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Goiânia, 24 de novembro de 2017

Publicado: Sexta, 24 de Novembro de 2017, 12h30 | Última atualização em Sexta, 24 de Novembro de 2017, 12h43

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Política de Educação Conectada levará internet de alta velocidade a escolas públicas até 2024

Consulta pública aos locais de prova do Enade está disponível

Inep divulga cronograma do Censo da Educação Superior deste ano

FNDE completa 49 anos de ações que beneficiam educação

UOL EDUCAÇÃO

Brasil aparece em 41º em ranking mundial de fluência no inglês

USP cai, e Unicamp agora é a melhor faculdade do país em ranking dos Brics.

CORREIO BRAZILIENSE

Encceja tem abstenção superior a 50%

Em virada cultural na UnB, alunos juntam dinheiro para viagem à Amazônia

GLOBO.COM

Nove em cada dez municípios descumpriram meta fixada em lei de atender metade das crianças nas creches

Candidata impedida de prestar Enem em Piracicaba tem prova remarcada

Acusação de racismo faz autora tirar livro 'Peppa' de circulação

FOLHA.COM

SP pagará a entidade que cumprir meta e evitar evasão no ensino médio

A matemática pode ajudar a combater o crime

 

N O T Í C I A S      D  A      E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

TECNOLOGIA

Política de Educação Conectada levará internet de alta velocidade a escolas públicas até 2024

O presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Educação, Mendonça Filho, lançaram nesta quinta-feira, 23, em cerimônia no Palácio do Planalto, a Política de Inovação Educação Conectada, programa que prevê a maior ação de conectividade na rede de ensino brasileira das últimas duas décadas. A nova política, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tem o objetivo de universalizar o acesso à internet de alta velocidade nas escolas, a formação de professores para práticas pedagógicas mediadas pelas novas tecnologias e o uso de conteúdos educacionais digitais em sala.

“Vamos trazer de vez o mundo digital para as nossas escolas. Não se trata apenas de entregar equipamentos e de promover acesso à educação. Mas, trata-se, mais doque tudo, de preparar nossos jovens para interagir com uma realidade que se renova a cada dia”, frisou o presidente Michel Temer.

Mendonça Filho destacou que esta é mais uma importante contribuição na direção da modernização da educação. “Para termos qualidade, precisamos ter uma base comum bem definida, professores bem formados, preparados e valorizados, e tecnologia que proporcione aquilo que o mundo desenvolvido já alcançou. É justamente o intento desse projeto: queremos que a infraestrutura avance, garantindo conectividade com a internet que vem de fora e com a distribuição dos sinais dentro da escola”, enfatizou.

Na fase de indução da ação, até o final de 2018, o MEC deve investir R$ 271 milhões. Desse montante, R$ 255,5 milhões serão para melhoria da infraestrutura e conexão das escolas, o que inclui a ampliação da rede terrestre de banda larga, serviços de conectividade, infraestrutura de wi-fi, compra de dispositivos e aquisição de um satélite que vai levar internet de no mínimo 10 Mb a escolas da zona rural, locais em que a estrutura terrestre não é viável ou é dispendiosa. O satélite de monitoramento, orçado em R$ 120 milhões, a serem pagos com recursos do MEC, será contratado em parceria com o MCTIC.

Os outros R$ 15,5 milhões da fase de indução irão financiar a formação de articuladores locais, construção de plataforma para cursos on-line e produção de conteúdos específicos. A intenção é que, até o final do próximo ano, 22,4 mil escolas, urbanas e rurais, recebam conexão de alta velocidade. O processo será concluído em todas as demais escolas públicas até 2024.

Atualização – O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Rossieli Soares, lembra que o último grande plano de conectividade ofertado para o Brasil, o Proinfo, é de 1997. “Apesar de ainda estar em vigor, o Proinfo precisa de atualização”, ressalta. “Ele era muito focado em equipamentos e não cuidava de outras dimensões. Depois, surgiram políticas fragmentadas, ora pensando em conexão, ora em recursos. Pela primeira vez, estamos falando de todas as dimensões em conjunto e isso é muito importante para que a tecnologia possa realmente auxiliar a educação. A tecnologia tem que ter um fim pedagógico”, completa.

A Política de Inovação Educação Conectada é resultado de uma articulação horizontal e colaborativa, que envolveu o MCTIC, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Comitê Gestor da Internet (CGI). O BNDES irá apoiar o financiamento da política e o CGI atuará no monitoramento da velocidade da internet a ser ofertada às escolas.

Essa política reúne um conjunto de diretrizes nacionais que visa garantir a todos os estados e municípios, por meio da tecnologia, a implementação de ações inovadoras em sala de aula. Ela se articula com políticas públicas já existentes ou em fase de implementação, como o Plano Nacional de Educação (PNE), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a reforma do ensino médio, ofertando recursos de alta qualidade e novas opções de aprendizado e ensino a estudantes e professores, independentemente da região onde residam.

