Texto alusivo ao Dia da Consciência Negra
"Seguimos quilombando!
Hoje, dia 20 de novembro, lembramos e celebramos a luta do povo negro no Brasil. Foram quase quatro séculos de escravidão, mas também de resistência política e cultural. Essa data é da morte de Zumbi, líder da experiência quilombola mais vigorosa e longeva, foram quase 100 anos de um reino livre dentro de uma colônia escravista. Viva Zumbi dos Palmares, viva Dandara, sua companheira guerreira. Seguimos 'quilombando' porque é preciso resistir.
Nossa resistência segue porque o fim da escravidão não trouxe a dignidade que nosso povo tem direito. Jogados à própria sorte, fomos excluídos dos espaços escolares, do trabalho, do acesso à moradia, nem os times de futebol aceitavam jogadores negros... Foram décadas de segregação, mesmo após o fim da escravidão em 1888. A primeira Lei a criminalizar o racismo veio só em 1950 e teve pouco efeito, quando uma dançarina estrangeira não foi aceita em um hotel em São Paulo por ser negra, descobriram que não havia 'democracia racial no Brasil', como muitos acreditavam avançamos na Constituição de 1988, cem anos após o fim da escravidão. Contudo, o racismo estrutural deixou suas marcas, e as instituições avançaram aos poucos em políticas antirracistas. Veio o Estatuto da Igualdade Racial (2010), mesmo ano em que aprovamos a lei que incluiu a História da África nas escolas e universidades e, agora mais recente, injúria racial foi equiparada a racismo. Em 2012 aprovamos a Lei de Cotas que garantiu 50% das vagas nas universidades e institutos federais para estudantes de escolas públicas com uma subcota para o povo negro e indígena.
Mesmo com esses importantes avanços, os dados mostram que negros e negras estão entre os que mais morrem nos homicídios, são maioria nos presídios, estão em menor quantidade nas escolas e universidades e moram nos bairros onde falta tratamento de esgoto, além ocuparem os postos de trabalho mais precários e com menor remuneração, ainda sofrendo mais dramaticamente os impactos da fome e da insegurança alimentar. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e o racismo institucional e estrutural marcam nossa realidade, há um evidente recorte de racial e de classe.
Há muita luta pela frente para sermos tratados com real igualdade, mas nós somos um povo criativo, alegre e guerreiro, produtores da riqueza material e cultural do nosso país, seguimos resistindo, seguimos quilombando!"
Por Fernando Viana Costa - presidente da Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CPPIR) do IFG Câmpus Itumbiara.
Observação: as imagens desta postagem são da atuação da CPPIR com os estudantes do nível médio e também da criação do Coletivo Antirracista do IFG de Itumbiara.
Hoje, dia 20 de novembro, lembramos e celebramos a luta do povo negro no Brasil. Foram quase quatro séculos de escravidão, mas também de resistência política e cultural. Essa data é da morte de Zumbi, líder da experiência quilombola mais vigorosa e longeva, foram quase 100 anos de um reino livre dentro de uma colônia escravista. Viva Zumbi dos Palmares, viva Dandara, sua companheira guerreira. Seguimos 'quilombando' porque é preciso resistir.
Nossa resistência segue porque o fim da escravidão não trouxe a dignidade que nosso povo tem direito. Jogados à própria sorte, fomos excluídos dos espaços escolares, do trabalho, do acesso à moradia, nem os times de futebol aceitavam jogadores negros... Foram décadas de segregação, mesmo após o fim da escravidão em 1888. A primeira Lei a criminalizar o racismo veio só em 1950 e teve pouco efeito, quando uma dançarina estrangeira não foi aceita em um hotel em São Paulo por ser negra, descobriram que não havia 'democracia racial no Brasil', como muitos acreditavam avançamos na Constituição de 1988, cem anos após o fim da escravidão. Contudo, o racismo estrutural deixou suas marcas, e as instituições avançaram aos poucos em políticas antirracistas. Veio o Estatuto da Igualdade Racial (2010), mesmo ano em que aprovamos a lei que incluiu a História da África nas escolas e universidades e, agora mais recente, injúria racial foi equiparada a racismo. Em 2012 aprovamos a Lei de Cotas que garantiu 50% das vagas nas universidades e institutos federais para estudantes de escolas públicas com uma subcota para o povo negro e indígena.
Mesmo com esses importantes avanços, os dados mostram que negros e negras estão entre os que mais morrem nos homicídios, são maioria nos presídios, estão em menor quantidade nas escolas e universidades e moram nos bairros onde falta tratamento de esgoto, além ocuparem os postos de trabalho mais precários e com menor remuneração, ainda sofrendo mais dramaticamente os impactos da fome e da insegurança alimentar. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e o racismo institucional e estrutural marcam nossa realidade, há um evidente recorte de racial e de classe.
Há muita luta pela frente para sermos tratados com real igualdade, mas nós somos um povo criativo, alegre e guerreiro, produtores da riqueza material e cultural do nosso país, seguimos resistindo, seguimos quilombando!"
Por Fernando Viana Costa - presidente da Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CPPIR) do IFG Câmpus Itumbiara.
Observação: as imagens desta postagem são da atuação da CPPIR com os estudantes do nível médio e também da criação do Coletivo Antirracista do IFG de Itumbiara.
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