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Maio Amarelo

Centro Acadêmico de Engenharia de Transportes levanta discussão sobre trânsito mais seguro

Publicado: Segunda, 20 de Maio de 2019, 11h52 | Última atualização em Quarta, 29 de Maio de 2019, 12h57

Estudantes trouxeram especialistas na área para debater estratégias para amenizar violência no trânsito

Imagem dos estudantes do Centro Acadêmico de Engenharia de Transportes no palco do auditório Julieta Passos
Estudantes do Centro Acadêmicos de Engenharia de Transportes do Câmpus Goiânia organizaram evento para discutir violência no trânsito

O Brasil é o quarto país que mais mata no trânsito no mundo. O dado, da Organização Mundial de Saúde, foi um dos pontos ressaltados durante o evento Maio Amarelo, deixe sua vida no verde, organizado pelo Centro Acadêmico de Engenharia de Transportes do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), realizado nesta segunda-feira, 20 de maio, no auditório Julieta Passos. Para mostrar os impactos dos acidentes provocados no trânsito na área da saúde, Sandra Cristina Guimarães Bahia Reis, da Secretaria Municipal de Saúde, iniciou o ciclo de palestra do evento, que teve como principal público estudantes do curso de Engenharia de Transportes do câmpus. A iniciativa foi inspirada na campanha nacional Maio Amarelo, que tem o propósito de chamar atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito.

De acordo com Sandra, o trânsito é a terceira causa de morte em Goiânia, ficando atrás apenas dos óbitos devido às doenças no aparelho circulatório e dos casos de câncer. Além das mortes, os acidentes provocados no trânsito são responsáveis por 50 milhões de lesões não fatais em todo o mundo, o que acabam inviabilizando a produtividade das pessoas. Com isso, o trânsito passou a ser incorporado pela área da Saúde na década de 2000.

Sandra trouxe informações sobre como os acidentes de trânsito impactam a área de saúde
Sandra trouxe informações sobre como os acidentes de trânsito impactam a área de saúde

 

Sandra apresentou os dados ao falar sobre o Programa Vida no Trânsito (PVT), uma iniciativa do governo brasileiro envolvendo o Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Trânsito, Ministério da Justiça, Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde, entre outras entidades, que tem como objetivo promover intervenções efetivas de segurança no trânsito que apresentem evidências na redução de mortes e acidentes graves.

Sandra salientou que o PVT trabalha com dados de diversas fontes, no intuito de construir informações mais precisas sobre os casos que envolvem acidentes no trânsito de Goiânia e região metropolitana. Segundo a especialista, para isso disponibilizam dados a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, a Secretaria Municipal de Trânsito, Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, a Delegacia de Crimes de Trânsito de Goiás, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Técnico-Científica e o Observatório de Segurança Pública. Mesmo com todas essas fontes, ela explica que ainda é preciso mais rigor nos registros dos relatórios de atendimento aos casos de acidentes e crimes de trânsito, pois a ausência de informações ou registros mal elaborados impactam as análises finais e as possíveis ações para educação e conscientização.

Segundo dados do PVT, foram registrados os seguintes quantitativos de óbitos em Goiânia tendo como causa a violência no trânsito: 197 mortes em 2015; 228 em 2016; 190 em 2017; e 150 óbitos em 2018, nestes casos, a maior parte tem como vítimas motociclistas, do sexo masculino e com idades até 49 anos. As causas, em 60% dos casos, estão relacionadas a excesso de velocidade.

De acordo com Sandra, essas informações ainda são insuficientes para se afirmar uma tendência a diminuição dos casos fatais envolvendo acidentes de trânsito na capital. Para o gerente de educação de trânsito da SMT, Horário Ferreira, eventos como esse, promovido pelos estudantes do Câmpus Goiânia, são importantes para estreitar laços com instituições de ensino que podem promover pesquisas mais apuradas e resultar em ações mais elaboradas no que diz respeito a educação no e para o trânsito.

Horário acredita que dados mais precisos auxiliam na elaboração de intervenções para diminuir a violência no trânsito
Horário acredita que dados mais precisos auxiliam na elaboração de intervenções para diminuir a violência no trânsito

 

Nesse sentido, a professora do curso de Engenharia de Transportes do IFG - Câmpus Goiânia, Patrícia Margon, propôs aos palestrantes uma formalização de parceria entre os órgãos competentes do poder público e estudantes, com vistas em elaboração de pesquisas que possam auxiliar o trabalho desenvolvido para um trânsito mais seguro. A iniciativa foi bem recebida por Horário Ferreira, que salientou que o IFG já atua como membro da comissão intersetorial junto a SMT. Para Patrícia, os alunos da Engenharia de Transportes podem trabalhar os dados já existentes, agregando mais informações e análises qualitativas, por meio da iniciação científica.

Para Horácio, com a solidez de informações, o caminho é trabalhar para a construção de políticas públicas para amenizar a violência no trânsito. “Isso não pode ser algo atrelado a governo, tem que ser permanente”, acrescentou. O gerente enfatizou ainda o papel da fiscalização na eficácia do processo de educação e conscientização da população. “Trânsito se trabalha com medidas corretivas, mas principalmente preventivas. A redução de velocidade nas vias públicas, por exemplo, é algo adotado no mundo todo. Não tem com trabalhar isso sem a fiscalização”, finaliza.

O evento contou ainda com palestra do especialista em Perícia de Acidentes e Crimes de Trânsito, Antenor Pinheiro. Ao final da programação, os estudantes do Centro Acadêmico de Engenharia de Transportes realizaram uma gincana com os participantes para reforçar conceitos sobre as temáticas relacionadas a transporte e trânsito.

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Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.

 

 

 

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