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Extensão

Diálogos Extensionistas apresenta três projetos voltados às comunidades negras e quilombolas

Publicado: Domingo, 29 de Novembro de -0001, 21h00 | Última atualização em Terça, 17 de Dezembro de 2024, 09h49

Debates em alusão ao Dia da Consciência Negra encerram 3ª edição do evento

Participantes dos Diálogos Extensionistas na 3ª edição, que encerrou o ano
Participantes dos Diálogos Extensionistas na 3ª edição, que encerrou o ano

Com o tema "Racialidades em Território: o reconhecimento das dinâmicas étnico-raciais goianas por meio da extensão", os Diálogos Extensionistas na noite de ontem, 3, encerraram o ano, na noite dessa terça-feira, 3, com a apresentação de três importantes projetos de extensão. São eles: "Os baobás ocultos da periferia", "Tem um quilombo nas trilhas de Goiás" e "Quilombos Sustentáveis em Rede", que fazem parte de programas e projetos desenvolvidos com recursos oriundos de edital publicado pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex). 

O mediador, jornalista do Câmpus Jataí, Evaldo Gonçalves, começou apresentando as três convidadas. A primeira a falar foi a professora Ádria Cerqueira, do Câmpus Cidade de Goiás. Segundo ela, o projeto não é só do IFG, mas também da Associação Quilombola do Alto do Santana, que é um quilombo urbano da cidade de Goiás e que foi reconhecido pela Fundação Cultural Palmares em 2017. Ela afirma que no município, “a gente tem um movimento negro organizado, uma população negra muito resistente, que tem desempenhado uma série de ações por lá, entre elas o Quilombo do Alto do Santana”, afirma. Ádria comentou como a ideia surgiu, enfatizando o trabalho dos bolsistas no projeto, tanto do IFG como as pessoas da Associação Quilombola, que são “os protagonistas no projeto”. O projeto "Tem um quilombo nas trilhas de Goiás" está há dois anos sendo executado como projeto de extensão, com recursos da ordem de R$ 16 mil. “Estou orgulhosa de ver a possibilidade pela Pró-Reitoria de Extensão de fazer a distribuição de recursos financeiros, de ver nossa inserção nas comunidades tradicionais, nas comunidades próximas ao câmpus, fazendo aquilo que é a nossa missão”, destacou.

A professora Paula de Almeida Silva, do Câmpus Luziânia, comentou que os baobás “precisam ser desvelados porque eles estão lá, só que estão acortinados, velados por um racismo profundo que assola aquela região, o projeto surge da necessidade de falar da gente e como nos não somos representados nos espaços institucionais”. O projeto de extensão surgiu, segundo ela, dessa vontade de trazer a representação de pessoas negras, da cultura africana, afro-brasileira dentro da Instituição, por meio de arte, das artes cênicas - do teatro, do estudo da África, do estudo da cultura brasileira, afro-brasileira e africana. Paula conta que o primeiro baobá oculto que conseguiram desvelar foi Elmo Férrer, que é dramaturgo, roteirista, professor, preparador de elenco. Além disso, realizou o primeiro curso de história da África, que obteve estudante de várias partes do mundo. “Aí se começa a desvelar [fazer conhecer], descortinar, é o que acontece quando nós, pessoas negras, nos juntamos”, afirma.

Sobre o projeto "Quilombos Sustentáveis", Andreia Alves do Prado afirma que ele vem de outro projeto, o "Comunidades Tradicionais em Rede", que possibilitou o fortalecimento dessa rede quilombola e de outras comunidades tradicionais. Dessa relação inicial, veio o Encontro de Culturas Negras, fortalecendo o Comunidades Tradicionais em Rede. “Percebemos que não era só momento de comemoração, de troca de saberes, a gente queria ir além, conhecer um pouco mais essas comunidades”, diz a professora. Andreia conta que o projeto realizou oficinas de alimentos do cerrado, tecnologias digitais – para comercialização dos produtos alimentícios; partindo dos espaços de diálogos, foram realizadas as oficinas de bioconstrução, “estruturando os espaços dessas comunidades”, e oficinas de audiovisual, mas com “o olhar da comunidade pelo olhar da comunidade mesmo”.

Veja o vídeo completo no canal do YouTube /IFGComunidade.

 

Pró-Reitoria de Extensão.

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