Estudantes no comando: Secitec tem participação ativa de alunos

Abertura da XIV Secitec do Câmpus Formosa

A XIV Semana de Educação, Ciência e Tecnologia (Secitec) do Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG) foi encerrada na última quinta-feira com grandes conquistas. O evento foi realizado pelos estudantes da instituição, que também participaram das mais de 40 atividades ofertadas de 23 a 26 de outubro. Este ano, o Câmpus contou com a visita e participação de estudantes de escolas das redes estadual e municipal.

O professor Daniel Ordine Vieira submeteu o projeto à Chamada Pública nº 1/2023, da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Isso permitiu que os estudantes contassem com recursos para a aquisição de materiais diversos para a Secitec e eventos paralelos ocorridos na Semana.

A organização partiu dos próprios alunos e alunas do Câmpus, que se dividiram em subcomissões, coordenando, sugerindo e ofertando oficinas, palestras e outras atividades, com o apoio, nas questões burocráticas, dos professores Bruno Leal, Afrânio Furtado, Uyara Ferreira, Thaís Amaral, Vinícius Silva e do professor Daniel.

O ineditismo se deu à necessidade de promover o protagonismo estudantil, debatido em momento anterior pelos professores Gustavo Chaves, Murilo Teles e Daniel. “Se a Secitec é para ser para os alunos, e a gente já vinha num esforço de tentar fazer uma Secitec mais interativa, com mais oficinas do que palestras, fazia muito sentido deixar os alunos escolherem o que eles quisessem”, justificou Daniel.

Se alguém ainda tinha dúvidas se envolver os alunos e alunas na organização do evento seria benéfico, agora não tem mais. “Acho que valeu totalmente a pena ter colocado a Secitec nas mãos dos estudantes. Distribuiu melhor o trabalho, permitiu programação antecipada, encontros frequentes, entre outras coisas. Acho que funcionou de uma maneira bem interessante e que pode ser melhorada nas próximas, mas acredito que agora é um caminho sem volta e a Secitec sempre vai ser realizada por eles”, declarou o professor.

Para os alunos, foram semanas de muito trabalho, com esforço, segundo eles, recompensado. O estudante do curso de graduação Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e membro da Comissão Organizadora, Erick Takeshi Miura, acredita que esta é uma oportunidade de crescimento pessoal: “Seria interessante criar essa cultura de autonomia e protagonismo estudantil. Nós aprendemos muitas habilidades importantes nesse processo”.  Segundo ele, os participantes desta Comissão, que promoveram uma confraternização neste fim de semana para comemorar o sucesso do evento, “estavam engajados em continuar” no próximo ano.

Hackathon

Este ano, a novidade foi o Hackathon, a primeira maratona de programação proposta principalmente pelos estudantes do curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (TADS). Da abertura à premiação, as equipes percorreram um longo caminho, composto de quatro oficinas que ensinaram a linguagem scratch para a criação de jogos com a temática de desenvolvimento sustentável.

O resultado foi empolgante, com direito à participação da comunidade externa, com os estudantes finalistas da Escola Municipal Helena Nasser e os alunos do Centro de Ensino em Período Integral Hugo Lôbo, que prestigiaram a apresentação dos jogos na cerimônia de premiação, na quinta-feira, no Teatro Guaiá. Todos puderam assistir as sete equipes mistas participantes, montadas com alunos do ensino médio e superior, que explicaram a proposta dos seus jogos e fizeram uma demonstração para o público.

Levando em conta vários aspectos na avaliação, como jogabilidade, polimento e limpeza de bugs, adequação ao tema e diversão geral, a Comissão Julgadora, formada pelos professores Uyara Ferreira e Afranio Furtado e pelos alunos Erick Takeshi Miura, Naoki Miura, Maycon Douglas e Letícia Bittencourt, anunciou os finalistas. As medalhas de ouro e o troféu de primeiro lugar ficaram com a equipe Mapinguari, dos alunos do IFG, Arthur José Fernandes, Murilo Dias de Sousa, Kayou Kranell e Otávio Profeta dos Santos, criadores do jogo Tree Defense.

A segunda e a terceira colocação também foram premiadas com troféus e medalhas personalizadas, criadas exclusivamente para o Hackathon. Os vice-campeões, do IFG, foram Matheus Damacena Carvalho, Ana Clara Santana Cruz, Pedro Henrique Alves Vieira e Ana Clara Monteiro de Andrade, da equipe Beach Wipe Out, que elaborou o jogo Limpeza da Praia. O terceiro lugar ficou com o grupo G.R.E. TEC, do Colégio Estadual Helena Nasser. Luiz Henrique Soares de Melo, Lucas Eduardo Soares Fernandes, Dylan Henrique de Almeida Sousa, Rafael Evangelista Guedes Rocha e João Vitor de Deus Passos foram os mentores do jogo Sustentável vs Lixo. Todos os jogos criados podem ser conferidos no link https://scratch.mit.edu/studios/34074203 .

