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MEIO AMBIENTE

Exposições, debates e degustações mostraram a diversidade e importância do bioma Cerrado

Publicado: Segunda, 18 de Setembro de 2023, 10h17 | Última atualização em Quarta, 25 de Outubro de 2023, 12h42

Programação foi organizada pelos alunos e professores do programa de extensão Minha marmita, nossa saúde

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Na última semana, do dia 11 ao dia 16 de setembro, aconteceu a 3ª Semana Integrada do Cerrado. Esta terceira edição teve como tema “Os 20 anos do Dia Nacional do Cerrado” e contou com a participação de diversos câmpus do IFG e mais de 30 instituições de ensino, órgãos ligados à educação, conselhos, institutos e associações de todo o país. No Câmpus Goiânia Oeste as atividades realizadas foram organizadas por docentes e discentes participantes do programa de extensão Minha marmita, nossa saúde.

Durante toda a semana ficaram expostos no hall de entrada do Câmpus Goiânia Oeste fotos dos frutos e alimentos do Cerrado juntamente com as receitas de como utilizá-los na Mostra de Segurança Alimentar e Nutricional: os sistemas alimentares e seus impactos sobre a biodiversidade do CerradoNa quarta-feira pela manhã, dia 13, os alunos do 2o ano e do 3o ano do curso Técnico Integrado em Nutrição e Dietética do Câmpus Goiânia Oeste e as professoras coordenadoras do programa de extensão Minha marmita, nossa sáude, Camilla Botêga Aguiar Kogawa, Jullyana Borges Freitas, Bárbara Paixão Gois, foram até a reitoria do IFG para realizar a exposição da Mostra de Segurança Alimentar e Nutricional: os impactos dos ultraprocessados no bioma Cerrado e na saúde da sua população. Além de explicar a exposição para os servidores da reitoria e os agricultores da Feira Agroecológica Interinstitucional, que estava ocorrendo simultaneamente a realização da Mostra, os alunos também fizeram avaliação antropométrica dos presentes e apresentaram um teatro de fantoches que focou a importância da alimentação natural ao invés do hábito alimentar dos ultraprocessados.

No mesmo dia, no período vespertino, as docentes coordenadoras do programa de extensão e os alunos bolsistas do programa participaram da live Minha marmita, nossa saúde, pesquisa e extensão e seus impactos para a segurança alimentar e nutricional no Cerrado no canal da Semana Integrada do Cerrado no YouTube. Na quinta-feira, dia 14, aconteceu a Roda de Conversa “O Impacto dos Sistemas Alimentares sobre a biodiversidade do Cerrado”, com a professora Thalita Mendes Resende no hall superior do Câmpus Goiânia Oeste. Para fechar as atividades da programação da 3ª Semana Integrada do Cerrado no Câmpus Goiânia Oeste, os alunos do 1o ano do curso Técnico Integrado em Nutrição e Dietética, juntamente com a técnica do Laboratório de Nutrição e Dietética, Letícia de Almeida Nogueira e Moura e as professoras do programa de extensão Minha marmita, nossa saúde realizaram na sexta-feira, dia 15, uma degustação de alimentos do cerrado, uma mostra de plantas e sementes típicas do bioma, a apresentação do Teatro de Fantoches e a experimentação na Cabine Sensorial.

“Para nós enquanto câmpus dessa região centro oeste e que oferta cursos com a premissa de trabalhar com o eixo de promoção da saúde, trabalhar com a temática da segurança alimentar na Semana Nacional do Cerrado foi muito importante. A promoção da saúde envolve levar para o sujeito a compreensão que ele é responsável por suas escolhas, por suas ações, por atitudes mais saudáveis, que ele pode alterar sua rotina, seu dia a dia com a sua família, ele é sujeito ativo de tudo que está relacionado com a sua saúde e no caso da alimentação não é diferente. As mostras que foram expostas no Câmpus Goiânia Oeste e na reitoria do IFG foram realizadas com o objetivo de ressaltar o impacto que os sistemas alimentares, os sistemas produtores de monoculturas em detrimento da natureza nativa do bioma cerrado têm impactado a nossa biodiversidade e o meio ambiente como um todo. Esse tema também foi bem discutido na nossa videoconferência e na nossa roda de conversa com a nossa professora convidada, Thalita Resende. Thalita abordou os efeitos dessas monoculturas no teor de carbono do solo, na liberação de dióxido de carbono na atmosfera e o efeito estufa. É um ciclo, são sistemas que estão relacionados, a forma como você produz, implementa a agricultura, impactam o meio ambiente, impactam a biodiversidade, impactam a produção alimentícia e as nossas escolhas alimentares. A exemplo disso temos a indústria dos ultraprocessados, são alimentos ricos em açúcar, gorduras, sódio e que tem a sua maior parte como base a farinha de milho, a farinha de soja, o óleo de soja, ou o próprio açúcar proveniente da monocultura da cana de açúcar. Os sistemas alimentares que são baseados na monocultura, além da degradação do meio ambiente e da redução da diversidade do cerrado, ele também está associado a essa indústria de alimentos ultraprocessados, de baixo valor nutricional, e tudo isso influencia no meio ambiente e na saúde da nossa população. Foi muito bom trabalhar com esse tema durante a semana, os nossos estudantes, docentes, servidores técnicos administrativos, terceirizados e até visitantes da comunidade externa, tiveram a oportunidade de conversar sobre o assunto, conhecer um pouco mais do nosso bioma e de valorizar tudo isso”, afirmou Jullyana Borges de Freitas, professora do câmpus e uma das coordenadoras do programa de extensão Minha marmita, nossa saúde.

