Projeto do Câmpus Goiânia investiga possibilidade de contágio de Covid-19 por meio de ar-condicionado
Proposta foi aceita para participar do evento Hackcovid19, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Fiocruz e Laboratório Nacional de Computação Científica
Quais as possibilidades de contágio do novo coronavírus por meio de sistemas de ar-condicionados em locais públicos? Esses aparelhos podem ou não potencializar a circulação de partículas contaminadas? Essas foram as questões que levaram a elaboração e aprovação de projeto do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás no HackCovid19, evento promovido pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). O projeto foi submetido pelo professor Aldo Muro, da área de Meio Ambiente do Câmpus Goiânia, em parceria com servidores e alunos da unidade e de instituições parceiras.
A ideia que culminou na elaboração do projeto partiu do engenheiro mecânico e servidor do Câmpus Goiânia, Paulo Vinicius da Silva Resende, ao elaborar Nota Técnica sobre manutenção de aparelhos de ar-condicionado em locais de grande circulação, como hospitais, em momento de pandemia. “A princípio, o objetivo da Nota Técnica no contexto da pandemia foi alertar os gestores de hospitais e órgãos de fiscalização para efetivamente realizarem o controle de manutenção e higienização dos sistemas de climatização, tendo em vista que vigoram normas com requisitos básicos dos parâmetros de funcionamento (ex. NBR 7256:2005) e legislações que exigem a manutenção periódica deste tipo de instalação (ex. Lei Federal 13.589 de 2018), que neste momento, sobretudo, precisam ser atendidas e pautadas na atuação de profissionais habilitados”, explica o engenheiro que possui experiência em manutenção de sistemas de refrigeração para fins hospitalares.
Segundo o professor Aldo Muro, a ideia evoluiu justamente por se tratar de um questionamento plausível. “Decidimos fazer um projeto de longo alcance, pois há muitos fatores cruzados envolvidos no risco de contaminação por covid, sobretudo após o término do isolamento social”, explica o docente.
Aldo esclarece o ponto levantado pelo projeto: “por exemplo, fazendo uma revisão de literatura, inexistem certezas sobre o risco de contaminação pessoa-a-pessoa via ar-condicionado. Imaginem: paciente internado com covid-19 submetido à cirurgia. O sistema de ar-condicionado e dos efluentes (água) serão capazes de conter indivíduos virais capazes de contaminar outro paciente em cirurgia? Ainda, pessoas assintomáticas, mas que tiveram covid-19, em circulação em ambientes refrigerados serão capazes de contaminar indivíduos ainda não contaminados? Como será a garantia de não contaminação em locais como aviões, navios, cinemas etc pós-isolamento social? Pouco se sabe, por isso a ideia do projeto”.
Com a aprovação no Hackcovid19 nas categorias ideia e mentoria, equipes de estudantes e pesquisadores de várias instituições poderão trabalhar em conjunto, em uma maratona, para levantar as possíveis respostas à problemática sugerida pelo projeto. “A ideia se trata da seleção do projeto para ser explorado pela comunidade envolvida no Hackcovid19, onde serão montadas células de trabalho para o desenvolvimento da ideia, se possível com consecução da ideia em aplicação ao caso concreto”.
Aldo acrescenta que isso ocorrerá com a mentoria de profissionais experientes na área, indicados para acompanhar os jovens pesquisadores, estimulando-os científica ou tecnologicamente para o alcance do objeto das ideias propostas, aplicando o conhecimento científico.
O projeto que pretende estudar as possibilidades de contágio de covid-19 por meio de aparelhos de ar-condicionado foi inscrito em outras chamadas de pesquisa e inovação e encontra-se em fase de análise no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O evento
O HackCovid19 ocorre online entre os dias 15 a 17 de maio, com atividades que serão desenvolvidas posteriormente até o dia 31 de maio. Nesse período, os participantes do evento estarão envolvidos em maratonas de programação, movimentando as áreas de tecnologia, em busca de soluções a problemáticas desencadeadas durante o período de pandemia que a sociedade vive devido à covid - 19.
Além do professor Aldo Muro e do engenheiro Paulo Vinícius da Silva Resende, participam do projeto os alunos Yuri Godoy, do bacharelado em Engenharia Mecânica do Câmpus Goiânia, e colaboradores da Universidade Federal de Goiás e da Universidade de Pisa, na Itália.
Saiba mais sobre o Hackcovid19: https://hackcovid-19.devpost.com/
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.
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