Também dentro da Política de Inovação Educação Conectada, está previsto um plano de formação continuada para professores e gestores com cursos específicos sobre práticas pedagógicas mediadas por tecnologia, cultura digital e outros recursos educacionais, como robótica. Paralelamente, serão preparados articuladores locais. Entre 2017 e 2018, o MEC vai oferecer bolsas de três meses para 6,2 mil articuladores que irão atuar, localmente, no processo de construção e implementação das ações na rede.

Compartilhamento – Outro eixo importante é a Plataforma Integrada de Recursos Educacionais Digitais, cujo portal foi desenvolvido com base no conceito de rede social e busca estimular a criação e compartilhamento de recursos digitais entre alunos e professores. Esta plataforma integrará os diversos materiais digitais educacionais já desenvolvidos pelo próprio MEC e por institutos e fundações parceiras, como Lemman, Roberto Marinho, Crescer, Inspirare, Telefônica, Natura e Educadigital, além da Associação Nacional das Fábricas de Instrumentos Musicais e Áudio (Anafima) e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.

A adesão, já a partir desta quinta-feira, se dará pelo Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec). Por meio do Simec, as secretarias de educação estaduais e municipais indicarão, a partir de critérios, as escolas que desejam compartilhar a nova política e que, posteriormente, deverão apresentar um plano de inovação e tecnologia na educação, conforme cronograma a ser lançado. O MEC vai auxiliar na formulação deste plano ao longo do próximo ano.

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EDUCAÇÃO

Consulta pública aos locais de prova do Enade está disponível

Os participantes do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2017 que ainda não sabem onde farão suas provas neste domingo, 26, poderão consultar os locais sem acessar o ambiente restrito do estudante. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) liberou a consulta pública aos locais de prova, como tem feito nas últimas edições do exame. Basta acessar o Sistema Enade e fornecer CPF, data de nascimento, primeiro nome da mãe e selecionar a opção de instituição de educação superior e curso do qual é concluinte.

Segue obrigatório o preenchimento do questionário do estudante, até dia 26, para obtenção da situação de regularidade junto ao Enade, além da realização da prova. Os estudantes que ainda não têm acesso ao documento precisam entrar no ambiente restrito do Sistema Enade, seguindo atentamente os procedimentos para primeiro acesso, alteração da senha temporária ou recuperação de senha. Cerca de 12 mil participantes que se cadastraram no Enade ainda estão com senha provisória por terem esquecido ou fornecido senhas erradas.

Se o e-mail informado no primeiro acesso estiver errado, não será possível acessar o questionário. Nesse caso, é preciso entrar em Autoatendimento para registrar a solicitação de alteração de e-mail. Em seguida, deve selecionar Inep, avaliação da educação superior, Enade, atendimento ao estudante, problemas de acesso e problemas com senha. O participante precisa apresentar a solicitação de alteração de e-mail, informando corretamente o novo endereço a ser incluído no cadastro.

 Para recuperar senha, o participante deve acessar o Sistema Enade, clicar na opção de autenticação e, em seguida, no link recuperar senha. É preciso preencher corretamente todas as informações solicitadas: CPF do usuário já cadastrado no sistema e e-mail corretamente informado pelo usuário do sistema. Ao clicar no botão confirmar, o Inep encaminhará, automaticamente, uma senha temporária para esse e-mail. Essa senha deve ser usada para acessar o sistema que solicitará outras informações para mudança de senha: login (no caso, o CPF), senha temporária e nova senha, que deve ter de 6 a 20 caracteres e conter letras minúsculas, letras maiúsculas, números (0-9) e símbolos (! @ # $ % & *).

Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

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LEVANTAMENTO

Inep divulga cronograma do Censo da Educação Superior deste ano

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 23, portaria que estabelece o cronograma de etapas e atividades do Censo da Educação Superior 2017. A coleta das informações será feita exclusivamente pela internet, por meio do Sistema do Censo da Educação Superior (Censup). Todas as instituições de educação superior brasileiras, públicas e particulares, deverão preencher os dados no sistema.

A primeira etapa da coleta de informações terá início em dezembro deste ano. No dia 14, começa o período de atualização do cadastro do pesquisador institucional das instituições, que deve ser feito até 31 de janeiro de 2018. A atualização é de responsabilidade do representante legal e do próprio pesquisador institucional. As demais etapas seguem o seguinte cronograma:

1º/2/18 – Abertura do Sistema do Censo da Educação Superior (Censup) para entrada de dados;

1º/2/18 a 24/4/18 – Coleta de dados, por preenchimento dos questionários eletrônicos e por importação de dados pela internet;

25/04/18 a 4/6/18 – Verificação da consistência, conferência, ajustes e validação dos dados coletados;

5/6/18 a 2/7/18 – Consolidação e homologação dos dados;

3/7/18 a 3/9/18 – Preparação dos dados;

14/9/18 – Divulgação do Censo da Educação Superior.

