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CIÊNCIA

12º Seminário de Iniciação Científica apresenta resultados de mais de 350 pesquisas

Publicado: Quinta, 28 de Novembro de 2019, 11h03 | Última atualização em Segunda, 06 de Janeiro de 2020, 16h21
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Não é todo dia que mais de 300 estudos científicos são apresentados à comunidade, com resultados de um trabalho realizado durante um ano. Em diversas áreas do conhecimento e oriundos dos diferentes câmpus do Instituto Federal de Goiás (IFG), alunos apresentaram durante todo o dia de ontem, 27, no Câmpus Aparecida, os trabalhos de pesquisa realizados por meio do programa de Iniciação Científica e Desenvolvimento Tecnológico. Na forma de pôster ou apresentação oral, a etapa é obrigatória aos bolsistas e voluntários, que durante 12 meses se dedicaram a estudar um tema específico, em intenso trabalho de coleta de dados, análise e, agora, divulgação científica, no 12º SICT, que reuniu mais de 600 estudantes e pesquisadores.

A estudante Hellen Souza Leite faz o curso Técnico Integrado em Química no Câmpus Aparecida de Goiânia pesquisou, pelo período de um ano, os efeitos negativos da Sangra d’Água (croton urucurana baill), uma planta típica do cerrado, para o desenvolvimento de outras. “Pra mim, a pesquisa foi uma oportunidade de conhecer mais as propriedades das plantas da nossa região e estar no Seminário representa um engrandecimento da pesquisa, porque ela ganha visibilidade e pode contribuir com outros trabalhos”, afirmou a estudante, que teve orientação do professor Antônio Zenon Antunes Teixeira.

Na área de sustentabilidade e visando à economicidade, um grupo de três estudantes pesquisaram o uso de pneus inservíveis para construção de telhados para casas, com a pesquisa: Flexotelha - o aproveitamento de pneus inservíveis na produção de sistema de cobertura para habitação de interesse social. Eles avaliaram a questão térmica, se é viável ter uma cobertura com esse tipo de material tendo em vista a temperatura interna de uma casa, por exemplo. Estudantes do 8º período de Engenharia Civil do Câmpus Goiânia, Igor Ferreira dos Santos, Ariane Rosa Vieira e Wayron Neves Pinto, explicam que essa é uma ideia que não partiu deles, mas que pode ser mais econômico para o consumidor final do que a utilização de material tradicional na construção de telhados, como telhas de cerâmica ou tipo PVC.

Por ser uma pesquisa inicial, eles ainda não conseguiram fazer as avaliações para que o projeto seja efetivado, em termos das exigências do Corpo de Bombeiros, por exemplo. “Como ainda não tem patente, avaliamos apenas conforto térmico, a questão de incêndio e outras devem ocorrer com o prosseguimento do trabalho, com essas avaliações”, comentam. Para Igor, pelos resultados encontrados, ele acha que pode ser viável pelo viés sustentável, além de ter apresentado bom desempenho térmico, mas que antes de mais nada é preciso atender uma exigência que apareceu como resultado da pesquisa: na estrutura, é fundamental construir uma laje de concreto por baixo, caso esse tipo de telhado seja para uso doméstico.

Sobre o processo de produção da pesquisa, de participar de um programa de iniciação científica, Wayron afirma que, como uma primeira experiência, foi bom porque foi necessário “aprender sobre escrita científica, saber pesquisar, fazer ensaios e artigos, que ainda serão submetidos. Quanto mais produção melhor”, finaliza. O projeto foi realizado sob orientação do professor Paulo Francinete Silva Junior.

Humanas

A pesquisa também permeou o universo da arte, nesse 12º SICT, com o trabalho A arte da discórdia: reflexões sobre a arte contemporânea, de autoria das estudantes Luana Simões da Mata e Ana Clara de Souza Nunes, e sob orientação da professora Mônica Mitchell, todas do Câmpus Inhumas. As pesquisadoras explicam que buscaram respostas para a pergunta: “até onde vai o limite da arte?”. Por meio da análise do filme The Square – A arte da discórdia, realizaram um estudo conceituando a arte da discórdia apresentada no filme, colocando a arte como algo que deve incomodar, “a arte tem esse papel, criticar e incomodar as pessoas”, ressaltam as estudantes.  Mesmo que a arte contemporânea ainda seja de difícil compreensão para o público, Mônica pontua que a falta de entendimento também pode fazer com que as pessoas busquem os significados do que assistiram ou presenciaram. “Hoje, com apenas 70 anos, o papel da arte contemporânea é fazer refletir, com base nas suas experiências. Uma opção são ações educativas junto com os artistas, num evento, é bacana pra gente entender o universo deles”, diz.

Além da pesquisa, as alunas também realizaram visitas técnicas, participaram de exposições de arte, apresentaram o trabalho em outros locais, como no IFG – Câmpus Senador Canedo, e “vivenciaram na prática” os estudos realizados. Sobre a conclusão, Luana e Ana Clara deixam claro que não há desfecho, pois a interpretação da arte, em qualquer das suas formas, é pessoal, individual, “é muito relativo, cada um tem interpretações e significados diferentes. O que a arte quer é provocar”, finaliza.

Também na área de humanas, pesquisa associando Literatura, análise sociocultural e redação foi desenvolvida pelo estudante Luís Fernando Peixoto, do curso Técnico em Agroindústria do Câmpus Inhumas. Ele pesquisou a formação e os objetivos do Clube do Livro, que é realizado em seu câmpus, sob orientação do professor Daniel Aldo Soares, com foco nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Luís Fernando conta que o projeto começou somente com estudantes do IFG - Câmpus Inhumas, mas que depois foi expandido para o público externo e que possibilitou muito bons resultados nas redações do Enem, segundo relataram os próprios participantes do projeto.

Estudantes de cursos de nível superior também apresentaram resultados de suas pesquisas no 12º Seminário de Iniciação Científica do IFG. Raquel Nogueira e Anderson Souza da Silva, por exemplo, fazem, respectivamente, os cursos de licenciatura em Ciências Sociais e licenciatura em Química no Câmpus Anápolis. Sob orientação da professora Dayanna Pereira dos Santos, eles realizaram pesquisas envolvendo aspectos diferentes com um grupo de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que viveram a experiência do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) em Goiás, no período de 1964 a 1985. “As pessoas aprendiam a ler e a escrever, mas continuavam analfabetas funcionais. Elas acharam que a experiência foi positiva, mas não sabiam o que estava por trás”, relata Anderson.

O evento é organizado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação do IFG. Segundo o pró-reitor da pasta, Paulo Francinete, esse é um momento de dar visibilidade não só aos trabalhos, mas ao papel social da Instituição e a um programa que promove a pesquisa, desperta autonomia no estudante, e faz a integração com o ensino e a extensão, que são os pilares institucionais. “É um ganho não só para a instituição, mas para a sociedade, poder devolver em forma de conhecimento científico e projetos que atuem em melhorias no cotidiano das pessoas”, comenta.  

Conheça os títulos dos trabalhos apresentados.

Vejas fotos no álbum do Facebook do IFG.

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria / Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida

 

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