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Cinema

Diretores goianos debatem a produção audiovisual no estado

Publicado: Sexta, 23 de Junho de 2017, 09h54 | Última atualização em Sexta, 23 de Junho de 2017, 09h54

Os professores do IFG Renné França e Marcela Borela falaram sobre como é fazer cinema em Goiás

 

O Fica traz dentro de sua programação o Fórum de Cinema, um ciclo de debates voltado para o fazer cinematográfico. Nesta quarta, 21, a primeira dessas mesas teve como tema “Desafios da Produção Audiovisual” em Goiás e contou com a presença dos professores do IFG: Renné França, roteirista e diretor de Terra e Luz, e Marcela Borella, diretora de Taego Ãwa, eleito melhor filme goiano e vencedor pelo júri popular no Fica do ano passado; além deles participaram os cineastas goianos Érico Rassi, diretor de Comeback, que vem fazendo carreira em diversos festivais no Brasil e Robney Bruno, que está em fase de finalização de seu filme Dias Vazios.

 

A princípio, cada diretor falou sobre os processos de produção de suas obras. Érico Rassi revelou que da ideia do roteiro até a finalização de seu filme, o processo durou quase 10 anos. Marcela, que pensou seu longa a partir de fitas VHS encontradas na Faculdade de Comunicação da UFG com imagens da tribo Ãwa. “Isso foi há 13 anos, eu era uma mocinha desiludida com o jornalismo que decidiu ir fazer cinema e aquelas fitas ficaram ‘esperando’ o momento certo”. Ao lado do irmão Henrique Borela, Marcela roteirizou e dirigiu o encontro da dupla com o povo Ãva, no Tocantins, que resultou em um filme feito em parceria com os índios sobre a luta destes por uma terra chamada Taego Ãwa.

 

Renné falou sobre Terra e Luz, cujo espaço entre realização, no fim de 2015 e a estreia, em janeiro deste ano, levou pouco mais de dois anos, um prazo considerado curto dadas as restrições de orçamento da produção. Em parceria com outros professores de Cinema do IFG e alunos, Terra e Luz é um filme do gênero terror, apesar de que, o diretor ressalta, não segue os estereótipos do cinema estrangeiro. “Nós seguimos por essa linha do terror mais por questões de um orçamento mais barato que por escolha de carreira mesmo, até porque o terror está longe de ser o meu estilo preferido”, disse ele.

 

Um ouvinte do debate questionou sobre os desafios de se fazer um cinema que seja tão atrativo ao público quanto o norte-americano, ao que Marcela respondeu dizendo que o caminho no qual ela acredita é o inverso disso. “Eu sou de uma geração que viveu cada segundo do processo de regionalização e eu acredito que o caminho é esse. Acho bobagem dizerem que eu tenho que sair de Goiás para filmar, se o que eu quero filmar está aqui”. Ela disse que o segredo é se aprimorar cada vez mais para aprender a fazer coisas que são necessárias no processo.

 

Renné e Érico, cujo filme está sendo considerado um faroeste, concordam que é necessário fazer filmes com cara e personalidades próprias. “Comeback foi categorizado como western porque viram nele características que se assemelham, mas não foi minha intenção seguir uma receita ou copiar estereótipos”. Sobre o momento atual do cinema goiano, que vive uma fase de filmes relevantes com sucesso de público e crítica, os diretores disseram que isso se deve a uma ampliação nas leis de incentivo ao audiovisual, que cresceram muito nos últimos 15 anos. Embora esse momento não possa ser reduzido em uma identidade única, como explica Marcela: “aqui temos um documentário, um terror, um faroeste e um drama, logo não tem uma cara única. Se daqui a algum tempo houver um estudo que compare as obras e perceba uma unidade, ela não foi intencional, o cinema goiano tem muitas caras”.

 

Comunicação Social/câmpus Cidade de Goiás com informações da assessoria de comunicação do FICA

 

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