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Goiânia, 18 de maio de 2017

Publicado: Quinta, 18 de Maio de 2017, 12h52 | Última atualização em Quinta, 18 de Maio de 2017, 13h01

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Na Câmara, Ministro Mendonça Filho afirma ser contra a terceirização de professores

Inscrições para competição podem ser feitas até sábado, dia 20

Deputados conhecem cartilha para conselheiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar

Revista de Estudos Pedagógicos recebe nota máxima da Capes

Surdos ou pessoas com deficiência auditiva terão acesso a videoprova

UOL EDUCAÇÃO

Educação sobre gênero previne violência sexual, diz especialista

Diferença entre Enem e Vestibular

CORREIO BRAZILIENSE

Estácio promove programa para formação de professores da educação infantil

UnB promove ação de combate à LGBTfobia no câmpus de Ceilândia

GLOBO.COM

Ministro da Educação diz que 'novo Fies' deve sair nas próximas semanas

Só em 6 dias de 2017 nenhuma escola municipal do Rio fechou por tiroteios

A dois dias do fim do prazo, Enem 2017 recebeu metade das inscrições de 2016

FOLHA.COM

Mesmo com mais educação, mulheres ainda ganham menos do que homens

Jovens apelam à Justiça para cursar a faculdade antes de terminar o colégio

 

N O T Í C I A S      D  A      E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Quinta-feira, 18/05/2017

 

AUDIÊNCIA

Na Câmara, Ministro Mendonça Filho afirma ser contra a terceirização de professores

Em audiência pública realizada nesta quarta-feira, 17, na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Mendonça Filho, enfatizou ser contra a terceirização de professores e o fim da aposentadoria especial para a categoria. Na visão do ministro, trata-se de uma profissão que merece atenção especial.

A afirmação foi feita em resposta às colocações do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), que também questionou sobre o motivo das mudanças na composição do Fórum Nacional de Educação. Mendonça Filho informou que, neste caso, houve um retorno à formação original. Segundo ele, o governo anterior publicou um decreto por meio do qual a Conferência Nacional de Educação (Conae) seria realizada antes das etapas estaduais e municipais, com propósitos políticos referentes às eleições de 2018. “Transformar o fórum em instrumento para a discussão político-partidária eu não vou admitir. O MEC é para discutir educação”, frisou.

Durante a audiência, o ministro fez um diagnóstico da educação no país – como encontrou a pasta há um ano, as atuais ações e o que será feito para melhorar o sistema de ensino. Mendonça Filho reafirmou a postura atual do governo federal de investir com eficiência, o que, segundo ele, não ocorreu na gestões anteriores, já que em 12 anos o orçamento do MEC triplicou, mas a educação no país piorou.

Na aferição mais recente do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), exame que mede a qualidade da educação no mundo, o Brasil ficou na 59ª posição em leitura e na 66ª em matemática, em um ranking de 72 nações. Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) também deixaram a desejar, com o ensino médio estagnado em 3,7 pontos na média nacional das escolas públicas, abaixo dos 4,3 pretendidos.

De acordo com Mendonça Filho, em relação a dívidas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), houve um rombo de R$ 10,6 bilhões relacionado a obras autorizadas no governo anterior. “Isso, em termos de orçamento comprometido, é algo que representa seis anos de execução. Só que a gente tem que ter critério para atender novos pleitos essenciais e, ao mesmo tempo, tocar o que foi herdado, fruto de uma política de espalhar obras pelo Brasil sem analisar se havia ou não capacidade financeira”, disse.

O ministro informou que, entre maio e dezembro do ano passado, o FNDE concluiu 1.720 obras na educação básica, além de 168 na rede federal de educação profissional e 528 nas universidades federais, com um investimento de R$ 2 bilhões. Houve, ainda, o resgate de R$ 4,7 bilhões de um total de R$ 6,4 que estavam contingenciados.

Foram garantidos, também, recursos para novas vagas e pagamento da taxa de administração do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); a liberação de R$ 700 milhões para a Bolsa Formação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), antes zerada; e a retomada e aperfeiçoamento de outros programas importantes. Entre eles, o de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic em Ação); o Mais Educação, de escolas em tempo integral; o Brasil Alfabetizado, de educação de jovens e adultos; e o Ensino Médio Inovador.

Além disso, o investimento de R$ 700 milhões no MedioTec, programa de oferta de cursos técnicos em paralelo ao ensino médio regular nas escolas públicas, garantiu a abertura de 80 mil vagas. As matrículas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foram ampliadas de 138 mil para 738 mil. Já as universidades e institutos federais tiveram 100% de orçamento e custeio liberado, o que não ocorria desde 2014.

