerca de 90% dos casos que chegavam ao consultório, eram de problemas que se manifestavam na escola. E ele assegura que não se deve separar os diagnósticos dos processos pedagógicos.

“No passado eram os exames, o eletroencefalograma; hoje são os laudos. Mas eles têm a mesma concepção: buscar um problema neurobiológico”, afirmou. Para ele, os laudos não podem ser taxativos, assegurando que um indivíduo “tem” algum transtorno ou “é” algo (um bipolar, por exemplo). Eles devem indicar a sintomatologia compatível com determinado problema.

“Os transtornos não têm base orgânica conhecida para podermos falar de doença. Mas para os pais, é uma doença. E, então, os pais passam a olhar o filho de uma maneira diferente; o professor também e, o pior, a criança passa a se ver como diferente”, alertou.

Jairo Werner citou uma frase de Vigotski: “Diante de gotas de enfermidade existe um mar de saúde” e porpôs: “então, que o indivíduo não se defina pelas gotas.” Segundo ele, “as gotas” acabam por definir as bioidentidades, que são importantes, porque por meio delas os indivíduos podem acessar benefícios legítimos. Mas é preciso ter cuidado com os diagnósticos e com a medicamentalização.

Programação
O pensamento do importante e influente psicólogo Vigotski voltará ao seminário na manhã desta sexta feira. A professora Anna Maria Padilha vai proferir a palestra “A defectologia de Lev Vigotski: estudo das deficiências e a visão prospectiva do desenvolvimento humano. A avaliação histórico-cultural, pedagogia histórico-crítica, fundamentos das práticas”.

Também na parte da manhã, haverá a apresentação da pesquisa “Barreiras atitudinais no processo de inclusão no ensino médio: um estudo de caso em câmpus do IFG”, realizada pela assistente social Marcíria Castellani Rocha Oliveira, do Câmpus Águas Lindas.

À tarde, será apresentada a pesquisa “Autorrepresentação de estudantes com deficiência intelectual”, realizada pela professora Raclene Ataíde de Faria, do Câmpus Goiânia Oeste.
Tanto na manhã, quanto na tarde desta sexta-feira, haverá exposições dos Napnes, com compartilhamento de experiências e diálogo sobre ações de apoio e acompanhamento pedagógico dos estudantes com necessidades educacionais específicas.

Os Napnes estão presentes nos câmpus do IFG, onde prestam assistência aos estudantes e também atuam na orientação dos servidores. O NAI é vinculado à Pró-Reitoria de Ensino dando suporte institucional às equipes dos Napnes.

Links de transmissão (YouTube da EaD IFG) – sexta-feira:

Manhã: https://www.youtube.com/watch?v=Tc-e7NjEz8M
Tarde: https://www.youtube.com/watch?v=I9VJqmMcaaA

Coordenação de Comunicação Social/Reitoria.