O representante legal de cada instituição é responsável pela exatidão e veracidade das informações prestadas. Já o pesquisador institucional, indicado pelo representante legal, é o agente oficial da instituição junto ao Inep. Cabe a ele responder os questionários, verificar e corrigir os dados declarados e esclarecer questionamentos do Inep referentes ao Censo da Educação Superior.

Censo – O levantamento é pré-requisito para a expedição de atos regulatórios e participação das instituições em programas do Ministério da Educação, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e as bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O censo ainda subsidia a avaliação, a supervisão e o cálculo do conceito preliminar de curso (CPC) e do índice geral de cursos (IGC), indicadores da qualidade da educação superior. As informações também compõem o indicador aluno equivalente – graduação, usado para a distribuição de recursos orçamentários às universidades federais.

Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

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ENEM 2017

FNDE completa 49 anos de ações que beneficiam educação

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao Ministério da Educação, comemora nesta terça-feira, 21, 49 anos de fundação. Responsável por executar parte das ações do MEC relacionadas à educação básica e ao ensino superior, o FNDE também presta auxílio financeiro e técnico aos municípios, executando ações que contribuem para uma educação de qualidade. Sua finalidade é captar recursos financeiros e canalizá-los para o financiamento de projetos de ensino e pesquisa, de acordo com as diretrizes do planejamento nacional da educação. Também é responsável pela execução de projetos e programas relacionados à educação superior e ao ensino técnico.

O FNDE foi surgindo aos poucos, com a fusão de vários órgãos do governo que faziam a gestão da educação. Em 21 de novembro de 1968, o presidente Costa e Silva sancionou a Lei nº 5.537, criando a autarquia que seria responsável pela execução da maioria das ações e programas da educação básica do país, como a alimentação e o transporte escolar.

Dedicação – A equipe que compõe o FNDE é formada por engenheiros, arquitetos, nutricionistas, jornalistas, publicitários, advogados, economistas, pedagogos, administradores, biólogos, psicólogos, educadores físicos, analistas de sistemas e profissionais de outras áreas do conhecimento que, orquestradas, fazem com que todo o país seja alcançado pelos recursos e benefícios geridos pelo órgão. São mais de mil trabalhadores, divididos em Brasília (DF), nos edifícios Sede, Elcy Meireles e o Depósito de Brasília (Debra).

“O FNDE é um orgulho para todo o povo brasileiro”, avalia o presidente da autarquia, Silvio Pinheiro. “É daqui que partem as principais ações no sentido de melhorar a educação do país. Temos um time de servidores extremamente dedicados, que entendem a importância do seu papel e desenvolvem, de forma exemplar, seu trabalho. Por isso, o FNDE é reconhecido internacionalmente pela excelência na execução de seus programas. ”  Pinheiro, que é o 25º presidente da autarquia, lembra: “A primeira pessoa a presidir o FNDE foi uma mulher: Ecilda Ramos. Ela ficou na presidência da instituição por 19 anos, ou seja, mais de um terço de toda história do órgão. Aproveito para homenagear todas as mulheres que trabalham não só no FNDE, mas na educação brasileira, em todos os cantos do país”.

Além da presidência, também compõem a estrutura do FNDE a Procuradoria Federal, a Auditoria Interna e as diretorias de Administração, de Tecnologia, Financeira, de Ações Educacionais, de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais e de Gestão de Fundos e Benefícios.

Entre os programas e ações geridos pela autarquia estão projetos de melhoria da infraestrutura das escolas, como Alimentação Escolar, Biblioteca da Escola, Caminho da Escola, Dinheiro Direto na Escola, Programa Nacional do Livro Didático, Plano de Ações Articuladas, Proinfância e Transporte Escolar. O FNDE também é responsável por repassar a complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE

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UOL EDUCAÇÃO

 

EDUCAÇÃO

Brasil aparece em 41º em ranking mundial de fluência no inglês

A EF publicou recentemente a sétima edição da maior pesquisa sobre proficiência em inglês do mundo, listando os países com a melhor fluência no idioma tanto globalmente quanto por continente/região. O Brasil, infelizmente, não conseguiu um dos três primeiros lugares nem na América Latina. O vencedor mundial foi a Holanda, seguida pela Suécia e Dinamarca.

Veja o top 10 de países não anglófonos mais fluentes no inglês:

  1. Holanda
  2. Suécia
  3. Dinamarca
  4. Noruega
  5. Singapura
  6. Finlândia
  7. Luxemburgo
  8. África do Sul
  9. Alemanha
  10. Áustria

O maior número de países fluentes no inglês encontram-se na Europa, seguido da Ásia, com a Malásia e Filipinas em 13º e 15º lugar.