Assessoria de Comunicação Social

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OLIMPÍADA DE ROBÓTICA

Inscrições para competição podem ser feitas até sábado, dia 20

Estudantes de escolas públicas e particulares de todo o país que quiserem participar da Olímpiada Brasileira de Robótica (OBR) têm até sábado, 20, para se inscrever. Pode entrar na competição quem estiver cursando os ensinos fundamental, médio ou técnico. O objetivo é identificar jovens talentosos e promover debates no processo educacional brasileiro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pela internet.

A OBR tem duas modalidades independentes: teórica e prática. A teórica não exige do aluno o conhecimento específico de robótica. Na primeira fase, as provas serão feitas na escola de cada estudante inscrito e as questões vão envolver problemas práticos do dia a dia a partir da robótica. No ano passado, mais de 110 mil alunos se inscreveram nesta modalidade.

Já a prática traz um desafio: equipes de até quatro alunos terão que construir um robô totalmente autônomo, ou seja, sem controle remoto, e que seja capaz de navegar por um terreno acidentado, localizar vítimas e resgatá-las. Os inscritos nessa modalidade terão que participar de eventos regionais e, de acordo com sua pontuação, se classificarão às etapas estaduais e à final nacional, que ocorrerá em Curitiba em novembro deste ano.

O coordenador-geral da OBR, Rafael Aroca, afirma que participar da olimpíada tem mudado a vida de muitos estudantes. Ele conta que recebe depoimentos de vários de alunos que não pensavam em concluir os estudos além do ensino médio e que mudaram de ideia após participar da competição. “A gente vê que melhoram muitos aspectos pessoais dos participantes, como a autoestima, a capacidade trabalhar em equipe, a persistência”, ressalta.

Serão premiados os estudantes que alcançarem as maiores notas nas etapas regionais e na nacional e aqueles que se destacarem por aspectos como melhor improvisação ou melhor apoio às equipes. Também haverá desafios surpresas, com tarefas especiais sorteadas na hora dos eventos, exigindo que os grupos façam adaptações em seus robôs.

A Olímpiada é coordenada pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) também participa da organização.

As inscrições podem ser feitas na página eletrônica da Olimpíada Brasileira de Robótica.

Assessoria de Comunicação Social

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AUDIÊNCIA

Deputados conhecem cartilha para conselheiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar

De maneira a fortalecer o controle social e a boa aplicação dos recursos públicos, o ministro da Educação, Mendonça Filho, firmou o compromisso de distribuir em todas as prefeituras brasileiras a 6ª Cartilha para Conselheiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), apresentada nesta quarta-feira, 17, na Câmara dos Deputados. Antes, o material – resultado de uma parceria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com o Tribunal de Contas da União (TCU) – estava disponível apenas em formato digital.

“Desejamos que esta cartilha seja o livro de cabeceira de prefeitos, secretários de educação e conselheiros de todo o país. O Pnae a cada ano se fortalece como programa de Estado, que existe há mais de 60 anos, reforçado por iniciativas como esta”, disse o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro. A cartilha explica de maneira didática o funcionamento do Pnae e dá o passo-a-passo da fiscalização dos recursos da merenda escolar.

A publicação se destina aos mais de 80 mil integrantes dos Conselhos de Alimentação Escolar em todo o Brasil, responsáveis por monitorar a aplicação dos recursos públicos enviados pelo FNDE aos municípios. Essa verba deve ser investida unicamente na compra de alimentos para os estudantes.

Após sete anos sem reajustes, o governo federal aumentou em 20% o valor per capita das refeições repassado pelo Pnae aos ensinos fundamental e médio. Isso fez o orçamento do programa saltar de R$ 3,6 bilhões em 2016 para R$ 4,15 bilhões em 2017. “Estamos em um bom caminho. O orçamento do MEC cresceu de 2016 para 2017. Mas não apenas ter mais recursos é importante, como também gastar bem os recursos que temos. É nossa missão, nossa responsabilidade e nosso compromisso”, disse o ministro da Educação Mendonça Filho.

Durante a cerimônia na Câmara dos Deputados, o presidente do TCU, Raimundo Carreiro, falou da importância da cartilha para a erradicação da fome, uma das metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Agenda 2030. “A cartilha é um trabalho conjunto que visa incentivar e aprimorar a atuação dos conselheiros. Queremos, dentro das metas estabelecidas pela ONU, acabar com a fome e assegurar a educação inclusiva a mais de 42 milhões de alunos”, afirmou.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar estabelece que 30% dos recursos destinados à merenda devem ser usados na compra direta de produtos da agricultura familiar, o que contribui para o desenvolvimento econômico e sustentável de comunidades. Atualmente, mais de 50 milhões de refeições são distribuídas diariamente em 150 mil escolas públicas e conveniadas.

Assessoria de Comunicação Social

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PESQUISA

Revista de Estudos Pedagógicos recebe nota máxima da Capes

Publicada há 73 anos, a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP), editada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), tem agora nota máxima no Qualis Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Com a avaliação do triênio 2013-2015, a RBEP passa a ter qualificação A1 na área ensino e A2 em educação. A revista científica figurava como publicação B1 desde 2010.

