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Equipe formada por alunos do Câmpus Goiânia trabalha no desenvolvimento de foguete

Protótipo, que recebeu o nome de Guarani I, tem a finalidade socioambiental de pulverizar nuvens aumentando a possibilidade de chuva

  • Publicado: Quinta, 27 de Julho de 2017, 14h30
  • Última atualização em Terça, 15 de Agosto de 2017, 14h07
Equipe monta o foguete durante Irec/Spaceport Americacup

Estudantes de Engenharia Mecânica do Câmpus Goiânia do IFG conseguiram desenvolver um protótipo de foguete e estão ganhando destaque em competições aeroespaciais. Eles formaram a equipe Sky Rocket Team, há quase quatro anos, conseguiram recursos por meio de editais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), fizeram parceria com alunos da Universidade de Brasília (UnB)  e transformaram o sonho em realidade. 

A equipe é formada, atualmente, pelos estudantes de Engenharia Mecânica, Igor Gomes Cardoso, Isadora Tavares Monteiro, Alice Silva Souza, Olair Rosa, Fernanda Araújo e Brayner Cardoso dos Santos, com orientação do professor e coordenador de Engenharia Mecânica do câmpus, Vinícius Carvalhaes. O grupo também é aberto a estudantes de outras áreas, como das Engenharias Elétrica e de Controle e Automação.

Igor Cardoso, presidente da Sky Rocket Team, lembra que a ideia de construir um foguete surgiu no final de 2013. Os primeiros meses foram de pesquisa, desenvolvimento do projeto e luta por recursos para construção do protótipo. Foi nessa fase que eles incrementaram a proposta do foguete, acrescentando ao projeto sua finalidade socioambiental: pulverizar nuvens, aumentando a possibilidade de precipitação de chuva, por meio da formação de uma gota coletora.

Além da função ambiental, a equipe também foca seu trabalho no aprimoramento de protótipo para participação em competições. O foguete, intitulado Guarani I, tem 2,60 metros de comprimento, 150 milímetros de diâmetro e pesa 28 quilos. É feito de alumínio aeronáutico e fibra de vidro e sua estrutura é composta por tanque de combustível, motor de propulsão, eletrônica embarcada, paraquedas, payload (que é a carga útil do foguete) e coifa.

O protótipo trabalha com propulsão híbrida, composta por parafina e óxido nitroso. Segundo os estudantes, a opção por trabalhar com esse tipo de “combustível” deve-se a questões de segurança e custos. “A sólida é uma espécie de uma pasta, colocada dentro do foguete. Porém, se tiver qualquer rachadura, bolha de ar dentro dessa pasta, na hora que começa a ignição, que começa a pegar fogo, explode. A híbrida impede que isso não aconteça porque é a mistura de dois elementos: o líquido queimando, junto à parte sólida, que vai derretendo”, explica Igor.

Já no payload, a equipe inovou ao implementar sistema que utiliza elásticos, substituindo o mecanismo realizado, na maioria dos casos, por molas ou pólvora. Assim, evita-se o excesso de força, exercido pela mola, e a explosão provocada pela pólvora.

Competições

Com o foguete, a Sky Rocket Team tem representado o IFG em diversas competições no Brasil e no mundo. Recentemente, com apoio do Instituto com interlocução junto à SETEC, a equipe foi aos Estados Unidos para participar da Intercollegiate Router Engineering Competition (IREC), competição integrante da Spaceport America Cup, realizada em junho deste ano. Nela, 115 equipes de diversos países foram inscritas. “Delas, somente 24 foram escolhidas para apresentar no podium. Nós fomos uma delas e a única equipe de língua não inglesa”, comenta Igor. O vídeo de apresentação está disponível no Facebook da equipe.

Em abril de 2017, o grupo realizou lançamento do foguete durante o IV Festival Brasileiro de Minifoguetes, realizado em Curitiba, no Paraná. O projeto, com motor Classe A, atingiu 50 metros de altitude no lançamento. Em 2015, os alunos também marcaram presença na Campus Future, uma parte da Campus Party direcionada para projetos inovadores. Nela, o grupo ficou em 16º lugar, dentre os 68 projetos inscritos. Ainda neste ano, o projeto participou do Desafio IFG, conquistando o 6º lugar. A ideia também participou da seleção na Olimpíada do Conhecimento, em Brasília, em 2016, ficando entre os cinco projetos escolhidos.

Em setembro deste ano, a equipe vai participar da Competição Brasileira Universitária de Foguetes (Cobruf), promovida pela Associação Cobruf.

Parceria

A execução do projeto do foguete Guarani I tornou-se possível também graças à parceria que a equipe estabeleceu com a UnB, por meio do professor da universidade Artur Elias de Morais Bertoldi.

O docente do IFG, Vinícius Carvalhaes, que fez seu mestrado na UnB, possuía contatos com professores, alunos e ex-alunos da universidade. “A gente juntou com a UnB porque nós não tínhamos conhecimento na área aeroespacial. Nós não tínhamos nada pesquisado nessa área e a Universidade de Brasília tem um curso de Engenharia Aeroespacial”, ressalta.

Segundo o docente e orientador do projeto, o conhecimento por parte da equipe de Engenharia Aeroespacial da UnB complementou a experiência e informações que o Câmpus Goiânia tem a respeito na área de Mecânica.

O aluno Igor Cardoso reforça que, num determinado momento, o objetivo da Sky Rocket Team juntou com aquilo que almejava a equipe de Brasília. “Nós somos duas equipes independentes que trabalhamos em conjunto. Cada uma tem seus projetos pessoais, mas nos unimos para trabalharmos na Spacecup América e na Cobruf”, completa.

“A UnB também tinha vontade de competir, mas não tinha equipe formada. Eles fizeram esse contato (com o IFG) e resolveram montar a parceria para fortalecer o Centro-Oeste”, acrescenta Vinícius. A parceria tem dado certo, cada um contribuindo com o conhecimento que domina, e o resultado pode ser visto nas competições em que a Sky Rocket Team tem participado ao lado da Capital Rocket Team (UnB).

Nesse processo de crescimento em conjunto, colaboraram para a estruturação do projeto da equipe do IFG o proprietário da empresa Daedalus, Erlan Rodrigo de Souza Cassiano, o Laboratory of Aerospace Science and Innovation da UnB (Laica) e o pesquisador Pedro Luiz Kaled.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.

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