Brasil

O Brasil teve um resultado mediano, aparecendo quase na metade da lista em 41º lugar entre 80 países. Na América Latina, ele é o quarto, atrás da Argentina, República Dominicana e Costa Rica. O Uruguai ficou em quinto. A média brasileira mantem-se mais ou menos estável desde 2013.

Os cinco estados/regiões do Brasil com melhor fluência na língua inglesa:

  1. Distrito Federal
  2. Rio Grande do Sul
  3. Paraná
  4. São Paulo
  5. Santa Catarina

A importância da língua inglesa

A língua inglesa é considerada universal. A proficiência nela significa atingir uma audiência muito maior, seja na educação, inovação, tecnologia, negócios, economia e em diversos outros campos.

Com certeza, no aspecto educacional, optar estudar em um destes países com fluência no inglês tem inúmeras vantagens. Estudar na Holanda ou Suécia, por exemplo, no topo da lista, significa que suas universidades terão mais opções de estudos ministrados em inglês e a sua população estará mais disposta a compreendê-lo, mesmo que você não fale o idioma nacional.

A Holanda oferece mais de 2.100 cursos lecionados em inglês. Na Suécia, país responsável pela invenção do Skype e Spotify, muitas empresas estabelecem o inglês como idioma oficial de negócios. O inglês é essencial para quem pretende ter uma carreira no exterior, como mostra este artigo.

Estudar em inglês em países não anglófonos

Em muitos casos, estudar nestes países não anglófonos pode ser ainda mais vantajoso. Além de fortalecer o inglês, você pode aprender um segundo idioma estrangeiro – o nacional –, sem contar que o custo pode ser mais barato do que em países como EUA e Reino Unido.

Este é o caso da Finlândia: dependendo da instituição e do curso, o estudante nacional pode pagar entre € 4.000 e € 12.000, uma média bem menor do que os destinos de estudo mais populares.

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RANKING

USP cai, e Unicamp agora é a melhor faculdade do país em ranking dos Brics

 A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) superou a USP (Universidade de São Paulo) e agora é a instituição brasileira mais bem avaliada no ranking da consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS). A classificação divulgada nesta quinta-feira (23) coloca a instituição campineira como a 12ª melhor universidade dos países emergentes, os chamados Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Pelo terceiro ano consecutivo, a USP caiu na classificação e aparece em 13º lugar. Em 2014, a instituição estava em 7º no ranking. Já a Unicamp se mantém na 12ª posição desde 2015.

O Brasil tem oito universidades entre as 50 melhores. Além de USP e Unicamp, também estão na lista Universidade Federal do Rio de Janeiro (31ª), Universidade Estadual Paulista (34ª), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (.42ª), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (46ª) , Universidade Federal de Minas Gerais (47ª) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (50ª).

A análise incluiu o rendimento das 300 melhores universidades das cinco nações que compõem o Brics. O Brasil é o quarto com o maior número de universidades, com 61 instituições no ranking. O País fica atrás da China, que tem 94 instituições, da Rússia, com 68, e Índia, com 65.

Na lista das dez principais instituições, a China lidera com sete universidades. A Índia tem duas instituições nessa relação, e a Rússia, uma.

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CORREIO BRAZILIENSE

 

EDUCAÇÃO

Encceja tem abstenção superior a 50%

A abstenção no Encceja ( Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) deste ano passou de 50%, segundo dado divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nesta terça (21). O índice é similar ao dos anos anteriores e, segundo o instituto, se justifica pelo fato de a prova ser tradicionalmente gratuita.

Os dados apontam que 481.887 (40,3%) candidatos compareceram às provas no período matutino e 534.447 (43,1%) no período verspertino. O Encceja, pelo primeiro ano substituiu o Exame nacional do Esnino Médio (Enem) como possibilidade de certificação de conclusão do ensino médio.

As provas foram aplicadas no último domingo (19) e os participantes terão acesso ao gabarito e ao caderno de questões a partir de 1 de dezembro.

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EDUCAÇÃO

Em virada cultural na UnB, alunos juntam dinheiro para viagem à Amazônia

Alunos da Universidade de Brasília (UnB) precisam arrumar dinheiro para custear uma viagem à Amazônia. Por isso, resolveram promover a Segunda Virada do Saci, evento cultural que ocorre na Praça Chico Mendes (perto do banco Santander), no câmpus Darcy Ribeiro, a partir das 19h desta quinta-feira (23). A festa vai contar com venda de comida, cachaças artesanais e atrações musicais, como Marcelo Café, Trio Santarém e Samba da Floresta. O palco estará aberto ainda a qualquer um dos presentes. Um recital de poesias com o tema consciência negra também vai compor o quadro de apresentações da noite. A entrada é de graça.