Para Sarah Mendanha Lenza, aluna do 2o ano do curso Técnico em Nutrição e Dietética e bolsista do programa de extensão, as atividades da Semana Integrada do Cerrado no Câmpus Goiânia Oeste foram muito importantes para a comunidade conhecer o bioma e conscientizar-se da sua preservação. “Para preservar o cerrado eu acho que a primeira parte é o conhecimento, tem muita gente que não conhece, e essa semana foi uma oportunidade de conhecer, a parte da comida, da observação, as receitas que foram expostas, a pessoa viu ali um fruto e não gostou, mas viu ele em uma preparação e passou a gostar. Na roda de conversa com a professora Thalita aprendemos muito sobre a relação entre a monocultura e a preservação do cerrado, como a monocultura interfere no solo e na diversidade do cerrado. Acredito que todas as atividades contribuíram com a preservação do cerrado porque trouxeram a conscientização, mostraram que isso aqui é nosso, é típico da nossa cultura, nossos costumes, nossos valores, trabalharam essa questão do pertencimento. As receitas que foram expostas, a cabine sensorial, foi tudo um complemento e casou tudo muito bem para trazer o conhecimento, a questão do pertencimento e a conscientização da preservação do nosso Cerrado”, destacou Sarah. 

A discente ainda ressaltou como a organização e participação nas atividades da Semana Integrada do Cerrado trouxeram momentos de interação com a turma e a comunidade acadêmica. “Foi uma semana de grande envolvimento e interação da turma. As ações foram as professoras que propuseram e elas dividiram as turmas para ficar responsável por cada atividade. Nós ficamos responsáveis por fazer a casinha do teatro dos fantoches. Os fantoches nós fizemos durante a aula que a professora Franciele ministrou no programa de extensão Minha Marmita, tivemos que fazer somente a casinha. Dentre as atividades, uma das que mais gostei foi de ter ido na reitoria, para mim é muito significativo sair da sala de aula e ter contato com a comunidade, explicar e passar o conhecimento que temos recebido. Os servidores da reitoria gostaram, receberam a gente super bem. O pessoal da Feira Agroecológica também. A parte da degustação e da cabine também foi muito legal, estava lotado. Degustação sempre atrai as pessoas (risos). Tinham os cheiros, as texturas, as formas diferentes, ficou tudo muito bem organizado. Eu gostei de praticamente tudo que experimentei, a geleia de cajá era uma delícia. Os frutos do cerrado tem um gosto forte, ou você gosta muito ou você odeia, eu sou do time dos que gostam muito. A roda de conversa com a professora Thalita de Geografia foi muito rica, todo mundo ficou muito interessado no tema da pesquisa que ela apresentou. A relação da monocultura com os alimentos ultraprocessados que ela mostrou. Foi uma semana muito divertida e rica em conhecimento”, contou Sarah.

“O tema discutido na nossa Roda de Conversa foi parte da minha tese de Doutorado. Confesso ter sido muito prazeroso e gratificante compartilhar com nossos estudantes, colegas docentes e servidores parte da minha pesquisa. Muito bom ver os olhinhos curiosos, atentos e brilhando com tudo que era dito. Acredito que o nosso diálogo frente aos resultados apresentados trouxeram muitas reflexões, especialmente no que diz respeito ao uso e manejo dado ao solo e a importância da preservação do nosso bioma Cerrado. A Semana Nacional do Cerrado desempenha um papel fundamental no conhecimento, conscientização e mobilização dos estudantes e da sociedade para proteger esse patrimônio natural. O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, abrangendo uma vasta área central do país. É conhecido por sua biodiversidade única e paisagens variadas. No entanto, esse bioma vem se modificando pela conversão do uso e manejo das terras em função da crescente exploração agropecuária no país, a qual tem levado a uma rápida degradação do solo. A qualidade do solo pode ser monitorada por meio de um conjunto mínimo de variáveis químicas, físicas e biológicas. Dentre estas variáveis, encontra-se o carbono orgânico total ou matéria orgânica do solo. Mudanças no uso do solo e no manejo podem induzir à diminuição do estoque de carbono, a degradação dos solos e ecossistemas e ao aumento da quantidade dos gases do efeito estufa liberados para a atmosfera”, explicou a professora Thalita Resende. 