A elevação do padrão de qualidade da RBEP é resultado de uma série de ações da Diretoria de Estudos Educacionais (Dired) do Inep nos últimos anos, como investimento na capacitação da equipe, maior captação de artigos internacionais, indexação em bases de dados nacionais e internacionais, participação da equipe em eventos na área da educação e a migração para uma versão mais atualizada do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER).

A RBEP, criada em 1944, é um periódico quadrimestral publicado em formato impresso e eletrônico. A revista publica artigos inéditos resultantes de pesquisas que apresentem consistência, rigor e originalidade na abordagem do tema e contribuam para a construção do conhecimento na área da educação. A publicação também contém relatos de experiências e resenhas.

Artigos – O sistema Qualis Periódicos é usado para classificar a produção científica dos programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos. O processo foi concebido para atender necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações fornecidas por meio de um aplicativo de coleta de dados. O Qualis Periódicos contém uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção.

Mais informações sobre os critérios para a submissão de artigos no sistema da RBEP podem ser acessadas no portal do Inep.

Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

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ENEM

Surdos ou pessoas com deficiência auditiva terão acesso a videoprova

Novidade na edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a videoprova traduzida em Língua Brasileira de Sinais (libras) é um dos três recursos disponíveis para o atendimento especializado a participantes com surdez ou deficiência auditiva. Para que essa população conheça melhor o recurso que será usado pela primeira vez em grande escala em todo o país, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentou a prova montada a um estudo realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que já oferece essa opção em seus vestibulares.

A videoprova traduzida em libras do estudo tem 60 questões de edições anteriores do Enem, com diferentes níveis de dificuldade. As questões foram divididas em duas provas e aplicadas em grupos de estudantes surdos ou com deficiência auditiva que aceitaram participar da pesquisa como voluntários. Agora, o material está disponível para quem quiser conhecer como é um teste nesse formato. A diferença é que na videoprova do estudo as respostas podem ser marcadas no próprio computador, enquanto no Enem elas deverão ser repassadas para o cartão-resposta impresso, como fazem todos os participantes.

As pessoas surdas ou com deficiência auditiva que escolherem a nova modalidade de aplicação receberão as questões apresentadas em libras por meio de um vídeo e terão acesso, ainda, ao caderno de questões impresso com os itens correspondentes apresentados no material especial. A videoprova será aplicada para até 20 pessoas por sala.

Inclusão – É a primeira vez que uma videoprova traduzida em libras será aplicada em escala nacional e oferecida individualmente. Também pela primeira vez, muitas pessoas surdas ou com deficiência auditiva poderão fazer um exame diferenciado. Por esse motivo, o Inep considera de caráter experimental a primeira aplicação do teste.

O novo recurso faz parte de uma política de inclusão do Inep adotada em sua atual gestão, focada em desenvolver iniciativas que permitirão avançar futuramente na oferta de outros recursos, fazendo valer o direito equânime de todos. Esse direito vale, em especial, na aplicação das avaliações e exames.

Até 2016, os participantes dos exames e avaliações do Inep, como o Enem, podiam optar pelos auxílios de tradutor-intérprete de libras e de leitura labial, que continuam disponíveis. Quem fizer a primeira opção terá o auxílio de profissional capacitado para tradução das orientações gerais e para esclarecer dúvidas específicas de compreensão da língua portuguesa escrita, sem uma tradução integral da prova. O participante faz as provas em salas com até seis pessoas e com dois tradutores – mesmo caso de quem escolher o recurso de leitura labial.

Inscrição – A escolha por um dos três recursos deve ser feita no ato da inscrição, que termina nesta sexta-feira, 19. É preciso anexar laudo médico que comprove a deficiência auditiva ou surdez. Esse participante também tem direito a uma hora adicional para realização da prova, desde que solicite esse benefício no ato da inscrição. Veja aqui um modelo de videoprova traduzida em libras.

Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep.

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UOL EDUCAÇÃO

Quinta-feira, 18/05/2017

 

OPINIÃO

Educação sobre gênero previne violência sexual, diz especialista

Ensinar e debater nas escolas sobre sexualidade e gênero, para além dos aspectos biológicos, pode contribuir de forma eficaz para a redução da violência sexual contra crianças e adolescentes. A afirmação é da doutora em educação Maria América Ungaretti, representante no Brasil da Rede Ecpat (sigla em inglês para Fim da Prostituição Infantil, Pornografia Infantil e Tráfico de Crianças para Propósitos Sexuais), uma coalizão de organizações da sociedade civil que trabalha para a eliminação da exploração sexual de crianças e adolescentes.

Ela defende a educação sobre sexo e gênero nas escolas e considera um retrocesso o aumento da polêmica e das críticas a essa formação.