A quantia arrecadada durante o evento será usada para pagar o tour organizado pelo Núcleo de Estudos Amazônicos, do Centro de Estudos Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NEAz/Ceam/UnB), que promove atividade de extensão que passará pelos estados de Tocantins, Pará e Mato Grosso durante 15 dias. Cerca de 40 estudantes da disciplina Tópicos especiais sobre a Amazônia e cinco professores de variadas áreas do conhecimento embarcarão na viagem para aprofundar os conhecimentos socioambientais acerca do bioma e da região.

No itinerário, estão inclusas visitas a comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas das regiões Norte e Centro-oeste. O programa prevê ainda estudos mais detalhados do solo e do bioma amazônico. O NEAz foi instituído em junho de 1987, como um dos núcleos de estudos do Ceam. Além de viabilizar pesquisas sobre questões da região amazônica, ele tem o intuito de aproximar a universidade das populações daquela parte do país. Informações: 3107-5889 / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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GLOBO.COM

 

EDUCAÇÃO

Nove em cada dez municípios descumpriram meta fixada em lei de atender metade das crianças nas creches

Só 10,1% dos municípios brasileiros fecharam o ano de 2016 cumprindo a meta de atender 50% das crianças de 0 a 3 anos nas creches. Na média nacional, 27,07% das crianças brasileiras dessa idade eram atendidas, quase a metade do que o previsto em lei.

O prazo e o percentual de atendimento foram definidos por lei no Plano Nacional de Educação (PNE), de junho de 2014. Já o descumprimento da meta foi constatado por um novo sistema de verificação de dados criado pelos tribunais de contas do Brasil.

O sistema on-line, lançado na quarta-feira (22), tem como base o software TC Educa, e foi produzido pelo grupo de trabalho do Instituto Rui Barbosa (IRB) e da Associação dos Tribunais de Contas (Atricon). Ele foi lançado durante um congresso em Goiânia. (Clique para acessar o sistema)

Atendimento dos 4 aos 5 anos

No caso das crianças de 4 e 5 anos, que deveriam estar todas matriculadas na pré-escola até 2016, o número de municípios que cumpriu a meta foi de 14,5%. A taxa de atendimento nacional ficou em 79,32%.

Inclusão das crianças na educação infantil

Veja o número de municípios que cumpriram a meta do Plano Nacional de Educação dentro do prazo*

Fonte: TC Educa, com dados do Censo Escolar 2016 e do Datasus 2012 (*A meta diz que 100% das crianças de 4 a 5 anos e 50% das crianças de 0 a 3 anos deveriam estar matriculadas na pré-escola e na creche, respectivamente, até o fim de 2016)

Desde 2014, com a entrada em vigor do Plano Nacional de Educação (PNE), o governo federal e os governos municipais, estaduais e distrital precisam cumprir 20 metas e mais de 250 estratégias diferentes em vários aspectos da educação. O prazo para o cumprimento de todas as metas é 2024, mas várias delas têm prazos mais curtos.

Para calcular a taxa de atendimento, a plataforma usa duas fontes de dados diferentes, segundo Cezar Miola, coordenador do grupo de trabalho e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS): o Censo Escolar, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e a estimativa populacional do Datasus de 2012, a partir do censo demográfico IBGE de 2010.

"O cruzamento dessas informações resulta no percentual de oferta de vagas à população correspondente", explicou ele ao G1.

Metas prioritárias

Atualmente, o TC Educa já mostra os dados de cada município e estado brasileiro no cumprimento de quatro objetivos. De acordo com o grupo de trabalho, essas metas foram escolhidas "por serem consideradas as mais críticas dentro da educação básica, seja por estarem aquém quanto ao atendimento, seja por já terem prazos de cumprimento ultrapassados".

Veja quais são elas:

    META 1A: ter 100% das crianças de 4 a 5 anos matriculadas na pré-escola até o fim de 2016

    META 1B: ter pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos matriculadas na creche até o fim de 2016

    META 3A: ter 100% dos jovens de 15 a 17 anos matriculadas na escola até o fim de 2016

   META 3B: ter pelo menos 85% dos jovens de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio até 2024

A ideia, porém, é expandir a abrangência do sistema até que ele contemple todas as 20 metas do PNE.

Histórico

Com dados de 2014, 2015 e 2016, o TC Educa permite acompanhar a evolução histórica das secretarias de educação. Ele mostra, inclusive, que alguns gestores não só deixaram de cumprir a meta, como também passaram a ir na contramão dela, com dados de 2016 mais baixos do que os de anos anteriores.

Para Cezar Miola, isso indica que deve haver "um esforço contínuo dos gestores para alcançar as metas, evitando retrocessos". Ele afirma que parte da função de fiscalização dos tribunais de contas é pressionar para que as gestões não percam o ritmo de crescimento das matrículas.

