Estudo aponta ação inibidora da planta "Mesosphaerum suaveolens" contra o capim braquiária
Estudante de Ciências Biológicas do Câmpus Formosa, Gustavo Ferreira Torres, desenvolveu pesquisa pelo Pibic
Goiás é o terceiro estado brasileiro a produzir mais grãos, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para maio passado, são mais de 32 milhões de toneladas, e a pesquisa científica tem papel fundamental para o bom desempenho da agricultura, com a testagem e criação de novas técnicas de plantio e do uso de tecnologias mais modernas, que não agridem o meio ambiente. Os bioherbicidas podem ser alternativas naturais que protegem a plantação, sem prejudicar a saúde humana. No Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG), o estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas, Gustavo Ferreira Torres, pesquisou as propriedades alelopáticas da planta conhecida como "mata-pasto, "bamburral" ou "alfavacão", a Mesosphaerum suaveolens.
Gustavo é participante do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). Sua pesquisa teve o objetivo de avaliar os extratos do bamburral, planta invasora, para conhecer como ela se comporta em contato com a semente da braquiária. Além de ser importante para a agricultura no controle de pragas, o bamburral é uma planta com diversas propriedades medicinais. Ele é indicado, dentre outras coisas, para tratar dores de cabeça e na coluna, problemas digestivos, respiratórios e nas articulações, desnutrição e raquitismo.
O trabalho foi orientado pelo professor Gustavo Antonio Teixeira Chaves e co-orientado pelo professor Marcos Augusto Schliewe. "A ideia deste trabalhou partiu dos meus professores. O Marcos já fez uma outra pesquisa nesse sentido, mas analisando essa planta na germinação da alface. Eu, junto com o professor Gustavo Antonio, avaliamos sobre a germinação do capim braquiária", explicou.
Para descobrir como o bamburral funciona enquanto bioherbicida, o pesquisador coletou a planta in natura e fez extrato dela na Casa de Vegetação e no laboratório do Câmpus, para, na sequência, aplicar sobre o capim braquiária. O achado foi positivo, mostrando que a planta conseguiu inibir a germinação da braquiária. Ainda assim, de acordo com Gustavo, "cabem mais estudos" sobre a planta. Os resultados encontrados no trabalho darão subsídios para outra pesquisa em andamento com a Mesosphaerum suaveolens, realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Biológicas do Cerrado (NEPBio-Cerrado), do Câmpus Formosa.
Para Gustavo, o resultado tem peso na alimentação saudável e na preservação do ecossistema. "Essa planta é conhecida comumente como mata-pasto, um indício que já contribui para dizermos que ela tem alguma interferência na pastagem. Se a gente pega uma área que precisa ser preservada, reservada, que não pode ter aditivos químicos, nós conseguimos fazer esse bioherbicida, aplicar nessas áreas, porque é um herbicida que vai ser decomposto na natureza, sendo menos prejudicial para a fauna, para a flora", justificou.
"Crescimento acadêmico"
A participação na produção de pesquisas acarreta conhecimento. "Participar do programa Pibic foi muito importante para o meu crescimento acadêmico, quando tive a oportunidade de participar não só de aulas teóricas, mas de ver na prática, numa pesquisa de campo, experimental", analisou. "Durante o período do curso, tive a oportunidade de experimentar isso sem estar no mercado de trabalho, fora da universidade, tendo auxílio com meus professores", completou o futuro biólogo. Devido à relevância e ao bom trabalho desenvolvido, a pesquisa logrou o segundo lugar na categoria Ensino Superior, no 9º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT) Local, realizado em 2022, em frente ao Laguinho do Vovô, em Formosa.
Tem Ciência no IFG!
O estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas do Câmpus Formosa, Gustavo Ferreira Torres, foi entrevistado pela equipe do projeto Tem Ciência no IFG!, desenvolvido pela Coordenação de Comunicação Social (CCS) e Gerência de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (Gepex) do Câmpus Formosa, neste primeiro semestre. O objetivo é apresentar à comunidade algumas pesquisas desenvolvidas pelo Câmpus Formosa, estimulando a participação de estudantes e mostrando os benefícios da ciência.
--> Assista ao episódio da série no canal IFG-Câmpus Formosa, no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=sjMpsBxFPsk.
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Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa
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