Letícia de Almeida Nogueira e Moura, técnica do Laboratório de Nutrição e Dietética do Câmpus Goiânia Oeste também destacou como as atividades realizadas durante a semana foram importantes para aproximar a comunidade acadêmica da diversidade e particularidades do Cerrado. “A cabine sensorial proporcionou ao público a oportunidade de contemplar, tocar, sentir o aroma e receber informações sobre  plantas e frutos nativos do cerrado. O público se impressionou com os diferentes sabores que foram demonstrados através da degustação de alimentos e preparações regionais. Ao mesmo tempo, apresentações artísticas musicais e teatrais encantaram e estimularam o reconhecimento e a aproximação ao bioma. Além de todos esses momentos, o público ainda teve a possibilidade de registrar sua presença com fotografias na caixa decorada com diversos elementos do cerrado, um momento divertido e informativo para os visitantes. A imersão no cerrado, com essas atividades que estimulavam todos os sentidos, proporcionou um aprendizado muito rico e muito satisfatório para todos que estiveram envolvidos desde a sua produção até a sua contemplação. Essa atividade tornou possível a sensibilização do público presente para a importância da preservação do cerrado em todos os seus aspectos”, ressaltou Letícia.

Juliana Ferreira Passos, estudante do 1o ano do curso Técnico em Análises Clínicas participou das atividades que aconteceram na sexta-feira, dia 15, no Laboratório de Nutrição e Dietética: “Foi bem legal a experiência que eu tive lá embaixo no laboratório e na cabine. Estava bem cheio, quase não consegui entrar. Gostei muito de experimentar os alimentos e do teatro dos fantoches”. Lucia de Lucia, a intercambista italiana, também aprovou a degustação das receitas produzidas com os frutos do cerrado: “Comi muitas coisas diferentes, comi o pequi que tanto falam, mas não gostei. Experimentei tudo que estava lá, gostei muito de experimentar, conhecer, não conhecia nada. O doce de leite eu gostei muito, teve outras que gostei também, mas não lembro o nome. Foi muito bom experimentar essas comidas porque elas me aproximaram muito mais da cultura local”.

Para a aluna Maria Eduarda Teles Moreira do 2o ano do curso Técnico em Nutrição e Dietética a pasta de pequi foi uma das melhores preparações degustadas: “A parte da cabine sensorial foi muito interessante e da degustação também. Tinha várias coisas ali que eu nunca tinha experimentado. É importante a gente conhecer e saber que o alimento vem do cerrado, que precisamos manter aquilo e preservar para não acabar, como o pequi, que não pode acabar (risos)”. Maria Eduarda também ressaltou como gostou de ter participado da Mostra de Segurança Alimentar e Nutricional: “Foi a primeira vez que fomos na reitoria e foi muito bom apresentar a mostra ali, ver o interesse e envolvimento das pessoas”.

Assim como Maria Eduarda, Kauê Duailibe Murici Borges, também estudante do 2o ano do curso Técnico em Nutrição e Dietética, gostou de ter participado das atividades realizadas na reitoria e de ter participado da Feira Agroecológica Interinstitucional. “Foi maravilhosa a troca de conhecimento que tivemos com o pessoal da feira, eles passaram conhecimento pra gente e nós passamos pra eles. A gente estudou a cultura do cerrado, o povo que é muito trabalhador, deu para vermos isso conversando com os agricultores ali. Preservar nossa cultura alimentar é preservar o cerrado. O Cerrado é uma das regiões com maior diversidade cultural e é muito importante passarmos isso para as outras pessoas”, contou Kauê.

“O programa de extensão Minha marmita, nossa saúde é feito a muitas mãos, não só dos docentes da área de nutrição, mas também da área de linguagem, da área de música, da área de informática, da área da psicologia, temos a colaboração dos professores André Rodrigues Coimbra, Alessandro da Costa, Ádria Assunção Santos de Paula e Franciele Magalhães Crosara. Temos também servidores técnicos administrativos muito envolvidos com o programa, como a nossa técnica do laboratório, a nutricionista Letícia Moura. Tivemos participações especiais nas últimas edições do projeto, como o servidor Bruno. O programa de extensão Minha Marmita, nossa saúde é um trabalho muito rico, construído a muitas mãos e que tem gerado frutos significativos como foi esse da Semana Integrada do Cerrado. Foi muito gratificante ver o trabalho realizado essa semana por toda a equipe”, destacou Jullyana Borges de Freitas, coordenadora do projeto.

 

Confira aqui o álbum com as fotos das atividades realizadas na Semana Nacional do Cerrado

 

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Goiânia Oeste

 

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