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EDUCAÇÃO

Candidata impedida de prestar Enem em Piracicaba tem prova remarcada

A estudante Rina de Cássia, que não conseguiu fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no segundo dia, conseguiu remarcar as datas para fazer as provas. Ela descobriu um problema de visão na semana entre os dois dias de exame e precisaria de uma lupa para enxergar as questões, mas não pôde entrar na sala com o objeto.

Rina realizou as provas do primeiro dia, em 5 de novembro, com dificuldades para enxergar as questões. Na época, ela pensou que fosse algum problema relacionado à glicose no sangue, mas mesmo assim resolveu averiguar.

No dia 7, ela foi ao médico e descobriu que tem catarata precoce e que precisa de uma cirurgia para voltar a enxergar normalmente. Como não daria tempo de resolver o problema antes do segundo dia de provas, ela resolveu tentar prestar o exame usando uma lupa.

No local de provas, a Faculdade Anhanguera, ela falou com os fiscais de sala, mas não foi permitido usar o instrumento. Segundo ela, o responsável disse a ela no dia que poderia fazer a prova, mas sem a lupa. "Ele disse que eu tinha que ter feito um requerimento, mas eu não sabia", contou. Ela preferiu não prestar o exame sem a lupa, já que teria muita dificuldade.

Depois de sair da sala do exame, Rina procurou a reportagem do G1 para contar o que houve. "Poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa por falta de orientação", disse. Para ela, o importante é alertar os candidatos.

Como não conseguiu fazer a prova, ela tentou entrar em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mas não conseguiu. No entanto, nesta terça-feira (21), o próprio Inep entrou em contato com ela para propor o reagendamento.

Segundo Rina, agora ela vai ter direito a uma prova ampliada, que será aplicada nos dias 12 e 13 de dezembro, e vai poder também usar a lupa, caso seja necessário.

Enquanto isso, ela contou que continua fazendo os exames necessários e pretende cuidar da saúde. "Fiquei feliz. Eu estava preocupada e conseguir fazer a prova vai ser um prazer", comemorou.

O G1 entrou em contato com o Inep, que confirmou a remarcação da prova. "A participante Rina de Cássia abriu uma demanda por meio do 0800. Após a abertura da demanda, o Inep entrou em contato com a participante para informá-la do deferimento da solicitação. Participará da reaplicação, fará a prova dos dois dias, receberá uma prova superampliada e poderá utilizar lupa", diz a nota.

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EDUCAÇÃO

Acusação de racismo faz autora tirar livro 'Peppa' de circulação

A autora Silvana Rando decidiu neste mês tirar de circulação seu livro "Peppa", lançado em 2009 pela Brinque-Book. A decisão foi tomada após a obra ser acusada de ter elementos racistas. No livro, Silvana conta a história de uma menina de cabelos crespos que decide fazer um alisamento e depois desiste da mudança ao se ver impedida de brincar para conseguir manter o visual.

Silvana é autora de mais de 10 livros e já ilustrou mais de 40 obras. Em 2011 foi vencedora do Prêmio Jabuti com "Gildo", na categoria ilustração de livro infantil. Já a obra Peppa foi eleita um dos 30 livros do ano pela Revista Crescer em 2010.

Peppa virou alvo de contestação sobretudo a partir de abril do ano passado, quando a youtuber, empresária de moda e ativista Ana Paula Xongani fez um vídeo no qual apresentava uma resenha com muitas críticas ao livro. "Quando vi o livro fiquei horrorizada", disse Ana Paula. "Todas as páginas deste livro têm um problema. É um livro extremamente racista", acusa Ana Paula.

Nos vídeos, Ana Paula Xongani diz que a obra é adotada pela rede municipal de ensino de São Paulo e que entrou em contato para cobrar que ele fosse tirada de circulação. Procurada pelo G1, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que nunca comprou o livro para o acervo das escolas da rede.

Os ativistas apontam, entre outros, trechos com elementos questionáveis:

    Peppa 'arrasta' geladeira e outros itens com seu cabelo, "resistente como fios de aço".

    A mãe de Peppa usa um alicate para cortar os fios

    A cabeleireira quebra pentes e usa uma furadeira com serra no cabelo de Peppa após 16 horas e quarenta e oito minutos no trabalho de alisamento

    A frase final é criticada por, na visão dos críticos, trazer a oposição entre se encaixar no padrão e encontrar a felicidade: "Lá se foi o cabelão liso e sedoso de Peppa...".

"Que informação a gente está passando para essas crianças? Que seus cabelos são ruins e complicados de tratar? Já Peppa tem que escolher, ter os cabelos lisos e sedosos ou ela vai brincar. Isso é um absurdo, a gente está cerceando a liberdade de brincar com a sua beleza natural", afirma a ativista.

Liberdade de ser criança

Antes de decidir tirar o livro de circulação, Silvana argumentou que sua intenção era justamente questionar o custo de seguir padrões. E que se inspirou em uma amiga de origem asiática que tinha os cabelos crespos.

