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Meio ambiente foi a pauta da semana

Publicado: Quinta, 11 de Junho de 2020, 23h49 | Última atualização em Terça, 16 de Junho de 2020, 18h47

Duas transmissões ao vivo sobre o meio ambiente levaram informações e esclareceram dúvidas dos participantes.

Transmissão ao vivo "Cerrado: ambiente, casa e ciência" recebe 923 visualizações do vídeo
Transmissão ao vivo "Cerrado: ambiente, casa e ciência" recebe 923 visualizações do vídeo

O Instituto Federal de Goiás (IFG) comemorou nesta segunda-feira, 8 de junho, e na última sexta-feira, o Dia Mundial do Meio Ambiente com a realização de dois eventos online realizados em parceria entre os câmpus Formosa, Águas Lindas, Anápolis, Valparaíso e IFGoiano. “Sucesso”, nas palavras dos organizadores e daqueles que puderam conferir as transmissões ao vivo, abertas ao público do IFG e comunidade externa, mas com inscrição prévia.

“Conhecer para preservar”, este foi o objetivo da live do dia 5, definido pelo professor do Câmpus Formosa, Marcos Schliewe, mediador do evento. Com aproximadamente três horas de transmissão ao vivo, “Cerrado: ambiente, casa e ciência” foi promovido na página de Facebook do Centro Acadêmico de Licenciatura em Biologia do IFG/Câmpus Formosa (Calbio IFG Formosa). Foram 923 visualizações do vídeo e  383 cliques para reproduzir.

O evento trouxe participantes dos demais câmpus e do IFGoiano/Câmpus Posse para discutirem o bioma Cerrado, que domina o chão goiano, contando com a exposição dos professores Adriano Darosci (IFGoiano), Herick Santana (Águas Lindas), Geraldo Witeze Júnior (Anápolis) e Lucivânio Oliveira (Valparaíso). “Com este tempo de pandemia, a gente não podia deixar de falar um pouco sobre o nosso bioma, que é tão importante para o clima do nosso país, do nosso planeta”, disse Marcos, na abertura.

O professor Herick justificou a importância do cerrado enquanto bioma, informando que ele fornece alimentos, água e medicamento; ajuda a regular as chuvas, controlar o carbono e emissão de gases; e ainda permite o lazer, sendo a casa de tribos indígenas e da cultura sertaneja.

Mesmo com toda a importância, “o cerrado é um dos biomas mais ameaçados do planeta”, declarou o professor, apresentando a pecuária, o carvão, a erosão, a agricultura, a invasão de espécies, a poluição e as hidrelétricas como os grandes vilões.  É no cerrado que se encontram cerca de 210 peixes raros, segundo Herick. “Se perdermos isso aí, acabou. Não tem em outro lugar”.

Para o professor Lucivânio Oliveira, o desenvolvimento de políticas públicas é a chave para reduzir o desmatamento do cerrado e a perda de biodiversidade. Uma possível saída, conforme o professor, é o uso de espécies frutíferas para o manejo, a recuperação e a sustentabilidade do cerrado. “[Temos que] mostrar para a população que dentro do cerrado existe uma diversidade de espécies que podem ter um interesse importantíssimo para a alimentação, produção de medicamentos que uma boa parte da população não conhece”, afirmou.

O professor Adriano, que tratou das relações ecológicas do cerrado, enfatizou que as “interações são importantíssimas para a manutenção do ecossistema”. Em sua fala, apresentou relações negativas e positivas, dando enfoque às positivas. O mediador, então, relembrou a importância do equilíbrio ecológico para a manutenção do cerrado.

O professor de História, Geraldo, tratou dos povos indígenas do cerrado goiano e iniciou sua fala afirmando que não existe índio. Para justificar, relembrou que a designação índio tem sido utilizada generalizadamente de maneira incorreta, pois existem mais de 300 povos indígenas no Brasil, com mais de 160 línguas faladas por estas comunidades. “Cada povo tem história e tradições próprias, bem como diversas formas de se relacionar com o ambiente em que vive”, disse. Ele destacou três povos indígenas com terras em Goiás e pouco conhecidos pelos goianos, os avá-canoeiros, karajás e tapuios.

Meio Ambiente e Sociedade

Entrando no eixo sociedade, nesta segunda à noite, os diálogos sobre o meio ambiente continuaram na Mesa WebDigital realizada pelos câmpus Águas Lindas, com os professores Thalita Camargos, Fernanda Navarro e Robson Pedro Véras; e Formosa, representado pelos professores Bruno Quirino Leal e Murilo Domingues. Também participou da mesa, Vanessa Ferreira, do Ministério da Saúde.

A água e o seu tratamento são elementos que influenciam diretamente no meio ambiente. Murilo apresentou um panorama sobre a evolução histórica do saneamento no Brasil e números sobre a água. Segundo dados de 2018 do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), 35 milhões de brasileiros não possuem água tratada. A região com maior alcance ao tratamento da água é a Sudeste, com 91% da população. Já na de menor alcance, o Norte do país, 57,1% - próximo à metade da população – não têm acesso à água tratada.

Quando se fala em esgotamento sanitário, a situação piora. Cem milhões de pessoas no Brasil não têm coleta de esgoto. A desigualdade entre as regiões de maior e menor atendimento é latente. Enquanto na região Sudeste 79,2% da população conta com a coleta do esgoto, na Norte apenas 10,5% são atendidos.  

Bruno apresentou um estudo do Trata Brasil de 2015 sobre saneamento e mortalidade infantil. Segundo o estudo, a taxa de mortalidade de crianças com até 5 anos de idade no Brasil é de 16,4 mortes por mil crianças nascidas vivas. O resultado brasileiro é pior que de países como Cuba, Costa Rica e Argentina.

A relação entre saneamento e educação apontou que crianças e jovens com saneamento básico passam mais tempo de sua vida estudando que aquelas que não são atendidas com este serviço. O professor também chamou a atenção para a situação de Formosa. Nem todo o esgoto formosense é coletado – 87,12% do resíduo produzido na cidade – , entretanto, 100% do material coletado é tratado. “O grau de desenvolvimento do saneamento acaba se refletindo de forma bastante clara no desenvolvimento econômico e social das nações”, analisou Bruno.

 

Setor de Comunicação Social/Câmpus Formosa

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