O evento movimentou o Câmpus e teve promessa de mais escolas participantes para o próximo ano. A professora Erenice Oliveira, presente com os alunos do CEPI Hugo Lobo, declarou, durante a Cerimônia de Premiação que, em 2024, o Hugo Lôbo estará participando da competição. Para Takeshi, membro da Comissão Organizadora Geral, esta motivação é uma das heranças do evento: “Para mim, o resultado foi positivo. Conseguimos causar impacto e motivar as pessoas a participar nas próximas vezes”.

Catapultas

Na segunda edição da Competição de Catapultas, quatro equipes formadas por estudantes do curso superior de Bacharelado em Engenharia Civil apresentaram ao público as catapultas construídas com ferro, madeira, borracha e outros materiais, na tarde do primeiro dia da XIV Secitec.

Com apresentação dos professores Divino Gabriel Lima Pinheiro e Daniel Ordine Vieira, a disputa foi iniciada com as catapultas lançando, uma a uma, a bolinha de tênis para marcar o alvo pretendido e a distância alcançada. Quem chegasse mais próximo do alvo e também alcançasse maior distância receberia mais pontos.

A equipe vencedora nas duas modalidades foi a Arremessadores, que atingiu o total de 7 pontos na modalidade Alvo e 53m na modalidade Distância. O segundo lugar nas categorias foi conquistado pelas equipes Catamóvel, que fez 5 pontos no arremesso ao alvo, e Rapina, que atingiu a distância de 28,8m. Na categoria Alvo, o terceiro lugar foi dividido entre as equipes Rapina e Pernalonga, que somaram 3 pontos. Já na Distância, a terceira colocação, com 24,7m, ficou com a Pernalonga. Para o professor Daniel, “o maior ganho é a possibilidade de aprender, na prática, conteúdos da física e engenharia”.

Artes

A inclinação do Câmpus Formosa para as artes não é de hoje. Em outras Secitecs, eram realizados os saraus, onde música, dança e poesia fechavam o evento. O sarau não se fez presente este ano, mas a arte permaneceu no câmpus. Na programação, foram incluídas atividades ligadas ao tema e os participantes não perderam as atividades desenvolvidas: Projeto Grafites Antirracistas, IFG em Cores, oficinas de Origami, de Fotografia Artesanal e Reciclando Leituras.

Dois projetos, em especial, ganharam destaque, por envolver muitas pessoas em sua execução e serem desenvolvidos em vários dias: os projetos IFG em Cores e Grafites Antirracistas. O primeiro, proposto pela aluna do curso Técnico Integrado em Saneamento, Alice Yasmin Dourado, e pelo professor de Artes, Edson Borges, passou por muitas mãos, literalmente. A criação foi feita pela estudante e avaliada pelo professor de Artes; o esboço contou também com a participação do aluno do curso Técnico Integrado em Biotecnologia, Murilo Dias; e a pintura, quem quisesse colaborar com a Alice e o Murilo e passasse pela escadaria da entrada principal do Bloco Acadêmico poderia ajudar a colorir os desenhos nas paredes. O trabalho começou na segunda e foi concluído na quarta-feira.

O outro projeto, encabeçado no Câmpus Formosa pelo professor de História, Luís Cláudio Henriques Rocha de Moura, foi possível com a participação do aluno do curso de Artes, do Câmpus Cidade de Goiás, Daniel Vieira (Daniel Dam). O oficineiro trouxe um colega também grafiteiro, Pedro Cardoso de Godoy (Pedro Snep), que, juntos, iniciaram os grafites na segunda-feira, com a participação de estudantes do curso superior de Licenciatura em Ciências Sociais.

Os desenhos não foram escolhidos aleatoriamente, mas por meio de um trabalho desenvolvido anteriormente em sala de aula sobre educação antirracista, que levou à escolha, por votação dos estudantes, dos nomes que representariam negros e indígenas em painel no  Câmpus. Ailton Krenack, Machado de Assis, Marielle Franco e Joeina Wapichana podem ser contemplados na grande parede do Bloco 400. “Que os nossos estudantes negros e indígenas se vejam nas paredes, que tenham um referencial positivo e possam impulsioná-los a almejar uma inserção e contribuição social para a nossa sociedade, no ponto de vista da ruptura do racismo e de outros preconceitos”, declarou o professor Luís. O painel foi inaugurado na quarta-feira, com declamação de poemas e música ao vivo.

Participantes externos

Realizar a Secitec requer muitos colaboradores. Oficinas, palestras, mesas-redondas contaram com a participação externa dos convidados e amigos do IFG, como a empresa junior Zenit Aerospace (UnB); Secretaria Municipal de Saúde, na pessoa de Denise Barbosa Santos; EDM Hardware e Software; Nativa; Só Pisos; Andrade Imóveis; HG Construtora e Engenharia; Thiago Daher (UnB), Pablo Vandré Jacob Furlan (IFG/Câmpus Inhumas); Namuhell Oliveira (UnB) e tantos outros.

Leia aqui a Carta de Agradecimento aos Participantes da Comissão Organizadora e da Equipe de Desenvolvimento do Site.

Em breve, imagens do evento estarão disponíveis no perfil do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Formosa no Facebook.

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa