Desafios do professor para educação de qualidade marcam abertura da Semana de Pedagogia Bilíngue
O evento está contando com a participação de alunos do IFG e de outras instituições, como UFG, UEG e CAS
“Escola pública de qualidade para todos ainda é uma utopia. É uma luta muito grande, mas que a gente tem que fazer”. A declaração é da professora Walderês Nunes Loureiro, doutora em Educação, que ministrou a conferência de abertura da 3ª Semana de Pedagogia Bilíngue Libras/Português do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Aparecida de Goiânia, na noite desta terça-feira, 20. Com o tema “Identidade e Formação Docente”, o evento prossegue até dia 22, com ampla programação, incluindo palestras, oficinas e apresentação artística.
“A função de ensinar é diferente da função de professor. Professor é mais que ensinar” - professora Walderês Nunes Loureiro
Em sua conferência “Formação Docente: Carreira, Condições de Trabalho e Desafio Profissional”, Walderês Nunes Loureiro discorreu sobre a história da formação de professores no Brasil e destacou a necessidade da formação continuada para todas as profissões. A professora falou de sua experiência profissional e também da gestão como secretária municipal de Educação em Goiânia, no período de 2001 a 2005, quando foi buscada a autonomia dos professores, que puderam passar a pesquisar e produzir teoria – como é comum entre professores universitários – e não ficarem apenas em sala de aula. “A função de ensinar é diferente da função de professor. Professor é mais que ensinar”, destacou ela, afirmando que o profissional precisa estudar sobre teorias da aprendizagem, psicologia e outros assuntos.
Walderês, entretanto, afirmou que a formação não basta para melhorar a qualidade da educação pública. Ela enfatizou a necessidade de melhorar as condições de trabalho dos professores, incluindo remuneração e carreira. A professora citou a baixa procura pelos cursos de licenciatura e a alta evasão na profissão nos primeiros anos de trabalho. A saída, conforme afirmou, é a união da categoria e a luta coletiva, incluindo o engajamento dos pais de alunos. “São as lutas da categoria que vão garantir as conquistas”, disse Walderês Loureiro.
Educação inclusiva
A conferencista comentou que as barreiras discriminatórias na educação, como a surdez, a cegueira e as deficiências motoras, são ainda mais agravadas quando o aluno é desfavorecido economicamente. Ela parabenizou o Instituto Federal de Goiás e o Câmpus Aparecida de Goiânia pela coragem de abraçar o desafio de implantar o curso de Pedagogia Bilíngue. Integraram também a mesa de abertura da 3ª Semana de Pedagogia Bilíngue a diretora-geral do Câmpus Aparecida de Goiânia, professora Ana Lucia Siqueira, a coordenadora do curso de Pedagogia Bilíngue, professora Aleir Ferraz Tenório, e o coordenador de Registros Acadêmicos da Pró-Reitoria de Ensino (Proen) do IFG, Thiago Wedson Hilário, que representou a pró-reitora Adriana dos Reis Ferreira.
A diretora-geral Ana Lucia Siqueira disse ser uma felicidade para o Câmpus realizar a 3ª Semana de Pedagogia Bilíngue. Ela ressaltou que o curso é ao mesmo tempo um desafio e um diferencial positivo para a Instituição, por formar educadores das séries iniciais que vão proporcionar a educação verdadeiramente inclusiva onde estiverem inseridos. Thiago Hilário falou da importância do tema do evento e ressaltou que a Pró-Reitoria de Ensino está atuante para aprimorar o trabalho pedagógico nos câmpus. A coordenadora do curso de Pedagogia Bilíngue, Aleir Ferraz Tenório, destacou a programação do evento e pediu a todos que participem das atividades previstas.
Após a conferência de abertura, a palestrante Walderês Loureiro recebeu uma lembrança do Câmpus, das mãos da aluna Cristiane Melo e Silva, do curso de Pedagogia Bilíngue. Foi aberto em seguida um espaço para perguntas e diálogo do público com a conferencista. A Semana de Pedagogia Bilíngue está contando com a participação de alunos dos cursos de licenciatura em Pedagogia Bilíngue e Dança, do IFG Aparecida de Goiânia, e também de alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) e outros visitantes. Foi o caso de Silvana Guimarães, que é pedagoga e aluna do CAS. Ela soube do evento pelas redes sociais e está participando com a expectativa de ampliar conhecimentos na área de educação para surdos. Uma das convidadas, aluna do curso de Letras-Libras na UFG, tinha também problema de visão e recebeu apoio da aluna Mônica Alves, do 3º período do curso de Pedagogia Bilíngue, para a tradução tátil, em que o intérprete segura as mãos da outra pessoa para que ela perceba os sinais pelo toque.
Próximas atividades
Questões relacionadas à Surdo-Cegueira serão tratadas em oficina nesta quarta-feira. No mesmo dia, serão realizadas também as oficinas de Contação de Histórias, Português para Surdos e Brinquedos e Brincadeiras. Na quinta-feira, último dia do evento, será apresentada a palestra –performance “Por menores: Relatos poéticos do intercâmbio com o grupo Dançando com a Diferença”, com a professora Marlini Dornelas de Lima (UFG), e a mesa-redonda “Saberes Docentes na Educação Bilíngue”, coordenada pela professora Késia Mendes Barbosa (IFG) e com participação dos professores Renata Rodrigues de Oliveira Garcia, Inácio Antônio Athayde Oliveira, Núbia Guimarães Faria e Thiago Cardoso Aguiar.
Confira nos links abaixo as imagens da programação do evento:
imagens da conferência de abertura (dia 20/06)
imagens das oficinas e apresentação cultural (dia 21/06)
imagens da palestra-performance e mesa-redonda (dia 22/06)
Coordenação de Comunicação Social e Eventos – Câmpus Aparecida de Goiânia
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