"Na hora que eu crio uma criança, desde pequenininha, sabendo o que é sexo, o que é sexualidade, qual é o direito que ela tem, você vai preparar essa criança para que, em qualquer abordagem que ela sofra, indicando para um uso indevido do seu corpo, ela reage, não aceita. Muitas vezes a criança confunde, acha que aquilo é afeto, carinho. Se ela tem controle do seu corpo e sabe o que podem fazer com o corpo dela ou não fazer, evidentemente que você vai você vai contribuir para uma redução [da violência sexual]", afirma.

Para Maria América, a "vivência ampliada da sexualidade", exemplificada nas pessoas homossexuais, travestis ou transexuais, é um avanço da sociedade moderna na "construção do uso do seu corpo para o prazer". Mas, segundo ela, o o tema ainda é reprimido nas escolas.

"As escolas estigmatizam e reprimem todos os adolescentes que querem viver a sexualidade diferentemente. No meu ponto de vista é um retrocesso o que estão impedindo. E é uma questão religiosa", diz, em referência à influência das igrejas na formação da sexualidade.

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EDUCAÇÃO

Diferença entre Enem e Vestibular

A diferença entre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares está, essencialmente, no propósito para o qual foram criados. O Enem surgiu em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes matriculados no ensino médio. Já os vestibulares sempre foram realizadas com o único objetivo de ser um processo seletivo para ingresso em cursos superiores.

Depois de quase 20 anos, o Enem passou por várias modificações e, atualmente, é usado como modo de ingresso em diversas instituições de ensino superior, principalmente nas públicas. Além disso, diversos programas do governo oferecem vagas, bolsas e financiamento no ensino superior utilizando as notas do Enem.

Uma outra diferença era que, entre as edições de 2009 e 2016, o Enem poderia ser usado por pessoas com mais de 18 anos para obter certificado de conclusão do ensino médio, enquanto o vestibular só pode ser feito por estudantes que concluíram ou estão concluindo o ensino médio. No entanto, a partir de 2017 o Enem deixará de ser usado para certificação, ficando ainda mais parecido com um vestibular.

Uso da nota do Enem

Os estudantes que participam do Enem contam com algumas possibilidades de uso da nota, entre elas para ingresso em cursos superiores. A maior parte das vagas oferecidas pelas universidades públicas federais é preenchida por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que leva em consideração o desempenho no Enem.

Algumas universidades estaduais e particulares também usam a nota do Enem para parte das vagas, seja como complemento da nota no vestibular ou em substituição à prova tradicional. Além disso, os estudantes de instituições privadas podem concorrer a bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) ou solicitar o Financiamento Estudantil (Fies) usando a nota do Enem.

O Enem se assemelha muito com os vestibulares já tradicionais no país, sendo um exame que consta de questões objetivas e uma redação. A partir da edição de 2017, serão dois domingos seguidos de provas. Antes, o Enem acontecia em um final de semana (sábado e domingo).

A principal diferença entre o Enem e o vestibular são as possibilidades que o primeiro oferece. Fazendo um único exame é possível concorrer a vagas, bolsas e financiamentos em várias instituições. Um estudante que quer disputar vagas em várias universidades que não aceitam o Enem precisa fazer várias provas de vestibular.

Um ponto negativo em relação ao Enem em comparação aos vestibulares é que a inscrição no exame não garante a disputa pelas vagas. Os participantes do Enem precisam fazer a inscrição no SiSU, ProUni, Fies e vestibulares que aceitam o Enem para ingressarem no ensino superior.

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CORREIO BRAZILIENSE

Quinta-feira, 18/05/2017   

 

BRASÍLIA

Estácio promove programa para formação de professores da educação infantil

No próximo sábado (20), o Centro Universitário Estácio promove o programa Pedagogia em ação, composto por uma série de oficinas e cursos de formação para educadores da educação infantil. O evento ocorre no câmpus de Taguatinga da instituição, das 8h às 12h.

As inscrições são feitas na hora. A taxa é a doação de produtos de higiene, destinados à doação para instituição de caridade. Os participantes recebem, ao fim do curso, um certificado de aproveitamento.

Serão oferecidas 14 especialidades de capacitações. Entre os temas, estão o uso consciente da água e reciclagem, apresentação pessoal, oratória e atendimento aos pais. Para aprimorarem e aperfeiçoarem suas lições, os professores também terão cursos de atendimento aos estudantes, postura com as normativas institucionais, educação financeira, multiculturalismo e contação de histórias.

Mais informações pelo site ou pelo telefone (61) 3038-9700.

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EDUCAÇÃO

UnB promove ação de combate à LGBTfobia no câmpus de Ceilândia

Com o propósito de fortalecer a luta pelo respeito à diversidade na comunidade universitária, a Diretoria da Diversidade da Universidade de Brasília (UnB) e o Decanato de Assuntos Comunitários (DIV/DAC) promoverão, com a Faculdade de Ceilândia (FCE), a ação Diversidade e Resistência na Universidade. Será nesta quinta-feira (18/5), das 11h30 às 20h, na FCE.