"O livro em questão fala da vaidade exagerada na infância, de trocar a liberdade de ser criança pelos padrões de beleza (...) O preço que pagamos por tentarmos entrar num molde que não nos pertence. Gostar de como somos é tão maravilhoso que quis deixar isso num livro para as crianças", argumentou Silvana.

Ainda após o post com explicações, Silvana ainda continuou recebendo críticas e acabou reavaliando a decisão de manter a publicação.

"Pedi à editora Brinque-Book recolher o livro com certa urgência. Meu pedido foi aceito e as providências já estão sendo tomadas. Peço desculpa para aqueles que se ofenderam com o livro, e esclareço que essa nunca foi a minha intenção, muito pelo contrário", escreveu a autora.

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FOLHA.COM

 

EDUCAÇÃO

SP pagará a entidade que cumprir meta e evitar evasão no ensino médio

 O governo de São Paulo iniciou nesta quinta-feira (23) um processo para escolher uma proposta de melhoria da educação no Estado, em que o pagamento pelos serviços prestados pela organização vencedora dependerá do cumprimento de metas.

É a primeira vez que esse tipo de concorrência, chamado contrato de impacto social, será testado no Brasil. O objetivo do projeto, com participação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do Insper Metricis, é aumentar a aprovação e a conclusão no ensino médio –e a consequente queda da evasão.

"A educação está anacrônica. O jovem pressente isso e foge. Buscamos alternativas para esse fracasso", diz José Renato Nalini, secretário de Educação de São Paulo.

 O projeto vencedor –que complementará outras políticas da secretaria– será iniciado no segundo semestre de 2018, no final da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Poderão concorrer organizações privadas ou sem fins lucrativos, sozinhas ou em consórcio.

A proposta será implementada em 61 escolas em áreas vulneráveis da região metropolitana. Os resultados dos alunos serão comparados aos de outras 61 escolas da mesma área, que também serão monitoradas, mas não receberão a intervenção.

O objetivo desse formato de avaliação de política pública é garantir que seus efeitos possam ser mensurados. A ideia é que o projeto seja adotado em toda a rede estadual caso seja bem sucedido.

 A principal meta que deverá ser atingida pelo vencedor é um avanço de sete pontos percentuais na taxa de conclusão do ensino médio nas escolas do projeto em relação às que ficarem de fora, após um período de três anos.

Hoje, esse indicador é de apenas 59,2%, em média, no conjunto das 122 escolas, ante 73,8% em todo o Estado.

Se a taxa subir três pontos percentuais nas instituições que serão apenas monitoradas, será necessário um aumento de dez pontos percentuais nas escolas que tiverem recebido a intervenção.

O contrato exigirá ainda um aumento de cinco pontos percentuais no índice de aprovação nas escolas participantes tanto após o primeiro quanto o segundo ano, também em comparação ao possível avanço nas demais. A aprendizagem também será medida e não poderá cair.

Sem o cumprimento das metas, o vencedor não recebe. Pelo modelo, o setor público busca inovação, mas transfere o risco para um parceiro: "O objetivo é que as organizações tenham incentivo para buscar iniciativas que realmente causem impacto", diz Sérgio Lazzarini, coordenador do Insper Metricis.

O edital do processo está aberto para consulta pública no site da secretaria. Encerrada a etapa, em 12 de dezembro, o texto poderá passar por ajustes e, em seguida, as propostas poderão ser recebidas.

O vencedor será o que apresentar o lance mais baixo em relação a um teto de R$ 17,8 milhões pelo total do projeto. O pagamento ocorrerá em três etapas. Além do preço, há outras exigências.

Uma delas é que o grupo já tenha prestado serviços envolvendo um mínimo de 5.400 alunos. A proposta deverá contemplar ainda três eixos de ações escolhidos após um mapeamento das fragilidades do ensino no Estado feito pelo Insper Metricis.

O primeiro deles é garantir maior envolvimento das famílias na vida escolar dos filhos. O segundo é a adoção de mecanismos para motivar o aluno. O terceiro é a apresentação de ferramentas para melhorar a gestão escolar.

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OPINIÃO

A matemática pode ajudar a combater o crime

O grande naturalista inglês Charles Darwin (1809 - 1882) lamentava não ter estudado matemática na juventude pois, dizia, "pessoas com esse conhecimento parecem ter um sentido extra", veem coisas que mais ninguém vê.

Anos atrás tive um aluno de doutorado que encontrou uma aplicação prática para essa ideia: dizia aos colegas que estavam acabando a tese que só com o olhar ele já conseguia descobrir os erros, não precisava nem ler o trabalho.

Era mito, claro, mas deixava os outros nervosos –será que era essa a intenção?– e quero crer que os terá motivado a escrever com mais cuidado.

