Filme produzido por professores do IFG entra em cartaz no circuito comercial
Taego Ãwa foi produzido com o apoio do Núcleo de Produção Digital do Câmpus Cidade de Goiás
![imagem sem descrição.](/images/awa1.png)
Amanhã, dia 11 de maio, Taego Ãwa estreia em circuito comercial pela Sessão Vitrine Petrobrás que alcança vinte cidades brasileiras, incluindo Goiânia (Cine Cultura). O filme é o primeiro longa-metragem goiano, em duas décadas, a receber um convite curatorial de uma distribuidora, por sua relevância temática e estética. A equipe do filme é composta por três docentes do Bacharelado em Cinema do IFG, Marcela Borela, que junto com seu irmão Henrique, dirige a produção; Carlos Cipriano na câmera adicional; e Guilherme Martins na montagem. O Núcleo de Produção Digital (NPD) forneceu apoio técnico para a realização do filme.
Foi através de cinco fitas VHS com registros dos índios Ãwa, mais conhecidos como Avá-Canoeiros do Araguaia, achadas numa universidade, que Marcela e Henrique deram início ao projeto do filme. A partir daí, encontraram outros materiais e foram em busca daquele povo, investigando a fundo a origem e a trajetória dos Ãwa até aqui, inclusive o passado de enfrentamento com os brancos, o histórico de reclusão, a luta por demarcação de território e pela restituição das terras.
Marcela Borela conta que apesar de terem feito o filme ao longo de 12 anos em busca de imagens de arquivo, a motivação das filmagens só poderia surgir em parceria com os Ãwa. “Nossa primeira intuição foi a de não filmá-los, mas sim mostrar à eles o conjunto de informações e conteúdos que vínhamos juntando sobre suas histórias. Queríamos que o filme partisse do gesto de devolver aos Ãwa aquelas imagens de arquivo que narravam 40 anos de seu desterro e cativeiro, em busca de justiça. Aquelas pessoas tinham sido filmadas demais e fotografadas demais, numa redoma de um discurso de extinção, invisibilidade e animalidade que nos chocava. De certa maneira, carregávamos uma revolta. Descobrimos que eles estavam reivindicando Taego Ãwa, a terra tradicional, depois de 40 anos de silêncio. Foi nessa primeira visita à Ilha em 2011. Ali propusemos o filme, mas eles estavam desconfiados. Estavam sofrendo retaliações por estarem encorajados em voltar à terra.”
O irmão, Henrique Borela, completa: “Seis meses depois da nossa primeira visita, os Ãwa entraram em contato conosco e disseram que eles queriam que o filme fosse feito. Aí nós fomos novamente à Canoanã, na Ilha do Bananal, em 2012, quando tratamos do filme e de como ele seria. Decidimos ali que seria sobre a terra, que se chamaria Taego.”
Taego Ãwa é uma produção da Barroca e F64 filmes em parceria com a Associação do Povo Ãwa – APÃWA, da Cinemateca Brasileira, do NPD-GO – Núcleo de Produção Digital de Goiás, do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Cidade de Goiás, da Ideia Produções e da Balaio Produções, tendo como produtora associada Luana Otto. O filme foi viabilizado através do Edital Longa.doc 2013, Edital de Fomento ao Documentário Brasileiro, da SAv/Minc e recebeu também patrocínio da SPcine – linha 3, para sua distribuição.
Vitrine Petrobrás
É um projeto de distribuição coletiva criado pela Vitrine Filmes, com o intuito de levar ao público um cinema de qualidade, original, que retrata a cultura do país e que se destaca nos principais festivais brasileiros e internacionais. Em 2017, a Sessão Vitrine Petrobrás fica em cartaz permanentemente, com ingressos reduzidos de até R$ 12, um lançamento a cada duas semanas e horários fixos em cinemas de mais de 20 cidades, com sessões diárias ou semanais, dependendo da demanda de cada praça, tornando-se uma agenda cultural para o espectador, fortalecendo o circuito alternativo e investindo na formação de novas plateias.
SERVIÇO:
Exibição do filme Taego Ãwa
Data: a partir desta quinta-feira, 11 de maio
Local: Cine Cultura
Horário: sessões às 20h30, exceto no dia 14 de maio, que haverá uma sessão debate às 19h30.
Comunicação Social/Câmpus Cidade de Goiás com informações da assessoria de imprensa do filme
Redes Sociais