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SEMINARIO

89% dos estudantes do IFG têm perfil de demandantes da assistência estudantil

Publicado: Domingo, 29 de Novembro de -0001, 21h00 | Última atualização em Segunda, 14 de Dezembro de 2020, 18h09

Número de atendidos aumentou, mas há demanda reprimida e falta equipamentos, como restaurantes e moradias estudantis

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Os estudantes do Instituto Federal de Goiás (IFG) são, em sua maioria, jovens, de famílias pobres com renda bruta familiar de até R$ 2 mil), pardos e pretos. O diagnóstico socioeconômico dos alunos foi apresentado durante o 3º Seminário de Assistência Estudantil, precedendo debate sobre permanência e êxito na Instituição.

O diagnóstico socioeconômico dos estudantes foi apresentado, na noite de terça-feira, pela nutricionista Denise Gonçalves, coordenadora-geral de Assistência Estudantil, e pelo professor Willian Batista dos Santos, diretor de Ações Sociais da Pró-Reitoria de Extensão. Após a apresentação, os pró-reitores Daniel Barbosa, de Extensão, e Oneida Irigon, de Ensino, falaram sobre os avanços ocorridos na assistência estudantil e os seus desafios atuais.

Entre os dados do perfil dos estudantes do IFG, destaca-se especialmente a questão da situação econômica. Cerca de 70% dos alunos pertencem a famílias com renda bruta familiar mensal de até R$ 2 mil. Cerca de 49% tem renda familiar mensal por pessoa de até meio salário mínimo e, cerca de 40%, entre um e um meio salário mínimo.

Com a soma, cerca de 89% dos estudantes do IFG estão em situação de vulnerabilidade social e, portanto, deveriam ser atendidos pela política de assistência estudantil. Os números são gerais e foram coletados por meio de questionário socioeconômico respondido pelos alunos. Mas há diferenças entre os diversos públicos do IFG.

Segundo os dados apresentados, o maior número de estudantes em vulnerabilidade social está nos cursos EJA e, o menor, nos cursos de pós-gradação (especializações e mestrados). Entre os cursos superiores, o perfil dos alunos das licenciaturas aproxima-se do perfil dos alunos dos cursos EJA.

Também há distinções entre os vários câmpus do IFG. O Câmpus Águas Lindas é o que apresenta maior número de estudantes em vulnerabilidade social. Em segundo lugar está o Câmpus Cidade de Goiás e, depois, o Câmpus Uruaçu.

Atualmente, cerca de 72% conta com algum atendimento, sendo que os alunos dos cursos técnicos de tempo integral têm o auxílio universal de alimentação e, os alunos dos cursos na modalidade de educação de jovens e adultos (EJA), o auxílio universal de permanência.

Segundo Denise, o grande gargalo é atender a demanda com o orçamento destinado à assistência estudantil, que é insuficiente. Neste ano, foram destinados cerca de R$ 8,5 milhões, o que corresponde a um total de R$ 900 por aluno/ano.

Avanços
O pró-reitor de Extensão informou que, para o ano que vem, haverá um pequeno aumento no orçamento da assistência estudantil, mas afirmou que os recursos continuarão insuficientes. Um dos problemas, explicou, é que os recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAE) são destinados aos estudantes do ensino superior e o IFG tem de dar conta também dos estudantes do ensino médio, sem que haja recursos específicos para esse atendimento.

Daniel falou dos avanços obtidos nos últimos anos, como a execução integral dos recursos do PNAE, a descentralização dos recursos para os câmpus e a criação das comissões permanentes de Assistência Estudantil e de Permanência e Êxito. Mas, segundo ele, é preciso avaliar a política em curso e definir o que precisa ser aprimorado. Citou a falta de equipamentos da assistência estudantil: “em alguns câmpus temos restaurantes, em outros não; em nenhum temos moradia estudantil”, comentou.

A pró-reitora de Ensino, professora Oneida Irigon, apresentou o Plano Estratégico de Permanência e Êxito do IFG, com validade para o período de 2018-2020. Segundo ela, cada câmpus fez o levantamento de seus dados e, com base neles, seus diagnósticos. Entre os dados levantados estão as causas da evasão, que incluem fatores pessoais, fatores externos e fatores internos.

Oneida defendeu uma maior articulação entre os diversos setores do IFG. Para ela, todos os servidores da Instituição, em alguma medida, estão envolvidos nas ações de ensino, pesquisa e extensão e é preciso mais recursos humanos para o desenvolvimento das políticas e ações institucionais.

Segundo Oneida, os dados que a Instituição possui e outros que podem ser levantados e analisados vão contribuir para a reformulação do Plano de Permanência e Êxito e para a elaboração das políticas de acesso, permanência e êxito.

O 3º Seminário de Assistência Estudantil do IFG termina nesta quarta-feira, às 16 horas, com a palestra “Desigualdade, saúde mental e impactos psicossociais da pandemia”, proferida por Danilo Oliveira e Silva, psicólogo da CAE do Câmpus Itumbiara. Acompanhe pelo canal do YouTube IFG Comunidade.

 

Veja a íntegra da apresentação do Diagnóstico socioeconômico e o debate no canal do YouTube  IFG Comunidade.


Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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