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Campus Cidade de Goiás

Com narrativa autobiográfica, Jairo Sobrinho, o mestre Guará, encerra sua trajetória no IFG

Ex-aluno da EJA em Artesanato e do curso de Artes Visuais, o estudante defendeu seu TCC ontem, 10

  • Publicado: Quinta, 11 de Fevereiro de 2021, 11h19
  • Última atualização em Sexta, 23 de Abril de 2021, 16h02
Os aplausos ao final da apresentação
Os aplausos ao final da apresentação

Com a sala virtual lotada, Jairo Sobrinho, conhecido como mestre Guará, defendeu ontem, 10, seu trabalho de conclusão no curso de Licenciatura em Artes Visuais, vestido com a camisa de seu pai que, segundo ele, tinha o sonho de vê-lo estudar na antiga escola técnica. Ex- aluno do curso de Artesanato, na modalidade EJA, ele encerra sua trajetória de ensino e aprendizagem na instituição com uma narrativa autobiográfica sobre sua vida que se confunde e se mescla com a história do artesanato. O trabalho foi aprovado pela banca com recomendação para que seja publicado em livro e também para que Jairo seja aceito em programas de doutorado.

“Vi o artesanato para além do produto, investiguei lembranças de criança, o ofício de artesão, um exercício de memória, de meio século de observações. Tentei saber mais sobre um objeto que carrega tanta beleza, mas também tantas contradições, e mostrar que somos nós a coluna que sustenta a cultura popular”. A autobiografia de Jairo, que se inicia com as lembranças da infância e adolescência, chega a sua vida adulta e ao seu ofício como artesão de rua, trazendo discussões sobre a importância das associações e do trabalho ético, as descontinuidades dos incentivos governamentais para a cultura popular, além de tocar em pontos fundamentais da história do país e do estado como o período da ditadura militar e a construção de importantes bairros de Goiânia.

Jairo na praça do Coreto esculpindo em madeira

 

Jairo, em sua escrita poética, comparou o artesanato ao cerrado e a sua trajetória particular à metáfora de um pássaro que carrega em seu bico um bocado de água para tentar apagar um incêndio. “Assim como o cerrado, o artesanato foi perdendo suas raízes mais profundas, aquelas que não se pode mais recuperar, a história do passarinho é que me inspira a tentar dar minha pequena contribuição”, conta.

O exercício de memória do mestre foi enriquecido com sua experiência educacional que lhe proporcionou o contato com outras trajetórias que inspiraram a troca de conhecimentos. “O EJA e as Artes Visuais me possibilitou a busca por essa pesquisa pessoal que se tornou pública, só por meio da educação, da convivência com outros artesãos e no contexto da Cidade de Goiás que pude compreender o quanto a educação é o caminho, a formal e a não formal. A educação não faz milagre, mas ela nos ajuda a solucionar problemas”, afirma.

Os orientadores do trabalho, professores Leandro Damacena e Ana Rita Silva, ressaltaram que o aprendizado é uma via de mão dupla e que a autonomia do estudante precisa ser reconhecida e respeitada para que o melhor apareça. “Jairo fala por si mesmo, o que ficou bem claro nesse trabalho, tentamos dar uma orientação para pensar um pouco sobre a subjetividade de um artista e um educador, mas no decorrer do tempo nós fomos ver que ele é um homem livre, que não se encaixa, ele é um pelegrino, que transita pelo mundo, alguém que é maior, não dá para encaixar, é um momento de celebração, estamos coroando um processo que é inesquecível, que ficará marcado para a nossa história para sempre”, enfatizou Ana Rita.

A banca de avaliação foi formada pelas professoras Flora Ruiz e Rosirene dos Santos, que aclamaram o trabalho como um verdadeiro ensaio literário que merece ser publicado. “o senhor é o orgulho da nossa Instituição. A vida do senhor, toda a sua contribuição é uma escola, o senhor não esteve como aluno mas sempre como um colega. Com esse trabalho me fez uma nova revelação, que é um ensaio sem deixar de lado nenhuma das orientações com metodologia, justificativa, é um trabalho muito bem escrito e deve ser publicado”, afirmou Rosirene.

Flora lembrou uma frase de Pablo Picasso: “Cada criança é um artista, o problema é como permanecer artista quando se cresce. O senhor é a experiência viva de que isso é possível, permaneceu essa criança/artista", disse.

Ao final, Jairo agradeceu a presença e apoio de sua família, além dos professores e colegas da instituição. Em breve, seu trabalho estará disponível na biblioteca do IFG - Câmpus Cidade de Goiás para a leitura e apreciação de toda comunidade.

 As defesas dos trabalhos de conclusão de curso da Licenciatura em Artes visuais terminam hoje, dia 11. Acesse aqui a agenda completa.

 

Comunicação Social/Câmpus Cidade de Goiás

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