Alunas recebem certificados do curso de capacitação para mulheres em situação de vulnerabilidade
Cerca de 20 mulheres concluíram a ação de extensão proposta pelo projeto "Alimentação, trabalho e dignidade: gerando alternativas de emprego e renda para mulheres em situação de vulnerabilidade em Goiânia a partir de saberes e sabores"
Depois de quatro meses de capacitação, o projeto de extensão Alimentação, trabalho e dignidade: gerando alternativas de emprego e renda para mulheres em situação de vulnerabilidade em Goiânia a partir de saberes e sabores, ofertado pelo Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), chega ao fim. Na noite desta segunda-feira, 2 de dezembro, 20 mulheres que participaram do curso de extensão receberam suas certificações em cerimônia realizada na Cinemateca do câmpus.
Durante a solenidade, a proponente da ação de extensão, professora Gisélia Lima, falou que oportunidades como esse curso fazem com que se repense a função de ser professor. “Ir além dos muros da universidade. Precisamos aprender fazer outras coisas, uma delas é a extensão. Agora, mais do que nunca, acredito em projetos de extensão por ser minha primeira experiência. Acho que eles têm a função de atender demandas reais da sociedade. Ações como essa são importantes para ressignificar nosso sentido enquanto professores, servidores e instituição”, afirmou.
O pró-reitor de Extensão do IFG, professor Daniel Silva Barbosa, parabenizou a primeira turma do curso e frisou que experiências como esse projeto promovem não apenas o crescimento das alunas beneficiadas, mas também do próprio Instituto. Para ele, a extensão é uma forma de ampliar o papel do IFG, que é de oferecer uma educação pública, gratuita e de qualidade a mais pessoas. “Essa é uma instituição que precisa da presença de vocês, dos seus filhos, dos seus parentes”, reforçou Daniel.
A diretora-geral do Câmpus Goiânia cumprimentou uma a uma das alunas presentes durante a certificação e ressaltou a coragem de cada uma delas de driblar o medo e as dificuldades para a construção de um futuro digno e independente. “O que vocês alcançam hoje é uma pequena parte do que vocês ainda podem conquistar. Temperem o mundo com amor e alimentem com dignidade todos aqueles que necessitam”, finalizou em seu discurso.
Além deles, compôs também a mesa diretiva do evento a secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Ana Carolina Nunes de Souza Almeida. Ela agradeceu a oportunidade de fazer com que sua pasta participasse do projeto de extensão e solicitou que a ação tenha continuidade nos próximos anos. Para ela, a iniciativa oferecida pelo Câmpus Goiânia é relevante ao dar autonomia financeira a mulheres em situação de vulnerabilidade em um estado como Goiás. “Estamos num estado que é o quinto pior para uma mulher viver. É o quinto em feminicídio”, apontou durante sua fala.
O curso de extensão atendeu mais de 20 mulheres indicadas pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, com o objetivo de dar capacitação profissional na área de alimentação e gastronomia, oferecendo a elas conhecimento para atendimento ao público, produção de alimentos a baixo custo, higiene e segurança alimentar, além de empreendedorismo. Para a professora Gisélia, coordenadora da ação, o curso teve bastante êxito, uma vez que várias alunas já estão conseguindo renda com os conhecimentos adquiridos e, como consequência, se empoderaram.
Larissa Pereira é uma das alunas que tomou gosto pela área e, principalmente, por aprender. Emocionada, ela gravou depoimento ao vídeo de encerramento no curso no qual diz que sempre foi desacreditada devido à sua situação financeira. “Sempre me falaram que eu sonhava demais. Aqui vi que eu não sonho demais. Eu sonho do tanto certo”, contou.
Ela conclui o curso nesta noite, mas espera dar continuidade aos estudos aqui no Câmpus Goiânia. “Já estou inscrita para o curso técnico EJA de Cozinha. E eu vou conseguir”, finaliza. Além de Larissa, outras três colegas da turma do curso de extensão “Alimentação, trabalho e dignidade” participam da seleção para os cursos técnicos integrados na modalidade educação para jovens e adultos dos Câmpus Goiânia e Goiânia Oeste.
Para Gisélia, ouvir o depoimento de Larissa é ter a certeza de cumprir um papel importante que é desmistificar o IFG para a sociedade. “Fico feliz de ver que essas meninas entenderam que essa instituição é delas. Elas perderam o medo e estão, sim, empoderadas. Esse curso foi além da capacitação técnica porque é isso que a instituição traz, essa vontade de se transformar e ir mais longe”, conclui a professora.
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Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia
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