O evento ocorre em comemoração à data que marca o momento histórico em que a homossexualidade deixou de ser considerada doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 17 de maio. Além do fortalecimento da luta, o intuito da ação é contribuir para o combate à LGBTfobia na Unb e na sociedade como todo.

Um ônibus sairá do câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, em direção à FCE, às 11h, e, após as atividades, retornará às 20h30. A partir das 12h30, ocorrerá a roda de conversas Desa-Bapho.

Das 13h às 16h, uma mesa redonda traz o debate sobre a Diversidade e Resistência na Universidade, no auditório da Universidade de Ensino e Docência (UED). Após a conversa, o intervalo será até as 16h30, quando começará a oficina Teatro do Oprimido, também no auditório. Das 18h30 às 20h, no Espaço de Circulação, estão programadas intervenções culturais com o DIV e coletivos.

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GLOBO.COM

Quinta-feira, 18/05/2017   

 

EDUCAÇÃO

Ministro da Educação diz que 'novo Fies' deve sair nas próximas semanas

O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou nesta quarta-feira (17), em audiência na Câmara dos Deputados, que o novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) deve ser anunciado pelo governo nas próximas semanas. Ele adiantou que o programa de financiamento se tornará mais “sustentável” e “ampliará o atendimento aos mais pobres”. O prazo anterior para a divulgação das medidas era fim de março.

Neste primeiro semestre de 2017, o Ministério da Educação (MEC) ofereceu 150 mil vagas do Fies, com um novo valor máximo de mensalidades a serem financiadas: R$ 5 mil, que representam uma redução de 34,7% em relação ao teto anterior, de R$ 7 mil. Esse foi o primeiro passo na reestruturação do programa, segundo o que o ministro afirmou em fevereiro.

O Fies oferece contratos de financiamento de cursos de graduação em universidades e faculdades particulares. Os candidatos são selecionados com base em suas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e e em seus perfis socioeconômicos. Atualmente, o Fies financia cerca de 1,5 milhão de estudantes no Brasil, com cerca de 49,8% de inadimplência.

Ciência sem Fronteiras

Na terça-feira (16), Mendonça Filho participou de outra audiência no Senado, com o objetivo de fazer um balanço de seu primeiro ano à frente do MEC. Na apresentação, afirmou que a decisão de paralisar o Ciência sem Fronteiras foi da gestão anterior – mas que ele optou por não retomar o programa.

“Ele (Ciência sem Fronteiras) promove a inversão de prioridades, é o atendimento do rico em detrimento dos pobres. O orçamento do programa de R$ 3,7 milhões é praticamente o mesmo da merenda escolar, que atende 40 milhões de estudantes”, disse o ministro. “É um programa que não atende o interesse dos mais pobres. Não vale direcionar recursos para um programa com baixo retorno.”

Em julho de 2016, o MEC informou que os alunos de graduação não seriam mais atendidos pelo Ciência sem Fronteiras. Em abril de 2017, foi divulgado que o programa oferecerá 5 mil bolsas nesse ano para pós-graduandos – o único público a ser contemplado.

O Ciência sem Fronteiras começou em 2011 e já enviou mais de 100 mil alunos de graduação e pós-graduação para universidades do exterior.

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VIOLÊNCIA

Só em 6 dias de 2017 nenhuma escola municipal do Rio fechou por tiroteios

A violência no Rio se traduz em números impressionantes e afeta diretamente o ensino público. Um levantamento da Secretaria Municipal de Educação, ao qual o RJTV teve acesso, revela que, quase todo dia, ao menos uma escola ficou sem aula por causa de confrontos e operações policiais. Em 65 dias letivos, apenas em seis dias todas as escolas municipais tiveram aulas.

Nesta quarta-feira (17), a área afetada foi a Zona Oeste, com mais de cinco mil alunos sem aulas durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Um adolescente de 17 anos, com uma arma de brinquedo, e um suspeito foram baleados.

É a violência que determina se o dia é de estudo ou se é mais um dia em casa. Nesta quarta-feira foi dia de 4.959 alunos ficarem em casa na Cidade de Deus, na Zona Oeste. Não teve aula em 12 escolas municipais, três creches e cinco Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI). Teve uma operação da polícia na favela.

“A situação na Cidade de Deus encontra-se tensa, por motivos de operações policiais constantes. A escola da minha filha não abre. Isso é determinação de todas as escolas. Já procurei saber e informam que é a 7ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação) que determina, para não apresentar problemas piores, exteriores. Desde o ano passado, de um ano para cá, é constante não ter aula. Pode-se contar que minha filha já ficou umas 23 vezes em casa de uns tempos para cá, porque é constante. É pontualmente operações na parte da manhã”, relatou a mãe de uma aluna.

Na Praça Seca, também na Zona Oeste, outros 590 alunos também ficaram sem aula nesta quarta-feira. A região enfrenta confrontos por causa da ação de traficantes, que bloqueiam ruas com barricadas com enormes pedras espalhadas pela Rua Doutor Bernardino, flagradas pelo Globocop, pela manhã.

A violência afeta diretamente o funcionamento das escolas na cidade, principalmente nas regiões de conflito. O RJTV teve acesso a um levantamento da Secretaria Municipal de Educação. Pelo calendário escolar, só este ano já foram 65 dias de aulas. Mas nesse período, a rede municipal funcionou integramente em apenas seis dias. Nos outros 59 dias, pelo menos uma escola ficou sem aulas por causa da violência. Isso significa dizer que mais de cem mil alunos já foram afetados pela violência. Cerca de 16% de todos os estudantes da rede municipal.

O levantamento mostra ainda que o bairro de Acari, na Zona Norte, foi o que mais teve escolas fechadas por causa da violência esse ano. A cada 15 dias pelo menos um colégio fechou as portas. Em segundo lugar vem o Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte, e em terceiro, o Conjunto de Favelas do Alemão, também na Zona Norte.

Como esquecer do dia 30 de março. A Escola Daniel Pisa, em Acari, estava funcionando. A estudante Maria Eduarda só não imaginava que aquele seria o último dia dela no colégio. A jovem de 13 anos, foi morta durante uma operação da polícia. E o colégio ficou fechado até o dia 10 de abril, quando foi reaberto para o atendimento psicológico de professores e alunos.

As aulas na Escola Daniel Piza só foram retomadas em 24 de abril, com quase um mês de atraso no calendário escolar. Para a pesquisadora Ana Paula Pelegrino, do Instituto Agarapé, é necessária uma integração entre as autoridades de ensino e de segurança para enfrentar o problema.

“Acho que vale lembrar que no direito internacional de guerra, nos direitos humanos, o acesso à educação e à saúde são direitos que não podem ser suspensos nem em situação de conflito armado. Aqui, a gente não tem uma situação de guerra declarada, e aqui a gente não consegue garantir isso. Então, é preciso que todo mundo chegue, e não é só forças de segurança pública, mas educação, saúde, todo mundo junto, sente e comece a pensar nessas soluções. E nisso o município tem um papel primordial”, disse Ana Paula.

Como moradora de comunidade do Rio e funcionária de escola, uma mulher conta que vive de pés e mãos atados no meio do fogo cruzado.

“As crianças, coitadinha, ficam abaixadas quando tem tiro. A gente também fica com medo, porque fica arriscando nossa vida", disse a mulher que prefere não se identificar.

Mas como mãe, ela luta para que a violência não termine com os sonhos da filha.

“Minha filha falou que quer ser médica. Vai ser minha vitória, minha alegria ela conseguir isso. Um futuro melhor do que o meu, é isso que desejo para minha filha e para todos que querem conseguir algo melhor”, disse a mulher.

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ENEM

A dois dias do fim do prazo, Enem 2017 recebeu metade das inscrições de 2016

A dois dias do fim do prazo, a edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) recebeu 4.540.126 inscrições, segundo balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), às 11h desta quinta-feira (17).

O número representa praticamente metade (48,9%) do total de inscritos na edição de 2016, quando ocorreram 9.276.328 cadastros. Neste ano, pela primeira vez, o Enem não poderá ser usado para obter diploma do ensino médio. O governo federal estima que essa decisão tire ao menos um milhão de participantes da prova.

Os candidatos podem acessar o sistema de inscrições até sexta-feira, dia 19 de maio, às 23h59. A taxa subiu para R$ 82 e o boleto precisa ser pago até 24 de maio. As inscrições ocorrem somente no site www.enem.inep.gov.br/participante. Vale ressaltar que elas só são consideradas confirmadas após o pagamento do boleto.

Para fazer a inscrição, você precisar saber:

   qual o endereço de acesso

   quais os documentos necessários

   como definir sua senha

   como pedir atendimento especializado

   como e quem pode solicitar a isenção

Quem é isento da taxa de inscrição

Em três casos, os candidatos poderão ter isenção na taxa, ou seja, não precisarão pagar para realizar as provas: alunos do terceiro ano do ensino médio em escola pública; candidatos inscritos no CadÚnico e candidatos de famílias de baixa renda.

Sistema de segurança

Neste ano, o sistema do Enem ganhou reforços de segurança para evitar furtos de senha. A partir deste ano, não será mais possível criar uma nova senha direto no próprio site, e o usuário receberá um alerta por e-mail quando sua senha for alterada.

Datas das provas

O Enem 2017 será realizado em dois domingos consecutivos: 5 e 12 de novembro. No ano passado, a prova foi aplicada em um fim de semana (sábado e domingo, 5 e 6 de novembro). A modificação integra uma lista de novidades divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC).

No primeiro domingo, as questões serão de linguagens, ciências humanas e redação, com cinco horas e meia de prova; no segundo, de matemática e ciências da natureza, com quatro horas e meia de duração.

Data do resultado

Os resultados do Enem 2017 serão divulgados em 19 de janeiro de 2018. Os candidatos continuarão podendo acessar o resultado por área de conhecimento e o desempenho individual.

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FOLHA.COM

Quinta-feira, 18/05/2017   

 

COLUNA

Mesmo com mais educação, mulheres ainda ganham menos do que homens

"Eu tinha muita credibilidade junto a meu chefe até engravidar. Isso mudou completamente quando meu filho nasceu. Ele tem a mentalidade de que o funcionário bom tem de estar presente o tempo todo no escritório."

"Nós somos malvistas pela meia hora que paramos para ordenhar, mas as pessoas que saem para fumar, não."

"Antes de engravidar, ouvia relatos de que as mulheres que voltavam de licença eram submetidas a testes velados de comprometimento com o trabalho, como viagens longas mesmo amamentando. Comecei a ficar mais atenta depois que engravidei e percebi que aquilo era mesmo realidade."

"Meu marido é muito comprometido com a criação dos nossos filhos. Mas ele faz menos do que eu porque encontra mais barreiras. Eu falo com minha chefe pelo telefone com as crianças fazendo barulho no fundo. Ele não. Para ele, é mais difícil dizer que precisa levar o filho ao pediatra. É como se ele não tivesse esse direito."

"Estou feliz profissionalmente, sou bem-sucedida, mas, sem dúvida, ganho menos do que os homens na mesma posição que eu."

"A empresa onde trabalho estimula a participação feminina na gestão. Mas não me interessaria de novo por um cargo de chefia. Teria de abrir mão de muita coisa da vida da minha filha para ganhar muito pouco em troca."

Esses são trechos dos depoimentos de algumas mulheres que colhi no último mês, ao fazer uma reportagem sobre as diferenças salariais entre homens e mulheres, publicada pela Folha no domingo (14).

Preservo a identidade das entrevistadas —profissionais de diferentes setores, entre 30 e 40 anos, que tiveram filhos há pouco tempo— por se tratar de um tema sensível.

Suas declarações são evidências anedóticas do que sabemos por experiência própria, de pessoas próximas ou por intuição: a igualdade entre os gêneros ainda é uma realidade distante do mercado de trabalho.

Houve avanços inegáveis. Mas barreiras, que precisam ser mais bem compreendidas, persistem.

As pesquisas que buscam elucidar diversas dessas questões são recentes. Elas começam a ser viabilizadas com o amadurecimento de bancos de dados do mercado de trabalho que permitem o acompanhamento das pessoas ao longo de suas vidas profissionais.

O que já sabemos?

Sabemos que as mulheres aumentaram significativamente sua escolaridade —no Brasil, desde o início da década passada, elas contabilizam, em média, mais anos de estudo do que os homens.

Sabemos que, paralelamente, a participação feminina no mercado de trabalho avançou muito. Apenas 44,4% das mulheres nascidas entre 1953 e 1957 no Brasil trabalhavam ou buscavam uma ocupação quando atingiram entre 25 e 29 anos.

Para a geração feminina nascida entre 1978 e 1982, esse percentual —também entre 25 e 29 anos— era de 69,9%.

Sabemos que a distância entre os salários dos homens e das mulheres era muito maior na época dos nossos avós. Ela vem caindo de geração para geração, embora essa tendência rumo à equiparação esteja se tornando mais lenta.

Descobrimos ainda que, quando se trata de uma mesma geração, as mulheres têm estreado no mercado com remuneração parecida— em alguns casos idêntica— à dos homens. Mas que, uma década depois do início da vida profissional, a diferença salarial, a favor dos homens, se torna substancial.

Há indicações bem amparadas por dados de que o aumento desse hiato nos salários está bastante associado à fertilidade; que o crescimento da diferença entre as remunerações é muito maior entre homens e mulheres mais qualificados do que entre os profissionais com pouca escolaridade. Os salários dos maridos parecem influenciar na probabilidade de que as mulheres parem de trabalhar.

Pesquisadores têm mostrado ainda que mesmo as mulheres sem filhos, se forem casadas, ganham relativamente menos do que os homens e do que outras mulheres solteiras (mesmo com escolaridade e outras caraterísticas idênticas).

O que precisamos entender melhor?

Falta melhor compreensão sobre como discriminação e escolhas individuais —de mulheres e famílias— interagem.

Sabemos que o preconceito de empregadores contra as mulheres existe, ainda que tenha diminuído. Algumas empresas já discutem a possível existência do que chamam de "viés de seleção" na hora de decidir promoções a níveis hierárquicos mais altos.

