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Pesquisa desenvolvida no Câmpus analisa os métodos que detectam contaminações no leite

Publicado: Quinta, 03 de Outubro de 2019, 10h22 | Última atualização em Terça, 22 de Outubro de 2019, 07h45

Os pesquisadores querem saber se mesmo em pequena quantidade, uma substância contaminante pode ser identificada nos testes oficiais

Partes dos integrantes da pesquisa: Professora Simone, estudante voluntária Thainá, prof. João Paulo e a graduanda de IC, Maria Stéfane
Partes dos integrantes da pesquisa: Professora Simone, estudante voluntária Thainá, prof. João Paulo e a graduanda de IC, Maria Stéfane

 


Muitas são as pesquisas que estão em andamento no IFG Câmpus Itumbiara. Entre elas está a de “Avaliação do Limite de Detecção dos métodos qualitativos oficiais de análise de resíduos químicos em leite”, coordenada pelo prof. João Paulo Victorino dos Santos. Em linhas gerais, os pesquisadores querem saber se os testes oficiais conseguem detectar substâncias utilizadas para adulteração mesmo quando elas estão concentradas em pequena quantidade no produto.

E quais elementos químicos costumam ser encontrados no leite contaminado? A professora Simone Goulart, que também integra a equipe de pesquisadores, cita alguns deles: amido e sacarose (açúcar encontrado nas plantas) que são comuns quando os fraudadores querem mascarar a densidade do leite. Cloro, formol e água oxigenada, usados para prolongar a durabilidade do produto, mas que evidenciam “um crime à saúde do consumidor pela toxidade que apresentam”, dizem os pesquisadores. E ainda amido, hidróxido de sódio (soda cáustica), bicarbonato de sódio e hipoclorito de sódio (que é uma substância presente em produtos de limpeza). Todos esses elementos são empregados para disfarçar a má qualidade e aumentar o volume do leite.

Portanto, o trabalho dos pesquisadores é observar a real capacidade dos métodos e equipamentos que analisam a qualidade de amostras do Leite UAT (Ultra Alta Temperatura), que é aquele do tipo industrializado e comercializado na cidade de Itumbiara.

Dentro da observação sobre a eficácia desses métodos, conta o prof. João Paulo, ele manifestou o interesse em saber também como esses contaminantes poderiam interferir em outras análises do produto. Dessa inquietação surgiu a pesquisa atual sobre o Limite de Detecção (LD). E o que é o LD? A professora Simone explica que “é a menor quantidade de uma substância capaz de ser detectada por uma metodologia ou equipamento de análise”. Por exemplo, um equipamento capaz de revelar soda cáustica no leite conseguirá identificar esse mesmo elemento caso ele esteja em uma concentração menor que a esperada? É o que os estudiosos desejam descobrir.

 

Risco à saúde
Pelo fato de o leite ser considerado o alimento mais completo para os seres humanos e ter um alto valor de mercado, os pesquisadores defendem que os testes que verificam a qualidade desse alimento devem ser rigorosamente controlados para evitar danos à saúde das pessoas.
A professora Simone diz que essas fraudes provocadas por produtores ou indústrias “são crimes cometidos para adulterar o alimento do ponto de vista microbiológico ou físico-químico. Tudo isso visando ao lucro”. Ou seja, eles adicionam determinada substância que altere a composição do leite e disfarçar sua má qualidade.

Após a finalização da pesquisa, os autores esperam que os resultados sirvam “de base para o esclarecimento da população em relação a este produto e os perigos a que estão expostos esses consumidores”, além de servir como suporte para o trabalho dos órgãos de fiscalização.

“Na literatura existem poucos trabalhos sobre a sensibilidade dos testes qualitativos de adulterantes químicos em leite. Espera-se aprofundar no tema produzindo resultados que possam servir de base para a discussão da utilização dessas análises oficiais como métodos de detecção, a influência da presença desses adulterantes em outros testes (...)”, dizem os professores.


Etapas da pesquisa
A pesquisa sobre “Avaliação do Limite de Detecção dos métodos qualitativos oficiais de análise de resíduos químicos em leite” está cadastrada na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação do IFG, com previsão para ser concluída até janeiro de 2021. O prof. João Paulo diz que em 2018 ocorreram os testes para verificação dos limites de detecção, e agora em 2019 está em andamento a avaliação da presença desses contaminantes nas análises físico-químicas do leite.
“Os resultados obtidos na primeira etapa (2018) mostraram que as análises oficiais são eficientes em detectar a presença de contaminantes, mas deixam uma margem para fraudes, pois os resultados positivos somente são evidenciados a partir de uma certa concentração”, comenta o pesquisador Quando o trabalho for finalizado, a equipe irá publicar o resultado em revistas especializadas e eventos científicos.


Equipe de pesquisadores

Além de Thainá e Maria Stéfane, outra estudante da Licenciatura e um egresso do mesmo curso fazem parte da equipe, juntamente com o docente Leonardo Magalhães
Além de Thainá e Maria Stéfane, outra estudante da Licenciatura e um egresso do mesmo curso fazem parte da equipe, juntamente com o docente Leonardo Magalhães


A pesquisa é realizada integralmente no Câmpus Itumbiara, e além dos professores João Paulo e Simone, também compõem a equipe: Leonardo Magalhães de Castro (docente); Henrique Faria (egresso da Licenciatura); Karolayne Amorim Souza e Maria Stéfane da Silva, (graduandas da Licenciatura em Química e participantes da iniciação científica) e Thainá Souza (também da Licenciatura e voluntária do projeto).
As estudantes Karolayne e Thainá participam pela primeira vez de um projeto de pesquisa e revelam que estão muito contentes com a oportunidade. As duas relatam gostar bastante da área de alimentos e para elas integrar a equipe é uma grande satisfação, tanto que as duas pensam em prosseguir com os estudos nessa área.

Publicação
Veja onde o trabalho sobre análises qualitativas de resíduos químicos em leite já foi publicado ou registrado:


em formação – Cadernos de Iniciação Científica e Tecnológica do IFG (2015 – 2016).
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.2, p.121-127, 2018.

 

 

 

Setor de Comunicação Social e Eventos – Câmpus Itumbiara.

 

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