Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate - Tradução do site

ptenfrdeitesth

Opções de acessibilidade

Você está aqui: Página inicial > Comunicados do Câmpus Cidade de Goiás > IFG > Câmpus > Goiânia > Notícias do Câmpus Goiânia > Pesquisa avalia a qualidade do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia
Início do conteúdo da página
Transporte Coletivo

Pesquisa avalia a qualidade do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia

Publicado: Terça, 20 de Novembro de 2018, 10h18 | Última atualização em Quinta, 22 de Novembro de 2018, 08h55

O estudo aponta que os passageiros são penalizados pela falta de informações, de planejamento e controle adequados

Exemplo de ônibus em "bunching" ( em comboio), num ponto na Av. T-49 com a T-2, no setor Bueno, em Goiânia, um dos problemas apontados na pesquisa.
Exemplo de ônibus em "bunching" ( em comboio), num ponto na Av. T-49 com a T-2, no setor Bueno, em Goiânia, um dos problemas apontados na pesquisa.

Pesquisa desenvolvida pelo professor do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Goiânia e especialista em Transportes, Marcos Rothen, avaliou a qualidade do transporte coletivo de passageiros da Região Metropolitana de Goiânia. O estudo aponta que a falta de informações para os passageiros sobre os horários e os itinerários das linhas de ônibus, bem como as deficiências de manutenção das vias e dos terminais são pontos que pesaram negativamente na avaliação da qualidade do serviço de transporte coletivo oferecido na região.

De acordo com a pesquisa de título: Avaliação da qualidade do transporte coletivo de passageiros oferecido na Região Metropolitana de Goiânia, o sistema de transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia, que conta com aproximadamente 1,8 milhões de habitantes, é operado em parte por um consórcio de 20 empresas privadas e outra parte por uma empresa pública, a Metrobus, que administra o Eixo Anhanguera, constituindo a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC). Esse sistema é composto por mais de 200 linhas de ônibus.

A pesquisa de abordagem qualitativa, que foi desenvolvida entre julho de 2016 e julho de 2018, contou com a participação de 12 estudantes do curso de Engenharia de Transportes, do curso da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Transporte Rodoviário e também do extinto curso de Tecnologia em Transportes Rodoviários do IFG – Câmpus Goiânia. Devido à grande extensão do sistema de transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia, a investigação para o estudo concentrou-se nas regiões onde os estudantes participantes da pesquisa utilizam o transporte coletivo e puderam realizar o levantamento de dados e entrevistas junto aos usuários do serviço. A participação dos discentes na pesquisa permitiu que os estudantes da área de Transportes do Câmpus Goiânia realizassem estágio e associassem o que aprendem em sala de aula com a realidade, considera o professor Marcos Rothen.

No estudo, foram adaptados parâmetros utilizados em outros países para avaliar a qualidade do transporte coletivo regional. Na avaliação, foi feito o levantamento dos locais do transporte coletivo que apresentaram mais reclamações. Para tanto, foram coletados dados dessas reclamações junto à concessionária que gerencia o sistema e também foram feitas entrevistas pelos estudantes em diversas linhas de ônibus com os passageiros. Entre as linhas que apresentaram mais reclamações, o professor aponta que as que atendem aos bairros periféricos de Goiânia, por exemplo, como Parque Oeste Industrial e Residencial Sonho Verde, são as que tiveram mais reclamações.

“Com as pesquisas feitas pelos alunos e analisadas em conjunto, o primeiro e principal problema é a falta de informações aos passageiros. Por exemplo, nas linhas mais afastadas (do Centro de Goiânia), verificamos que os ônibus têm um horário fixo, mas como isso não é informado aos passageiros, eles acham que o ônibus não tem horário e acabam ficando mais tempo esperando pelos veículos. A informação ao passageiro é um princípio básico do sistema de transporte coletivo”, destaca o professor Marcos Rothen.

Sobre essa falta de informações sobre o transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia, o professor lista que os horários das linhas dos ônibus precisam ser melhor informados, além de serem fornecidas mais informações sobre os itinerários dos ônibus e solucionadas as dificuldades com a localização das principais vias e terminais atendidos pelas linhas do transporte coletivo. “Às vezes, você está na rua, quer ir para um determinado lugar e como vai saber se um ônibus passa na Praça Cívica ou passa na rodoviária? Eu preciso saber dessas informações. Não se sabe se o ônibus está indo ou vindo. A maioria das pessoas já pegou ônibus errado também, não só quem é de fora da região. Quando a gente precisa pegar outro ônibus, não sabe para onde está indo e é preciso perguntar para alguém”, reclama o professor.

O sistema de transporte coletivo de Goiânia atualmente conta com o aplicativo para celulares que informa sobre o transporte público da região, o que, segundo o professor, ajuda, mas não soluciona os problemas do transporte coletivo. “O investimento feito em tecnologia de ponta não foi estendido à formação dos operadores da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia”, destaca a professor Marcos Rothen.

Outro aspecto avaliado no estudo aponta que existem falhas no planejamento operacional das linhas, o que implica em deficiências no serviço ofertado. Segundo o professor Marcos Rothen, as reclamações dos usuários do transporte coletivo são pertinentes, mas não devidamente colocadas: “Quando os passageiros reclamam da tarifa, na verdade, estão reclamando da qualidade”. Na pesquisa, o valor da tarifa não foi apontado como o maior problema para a maioria dos usuários. Sobre esse dado, o professor considera que pesou na investigação o fato de que a maioria dos usuários do transporte coletivo é composta por estudantes e trabalhadores, que são beneficiados por passe livre estudantil e auxílio transporte, respectivamente. O estudo detectou que alguns trabalhadores vendem os vales-transporte que recebem, ato que é ilegal, mas tolerado aqui em Goiânia, explica o professor.

O amplo estudo contemplou ainda a análise do carregamento dos ônibus, que utilizou a pesquisa visual para observar a lotação dos veículos, com intuito de avaliar o desempenho da linha de ônibus; pesquisa de embarque em terminais, que visou verificar o número de passageiros; pesquisa de horários, que registrou os horários de chegada e de partida dos ônibus em determinados pontos; análise do comportamento da demanda, para acompanhar a evolução da demanda em linhas que foram beneficiadas com alterações no trânsito e a implantação de faixas preferenciais para os ônibus em Goiânia.

“Na disputa entre as reclamações dos usuários e as desculpas dos operadores pode-se concluir que o primeiro tem razão. Apenas 13% das faixas horários/linhas pesquisadas apresentaram níveis de serviço A e B, considerados satisfatórios”, ressalta o professor Marcos Rothen. De acordo com a pesquisa, o sistema de transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia apresenta os mesmos problemas que, em geral, encontramos nas demais cidades brasileiras, ônibus em bunching, ou seja, em comboio, que compreende uma oferta excessiva de veículos e posteriormente a falta de veículos em determinados horários e pontos; e “buraco” nas linhas, ou seja, quando fica muito tempo sem passar ônibus. “O que falta no transporte coletivo da rede metropolitana de Goiânia é um planejamento e controle adequados. Há um desinteresse das empresas em relação aos passageiros”, frisa o professor Marcos Rothen.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia

 

Fim do conteúdo da página