Sabemos também que muitas mulheres ainda interrompem a carreira ou escolhem posições que lhes demandam menos para cuidar dos filhos.

Mas o que é causa e o que é efeito? Será que as mulheres tomariam decisões diferentes se não sentissem —como foi o caso de uma das entrevistadas que cito acima— que a maternidade as levariam a passar por "testes de resistência" injustificáveis no trabalho?

Será que, se seus maridos não fossem "malvistos", como disse outra entrevistada, por tentar exercer um papel mais ativo na criação dos filhos, as escolhas femininas seriam diferentes?

Será que, se as empresas aumentassem a oferta de desenhos mais flexíveis de jornada de trabalho —como a possibilidade de trabalhar horas não contínuas e passar mais tempo em casa, tanto para mulheres quanto para homens—, a produtividade dos funcionários não aumentaria?

São algumas das questões que demandam mais pesquisas, mais entrevistas, mais atenção, mas políticas específicas das empresas, se quisermos que a diversidade no mercado de trabalho continue aumentando.

Aumentar a escolaridade das mulheres tem sido importante, mas claramente não basta.

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EDUCAÇÃO

Jovens apelam à Justiça para cursar a faculdade antes de terminar o colégio

Enquanto cursava o último ano do ensino médio, a estudante de engenharia elétrica Bianca Torquato, 22, decidiu prestar o vestibular de inverno da Unesp de Ilha Solteira (SP). A proposta era apenas treinar para os exames que viriam pela frente, mas foi aprovada.

"Conversei com meus pais e decidimos procurar um advogado para ajudar no processo de matrícula", lembra.

Um juiz concedeu uma liminar para que Torquato pudesse se matricular sem ter terminado o ensino médio. Mas havia uma condição: tinha de concluir o colégio para continuar na faculdade. A solução foi conciliar os dois.

"Foi pesado, mas o colégio era flexível quanto aos horários", conta ela, que acabou se transferindo alguns meses depois para a Unesp de Guaratinguetá (SP).

"O maior desafio foi lidar com a matéria nova e com a distância da minha família, que mora em Minas. Hoje, me sinto satisfeita com a decisão que tomei", afirma.

Casos de alunos "apressadinhos" não são incomuns no país. O processo para conseguir ingressar na faculdade é geralmente o mesmo: a família procura um advogado, que consegue uma liminar para que o estudante realize a matrícula mesmo sem ter um certificado de conclusão -o documento é exigido por regra da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Para conceder uma liminar, os juízes costumam analisar alguns laudos e documentos, pedagógicos e psicológicos, que comprovem a capacidade do aluno de cursar o ensino superior, como explica Renato Cury, especialista em direito do consumidor da Associação dos Advogados de São Paulo.

Mas é preciso tomar cuidado: a medida é só o começo de um processo que ainda será analisado e julgado, e pode ser cassada a qualquer momento, observa Cury.

Um risco que o estudante de ciência da computação Leonardo Ribeiro, 21, decidiu correr e, por pouco, não interrompeu seus estudos.

Aprovado com 17 anos para a USP de São Carlos, conseguiu uma liminar para entrar na instituição com base no seu histórico escolar e desempenho no vestibular.

Após um ano e meio de faculdade, contudo, recebeu a notícia de que a ordem judicial havia sido cassada. "Entramos com um recurso comprovando meu bom desempenho no curso e conseguimos ganhar o processo. Foi emocionante", lembra ele, natural de Bebedouro (SP).

Para além dos riscos jurídicos, especialistas defendem que pular um ano de colégio para entrar na universidade pode prejudicar o aprendizado dos jovens.

"Não quer dizer que o estudante não esteja cognitivamente preparado, mas talvez não tenha vivido experiências culturais suficientes", afirma Marcos Neira, da Faculdade de Educação da USP.

Victor Henrique Grampa, presidente da Comissão de Direito Educacional e Políticas Públicas da OAB-SP, pondera que o ensino médio é "uma fase de formação para o exercício da cidadania."

O estudante de design Carlos Eduardo Bocai, 21, tinha pressa em sair da escola quando foi aprovado no vestibular do curso de design da PUC-Rio, aos 16. "Eu sempre tive certeza do que queria fazer da vida, e nunca fui um aluno muito bom no colégio. Foi bom mudar de ambiente e abrir a cabeça."

Bocai conseguiu uma liminar e, após ser emancipado pelos pais, iniciou os estudos. "Senti um pouco de insegurança, mas tive mais liberdade para cursar a faculdade no meu tempo. Pude, por exemplo, fazer um intercâmbio na metade do curso", lembra.

Paulo Fraga, coordenador do curso de pedagogia do Mackenzie, afirma que o diálogo familiar é fundamental na hora da decisão.

"Os pais precisam conhecer bem seus filhos para saber se eles darão conta da vida acadêmica antes da hora, e também não devem obrigá-los a fazer essa escolha", diz.

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as quintas.

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