Mas é um fato que matemáticos conseguem mesmo descobrir erros e fraudes em documentos sem precisar lê-los com atenção.

Foi isso que descobriu em 1993, da pior maneira, o funcionário Wayne J. Nelson da secretaria de fazenda estadual do Arizona. Ele vinha desviando dinheiro por meio de notas frias e era muito bom nisso: todas as contas estavam corretas e ele só falsificava valores pequenos, para passarem despercebidos.

Assim mesmo, quando os matemáticos olharam os valores dos cheques dele perceberam na hora que algo estava errado. O assunto foi investigado: descobriu-se que Nelson tinha roubado mais de US$ 2 milhões. Ele foi julgado e condenado.

A mágica que os matemáticos usaram é chamada lei de Benford, em homenagem ao engenheiro e físico americano Frank A. Benford (1883 - 1948), embora tenha sido descoberta bem antes pelo astrônomo e matemático canadense Simon Newcomb (1835 - 1909).

Em 1881, Newcomb notou que as tabelas de logaritmos que usava estavam muito manuseadas nas páginas com números que começavam com 1 e 2, e cada vez menos à medida que o primeiro dígito dos logaritmos ia aumentando. Num livro de ficção se poderia pensar que os leitores iam perdendo interesse na história, e desistiam de ler. Mas numa tabela de logaritmos?

Para explicar o fenômeno, Newcomb sugeriu que logaritmos começando com dígitos pequenos são mais prováveis, e propôs a seguinte tabela:

Na época isto deve ter parecido uma esquisitice, e o assunto foi esquecido por meio século, até ser redescoberto em 1938 por Benford, que lhe deu fama.

Mais uma vez, foram as tabelas de logaritmos que chamaram a atenção, mas Benford foi mais longe e analisou muitas outras listas de números, para todos os gostos: pesos atômicos de elementos químicos, preços de ações na bolsa de valores, calores específicos de substâncias, resultados das ligas de beisebol, voltagens de aparelhos de raio-X, taxas de mortalidade etc.

O que ele descobriu é extraordinário: em praticamente todas as listas com que lidamos na vida real, há muito mais números começando com 1 do que com 9, obedecendo à tabela acima.

Veja por exemplo, a distribuição do primeiro dígito na lista das populações dos municípios brasileiros em 2017, que acabo de calcular, e compare com a previsão da lei de Benford:

Se este exemplo não o convence, sugiro que anote todos os números que aparecem na edição de hoje da Folha: aposto que cerca da metade começa com os dígitos 1 ou 2.

O que despertou as suspeitas no caso do fraudador Nelson foi que 90% dos cheques dele começavam com os dígitos 7, 8 ou 9. É difícil falsificar uma planilha de tal forma que as contas estejam certas e também valha a lei de Benford, e é isso que torna esta observação tão útil no combate à fraude.

Aliás, existem versões mais refinadas da lei de Benford, que testam os dois ou três primeiros dígitos, e tornam o trabalho do fraudador ainda mais difícil.

Quando escolhemos números ao acaso, todos os dígitos de 1 a 9 são igualmente prováveis, mas a descoberta de Newcomb e Benford mostra que isso não é realístico.

Muitos matemáticos tentaram, com pouco êxito, explicar o paradoxo. Uma dificuldade é que existem algumas listas de números que não seguem essa lei, por exemplo, o catálogo telefônico. Outro mistério é que a lei de Benford é válida para muitas listas "artificiais" de números, tais como a sequência de Fibonacci (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377 etc) ou as potências de dois (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024, 2048, 4096, 8192 etc).

A primeira explicação matemática da lei de Benford foi dada só em 1995, pelo matemático americano Theodore Hill (nascido em 1943), do Georgia Institute of Technology. Seu ponto de partida foi uma propriedade importante chamada invariância de escala. Ela significa que a validade da lei não depende da unidade utilizada.

Por exemplo, mesmo que Nelson tivesse conseguido ajustar os valores dos cheques –em dólar– à lei de Benford, a fraude ainda poderia ter sido descoberta convertendo tudo para reais ou euros e testando nas novas moedas.

Aliás, a lei também não depende da base numérica: os investigadores ainda tinham a opção de passar os valores dos cheques da base decimal para outra base qualquer e testar os primeiros "dígitos" nessas bases. Nelson não sabia no que estava se metendo, comprando briga com os matemáticos.

Em tempo: embora eu tenha de ler as teses dos meus alunos para saber se estão certas, não quer dizer que não seja capaz de pegar um trapaceiro. Caso o leitor duvide, sugiro o seguinte: lance uma moeda ao ar 200 vezes seguidas, anote os resultados (1 é cara, 2 é coroa) na ordem obtida e envie para mim por email. Se achar a tarefa chata, pode trapacear: invente da sua cabeça uma lista com 200 uns e dois e envie. Só que eu vou saber se é trapaça... Duvida?

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

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