Palestras debatem sobre combate ao bullying e à violência escolar e abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Combate ao bullying e à violência na escola e abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Esses foram os temas abordados em duas palestras que o Câmpus Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás (IFG) promoveu na última sexta-feira, 14, no auditório. Participaram discentes dos cursos técnico integrados e do superior. As discussões estão inseridas entre as ações adotadas pelo Câmpus para prevenção à violência escolar, assim como no programa institucional “IFG pela Paz”.

O psicólogo clínico humanista, Marcos Vinícius de Oliveira, tratou sobre o combate ao bullying e à violência escolar. Ele explicou que o bully é o antigo “valentão” dos filmes, aquele que se vale de uma certa característica para oprimir o outro e se afirmar. Disse também que a socialização normaliza as humilhações e julgamentos e cria a tentadora ideia de antes ser quem bate do que quem apanha. Todavia, adverte o psicólogo: “Contra as violências normalizadas de cada dia, cabe a nós a responsabilidade de não repeti-las e o compromisso de denunciá-las”.

A assistente social, Kenia Patricia Passos, revelou que os dados demonstram que 82,5% dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes têm como autor um conhecido da vítima ou da família e que 75,5% dos casos acontecem dentro de casa. Ela esclarece que o assunto sexualidade não se limita a relações sexuais. “Quando falamos de sexualidade, falamos de autonomia corporal, do conceito de dizer sim e de dizer não, da compreensão do que é intimidade e privacidade e da importância de se identificar os diferentes tipos de violações”, destacou.

Para a estudante do 1º ano do curso técnico integrado em Mecânica, Ana Júlia Sousa Sá, é importante falar sobre o bullying, especialmente agora. “Porque muitas pessoas não sabem diferenciar uma simples brincadeira do bullying”, justificou. Segundo disso, pela mesma razão, são fundamentais as discussões sobre violência sexual. “As pessoas pouco sabem e pouco falam sobre o assunto da violência sexual contra crianças e adolescentes. Eu, inclusive, sabia muito pouco sobre as formas de abuso sem contato físico, como o abuso verbal”, contou.

Para a Diretora-Geral do Câmpus, a professora Maria Betânia Gondim da Costa, de nada adianta a qualificação, a preparação e as discussões se não houver o apoio da família. “O papel da família é crucial. Só com ela conseguiremos conscientizar e atuar na prevenção, inclusive com a identificação de sinais comportamentais que justificam uma maior atenção da equipe multidisciplinar do Câmpus”, ressaltou. Ela argumentou também que é preciso que os câmpus sejam subsidiados com informações para orientar os trabalhos, sejam elas provenientes do próprio IFG e de outras instituições municipais, estaduais e federais.

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Senador Canedo.